domingo, maio 08, 2022

ITAÚ; Futebol feminino: Em apresentação "Guerreiras em Ação" registra o 1° saldo negativo no placar

 


Na noite de sábado (07/05), a cidade de Itaú-RN acolheu o 1º amistoso de apresentação da equipe de futsal itauense "Guerreiras em Ação" no ginásio Poliesportivo Emanuela Fernandes de Melo.

 

As mulheres tem ganhado espaço na sociedade ao longo dos anos, especialmente no esporte, fato esse que faz o município de Itaú também fazer parte desses dados, onde apontam o empoderamento do sexo feminino. A equipe "Guerreiras em Ação" idealizada pela Diretora/Locutora da Rádio Cidade FM Itauense; Têka, fez sua apresentação, contudo, o resultado não foi esperado; mesmo com uma goleada de 5x0 a equipe mostrou que mesmo diante do resultado negativo, o importante é competir e através dos treinos buscar cada dia mais o entrosamento entre suas atletas.

 




O 1° Amistoso de Apresentação da Equipe Guerreiras em Ação contou com  a participação das Equipes Masculinas representando a Escola José Porto de Queiroz (JPQ) na responsabilidade do Professor e Treinador Alailton Maia, que deu abertura ao ciclo do amistoso com o 1° JOGO SUB12, tendo inicio por volta das 18:30h. A equipe JPQ perdeu por 3 x 6 para seu adversário JM Escolinha de Apodi, comandada pelo Professor e treinador Nenêm, um conceituado profissional por sua vasta experiência, onde há mais de 25 anos na prática esportiva e inclusão social com a escolinha, vem desenvolvendo habilidades e talentos de meninos e meninas em várias modalidades; levando alguns de seus jogadores e jogadores para times profissionais.

 

Equipe JM Escolinha Apodi SUB 15

Equipe JPQ de Itaú SUB 15


Em seguida foi a vez do SUB15 da Escola JPQ que é treinado por  Alves e ficou sob as orientações também do Professor e Treinador Alailton Maia, que também não obteve sucesso na partida ao ser goleada pelo mesmo placar de 3 x 6 para os meninos do SUB 15 da JM Escolinha Apodi.

 


O terceiro e último jogo foi a apresentação oficial da equipe da casa que não construiu um bom resultado e acabou perdendo para o time feminino da JM Escolinha Apodi que ganhou todas as partidas do torneio.

 

Sobre as Guerreira em Ação.

 

Criado pela Diretora/Apresentadora Têka á equipe "Guerreiras em Ação fez sua apresentação na noite deste sábado com sua formação de existência, que vem se preparando há 4 meses com adolescentes, jovens e adultas itauenses que mesmo com seus afazeres diários e profissionais, encontram tempo para a prática esportiva através do Futsal.

 

1- TÊKA

2- FABIANA

3- LEANNY

5- ARIANNY

7- NATTY

9- LENA

10- KAMILA

11- FAFÁ

12- SYANG

14- RUTH

15- MARIA CLARA

18- EVÂNDIA

20- CLAUDIANA

69- SANDY

99- KRISGOL

 

Diante do amistoso, Têka convidou o jovem Mateus para ser o treinador da equipe, mas devido a mudanças de datas e tendo compromissos no mesmo dia do amistoso não pode está orientando a equipe, que contou com o auxílio de Rael que  mora em Natal e se encontrava visitando a família em Itaú para acompanhar e orientar a equipe.

 

Para ver todas as fotos do amistoso clique aqui ou na imagem abaixo:





Arlindo Maia da Redação do Cidade News

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Influnciadora digital potiguar morre em acidente em Portugal

Um acidente de trânsito em Portugal matou a influenciadora digital potiguar Handkelly Bezerra, mais conhecida nas redes sociais como Hand, que administrava o perfil Casa 194.


Handkelly Bezerra faleceu em acidente em Portugal — Foto: Reprodução/Redes sociais


O caso teria acontecido na madrugada deste sábado (7). Nas redes sociais, seguidores e amigos lamentaram a tragédia. De acordo com amigos, o marido dela, que a acompanhava na viagem, está hospitalizado.


Hand estava registrando sua viagem à Europa com o marido e postou fotos e vídeos de passeios por Portugal ao longo da sexta-feira (6). Em suas últimas postagens ela avisou aos seguidores que viajarai na madrugada do sábado (7) para outro país europeu.


Influenciadora potiguar estava em viagem pela Europa. — Foto: Reprodução


Segundo os amigos, o casal estava em um transporte por aplicativo e seguia para o aeroporto, porém o veículo se envolveu no acidente.


Em contato com o g1, um amigo próximo da família confirmou a morte da Hand, mas preferiu não dar mais informações sobre o caso.


Outra amiga, que também é influenciadora, afirmou que tomou conhecimento sobre o acidente por meio das redes sociais.


"Recebi a notícia há pouco tempo que tinha acontecido o acidente, vi nos olhos do seu irmão o desespero e a tristeza de dar a notícia aos clientes e amigos. Deus te receba com toda a festa que sua alma merece, vc era um ser humano iluminado", escreveu uma colega nos comentários da última publicação da influencer.


Fonte: g1

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Criminosos tentam arrombar caixa eletrônico em agência bancária no interior do RN

Criminosos entraram em uma agência bancária e tentaram arrombar um caixa eletrônico entre a noite de quinta-feira (5) e a madrugada desta sexta-feira (6) em Ipanguaçu, no Oeste potiguar.


