quarta-feira, fevereiro 06, 2013

Milhares de peixes morrem em lagoa no interior do Rio Grande do Norte


Milhares de peixes morreram em lagoa na cidade de Lagoa Nova, no RN (Foto: Eliabe Alves)
Milhares de peixes da espécie tilápia morreram na lagoa que dá nome à cidade de Lagoa Nova, a pouco mais de 140 quilômetros de Natal. De acordo com a população local, os peixes apodrecem às margens da lagoa desde o início da semana. A causa da mortandade ainda não foi oficialmente comprovada, mas acredita-se que tenha ocorrido em razão da alta salinidade da água, consequência da seca que assola a maioria dos 167 municípios do Rio Grande do Norte.

Gilberto Oliveira, morador da região, contou que os moradores de Lagoa Nova ficaram surpresos com a quantidade de peixes existente na lagoa. “Como a lagoa é utilizada para o despejo de esgoto semitratado, imaginamos que não havia peixes vivendo nela”, afirmou.
De acordo com o gestor ambiental João da Mata Bezerra, não há outra explicação para a morte das tilápias. “Com a seca prolongada, a água evapora rapidamente. E isso causa a alta salinidade da água e a escassez de oxigênio, matando os peixes”, afirmou.
Ainda segundo João da Mata, a lagoa não é utilizada para a pesca, servindo somente para o despejo de esgoto parcialmente tratado. “A pesca na lagoa já foi permitida. Mas, foi proibida por não se saber se a poluição da água afeta o organismo dos peixes”, acrescentou o gestor ambiental.

Gestor ambiental acredita que a seca na região causou alto teor de sal na água, matando as tilápias  (Foto: Eliabe Alves)

Despejo de esgoto
Ainda de acordo com João da Mata, a lagoa da cidade é utilizada para o despejo de esgoto semitratado. “Há uma lagoa de estabilização por onde passam os dejetos, que em seguida são despejados no sangradouro da lagoa”, esclareceu.
Segundo ele, é por isso que somente as tilápias sobrevivem no reservatório. “Esse tipo de peixe se alimente dos rejeitos que sobram após o processo na lagoa de estabilização e ajudam a manter a o reservatório menos poluído”, explicou.
No entanto, de acordo com as informações repassadas pelo gestor ambiental, o processo de decomposição do esgoto utilizado na cidade é ineficiente. “Apenas uma lagoa de estabilização não é suficiente”, confirmou, afirmando que “o processo não purifica completamente o esgoto e polui as águas da lagoa, que faz parte da bacia Piranhas-Açu.
“A poluição traz o mal cheiro que prejudica a população, provocando enjoos, inclusive”, relatou o gestor ambiental. “Além disso, torna o reservatório impróprio para banho e pesca. A lagoa já foi um ponto turístico da cidade”, concluiu.

Reprodução Cidade News Itaú

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