quarta-feira, novembro 10, 2021

Após denúncia do Ministério Público do RN, Justiça determina novo afastamento do prefeito de Porto do Mangue



O Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) obteve novo afastamento do prefeito de Porto do Mangue, Hipoliton Sael Holanda Melo, por 120 dias. A decisão do Tribunal de Justiça é resultado de uma denúncia do MPRN pela prática dos crimes de falsificação de documentos públicos e utilização para falsear a verdade dos fatos apurados em investigação criminal.


Sael Melo já havia sido afastado do cargo durante a operação Terceiro Mandamento, deflagrada pelo MPRN em junho deste ano, justamente por embaraçar as investigações, mediante a omissão no cumprimento de requisições ministeriais de fornecimento de documentos públicos para apuração de ilícitos. Na mesma ocasião, foi afastado o gerente contábil do Município, Elizeu Dantas de Melo Neto.


As investigações sobre esquema fraudulento foram iniciadas em 2020 e a suspeita é de que uma empresa do ramo de comércio de materiais de construção, de nome fantasia “Deus é Amor”, estaria sendo utilizada pelo prefeito, pelo gerente contábil e por outras pessoas para o cometimento de fraudes. Desde 2017, essa empresa, instalada em casebre da cidade e constituída em nome de laranjas, foi contratada ao menos dezoito vezes pela Prefeitura, tendo recebido a quantia de R$ 2.359.673,67 a título de remuneração decorrente dos contratos públicos firmados.


Segundo o MPRN, as investigações apontam para a suspeita da existência de um grupo criminoso, gerido pela alta cúpula da Administração Municipal, voltado à utilização de empresas para celebração de contratos fraudulentos com o Município de Porto do Mangue. Na decisão do Desembargador Saraiva Sobrinho, além do afastamento do prefeito de Porto do Mangue, que já se encontrava afastado do cargo por decisão anterior do desembargador Cornélio Alves, foi determinada a suspensão, também por 120 dias, dos servidores Jousimar Edivagner Matias Moura, Maria de Jesus de Holanda Paiva e Karla Yara Santiago de Sousa das funções exercidas na Prefeitura de Porto do Mangue, por terem concorrido com o prefeito para a falsificação de documentos públicos.


Foi proibido ainda o acesso de todos os acusados às dependências dos órgãos integrantes da estrutura municipal e determinada a proibição dos requeridos de se comunicarem entre si, bem assim com os investigados no PIC 0808157-96.2020.8.20.0000 ou as testemunhas/declarantes ouvidas na investigação ou arroladas na petição inicial da Ação Penal Originária. Após a notificação pessoal, os acusados terão um prazo de 15 dias para oferecer resposta à acusação.


Fonte: Fim da Linha

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Câmaras frigoríficas do Itep-RN quebram, causam mau cheiro e atraem insetos para o prédio em Natal

Duas câmaras frigoríficas do Instituto Técnico-Científico de Perícia (Itep), localizado na Ribeira, em Natal, quebraram entre domingo (7) e segunda-feira (8) e precisaram ter os corpos que armazenavam transferidos para o outro refrigerador instalado no prédio.


Sede do Itep, na Ribeira, em Natal — Foto: Kleber Teixeira/Inter TV Cabugi


Durante essa ação, o mau cheiro se instalou no local, incomodando profissionais, e atraindo inclusive insetos para a sala da necrópsia.


A assessoria do Itep confirmou o problema com as "geladeiras", como são chamadas, e informou que elas terminaram de ser limpas e começaram a ser consertadas nesta quarta-feira (10). A previsão do órgão é de que até o sábado (12), os equipamentos voltem a funcionar normalmente armazenando os corpos.


De acordo com Vânia Tavares, coordenadora jurídica do Sindicato do Servidores do Itep (Sinditep), os servidores relataram um ambiente muito incômodo para exercer as atividades.


"Ontem [terça-feira] a gente recebeu muita reclamação dos nossos associados, dizendo que estava, assim, 'humanamente desumano' trabalhar. Inclusive, os policiais civis que estavam levando os presos para os exames nem estavam conseguindo ficar devido ao mau cheiro, odor", disse.


Ela explicou que o sindicato pediu ao Itep para tomar providências e que designou uma representante para acompanhar a situação. O sindicato foi informado que as câmaras frigoríficas já passam pelo conserto, que voltaram ao funcionamento normal e que o necrotério está limpo e sem exalar odor.



"Os corpos que ficam nas geladeiras são provas de crime, que estão na Justiça, e ali é um material que tem que estar guardado para futuros desfechos. Não pode isso acontecer e perder essas provas materiais", falou Vânia.


O Itep informou que a câmara frigorífica que segue em funcionamento consegue suprir a demanda emergencial das outras duas que quebraram e que nenhum corpo ficou fora da refrigeração ou se decompondo no prédio.

O órgão informou ainda que a maioria dos corpos deixa o Itep no mesmo dia em que chega e que os que permanecem são de situações específicas, como os não identificados, os que permanecem para solução de crimes ou por decisão judicial.


O prazo máximo para permanência de um corpo na câmara frigorífica, sem qualquer decisão judicial contrária, é de 30 dias, segundo portaria.


Segundo a assessoria do Itep, a solução definitiva desse problema se dará apenas com a mudança de prédio, já que o atual, por ser antigo, não apresenta estrutura ideal para alguns equipamentos.


Segundo o Plano de Obras do Governo do RN, até o fim de 2022 o novo prédio do Itep em Natal estará pronto em investimento de R$ 17,8 milhões.


Fonte: g1

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Motorista de ônibus escolar esfaqueia colega nas costas durante briga no Oeste potiguar, diz PM



Um motorista de ônibus do transporte escolar foi esfaqueado por um colega de trabalho nesta terça-feira (9), durante uma discussão dentro da garagem da Prefeitura de Assú, na região Oeste potiguar.


Segundo a Polícia Militar, os dois motoristas iniciaram uma discussão e um deles esfaqueou o outro pelas costas. Após cometer o crime, o agressor fugiu.