Criminosos entraram em agência bancária e tentaram arrombar caixa eletrônico em Ipanguaçu. — Foto: PM/Cedida


O caso foi registrado pela Polícia Militar por volta das 7h, quando clientes que chegaram ao local perceberam a agência do Bradesco revirada e acionaram as forças de segurança pública.


O prédio fica em uma área comercial no trecho urbano da RN-118 e não há residências próximas.


Ainda de acordo com a Polícia Militar, apesar de tentarem arrombar o caixa eletrônico com uma lixadeira, os criminosos não conseguiram levar o dinheiro do estabelecimento.


A porta da agência fica aberta 24 horas para que os clientes possam acessar os caixas e não há alarme ou câmera de vigilância no local. Para a Polícia Militar, os criminosos podem ter fugido ao ouvirem algum barulho ou perceberem aproximação de alguém.


O gerente da agência informou à polícia que o equipamento não tinha sido reabatescido nesta semana e estava com pouco dinheiro.


Ainda não há informações sobre os criminosos. A polícia realiza uma verificação nas imagens da central de monitoramento de câmeras de segurança do município para tentar identificar suspeitos e saber por onde fugiram.


Agência do Bradesco foi alvo de criminosos em Ipanguaçu — Foto: PM/Cedida


Fonte: g1

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Acordo na Justiça prevê aposentadoria compulsória aos 75 anos para funcionários de estatais do RN

Em acordo realizado no Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania da Justiça do Trabalho em Natal, o governo do Rio Grande do Norte concordou em só aposentar compulsoriamente os empregados de empresas estatais aos 75 anos, e não mais aos 70 anos, como vinha acontecendo.


TRT-RN, Tribunal Regional do Trabalho do RN — Foto: Divulgação/TRT


Os trabalhadores são funcionários de empresas como a Datanorte, Emparn e Ceasa.


A audiência foi dirigida pela juíza Simone Medeiros Jalil, em ação civil pública ajuizada pelo Sindicato dos Servidores Públicos da Administração Indireta do RN (Sinai).


Na ação, o Sindicato pedia que esses empregados não fossem mais aposentados de forma obrigatória aos 70 anos como a administração pública estadual estava fazendo.


Para o Sindicato, no caso dos empregados públicos (regidos pela CLT), como é o caso dos funcionários das estatais, aplicam-se as mesmas regras do setor privado.


Ainda que se entendesse pela aplicabilidade da aposentadoria compulsória aos empregados públicos, o sindicato considerou que esta somente se configura com a idade de 75, por força da Lei Complementar no 152/2015.


Pelo acordo firmado pelo Cejusc, que encerrou a ação civil pública, os empregados que foram aposentados compulsoriamente aos 70 anos de idade deverão ser imediatamente reintegrados no emprego com todos os direitos e vantagens do exercício efetivo, incluindo os salários vencidos.


Fonte: g1 

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Justiça condena empresa a pagar R$ 587 mil a família de vigia que morreu ao cair com carro em tanque de salina no RN

A 2ª Vara do Trabalho de Mossoró (RN) condenou uma empresa a pagar uma indenização no valor de R$ 587 mil à família de um vigia que morreu afogado, em serviço, após cair com um carro em um reservatório com água salgada.


FOTO de arquivo: produção de sal no RN — Foto: Anderson Barbosa/G1


A empresa é responsável por uma salina localizada na área rural da cidade de Grossos, na região Oeste do Rio Grande do Norte. Após o carro cair no tanque, o trabalhador morreu afogado.


A Vara condenou a empresa em R$ 150 mil, por danos morais, e R$ 437.929,63, por danos materiais.

A família da vítima alegou na Justiça que a empresa era culpada pelo acidente por falta de proteção entre as vias de acesso e os tanques, além da “baixíssima luminosidade” no local.


A empresa, por sua vez, disse que o acidente ocorreu por culpa do vigia que teria utilizado o carro sem ter habilitação e sem autorização superior. A locomoção durante o serviço, de acordo com a empresa, teria que ser feita por bicicletas, disponibilizadas pela salina.


Decisão

O juiz Magno Kleiber Maia Ribeiro explicou na decisão que uma prova testemunhal do processo demonstrou que era de conhecimento dos supervisores da empresa que os empregados “realizavam ronda de moto, mesmo não tendo habilitação para dirigi-las”.


Segundo o magistrado, ficou demonstrado ainda que “a chave do carro ficava em um chaveiro acessível a todos os empregados, bem como era de conhecimento dos supervisores que os vigias utilizavam os carros, sem nenhuma punição por parte da empresa”.

O juiz Magno Kleiber Maia Ribeiro pontou também na decisão que não havia nenhuma proteção entre a área de circulação de veículos e os baldes de sal, além de comprovar a pouca iluminação no local.


“Por todo o exposto, não há que se falar em culpa da vítima pelo resultado lesivo”, concluiu.


Fonte: g1

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RN registra 17 mil novos eleitores com idades entre 16 e 17 anos de janeiro a abril

Nos quatro primeiros meses de 2022, o Rio Grande do Norte ganhou 17.374 novos eleitores com idades entre 16 e 17 anos, segundo dados divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). ⁣


Título de eleitor — Foto: TRE


Até abril deste ano, o Rio Grande do Norte contabilizou 31.947 jovens nessa faixa etária aptos a votar nas Eleições de 2022. A participação desse público nas eleições não é obrigatória.


