terça-feira, junho 09, 2020

Tomar ivermectina não é passaporte para largar isolamento social, diz infectologista

O consumo de ivermectina não garante proteção contra a Covid-19. Por causa disso, pacientes que tomaram o medicamento não devem descuidar das medidas de higiene e da prática do isolamento social, única estratégia eficaz, segundo os especialistas, para evitar a infecção pelo novo coronavírus.

Médico infectologista Alexandre Motta

Esse alerta é do infectologista Alexandre Motta, que atua na linha de frente do combate à pandemia no Hospital Giselda Trigueiro, em Natal, referência no atendimento aos casos de coronavírus.

Segundo o médico, apesar de existirem alguns resultados promissores em laboratório, não há confirmação científica de que a ivermectina, um antiparasitário usado há décadas contra o piolho, seja realmente eficiente para combater a Covid-19 ou mesmo para prevenir a doença, como têm dito alguns entusiastas do uso da droga.

“Isso é algo especulativo. Não há comprovação científica de que isso vai funcionar. Eu conheço pessoas que estavam tomando ivermectina e agora estão doentes. Eu conheço pessoas que estão doentes, tomaram ivermectina e isso não mudou o curso da doença”, revela o infectologista.

Alexandre Motta diz que, pelo fato de ter poucos efeitos colaterais conhecidos, a ivermectina pode ser consumida pela maior parte da população, mas ressaltou que a ingestão deve ser orientada por um médico e que o consumo não elimina os cuidados básicos.

“Como ela tem poucos efeitos colaterais, é possível que as pessoas possam usar sem os riscos que, por exemplo, a hidroxicloroquina pode oferecer. Se o médico quiser prescrever (ivermectina), tudo bem, mas isso não pode ser um passaporte para que as pessoas deixem de praticar o isolamento social. Esse, sim, já é comprovado como única ferramenta que funciona”, explica o médico.

De acordo com o infectologista, o “medicamento” realmente eficaz – o isolamento – está sendo negligenciado por uma parcela relevante da população. “Ou por desinformação ou porque são conduzidas ao erro por parte de alguns profissionais que fazem crer que o uso de determinados medicamentos possa fazer que não seja preciso o isolamento social”, diz Alexandre.

O médico do Giselda Trigueiro reforça que há indícios de que a ivermectina possa controlar a replicação viral e que seu uso continuado – mesmo por quem não tem sintomas – poderia proteger contra uma futura infecção por ficar presente nas mucosas do organismo. “Mas nada é mais eficaz que o isolamento social”, aponta.

NOVO PROTOCOLO EM NATAL
Na semana passada, a Secretaria de Saúde de Natal lançou um novo protocolo para orientar médicos e pacientes sobre como acolher pacientes com suspeita ou diagnóstico confirmado para a Covid-19. O protocolo traz desde instruções sobre o acolhimento de casos suspeitos nas unidades de saúde até terapias medicamentosas para casos graves confirmados.

O documento, aprovado pelo secretário de Saúde, George Antunes, e pelo prefeito Álvaro Dias, recomenda o uso de medicamentos como a hidroxicloroquina até para pacientes com sintomas iniciais da doença. Além disso, indica especialmente a ivermectina como medida de prevenção. Não são citados estudos que comprovem a eficácia de nenhum dos remédios para conter a Covid-19.

“Considerando seu perfil de segurança farmacológico (poucos efeitos colaterais), larga experiência de uso clínico em outras doenças, custo e comodidade posológica, esse medicamento (ivermectina) revela-se como uma opção a ser utilizada não somente para tratamento, como também para a profilaxia, somada a outras intervenções não medicamentosas”, diz o documento.

De acordo com o protocolo, nesses casos (prevenção), a droga deve ser usada por quem está altamente exposto ao vírus, como profissionais de saúde e da segurança, e por quem está no grupo de risco para a doença.

A utilização por pacientes jovens e saudáveis não é recomendado, assim como por crianças com menos de 5 anos, gestantes e lactantes.

Apesar de o protocolo trazer toda a forma de uso, incluindo dosagens, o documento diz que o uso deve ser orientado por um médico.

Fonte: Agora RN
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Em quatro meses, número de registro de armas de fogo quase dobra no RN

O número armas novas registradas no Rio Grande do Norte é quase o dobro nos primeiros meses deste ano, comparado ao mesmo período em 2019. A estatística em 2020 é também a maior dos últimos três anos. Os dados são da Polícia Federal e foram enviados como resposta de um pedido através da Lei de Acesso à Informação da Fiquem Sabendo, uma agência de dados independente.

No total, são 757 novos registros em todo o estado contabilizados até o mês de abril, enquanto no ano passado, o total era de 413 e em 2018, 354. O mês de março foi o que mais teve armas documentadas. Foram 243. Em segundo lugar na lista, janeiro teve 211.