A vítima foi socorrida ao hospital da cidade. De acordo com a polícia, o ferimento não atingiu órgãos vitais e a vítima se encontra fora de perigo, em observação.


A PM informou que a faca usada no crime seria do própria agressor, mas que o caso será investigado pela Polícia Civil. A motivação da briga não foi informada.


A prefeitura de Assú declarou que não existem câmeras de segurança no local onde o crime aconteceu - o que poderia auxiliar nas investigações.


Os dois envolvidos são funcionários contratados pelo município e já atuavam há 3 anos nas funções. De acordo com a prefeitura, após o crime, o setor jurídico apura os fatos para tomar providências necessárias.


Fonte: g1

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Mexicano acusado de comandar cartel ligado ao narcotráfico é extraditado para os EUA

A Polícia Federal confirmou que extraditou um traficante de drogas mexicano de 46 anos para os Estados Unidos, na manhã desta quarta-feira (10). O homem é apontado como uma das lideranças do cartel Jalisco Nova Geração (CJNG) - uma das principais organizações ligadas ao narcotráfico no México.


Traficante mexicano apontado como líder do cartel Jalisco Nova Geração foi extraditado do Brasil para os Estados Unidos nesta quarta-feira (10) — Foto: Cedida/PF


José Gonzales Valencia, conhecido como "Chepa", "Camaron" e "Santy", foi preso no Ceará em dezembro de 2017. Na época, a PF informou que ele passava férias com a família no Brasil.


Desde então, Chepa aguardava o processo na Penitenciária Federal de Mossoró, na região Oeste do Rio Grande do Norte - por ser considerado um preso de alta periculosidade.


O embarque para os Estados Unidos aconteceu no Aeroporto Internacional Aluizio Alves, em São Gonçalo do Amarante, na Grande Natal, em um avião da Drug Enforcement Administration (DEA) - a agência norte-americana de combate ao narcotráfico.


Traficante estava preso no Brasil desde 2017, segundo a PF — Foto: Cedida/PF


Segundo a PF, o homem possui nacionalidade mexicana e norte-americana e é acusado de ser um dos dos três líderes do cartel, sendo responsável pelas operações financeiras do grupo.


No Brasil, o estrangeiro também respondia a uma ação penal, já que entrou no país usando um passaporte boliviano falso.


Cartel Jalisco

Segundo a polícia, o cartel Jalisco Nova Geração (CJNG) é dedicado principalmente ao tráfico de drogas químicas, as quais importa de outros países, como China, Argentina ou Chile.


A mercadoria entra no México disfarçada de medicamentos. A partir daí, tem sua composição alterada, com a adição de outros compostos químicos, é embalada e vendida no país e nos Estados Unidos.


Em 2017, a organização criminosa foi apontada como uma das que mais cresce no México.


Fonte: g1

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Homem é preso pela PF após receber quase 2,5 kg de maconha pelos Correios em Natal

A Polícia Federal prendeu em flagrante na tarde desta terça-feira (9), em Natal, um homem de 23 anos que recebeu 2,49 quilos de maconha recebido pelos Correios. Ele deverá responder por tráfico de drogas.


Droga estava em caixa apreendida pela PF junto com o suspeito no centro de distribuição dos Correios, em Natal. — Foto: Cedida/PF


A prisão aconteceu no Centro de Tratamento de Cartas e Encomendas dos Correios, na Rua dos Tororós, no bairro de Lagoa Nova.


Uma fiscalização de rotina com auxílio dos cães farejadores da raça pastor-belga-malinois, Ice e Iron, detectou que uma das encomendas armazenadas podia conter algum tipo de droga.


Os policiais então ficaram aguardando que o objeto fosse retirado pelo destinatário, o que aconteceu no início da tarde da terça (9).


Cães farejadores identificaram droga em meio a encomendas no centro de distribuição dos Correios em Natal — Foto: Cedida/PF


O homem foi abordado no momento em que tentava deixar a agência conduzindo uma caixa. Os policiais encontraram com ele cinco tabletes de maconha. O homem recebeu voz de prisão e foi conduzido para autuação na sede da PF.


Durante o seu interrogatório, o preso disse ter sido contratado por um desconhecido que pagou R$ 200 para que ele retirasse a encomenda nos Correios e alegou não saber que se tratava de alguma coisa ilícita.


Ele foi indiciado por tráfico de drogas e submetido a exame de corpo de delito no Instituto Técnico-Científico de Perícia (Itep), ficando custodiado na sede da PF, à disposição da Justiça.


Fonte: g1

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RN registra 376.095 casos confirmados e 7.422 mortes por Covid

O Rio Grande do Norte registrou 376.095 casos confirmados de Covid desde o início da pandemia. São 7.422 mortes provocados pela doença no estado. Os dados estão no boletim epidemiológico da Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) desta quarta-feira (10). Outros 1.330 óbitos estão sob investigação.


RN tem 376.095 casos confirmados de Covid — Foto: Richardson Martins/Divulgação


A Sesap notificou 128 novos casos da doença nas últimas 24 horas. São duas mortes a mais em relação ao boletim do dia anterior.


O RN tem ainda 183.806 casos suspeitos e 766.293 casos descartados de Covid.


Atualmente, 174 pessoas estão internadas no RN por causa da Covid-19 - sendo 131 na rede pública e 43 na rede privada (apenas 8 dos 10 hospitais privados atualizaram os dados, de acordo com a Sesap). Com 73 pacientes, a taxa de ocupação dos leitos críticos (semi-intensivo e UTIs) é de 39,4% na rede pública; com 31 internados, a rede privada tem 20,2% de ocupação.


Números do coronavírus no RN

376.095 casos confirmados

7.422 mortes

183.806 casos suspeitos

766.293 casos descartados


Fone: g1

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INSS convoca beneficiários do RN para revisão de auxílio por incapacidade temporária

O INSS iniciou em agosto a revisão dos benefícios por incapacidade temporária mantidos sem perícia por período superior a seis meses e que não possuam data de cessação estipulada ou indicação de reabilitação profissional através do Programa de Revisão dos Benefícios por Incapacidade (PRBI).