Ainda de acordo com a Justiça Eleitoral, o número representa aumento de 2.687 jovens se comparado ao mesmo período de 2020, ano em que aconteceram as últimas eleições.


Esse público representa 1,27% do eleitorado potiguar, que até o momento tem 2.507.801 eleitores cadastrados.

Apesar do aumento de jovens eleitores, os 31,9 mil eleitores menores de idade são apens 29,5% da população com essa faixa etária no Rio Grande do Norte, segundo o IBGE. A estimativa do órgão é que haja 107.978 potiguares com 16 ou 17 anos.


“A Justiça Eleitoral fez um grande esforço chamando os jovens a participar das Eleições 2022. No âmbito do TRE-RN, a Escola Judiciária Eleitoral vem desenvolvendo de forma muito efetiva o Projeto Eleitor do Futuro, que permite uma completa imersão do jovem no ambiente eleitoral, estimulando o debate e fomentando temáticas como a maior presença feminina e a valorização da participação de todos no processo democrático”, disse o presidente do TRE-RN, desembargador Gilson Barbosa.


Ainda de acordo com o Tribunal Regional Eleitoral potiguar, esse não é o quantitativo final para as Eleições 2022. Isso porque os cartórios eleitorais do Rio Grande do Norte, assim como de todo o país, estão analisando os requerimentos solicitados até 4 de maio - último dia para o cadastro eleitoral antes do pleito de 2022.


Só no dia 04 de maio - último dia antes do fechamento do cadastro eleitoral - o TRE-RN recebeu 31.951 novos requerimentos.⁣

Cadastro Eleitoral


Desde a quinta-feira (5), não são mais permitidas solicitações de emissão, transferência e mudança no cadastro eleitoral, uma vez que o banco de dados da JE está fechado para as eleições de outubro. ⁣


De acordo com o calendário eleitoral, o TSE divulgará no dia 11 de julho, na internet, o quantitativo final de eleitoras e eleitores aptos a votar, por município, em 2022, bem como o detalhamento e o perfil do eleitorado brasileiro.⁣


Fonte: g1

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Governo reajusta em 10% valor pago a fornecedores do Programa do Leite Potiguar



O governo do Rio Grande do Norte autorizou reajuste de 10% no Programa Leite Potiguar (PLP) para os participantes fornecedores de leite bovino e caprino classificados como agricultores familiares, médios ou grandes produtores, e às usinas de beneficiamento contratadas.


De acordo com a nova resolução do Comitê Gestor do Programa Leite Potiguar (CPLP), o preço pago pelo litro do leite bovino passa a ser de R$ 3,25 - R$ 2,05 ao produtor e R$ 1,20 ao laticínio.


Já o litro do leite caprino passa a R$ 3,90, dos quais R$ 2,70 para o produtor e R$ 1,20 à indústria de beneficiamento.


Em três anos, o programa contou com quatro reajustes, que chegam a 50%.


Os novos valores foram calculados com a aplicação da metodologia de preço baseada em estudo técnico realizado pelo Comitê Gestor, segundo afirma a secretária de Trabalho, Habitação e Assistência Social, Iris Oliveira.


Uma auditoria interna realizada em 2019 em parceria com a Controladoria Geral do Estado encontrou irregularidades no programa. Desde então, segundo a Sethas, o programa passa por um processo de melhorias na gestão e reorganização e reordenamento.


Uma rede de parceiros que inclui prefeituras, secretarias municipais e organizações civis está sendo construída através do estabelecimento de Termos de Cooperação para aprimorar o processo contratação e distribuição do leite.


São participantes prioritárias programa, como consumidoras, as famílias inscritas no Sistema do Cadastro Único, em situação de pobreza e extrema pobreza, com crianças na faixa etária de um a sete anos e idosos a partir de 60 anos.


Segundo a Sethas, é contratada a entrega de 75 mil litros de leite por dia, o que corresponde a distribuição a 75 mil famílias, diariamente. Cada família tem direito a 5 litros por semana.


Fonte: g1

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Piauí tenta na Justiça obter parte do território de 13 cidades do Ceará; entenda o litígio entre os estados

Um litígio secular, iniciado em 1758, entre o Piauí e o Ceará permanece até hoje. Os dois estados disputam uma área de terras que fica na Serra da Ibiapaba e envolve 13 municípios cearenses e oito piauienses. Ao todo, são 3 mil quilômetros quadrados de terras e cerca de 25 mil pessoas envolvidas no imbróglio.


O caso está tramitando no Supremo Tribunal Federal (STF), sob relatoria da ministra Cármen Lúcia, que solicitou ao Exército uma perícia na região para decidir a quem pertencem as terras. No mês passado, foi nomeado o perito. A ação foi impetrada pelo governo do Piauí ainda em 2011 e já custou R$ 6,910 milhões aos cofres piauienses. Os governos do Piauí e Ceará se manifestaram sobre esta disputa (veja mais abaixo).



Caso as terras sejam transferidas ao Piauí, cerca de 25 mil cearenses devem "se tornar" piauienses. A questão divide os moradores da região, que tem grande potencial econômico, especialmente na área do agronegócio. Parte da população de algumas das cidades é contrária a essa mudança de naturalidade, outra, é a favor.


O assunto foi tema da dissertação de mestrado, pela Universidade Federal do Piauí (UFPI), do geógrafo Eric de Melo que, após extensa pesquisa, é taxativo: o Piauí sempre teve direito ao território e o Ceará permanece avançando sobre terras piauienses.


Ele diz que muitos mitos precisam ser desfeitos: o primeiro de que o Piauí nunca teve litoral e que o Ceará teria cedido o território ao estado. O segundo de que o trecho da Serra da Ibiapaba teria sido cedido ao Ceará nesta troca.


O tema, porém, é cheio de controvérsia. A deputada estadual cearense Augusta Brito, presidente do Comitê de Estudos de Limites e Divisas Territoriais do Ceará (Celditec), afirma que o estado possui, sim, argumentos legais e culturais para embasar a defesa que o território deve continuar pertencente ao Ceará. O colegiado é o órgão da Assembleia Legislativa responsável por acompanhar e discutir questões relacionadas a disputas territoriais no estado.



“Nós temos um decreto de 1880, que é o que respalda a nossa defesa juridicamente, como também vários outros documentos que foram conseguidos através das audiências públicas realizadas, na região da Ibiapaba principalmente; em Tianguá, pegando documentos com a diocese; com historiadores. A gente também foi ajudando a incrementar os documentos históricos para a defesa do Ceará”, disse a chefe do Celditec.


O g1 preparou esta reportagem para explicar a disputa, em que estágio ela se encontra e o que pode acontecer se o Piauí tiver as terras reconhecidas como suas.


Municípios envolvidos

Mitos entre os estados

O Piauí sempre teve litoral

Regras para divisão territorial

Disputa secular

Disputa judicial

O que dizem os governos

Potencialidades e atrativos da região

O que pode acontecer?

Municípios envolvidos


Entendendo a disputa por terras entre o Piauí e o Ceará. Litígio está no STF — Foto: g1


Os municípios cearenses envolvidos na disputa, que podem perder parte do seu território, são: Granja, Viçosa do Ceará, Tianguá, Ubajara, Ibiapina, São Benedito, Carnaubal, Guaraciaba do Norte, Croatá, Ipueiras, Poranga, Ipaporanga e Crateús.


No Piauí, alguns municípios podem ter seus territórios aumentados, sendo eles: Luís Correia, Cocal, Cocal dos Alves, São João da Fronteira, Pedro II, Buriti dos Montes, Piracuruca, São Miguel do Tapuio.


'O Piauí sempre teve litoral'

"Antigamente, se dizia que o litígio havia surgido de uma 'troca' entre Piauí e Ceará, que dera o litoral do Piauí. Na verdade, o Ceará invadiu o litoral do Piauí e, em 1880, Dom Pedro II assina um decreto obrigando a devolução desse litoral", explica o pesquisador Eric de Melo.


Mapas mostram que o Piauí já tinha território definido desde 1760, com o Mapa de Galucio — Foto: Mapa da Capitania do Piauí (1760), produzido pelo engenheiro militar Henriques Antonio Galúcio (NOGUEIRA, 2002)/Eric Melo


Ele completa: "Paralelo a isso, em decorrência das secas de 1840 e 1877, o Ceará recebia atenção especial do Império, que, aproveitando o decreto, decide passar para o Ceará terras do leste do Piauí, que compreendem as nascentes do rio Poti. Não foi uma troca".


As principais fontes para a pesquisa dele foram documentos e mapas aos quais ele teve acesso na Torre do Tombo e no Arquivo Histórico Ultramarino (Lisboa, Portugal). Há ainda cartas donatárias do século XVI, mapas históricos do século XVIII, decretos do século XIX e um acordo firmado em 1920.


Os documentos citados mostram que o Piauí já tinha território definido desde 1760, com o Mapa de Galucio (acima). O primeiro mapa do Ceará é apenas de 1800 (abaixo).


Mapa do Ceará foi definido anos depois do mapa do Piauí e não incluía litoral piauiense — Foto: Eric de Melo/Mapa Geographicó da Capitania do Seará de 1800 de Mariano Gregório do Amaral


"Nesse mapa, é possível entender que o Ceará nunca teve posse do litoral piauiense. Daí ,temos como provar a primeira invasão, que originou o decreto de Dom Pedro II", explica.

Possivelmente, o equívoco, segundo o pesquisador, se deu após publicação de Studart Filho, em 1938, em que dizia que o litoral do Piauí foi doado em troca do território de Crateús.


Melo diz ainda que é possível usar as imagens de satélite que servem de suporte para a aplicação das técnicas de divisa de território.


Os argumentos dele, no entanto, são contestados pela deputada cearense. “O estado do Ceará fez um resgate cultural de vários decretos legislativos — inclusive tem um de 1820 — e a interpretação real, completa, deles. O Piauí interpreta os documentos só até o ponto que o favorece. O Ceará interpreta completamente porque também vai nos favorecer, é lógico”.


Regras para divisão territorial

Criada em 1718, a Capitania do Piauí ficou sem governador até 1758, quando foi desmembrada do Maranhão. Em seguida, foi produzido seu primeiro mapa, que seguia os critérios do Tratado de Madrid, um deles o uti possidetis, ita possideatis: quem possui de fato, deve possuir de direito.


De acordo com Melo, outro ponto importante é a regra para divisão territorial, que quando acontece por uma parte do relevo da região, considera o chamado divortium aquarum, o divisor de águas.


Assim, como a região fica em uma Serra, o ponto mais alto é o divisor natural. De um lado, o território é piauiense. Do outro, cearense. É a partir disso que o pesquisador afirma que o estado vizinho avançou esse ponto. Há regiões de cidades cearenses bem a oeste da Serra, como mostra a imagem abaixo.