Agendamento da perícia é feito pelo app "Meu INSS" — Foto: John Pacheco/G1


No Rio Grande do Norte, apenas 128 beneficiários realizaram a perícia, de acordo com o INSS. Outros 2.158 ainda não agendaram o atendimento. A lista completa pode ser conferida aqui.

Os convocados devem agendar perícia médica pelo aplicativo Meu INSS ou site gov.br/meuinss. Também é possível ligar para a Central 135, que funciona de segunda a sábado, das 7h às 22h.


Para a realização da perícia na data agendada, deverão ser apresentados os documentos pessoais, além de toda a documentação médica que o segurado disponha, tais como laudos com CID, atestados, receitas e exames recentes.


O procedimento é destinado exclusivamente aos beneficiários do antigo auxílio-doença, incluindo o acidentário e engloba apenas as pessoas que estão há mais de seis meses sem passar por perícia médica e sem data definida para cessação do benefício.


Em setembro, o INSS convocou, pelo Diário Oficial da União, 95 mil segurados remanescentes que ainda não haviam agendado a perícia.


O órgão reforça que, a partir do dia 19 de novembro, os segurados que ainda não realizaram o agendamento poderão ter o benefício suspenso.



Como realizar o agendamento da revisão?

É preciso agendar uma perícia médica por um dos canais de atendimento do INSS — Meu INSS (aplicativo ou site gov.br/meuinss) ou pelo telefone 135. Pelo Meu INSS, basta seguir o seguinte passo a passo:


Faça o login no Meu INSS

Clique em "Do que você precisa?", escreva "Agendar Perícia" e, em seguida, em "Novo Requerimento"

Escolha entre "Perícia Inicial", se for a primeira vez, ou "Perícia de Prorrogação", se já estiver em benefício

Siga as orientações que aparecem na tela

Informe os dados necessários para concluir o seu pedido


Fonte: g1

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Paralisação de anestesistas suspende cirurgias eletivas pelo SUS no RN; mil procedimentos deixaram de ser feitos em 10 dias

Hospitais que realizam cirurgias eletivas contratadas pelo Sistema Único de Saúde no Rio Grande do Norte estão com atendimentos suspensos há 10 dias, desde que os médicos anestesistas decidiram paralisar as atividades.


Hospitais conveniados estão sem cirurgias pelo SUS há 10 dias por causa de paralisação de anestesistas. — Foto: Sérgio Henrique Santos/Inter TV Cabugi


A categoria alega atraso nos pagamentos feitos pelo governo do estado e pela prefeitura de Natal.


De acordo com a cooperativa que representa os profissionais, a cirurgias paralisadas são as realizadas dentro do Termo de Cooperação Técnico Financeiro (TCTF) firmado entre o governo federal, estadual e municipal.


O termo abrange cirurgias eletivas de várias áreas realizadas em hospitais públicos e privados conveniados. Também estão inclusos no mesmo contrato os plantões de anestesiologia realizados nas maternidades municipais como a Leide Morais e Araken Farias.


"Em 10 dias, cerca de mil procedimentos, entre cirurgias e exames deixaram de ser feitos", afirmou médico Madson Vidal, que é diretor técnico da Coopanest.


"Estão suspensos todos os serviços de cardiologia no Incor e Hospital do Coração; os atendimento na Liga, no Hospital Luiz Antônio; as neurocirurgias no Hospital do Coração e no Memorial; as cirurgias ortopédicas no Hospital Memorial e na Clínica Paulo Gurgel; todas as cirurgias infantis no Varela Santiago e as cirurgias para retirada de cálculo na policlínica", disse.



Serviços de urgência e emergência foram mantidos, de acordo com ele.


Angústia na espera

A paralisação dos serviços afeta diretamente a vida de pacientes como a pequena Laura Valentina, de 9 meses de idade. Ela foi diagnosticada no início de novembro com uma doença congênita rara no coração: a Tetralogia de Fallot - uma combinação defeitos cardíacos presentes já no nascimento.


Nathalia busca cirurgia cardiológica para a filha Laura, de 9 meses, desde o dia 4 de novembro no RN — Foto: Cedida


Segundo a mãe da criança, Nathalia Eloisa do Nascimento, de 22 anos, o médico que atendeu a bebê encaminhou Laura para uma cirurgia no Incor, em Natal - o documento é do último dia 4 de novembro.


Porém, quando a família do município de Monte Alegre procurou o hospital conveniado foi informada que os procedimentos não estavam sendo realizados pelo SUS.


"Ela tem dois furinhos no coração e uma veia estreita. Tem hora que ela fica roxinha e a gente tem que levar pro hospital, para ficar no oxigênio. Quando liguei, disseram que não estavam fazendo cirurgia pelo SUS. Liguei de novo essa semana e nem na fila de espera ela está. Estão com cirurgias paralisadas já tem quase duas semanas. Me sinto angustiada, por ver minha filha nesse estado", diz a Nathalia.


Falta de pagamento


De acordo com a Coopanest, há um "problema crônico" de atrasos nos pagamentos por parte das Secretarias Estadual e Municipal de Saúde que piorou nos últimos meses. Um acordo de parcelamento das dívidas foi realizado, mas a situação teria voltado e se repetir.


"Os anestesiologistas estavam sem receber desde janeiro, foi feito um acordo com os dois secretários com a interveniência do Ministério Público, que se não pagasse até o final de outubro a cooperativa estava autorizada por eles a descontinuar o atendimento", diz o médico Madson Vidal.


Madson Vidal, diretor da cooperativa dos anestesiologistas no RN — Foto: Reprodução/Inter TV Cabugi


Sesap diz que trabalha por regularização

Em nota, a Secretaria Estadual disse que está repassando as parcelas do acordo feito com a Prefeitura de Natal para pagamento dos parcelamentos às cooperativas em dia e que está "trabalhando para viabilizar o pagamento das faturas regulares mensais".


Já a Secretaria Municipal de Saúde de Natal não se posicionou sobre o assunto até a publicação desta matéria.


MP pede bloqueio de verbas da Prefeitura de Natal

O Ministério Público informou que, diante do não pagamento à cooperativa dos anestesiologistas, pediu à 3ª vara da Fazenda Pública de Natal o bloqueio de R$ 1.688.097,91 das contas da prefeitura de Natal.


"O MPRN esclarece que essa quantia foi alcançada somando-se os débitos integrais em aberto devidos à Coopanest e à Prontoclínica, bem como os débitos até a competência de abril/2021 do Hospital Memorial, no montante de R$ 1.034.511,78, dada a necessidade de dar aos dois prestadores ortopédicos um tratamento mais isonômico", informou.


Fonte: g1

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Com inflação de 10,67% em 12 meses, poupança tem pior rendimento real em 30 anos

A poupança completou 14 meses seguidos de perdas no acumulado em 12 meses descontando a inflação, atingindo em outubro a pior rentabilidade real em 30 anos, segundo dados da provedora de informações financeiras Economatica.


Com a inflação acumulada de 10,67% nos 12 meses até outubro, a rentabilidade real da caderneta ficou negativa em 7,59% no mesmo período. Trata-se do pior rendimento real da modalidade desde outubro de 1991, quando o poupador que deixou o dinheiro nesta modalidade perdeu -9,72% do poder aquisitivo no acumulado em 1 ano.


Rentabilidade real da poupança em 12 meses — Foto: Economia g1


Rendimento da caderneta

Com a Selic atualmente em 7,75%, o rendimento da poupança é de 5,43% ao ano – bem abaixo da inflação, o que faz com que o poupador tenha perdas no poder aquisitivo, apesar do ganho nominal (em reais).


Pela regra em vigor desde 2012, quando a Selic está abaixo de 8,5% a correção anual da caderneta de poupança é limitada a um percentual equivalente a 70% dos juros básicos mais a Taxa Referencial (TR, que está em zero desde 2017).



A expectativa é de que a Selic supere o patamar de 8,5% ao final de 2021. Com isso, a poupança passaria a render 0,5% ao mês + TR, ou 6,17% ao ano. O mercado projeta atualmente uma Selic em 9,25% ao ano no fim de 2021. Entretanto, para o fim de 2022, os economistas subiram a expectativa para a taxa Selic para 11% ao ano.


Fonte: g1

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Pfizer inicia testes no Brasil de medicamento experimental contra Covid-19

A farmacêutica Pfizer iniciou, no Brasil, estudos clínicos da pílula experimental Paxlovid, medicamento para tratamento contra a Covid-19 que gerou, em resultados preliminares, redução de 89% do risco de hospitalização ou morte em adultos vulneráveis.


Comprimido da Pfizer — Foto: REUTERS/Dado Ruvic/Illustration/File Photo


Segundo a farmacêutica, os estudos ocorrem em 29 centros de pesquisa nos estados do Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Mato Grosso, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Rio de Janeiro e São Paulo.


Em Campinas (SP), cerca de 300 voluntários participarão do estudo, que é de fase 2/3. O antiviral é administrado em duas clínicas particulares e no Hospital PUC-Campinas, que começa o uso na quinta-feira (11). O medicamento foi encaminhado para o hospital na terça-feira (9).


Em outras cidades do Brasil, os testes começaram na segunda semana de outubro. "Nesses estudos, o fármaco é coadministrado com uma baixa dose do ritonavir, um antirretroviral utilizado em tratamento de infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV)", informou a Pfizer.


Se aprovado, o Paxlovid deverá ser usado logo após o aparecimento dos sintomas em pessoas com alto risco de desenvolver a forma grave da doença.



O medicamento, conhecido como inibidor de protease, é desenvolvido para bloquear uma enzima de que o vírus precisa para se multiplicar. Quando tomado junto com uma dose baixa do ritonavir, permanece no corpo por mais tempo.


Além do Brasil, os testes dessa fase ocorrem nos Estados Unidos, na Hungria, no Japão, na Coreia do Sul, na Malásia, no México, na Polônia, em Porto Rico, na Tailândia e na Turquia.


A expectativa é que, a partir dos resultados obtidos, a Pfizer entre com pedido de autorização para uso no órgão regulador de medicamentos dos EUA, o FDA (na sigla em inglês), e depois para a agência europeia de saúde. Em seguida, deve ocorrer a solicitação para Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), no Brasil.


Pfizer diz que pílula contra Covid reduziu em 89% internações e mortes — Foto: Getty Images via BBC


Os testes no Brasil

Segundo a Pfizer, três estudos pivotais, randomizados, duplo-cego e controlados por placebo ocorrem nos centros de pesquisa do Brasil.


Um deles busca pacientes não vacinados ou vacinados com suspeita e/ou diagnóstico de Covid-19 e com baixo risco de desenvolver doença grave.


O outro reúne voluntários não vacinados com suspeita e/ou diagnóstico de Covid-19 e com alto risco de desenvolver doença grave. Há, ainda, o estudo em pessoas não vacinadas cujos contatos domiciliares estão com Covid-19.


Hospital PUC Campinas — Foto: Crislaine Gava/Hospital PUC Campinas


Voluntários na PUC-Campinas

Diretor do centro de pesquisa do Hospital PUC-Campinas, Danilo Villagelin afirma que os voluntários da unidade devem ser contactantes de pessoas com teste positivo para Covid-19. Em geral, podem ser familiares que moram nas mesmas casas, mas não podem ter tomado a vacina.


"A transmissão da Covid é muito alta de indivíduo para indivíduo e, geralmente, esse moradores mais próximos, esses contactantes, são as pessoas mais infectadas quando a gente tem um caso de doença na família", explicou.


"A ideia é dar essa medicação e, com isso, essa pessoa que teve contato com o vírus, ela não vai desenvolver a doença. A gente já está conseguindo agir antes da doença aparecer".