Há regiões de cidades cearenses bem a oeste da Serra da Ibiapaba. — Foto: Reprodução/Adaptado do Google Mapas (2021) por Eric de Melo


"O Piauí sempre reivindicou essas terras e sempre reclamou junto aos governo centrais sobre as invasões, mas o Ceará é uma potência e sempre conseguia abafar a questão. Tanto que hoje o IBGE passou pro Ceará, nos seus mapas, áreas que são do Piauí. Comprovando e descarando a invasão cearense", afirma.


Disputa secular

Conforme a pesquisa do geógrafo, a disputa começou oficialmente quando o governo do Ceará criou a freguesia de Amarração (hoje Luís Correia) dentro do território do Piauí, em 1865.


Segundo ele, devido à falta de provas que comprovassem que aquela área era de fato do estado do Ceará, o estado foi obrigado a devolver as terras localizadas no litoral ao Piauí e passar a jurisdição da freguesia de Amarração, em 1880.


Naquele mesmo período, o estado do Ceará enfrentava secas severas e tinha um grande déficit hídrico. Além dos planaltos da Ibiapaba, pertenciam ao Piauí as nascentes do rio Poti, um dos principais rios da bacia hidrográfica do rio Parnaíba.


As definições da Divisa entre Piauí e Ceará foram estabelecidas pelo Decreto Régio Nº 3.012 de 12 de outubro de 1880. — Foto: Eric de Melo /Adaptado da Carta da Republica dos Estados Unidos do Brazil, 1892 de Penha e Correa


"Como medida paliativa para a seca cearense, o Imperador Dom Pedro II resolve ceder ao Ceará a área referente a essas nascentes, que compreendiam os municípios piauienses de Príncipe Imperial e Independência (hoje, Crateús)", afirma a pesquisa.


E essas informações são relativamente fáceis de serem conferidas: as definições foram estabelecidas pelo Decreto Régio Nº 3.012 de 12 de outubro de 1880.


Desde então, muitas tentativas de negociação aconteceram até que a disputa fosse levada à Justiça.


Disputa judicial

O procurador do Estado Luiz Filipe Ribeiro, que integra a Procuradoria do Patrimônio Imobiliário e Meio Ambiente da PGE-PI, explicou que, em 1920, durante a Conferência de Limites Interestaduais, foi assinado um acordo (Convênio Arbitral) entre os Estados do Piauí e do Ceará. Este acordo foi firmado com o Presidente Epitácio Pessoa e nele ficou estabelecido que engenheiros de confiança do governo da República fariam um levantamento topográfico do trecho da causa.


"Como esta demarcação nunca foi realizada, no início dos anos 2000, o Estado do Piauí buscou solução amigável para a demanda, sendo constituída comissão composta por Deputados Estaduais das partes que, por diversas vezes esteve reunida com vistas celebração de novo pacto objetivando solucionar a problemática. Restando infrutíferas as tentativas de acordo, o Governador do Estado do Piauí autorizou, por escrito, que se buscasse o Poder Judiciário para solucionar esse litígio".


Diante de toda a situação, em 2011 o governo piauiense, na época sob comando do governador Wilson Martins, buscou a Suprema Corte para decidir a questão. Segundo a Constituição, este é o órgão o responsável por solucionar casos de litígio no país.


Após alegações dos dois estados, o STF determinou a realização de uma perícia na região, para definir de quem são as terras. No momento, o Exército Brasileiro realiza a perícia, que ainda não tem previsão de término.


Procurado pelo g1, o órgão informou que até o momento foram realizadas "pesquisas bibliográficas e históricas, a mobilização e o treinamento do pessoal para o trabalho, bem como as fases internas de planejamento".


Informou também que foi concluído o Projeto Básico da licitação para o aerolevantamento a ser realizado na área de litígio. Segundo o Exército, as equipes aguardam a incorporação de recursos para as despesas. "Assim, ainda não é possível prever, com exatidão, a conclusão da perícia", informou.


A deputada cearense Augusta Brito comentou sobre a perícia. “O Exército fez um levantamento prévio, sem ir a campo, pegando mapas e fazendo uma leitura fria e cartográfica. Por essa perícia, o Ceará estaria realmente perdendo vários municípios para o Piauí; não só a ação que o Piauí deu entrada, que era um pedido bem menor, mas com essa avaliação do Exército, poderia ser ainda maior a possibilidade”.


No mês de abril, foi juntado à Ação Cível Originária (ACO) 1831 do STF uma petição do Exército pedindo transferência de recursos para viabilizar a perícia e informando que o General de Brigada Marcis Gualberto Mendonça Júnior é o novo diretor do Serviço Geográfico e perito nomeado para acompanhar o processo.


Somente após a análise, o STF poderá decidir sobre o caso.


"Após a conclusão da perícia feita pelo exército, o STF deve oportunizar prazo para as partes se manifestarem. Em seguida, o processo deve ser incluído em pauta para julgamento pelo STF", informou o procurador do Piauí, Luiz Filipe Ribeiro.

O que dizem os governos

As Procuradorias Gerais dos Estados (PGE) do Piauí e Ceará acompanham os trâmites judiciais.


A PGE-CE afirmou, em nota, que considera precipitado antecipar posicionamento sobre o caso, visto que não há decisão judicial alguma proferida e que a perícia realizada pelo Exército está prevista apenas para o segundo semestre deste ano.


"Mas entende os argumentos do Ceará como favoráveis a uma decisão que mantenha o território estadual sem mudanças, tais como investimentos realizados ao longo de décadas, sentimento de pertencimento e identificação cultural da população local com o Ceará. Além disso, orientou os municípios da região, por meio das Procuradorias Municipais, a elaborarem petição conjunta para figurarem como “Amicus Curiae” na ação", destacou.


Já a PGE-PI disse que o estado "fundamenta a pretensão em sólidos argumentos jurídicos, históricos e geográficos. A questão é bastante antiga. A origem remonta à 1870, ano em que a Província do Ceará 'criou' a freguesia de Amarração (atual Município de Luís Correia) dentro do território da Província do Piauí. Como pode um Estado criar um Município dentro do território de outro Estado?", questionou.


E completa: "Não houve uma 'troca' de territórios para o Piauí ter acesso ao litoral. Desde a criação do Piauí este sempre teve acesso ao Oceano Atlântico, como todas as demais capitanias hereditárias. Houve uma espécie de 'compensação' para o Ceará 'devolver' Luís Correia, transferindo Crateús para o Ceará. O mesmo decreto imperial estabeleceu que a Serra da Ibiapaba seria a linha divisória entre os 2 estados, de modo que as vertentes ocidentais pertencem ao Piauí. Portanto, você não pode ainda estar subindo a serra e já se deparar com uma placa dizendo 'bem-vindo ao Ceará'. Isso não faz sentido", argumentou o procurador Luiz Filipe.


Na quinta-feira (5), após reunião com deputados cearenses do comitê responsável por acompanhar o caso, a governadora do Ceará, Izolda Cela, informou que pretende pedir uma audiência com o STF para tratar do assunto.



Potencialidades e atrativos da região

A área dispõe de características bastante atrativas para os setores econômicos de forma geral, em especial agropecuários. Além disso, o potencial hídrico é um dos grandes destaques. Nessas áreas, são encontradas 4 sub-bacias hidrográficas, sendo a maioria dos seus rios afluentes da bacia hidrográfica do Parnaíba.


Granja, Ceará — Foto: Mateus Ferreira


"Como prova disso, estão as criações do gado, caprinos, ovinos, suínos, galinhas, abelhas, equinos e diversas espécies de peixe, além das plantações e da atividade extrativista vegetal, que nos municípios que possuem seus territórios nas áreas de litígio, representam mais de 1.000.000 de hectares, distribuídos por quase 60.000 estabelecimentos", informa a pesquisa de Eric.


Contudo, ele avalia que um dos entraves para maior desenvolvimento da região é a indefinição acerca da jurisdição.


"O desenvolvimento social e econômico de quem vive em meio ao litígio entre os estados é precário, uma vez que empreendimentos públicos e privados, assim como infraestrutura e serviços básicos não chegam a esses lugares devido à indefinição sobre a qual território pertencem essa área", diz.

Segundo a deputada, o Ceará pretende ouvir a população da região sobre o litígio. “Nós estamos fazendo algumas audiências públicas para coletar algumas assinaturas para abaixo-assinado mostrando o sentimento de pertencimento das pessoas que estão diretamente ligadas a esse litígio, que estão dentro dessa briga, e poderão perder alguma coisa ou não”, destaca.


Os investimentos públicos realizados pelo Executivo cearense nos municípios em questão são outro ponto que o Ceará argumenta sobre o território. “A gente também tem um levantamento que foi pedido a todas as cidades, aos prefeitos, de investimento, que pega número de escolas, poços profundos, postos de saúde… Tudo que foi feito pelo estado do Ceará, todos os equipamentos que foram concedidos aos municípios dessas áreas, para fortalecer essa defesa”, reforça a parlamentar.


O que pode acontecer?

Bom, mas afinal, o que pode acontecer dependendo dos resultados? Se o Ceará continuar com as terras, nada vai mudar.


Mas a avaliação do pesquisador Eric de Melo é de que é muito provável que o Piauí vença a disputa, já que muitos documentos provam que o território pertencia ao estado e que o alto da Serra da Ibiapaba deve ser o ponto considerado para a divisão.


Assim, a principal mudança é que muitos territórios cearenses se tornarão piauienses. Assim como 25 mil pessoas do estado vizinho "mudarão" de endereço.


É importante destacar que os municípios não serão integrados ao Piauí em sua totalidade, mas apenas parte de seus territórios, correspondente à área destacada em vermelho no mapa abaixo.


"O que pode ocorrer: áreas que hoje estão ocupadas pelo Ceará passarão oficialmente para a jurisdição do Piauí. Os núcleos urbanos que são registrados como do Ceará até 1880, mesmo estão sobre os planaltos da Ibiapaba, permanecerão como do Ceará. Agora o que foi instalado após 1880 ficará com o Piauí", destacou Eric.

O pesquisador destaca que o Piauí, com o retorno do território, pode ter diversos benefícios administrativos.


"Para o Piauí, o ponto positivo será a consolidação do seu território, o que para a gestão pública é a base administrativa. Também podem ser considerados pontos positivos o incremento populacional e de arrecadação, além das possibilidades de uso dos recursos naturais", diz.


Quanto ao impacto para a população, o pesquisador diz que a mudança prática será apenas de endereço, já que é preciso muito mais que uma mudança de governo para caracterizar a identidade de uma população, seja ela cearense ou piauiense.


Será necessário um período de adaptação e transição para a mudança das gestões de alguns serviços, em especial de saúde e educação, por exemplo.