Villagelin afirma que podem se voluntariar as pessoas que tiveram contato com o vírus em até cinco dias. Após o pedido dos voluntários, os pesquisadores avaliam se eles se enquadram nos critérios para participar.


Fonte: g1

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Nenhuma câmera registrou a queda do avião com Marília Mendonça, diz delegado

A Polícia Civil confirmou, nesta quarta-feira (10), que nenhuma câmera de monitoramento registrou a queda do avião que matou a cantora Marília Mendonça e outras quatro pessoas.


Delegado Ivan Sales afirma que nenhuma câmera registrou o acidente com o avião que matou Marília Mendonça — Foto: Reprodução/Polícia Civil


A informação foi divulgada pelo delegado regional Ivan Sales, responsável pelas investigações da Polícia Civil.


“No domingo, a Polícia Civil, com um investigador, um técnico em monitoramento de câmeras e um perito diligenciaram em residências próximas ao local do acidente, visando avaliar se algumas dessas câmeras captaram imagens da queda do avião, o que não ocorreu”, afirmou.

A visita às residências próximas já havia sido divulgada por moradores da região. Um casal, que foi flagrado testemunhando o acidente, contou que recebeu a visita de investigadores no último domingo. Porém, a câmera da residência registrou apenas a reação deles diante da queda do avião.


O delegado Ivan Sales também revelou os próximos passos das investigações: “Nos próximos dias a PC ouvirá testemunhas e aguardará que os laudos periciais fiquem prontos para a gente passar a destacar hipóteses e chegar à conclusão da investigação”.


Segundo ele, a investigação da Polícia Civil tem como objetivo apurar possíveis responsabilidades criminais, enquanto a investigação do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos tem a intenção de evitar que outros acidentes ocorram de forma semelhante.


“Embora as investigações sejam independentes e com objetivos distintos, esses órgãos trocarão certamente informações entre si, notadamente no que tange aos laudos periciais. Existem laudos que a PC é técnica para fazer, existem laudos periciais que o Cenipa tem especialização pra fazer. No que a PC e o Cenipa demandarem, haverá compartilhamento dos laudos”, explicou.

Anteriormente, o delegado já havia destacado que a investigação não possui prazo para ser encerrada, mas que os órgãos buscam a conclusão no menor tempo possível.


“É importante ressaltar que a Polícia Civil quer dar uma resposta célere, mas uma resposta célere não significa uma resposta rápida. Uma reposta célere é a resposta mais técnica, no menor tempo possível", afirmou.


Pilotos e técnico da Cenipa colhem pistas do avião que caiu causando a morte da cantora Marília Mendonça e mais quatro pessoas — Foto: Carlos Eduardo Alvim/TV Globo


Fonte: g1

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Mulher que estava em quarto com MC Kevin presta novo depoimento à polícia

Bianca Domingues, a mulher que estava com MC Kevin na noite de sua morte, chegou à 16ª DP (Barra da Tijuca) por volta das 16h15 desta quarta-feira (10) para prestar novos esclarecimentos sobre o caso. O funkeiro morreu em maio, depois de cair da varanda de um hotel no Rio.


Danilo Garcia de Andrade, advogado de Bianca Domingues, chega à 16ª DP (Barra da Tijuca) — Foto: Elisa Soupin/g1 Rio


A jovem entrou sem falar com a imprensa.


Seu advogado, Danilo Garcia de Andrade, afirmou que ela vai reiterar o último depoimento prestado.


"É prerrogativa da minha cliente dar esse depoimento, ela escolheu falar para elucidar o fato em respeito aos fãs e à família do MC Kevin. Ela está muito segura do que ela viu e ela vai confirmar a briga entre o Kevin e o Victor", disse ele.

Victor Elias Fontenelle é o MC VK.


Sobre as mudanças de versões em diferentes depoimentos, o advogado afirmou que se tratam, na verdade, de informações complementares.


"[No primeiro depoimento] Ela estava sob efeito de álcool e entorpecentes que haviam sido dados a ela. Depois do choque ela foi se recordando e esclareceu tudo à polícia. Ela irá repetir o depoimento dela", afirmou.


Bianca Domingues estava em quarto de hotel com MC Kevin — Foto: Reprodução/Redes sociais


Depoimento em maio

Bianca foi ouvida em maio, alguns dias depois de MC Kevin morrer.


Na ocasião, ela afirmou em depoimento que Jhonatas Cruz, amigo de Kevin expulso do quarto onde estavam, tinha voltado ao local momentos antes do acidente. Segundo ela, Jonathas disse: “Estão vindo aí, vai moiá”.


O “aviso” foi citado por Bianca à polícia. O depoimento dela diverge do que disse o próprio Jhonatas e também do depoimento de MC VK, que fez sexo com a modelo no quarto onde Kevin estava (veja os pontos semelhantes e discrepantes dos depoimentos mais abaixo).


Após o "aviso" de Jonathas, segundo Bianca, VK também disse a Kevin “para sair fora, pois vai moiá”. Kevin chegou a chamar a modelo para a varanda, mas tentou descer um andar para, supostamente, fugir de uma eventual descoberta de sua esposa de que ela a estivesse traindo, e acabou despencando.


A viúva de MC Kevin, a advogada Deolane Bezerra, estava com ele no hotel. Ela afirmou que os dois tinham tido um mal-entendido e que ela estava dormindo esperando ele chegar no momento do acidente.


Deolane também contou à polícia ter ficado sabendo, depois da morte do cantor, que Kevin estava no quarto do amigo e teria pulado da varanda após alguém bater na porta e ele achar que poderia ser ela.


MC Kevin e sua mulher, a advogada Deolane Bezerra — Foto: Reprodução Instagram/mckevin


Fonte: g1

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Brumadinho: mais uma vítima da tragédia da Vale é identificada; agora são sete desaparecidos

A Polícia Civil de Minas Gerais identificou, nesta quarta-feira (10), mais uma vítima do rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.