Fonte; g1

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Brasil registra 10 mortes por covid em 24 horas e mais de 664 mil óbitos desde o início da pandemia



O Brasil registrou neste domingo (8) 10 mortes pela Covid-19 nas últimas 24 horas, totalizando 664.189 desde o início da pandemia. Com isso, a média móvel de mortes nos últimos 7 dias é de 89. Em comparação à média de 14 dias atrás, a variação foi de -11% .


Brasil, 7 de maio

Total de mortes: 664.189

Registro de mortes em 24 horas: 10

Média de mortes nos últimos 7 dias: 89

Total de casos conhecidos confirmados: 30.559.799

Registro de casos conhecidos confirmados em 24 horas: 6.062

Média de novos casos nos últimos 7 dias: 15.723

O país também registrou novos diagnósticos de Covid-19 em 24 horas, completando casos conhecidos desde o início da pandemia. Com isso, a média móvel de casos nos últimos 7 dias foi de 15.734 , variação de em relação a duas semanas atrás.


Em seu pior momento, a média móvel superou a marca de 188 mil casos conhecidos diários, no dia 31 de janeiro deste ano.


Os números estão no novo levantamento do consórcio de veículos de imprensa sobre a situação da pandemia de coronavírus no Brasil, consolidados às 20h. O balanço é feito a partir de dados das secretarias estaduais de Saúde.


Curva de mortes nos estados

Subindo: MA, MS, GO, RN, AL , CE

Em estabilidade: PE, AM, PB, PR, RS

Em queda: SC, SE, BA, ES , SP, PA , MT

Essa comparação leva em conta a média de mortes nos últimos 7 dias até a publicação deste balanço em relação à média registrada duas semanas atrás (entenda os critérios usados pelo g1 para analisar as tendências da pandemia).


Vale ressaltar que há estados em que o baixo número médio de óbitos pode levar a grandes variações percentuais. Os números de médias móveis são, em geral, em números decimais e arredondados para facilitar a apresentação dos dados. Já a variação percentual para calcular a tendência (alta, estabilidade ou queda) leva em conta os números não arredondados.


Veja a situação nos estados

O g1 exibe abaixo os gráficos de alguns estados na evolução de mortes por Covid e casos conhecidos da doença. Para ver a situação em todos os estados e no DF, além dos números nacionais, visite a página especial com mais detalhes e análises.


Consórcio de veículos de imprensa

Os dados sobre casos e mortes de coronavírus no Brasil foram obtidos após uma parceria inédita entre g1, O Globo, Extra, O Estado de S.Paulo, Folha de S.Paulo e UOL, que passaram a trabalhar, desde o dia 8 de junho de 2020, de forma colaborativa para reunir as informações necessárias nos 26 estados e no Distrito Federal (saiba mais).


Fonte: g1

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Pedidos de demissão batem recorde em março e são 1 de cada 3 desligamentos, mostra levantamento

Apesar do mercado de trabalho ainda fraco, muitos brasileiros estão se 'desapegando' dos seus empregos.


Do total de 1.816.882 desligamentos registrados em março, 603.136 foram voluntários, ou seja, a pedido do trabalhador – o equivalente a 33,2% do total. Isso em meio a um desemprego que atinge 12 milhões de brasileiros.


O levantamento feito pela LCA Consultores leva em conta os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que contabiliza as vagas com carteira assinada no país.


Trata-se do maior número de demissões a pedido em um único mês desde janeiro de 2020, início da série histórica do Caged com a metodologia atual de contagem de vagas.


Em fevereiro, que era o recorde até então, foram 560.272 demissões voluntárias, de um total de 1.684.636, o que também equivale a 33,2%. Comparando o mês de março de 2021 com o deste ano, o aumento no pedido de demissões foi de 38%. Já em fevereiro em relação ao mesmo período do ano passado, o aumento havia sido de 24%.


De acordo com Bruno Imaizumi, responsável pela pesquisa, trata-se de um movimento de continuidade de normalização do mercado de trabalho.


“A gente tem que lembrar que no começo da pandemia muita gente acabou aceitando emprego que não tinha afinidade com suas formações. Agora os efeitos da pandemia estão cada vez menores no mercado de trabalho e tem muita gente que acaba se demitindo para acabar se admitindo em outro lugar em profissões mais condizentes com suas qualificações”, diz.

Home office é empurrão para troca de emprego

O economista complementa que muitas empresas estão voltando para o trabalho presencial. Com isso, para os trabalhadores que viram que essa modalidade não é benéfica em termos de qualidade de vida, essa volta ao ambiente de trabalho acaba pesando na escolha do profissional, que prefere trabalhar de casa em vez de pegar trânsito todos os dias, por exemplo.



“Isso para empregos específicos, mais voltados para o setor de serviços em que seja possível trabalhar de casa”, ressalta.


Analista de finanças Wellington Lima, de 35 anos, no sítio da família no Paraná, onde está trabalhando — Foto: Arquivo pessoal


Foi o caso do analista de finanças Wellington Lima, de 35 anos. Ele trocou um emprego em que ganhava um alto salário e tinha um cargo de gestão para ganhar 50% a menos em uma função bem abaixo da anterior. Tudo para poder trabalhar em casa e ficar perto da família.


“Hoje me sinto pleno, me sinto feliz. A minha remuneração não é a mesma que eu tinha no emprego anterior, mas a remuneração maior é o fato de estar ao lado da família, trabalhar almoçando em casa. Intercalando esse tempo entre trabalho e família, tendo essa flexibilidade, poder trabalhar um pouco mais confortável”, afirma.


Atividades com mais pedidos de demissão

Em relação ao estoque de vagas, ou seja, o total de empregos com carteira assinada, o setor de alojamento e alimentação foi o que mais registrou pedidos de demissão em março.



Já os setores de Atividades Administrativas e Serviços Complementares; Informação e Comunicação; e Atividades Profissionais, Científicas e Técnicas vêm em seguida na maior proporção de pedidos de demissão dentro do total de vagas. Nesse último caso, mostra-se um movimento de pedidos de demissão vindo principalmente de profissionais mais qualificados e de setores mais aquecidos, como de TI.


Para obter os dados por setores, Imaizumi fez o ajuste pelo total de trabalhadores dentro de cada atividade (estoque de vagas) para obter maior precisão nas informações, já que no caso do comércio, a quantidade de trabalhadores é significativa.



Segundo Bruno Imaizumi, o setor de alojamento e alimentação aparece em primeiro lugar porque foi uma atividade muito prejudicada pela pandemia.


“Agora com a recuperação desse setor, muitos trabalhadores, com a abertura de novos restaurantes, pousadas e hotéis, estão se demitindo porque estão recebendo ofertas melhores de outros lugares”, explica.

Já os outros três setores com maior proporção de pedidos de demissão estão relacionados a vagas mais técnicas que permitem a realização de trabalho remoto.


Trabalhador busca flexibilidade

Estudo do LinkedIn aponta que 49% dos entrevistados estão considerando mudar de emprego em 2022. Esta porcentagem é ainda mais alta para os profissionais jovens de 16 a 24 anos (61%). Os dois principais motivos são a busca por melhores salários e o desejo por um maior equilíbrio entre a vida pessoal e profissional.


Outra pesquisa da rede social profissional mostra que 78% dos profissionais afirmam que a pandemia fez com que passassem a querer ou a precisar de mais flexibilidade no trabalho. Cerca de 30% dos entrevistados afirmaram que deixaram seus empregos por falta de políticas flexíveis no último ano e quase 40% já consideraram essa possibilidade em algum momento da carreira. Equilíbrio entre o trabalho e a vida pessoal foi citado por 49% como principal motivo.


A busca por maior remuneração é o principal motivo para 49% dos empregados que pretendem buscar novas oportunidades neste ano, segundo outro levantamento da consultoria Robert Half.


Fernando Mantovani, diretor-geral da Robert Half para a América do Sul, aponta que o percentual de profissionais qualificados com nível superior pedindo demissão vem crescendo trimestre a trimestre, o que indica um importante movimento de busca de oportunidades mais alinhadas ao seu perfil e momento de vida.


Mudança de prioridades

Wellington Lima decidiu sair do emprego justamente porque percebeu que suas prioridades haviam mudado.


A troca veio em um momento em que ele queria estar ao lado da família, independente de remuneração, que hoje não é o fator que mais pesa na balança na hora de escolher uma oportunidade. "O que pesa é a possibilidade do trabalho remoto ou até mesmo híbrido, é uma modalidade que veio para ficar".


Ele trabalhou por um ano em uma empresa agropecuária em Horizontinha, de forma presencial. “Dentro da minha área é tudo o que um profissional almeja. Dei um salto de 10 anos na minha carreira, numa empresa bem conceituada. Foi um upgrade que levaria muito tempo para acontecer se eu não tivesse aceitado esse emprego”, diz.


“Mas comecei a entender que isso não é essencial para a vida de um profissional, de estar pleno na carreira, mas distante da família. A balança pesou mais para esse segundo lado, de que poderia estar cuidando das pessoas que eu amo, trabalhando de forma remota”, completa.

Lima voltou para Curitiba para ficar perto de sua mãe de 77 anos. Desde março, ele trabalha em uma grande empresa de cosméticos, e já começou no novo emprego trabalhando no sítio da família.


O analista financeiro se habituou rápido ao trabalho remoto. “Basta ter um bom notebook e uma boa conexão. E trabalhar num sítio com cachoeira, rio, rodeado pela natureza não tem preço. Não tenho mais que perder tempo no trânsito e chegar estressado no trabalho. Hoje eu acordo, faço um café, tomo um banho, brinco com o cachorro, converso, todo aquele tempo que eu tinha de deslocamento se tornou um ganho que eu dedico pra minha família antes de começar a trabalhar”, conta.


Mudança deve ser planejada, diz especialista

Erika Linhares, executiva especializada em comportamento em empresas, lembra que, em meio a um cenário de desemprego elevado como o de agora, o ideal é ficar no emprego em que está e ir procurando o que deseja.



“O mais importante é saber por que você quer mudar de emprego ou carreira. Então, qualquer momento é momento. Se o motivo for porque está a fim de ir para uma empresa melhor, não precisa largar o emprego para mudar”, diz.

A especialista indica sair de onde está quando conseguir o que quer. “Isso é fazer uma transição de carreira planejada com resiliência e sem passar aperto. Se puder fazer essa transição empregado onde está, é melhor. A gente consegue emprego mais rápido quando está empregado”, afirma.


Segundo Erika, toda mudança profissional deve ser planejada: não dá para mudar na impulsividade, sem planejamento.


“É preciso pensar exatamente em para onde quer ir e entender quais são as exigências da função, quais competências comportamentais e técnicas a empresa exige. E aí se qualificar”.


Fonte: g1

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