Uberlandio Antonio da Silva — Foto: Reprodução


O g1 apurou que trata-se de Uberlandio Antônio da Silva, empregado terceirizado da Vale, natural do Espírito Santo. Na época, ele tinha 55 anos.


A polícia disse que a família foi comunicada poucas horas antes de a nova identificação ser comunicada à imprensa. A reportagem falou com a filha dele.


A tragédia provocou a morte de 270 pessoas, em janeiro de 2019. Com a nova identificação, sete continuam desaparecidas. Veja quem são elas:


CRISTIANE ANTUNES CAMPOS

LECILDA DE OLIVEIRA

LUIS FELIPE ALVES

MARIA DE LURDES DA COSTA BUENO

NATHALIA DE OLIVEIRA PORTO ARAUJO

OLIMPIO GOMES PINTO

TIAGO TADEU MENDES DA SILVA


Sete pessoas continuam desaparecidas, mais de 2 anos e 9 meses após tragédia da Vale em Brumadinho. — Foto: Arquivo g1


A última vítima identificada tinha sido Angelita Cristiane Freitas de Assis, no dia 6 de outubro (leia mais sobre ela ao final da reportagem).


Corpo encontrado em outubro

A identificação de Uberlandio foi realizada por meio dos trabalhos das equipes do Instituto de Criminalística, a partir de DNA.


O corpo de Uberlandio é o que foi encontrado no dia 2 de outubro pelos bombeiros que atuam em Brumadinho há mais de mil dias. A informação foi confirmada pela perita criminal da Polícia Civil Ângela Romano, em coletiva de imprensa nesta tarde.


Segundo ela, a ossada foi encontrada inteira, a oito metros de profundidade. Mas, apesar disso, a identificação teve que ser por DNA, porque esta vítima não tinha dados para ser identificada pela arcada dentária.


"Em algumas vítimas estava documentos, correntinhas, que nos ajudam a dar um direcionamento, mas a identificação realmente é feita por impressão digital, arcada dentária ou DNA. Como não existia dados antes para identificar pela arcada, fizemos o DNA", disse a perita.

Segundo o perito Higgor Dornelas, o IML trabalha no momento com várias amostras, porque "os encontros são quase diários em Brumadinho", mas só é possível saber se é uma nova identificação após exames.



No momento, segundo ele, existem cerca de 30 amostras aguardando identificação ou reidentificação.


Com a mudança de estratégia nas buscas, que passou a ser adotada no mês passado, a expectativa é que novas identificações aconteçam com mais agilidade.


Trata-se da implantação das chamadas estações de busca, equipamentos desenvolvidos especificamente para Operação Brumadinho. Parte do maquinário foi importada da Finlândia.


“Com essa estratégia, a gente deve conseguir aumentar significativamente a velocidade de vistoria dos rejeitos, pode acelerar em até quatro vezes”, diz o porta-voz do Corpo de Bombeiros, tenente Pedro Aihara, em entrevista ao g1 em outubro.


Última identificada


Angelita Cristiane Freitas de Assis foi identificada no início de outubro — Foto: Reprodução/Redes sociais


O material biológico da técnica de enfermagem Angelita foi encontrado no dia de 5 agosto. Segundo o médico-legista do setor de Antropologia Forense do Instituto Médico Legal (IML), Ricardo Moreira Araújo, destacado para acompanhamento da força-tarefa em Brumadinho, a identificação da vítima foi realizada por meio de DNA.


Mãe de 2 filhos e enfermeira: conheça Angelita, 262ª vítima identificada de Brumadinho

"Na tarde de hoje [6 de outubro], por volta das 13h, o IML recebeu um laudo de DNA proveniente do Instituto de Criminalística confirmando a identificação de um material biológico que havia aportado no IML em agosto. O esposo da vítima foi comunicado às 15h10 sobre essa identificação", disse o médico-legista.


A última vítima do rompimento da barragem da Vale em Brumadinho a ser identificada antes de Angelita tinha sido Juliana Creizimar de Resende Silva, no dia 25 de agosto.


Juliana Creizimar de Resende Silva, quando ainda estava grávida dos gêmeos. Ela morreu poucos meses depois que eles nasceram, na tragédia da Vale — Foto: Reprodução


Fonte: g1

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Auxílio Brasil: vou receber? Qual será o valor? Veja como consultar

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O governo federal começa a pagar no próximo dia 17 de novembro o Auxílio Brasil – programa que substitui o Bolsa Família.


Para os beneficiários, no entanto, seguem as dúvidas. O Ministério da Cidadania promete incluir mais 2,4 milhões de pessoas no novo auxílio, além dos 14,6 milhões já atendidos pelo Bolsa Família até dezembro.


Segundo o ministério, os beneficiários poderão consultar se serão contemplados e que valor irão receber "até o fim desta semana".


Como saber se eu vou receber? E quanto?

Todos os beneficiários do Bolsa Família devem receber o Auxílio Brasil este mês, segundo o Ministério da Cidadania. A fila, no entanto, só será zerada em dezembro. Novos beneficiários não devem ser incluídos este mês.


Sem a aprovação final da PEC dos Precatórios, o valor mínimo de R$ 400 também não deve ser pago em novembro. Um benefício de transição, no entanto, deve garantir que nenhum beneficiário tenha redução no valor da ajuda em relação ao Bolsa Família.


Mas é preciso lembrar que muitos beneficiários do Bolsa Família receberam, até setembro, o Auxílio Emergencial – e a nova ajuda poderá ser menor do que este último.



Segundo o Ministério da Cidadania, a concessão e o valor do benefício poderão ser consultados nos próximos dias:


no antigo aplicativo do Bolsa Família;


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ou pela Central de Relacionamento do Ministério da Cidadania, pelo telefone 121

Nesta quarta, o 121 retorna a mensagem de que "O Auxílio Brasil está em fase de implementação".


Fonte: g1

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Médico que denunciou Prevent é alvo de ameaças e pede inclusão em Programa de Proteção, diz senador Randolfe Rodrigues

O senador Randolfe Rodrigues (Rede) afirmou nesta quarta-feira (10) que um dos médicos que fizeram denúncias contra a Prevent Senior durante a pandemia da Covid-19 tem sofrido ameaças e pediu a inclusão de seu nome e de sua família no Programa de Proteção à Testemunha.


Os médicos George Joppert, Andressa Joppert e Walter Correa, que trabalhavam para a Prevent Senior — Foto: Reprodução/TV Globo


“O médico Walter Correa está sendo ameaçado. Ele está no Programa de Proteção à Testemunha. Ele e a esposa dele ameaçados", disse Randolfe durante entrevista coletiva concedida em São Paulo com os promotores que fazem parte da força-tarefa do Ministério Público do estado de São Paulo que investiga a operadora de saúde.


De acordo com o procurador-geral de Justiça de São Paulo, Mario Sarrubo, haverá uma investigação específica sobre as ameaças ao médico. Ele afirmou que essa é uma das informações "estarrecedoras" trazidas pelos senadores na reunião desta terça.


A advogada Bruna Morato, que representa médicos e os ajudou a elaborar um dossiê com as denúncias de irregularidades cometidas pela operadora de plano de saúde durante a pandemia, confirmou que foi feito um pedido ao Ministério Público Federal para a inclusão de Corrêa e da família dele no Programa de Proteção à Testemunha, mas que ainda não houve uma resposta a respeito disso.


O médico Walter Correa chegou a registrar boletim de ocorrência depois que recebeu uma ligação do diretor-executivo da empresa, Pedro Batista Júnior.


A ligação foi em abril deste ano, depois que Correa foi ouvido, sem se identificar, para uma reportagem com denúncias contra a Prevent. “A minha esposa estava do lado e ficou apavorada com aquilo. Queria até ir embora da cidade. Ficou assustada, temendo pela minha filha, a gente ficou apavorado com aquilo”, afirmou.


Randolfe, vice-presidente da CPI da Covid no Senado, além dos também senadores Omar Aziz (PSD), presidente da comissão, e Renan Calheiros (MDB), relator da CPI, entregaram, nesta quarta, o relatório da comissão a juristas e promotores da força-tarefa do MP. O material será usado na investigação sobre a Prevent.


Rotina de medo após denúncias

Correa é um dos três médicos que trabalhavam na operadora que ajudaram na construção do dossiê investigado pela CPI da Covid e mostraram o rosto pela primeira vez, em entrevista ao Fantástico em outubro. Eles narraram pressão da operadora de saúde para a alta precoce de pacientes, a fim de diminuir custos e liberar leitos de UTI nos hospitais da empresa.


Correa, George Joppert e Andressa Joppert dizem que vivem atualmente uma rotina de medo, apreensão e insegurança, após as denúncias contra a operadora se tornarem públicas.


Na entrevista, reafirmam a pressão para prescrição de ‘kit Covid’ nos hospitais da empresa e confirmam a meta para que os médicos atendessem 60 pacientes por cada plantão de 12 horas nos hospitais.


“A intenção de denunciar também é expor a fraude. Expor a fraude do tratamento precoce, a fraude de suposto sucesso de gestão”, disse Walter Correa ao Fantástico.


“Nós estamos fazendo a coisa certa. Nós não somos criminosos. O bem social acho que tem que prevalecer acima de qualquer outra definição, ou de dinheiro ou de lucro”, afirmou George Joppert.

“São vidas que eles estão cuidando, e não estão cuidando como deveriam cuidar”, declarou Andressa Joppert. Os três fazem parte do grupo de 12 médicos que escreveram o dossiê contra a operadora e devem ser ouvidos pela CPI da Covid nos próximos dias.


Na entrevista, George e Andressa Joppert também negam ter manipulado estudo polêmico da Prevent Senior sobre o ‘kit Covid’ (veja detalhes clicando aqui).


‘Kit Covid’

Os três médicos contam que, no ano passado, houve muita pressão da Prevent Senior para que eles receitassem o chamado “kit Covid”, que é o pacote com os remédios ineficazes contra a Covid-19, que era distribuído para os clientes do plano de saúde no momento das consultas.


Segundo os profissionais, não havia autonomia dos médicos para decidir ou não pela prescrição desses remédios durante a pandemia.


“Eles estavam de olho em quem prescrevia ou não. Foi uma coisa que eles tinham um controle, então não havia essa autonomia”, afirmou Walter Correa.

“Entregava a receita, entregava o kit que já ficava no consultório. Era tudo controlado. Ficava um balde com um monte de saquinho com os kits, era meio constrangedor às vezes, entregava para os pacientes a receita com kit e orientava 'olha, a gente tem que prescrever mas melhor usa só as vitaminas, não usa medicação'. E era assim que funcionava”, completou.


O Hospital Sancta Maggiore do Paraíso, Zona Sul de São Paulo, pertencente à rede Prevent Senior. — Foto: Reprodução/TV Globo


Andressa diz que um diretor chegou a obrigá-la a receitar hidroxicloquina a uma paciente com problemas cardíacos, sob ameaça velada de demissão.


“É uma contraindicação para o uso de hidroxicloroquina. Até no próprio protocolo da Prevent é uma contraindicação. Então, mesmo com aquela contraindicação, eu fui orientada. Teria que prescrever, mas eu não prescrevi. E fui chamada atenção”, afirmou a médica.

Questionada sobre o que poderia acontecer com o médico que não receitasse os remédios ineficazes, a médica foi taxativa: “Ele teria um castigo. Ficaria sem os plantões uma semana, duas semanas, dependendo do que ele fez. O castigo dele seria isso: não teria o dinheiro dele planejado no fim do mês”, disse Andressa.


“Não era necessário que fosse feito uma ameaça aos médicos. O ambiente hostil já fazia isso por si só. A gente já sabia que existe uma sugestão de um protocolo, se você não segui-lo, você vai sofrer sanções. O máximo que acontecia era alguém prescrever e orientar a não usar”, declarou Walter Correa, que trabalhou oito anos como plantonista do Pronto Socorro da Prevent Senior.


Ele foi demitido em fevereiro deste ano e acha que o motivo do desligamento foi justamente por ter deixado de prescrever o “kit Covid” por algum tempo.



“Apesar de ter ficado muito tempo lá, eu acho que nunca me adequei muito bem às práticas da Prevent Senior. É curioso até eu ter ficado tanto tempo, mas acho que a gota d'água foi no final, a questão de eu ter ficado sem prescrever o kit”.


Redução de custos e meta de atendimento

A Prevent Senior tem atualmente mais de 500 mil clientes. No ano passado, o lucro da operadora de plano de saúde chegou a quase meio bilhão de reais.


Apesar disso, os médicos que denunciaram que a distribuição do “kit Covid’ para pacientes da empresa era uma forma de reduzir o número de pacientes que procuram os hospitais para buscar tratamento e, dessa forma, diminuir também os custos da operadora.


Eles disseram ainda que, dentro dessa mesma lógica, entram outras práticas da Prevent Senior, como dar altas antes do momento certo, evitar determinados procedimentos mais caros e até mesmo uma pressão para liberar leitos de UTI nos hospitais da empresa.


“Importa é o fluxo, importa é o número, não importa o paciente. Vejo a Prevent como especialista em números e não importam as pessoas”, disse o médico Walter Correa.


Meta de atendimentos por plantão

Os médicos da Prevent Senior também disseram que tinham que cumprir uma meta: atender 60 pacientes em 12 horas, o que representa um paciente a cada 12 minutos.


“Infelizmente eles têm essa política, mas felizmente a gente tem essa parte da ética. E a gente sempre tentou fazer conforme a ética. Eu várias vezes levei bronca lá por não cumprir a meta”, contou Andressa Joppert.


A médica é casada com George Joppert, que trabalhou na operadora de saúde de 2015 até agosto de 2020. Ela, que entrou na empresa um ano antes do marido, foi demitida junto com ele.



Questionado sobre o motivo da demissão, George respondeu: “Eles não falaram nada, só que eu ia ser demitido e era para eu assinar a rescisão”.


Fachada de hospital da Prevent Senior, localizado na região da Avenida Paulista, a empresa é alvo de investigação por receitar aos pacinetes (Kit Covid) uso de remédios sem eficácia contra (COVID-19), quinta feita 30. — Foto: ANDRé RIBEIRO/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO


Medo e ameaças

Os médicos dizem que decidiram se expor para denunciar práticas ilegais por parte da Prevent Senior para que elas tivessem fim. Mas, desde que seus nomes foram divulgados pela própria operadora, eles relatam uma rotina de medo, apreensão e insegurança.


O médico Walter Correa chegou a registrar boletim de ocorrência depois que recebeu uma ligação do diretor-executivo da empresa, Pedro Batista Júnior.


A ligação foi em abril deste ano, depois que Walter foi ouvido, sem se identificar, para uma reportagem com denúncias contra a Prevent.


“A minha esposa estava do lado e ficou apavorada com aquilo. Queria até ir embora da cidade. Ficou assustada, temendo pela minha filha, a gente ficou apavorado com aquilo”, afirmou.


O que diz a Prevent Senior

Pedro Batista Júnior e a direção da Prevent Senior enviaram nota ao Fantástico. Na nota, o diretor disse que "refuta a suposta ameaça", que se tratava de uma conversa entre, até então, dois amigos, em que ele, Pedro, alertava para a "má conduta da violação do prontuário de um paciente".



O diretor-executivo falou que vai processar Walter Correa por denunciação caluniosa.


Sobre a afirmação da médica Andressa Joppert, de ter sido obrigada a receitar hidroxicloroquina para uma paciente cardíaca, a Prevent Senior informou que a paciente recebeu os tratamentos adequados, foi acompanhada pelos cardiologistas da empresa e encontra-se em bom estado de saúde.


Pedro Benedito Batista Júnior, diretor da Prevent Senior, durante depoimento à CPI da Covid — Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado


A empresa disse também que "jamais adotou protocolos para redução de custo", que "investigações técnicas esclarecerão os fatos".


"A Prevent  Senior jamais adotou protocolos para redução de custos. Pelo contrário, investiu R$ 250 milhões durante a pandemia na aquisição de equipamentos, contratação de profissionais e um programa de testagem em massa que atendeu mais de 500 mil beneficiários, com milhares de vidas salvas. Os médicos da Prevent jamais negligenciam as consultas, que duram o tempo necessário", informou a nota.

A empresa também afirmou que os médicos estão mentindo e forjando acusações, “montadas a partir da manipulação de mensagens por três médicos demitidos da empresa por condutas irregulares”. Dentre elas, casos de "mau atendimento a pacientes que resultaram em boletins de ocorrência".


O Fantástico pediu à Prevent Senior que mostrasse os boletins, mas a empresa disse que vai apresentá-los no momento oportuno, judicialmente.


Os médicos ouvidos pela reportagem afirmaram desconhecer esses boletins.



Mudanças urgentes

Questionados pela reportagem sobre o motivo de estarem apresentando publicamente as denúncias, os médicos afirmaram que buscam mudança no método de ação da empresa no tratamento dos pacientes.


“Acho que precisa uma mudança. As pessoas, elas precisam de um cuidado melhor. (...) É uma pandemia, algo que a gente nunca enfrentou, mas precisa ser com ética. Então a gente tá aqui, mostrando que a gente precisa fazer alguma coisa, porque isso não pode mais acontecer”, declarou Andressa.


“Eles estavam vendendo uma coisa que não funcionava e que literalmente estavam enganando as pessoas, colocando as pessoas em risco. Se não houver uma atitude muito energética das autoridades com a Prevent, eles vão continuar fazendo isso e vão sair ilesos de toda essa história”, disse Walter Correa.


Fonte: g1

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