O número de registros expedidos para armas também é superior ao de 2019. Até abril, 906 foram enviados. No mesmo período, em 2019, foram 753. Nesta estatística, 2018 foi superior. Ao todo, foram 1.024 registros expedidos.

De acordo com a PF, os "cidadãos" são os que mais fazem a solicitação para possuir armas e obtém sucesso. O total de 542 conseguiram neste ano. Servidores público, com direito ao porte sob prerrogativa de função, empresas de segurança privada e órgãos públicos são os outros que também adquiriram novas armas.

Em caráter nacional, o RN é o 16º estado com maior número de registros de armas nestes primeiros meses. Bahia, Minas Gerais e o Rio de Janeiro são os três primeiros no ranking. No Nordeste, o Rio Grande do Norte é o 4º.

Ranking dos estados:
1º BA: 5.447
2º MG: 5.048
3º RJ: 4.687
4º RS: 4.501
5º SP: 3.793
6º SC: 2.934
7º PR: 2.766
8º GO: 2.356
9º DF: 2.307
10º ES: 2.121
11º MT: 1.853
12º PA: 1.679
13º RO: 1.531
14º PE: 1.125
15º MA: 765
16º RN: 757
17º PB: 747
18º MS: 556
19º SE: 475
20º AP: 463
21º AL: 442
22º TO: 419
23º CE: 416
23º PI: 416
25º AC: 252
26º RR: 219
27º AM: 193

Fonte: Agora RN
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RN: Em 12 dias, casos de infecção por Covid saltam de 61 para 115 na PM

O número de policiais militares infectados pelo novo coronavírus no Rio Grande do Norte cresceu de forma assustadora, especialmente na última semana. Segundo levantamento da própria Polícia Militar, 54 agentes foram infectados em 12 dias. Com isso, os casos na corporação aumentaram de 61 (total registrado no dia 28 de maio) para 115, de acordo com atualização divulgada nesta terça-feira (9).

Batalhão de Choque (BPChoque) tem o maior número de policiais infectados dentro da corporação

Segundo os dados, o Batalhão de Choque (BPChoque) tem o maior número de policiais infectados dentro da corporação. Já são 14 confirmações. Em seguida, vem o Centro de Formação e Aperfeiçoamento (CFAPM), com 13 casos; depois, vem o 9º Batalhão, com 11 e, em seguida, o 8º Batalhão, com 10.

Além disso, há 196 casos suspeitos. A maioria deles (20) está concentrada no 1º Distrito de Polícia Rodoviária (1º DPRE). Até agora, 16 policiais se recuperaram da doença.

Óbitos
No estado, foram registrados 4 óbitos até o momento. Deste total, 3 eram policiais da reserva. A quarta vítima foi o cabo Elcio Carvalho, que estava lotado no 3º Batalhão, em Parnamirim. Ele morreu no dia 27 de maio.

Os dados revelam também que 36 PMs tiveram contato com pessoas infectadas, e outros 19 com casos suspeitos da doença. O número total de notificações dentro da corporação (entre casos confirmados, óbitos, contatos com doentes ou suspeitos de estarem infectados, recuperados e descartados) soma 408.

fonte: Agora RN
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BOA NOTÍCIA: MOSSORÓ COMEÇOU O DIA COM 30 LEITOS VAGOS, INFORMA PREFEITURA

A Prefeitura de Mossoró (RN) informa, em nota oficial, que o sistema de saúde de Mossoró registra pela primeira vez um animador número de leitos vagos para o atendimento de pacientes com a Covid-19. De acordo com informações da Secretaria Municipal de Saúde, esta terça-feira (9) iniciou com a fila zerada e mais de 30 leitos vagos entre clínicos e de UTI adulto e infantil.
A Secretária de Saúde, Saudade Azevedo afirma que ainda é cedo para falar que este é um sinal de que o número de casos está diminuindo e que o novo coronavírus está retrocedendo em Mossoró e nos municípios da região. “É uma boa notícia, saber que neste momento poderemos receber os pacientes que necessitarem de um tratamento mais rigoroso com maior tranquilidade, já que esta é a primeira vez que contamos com um bom número de leitos disponíveis desde o agravamento da pandemia nos municípios da região oeste do estado”, comenta.
De acordo com informações repassadas pela secretária de Saúde, na manhã desta terça-feira estão disponíveis 4 leitos de UTI Adulto, 3 leitos de UTI Infantil, e 27 leitos Clínicos. Além desses leitos, o sistema de saúde conta ainda a estrutura da Unidade Hospitalar de Campanha do Belo Horizonte. Saudade Azevedo afirma que está aguardando ainda a abertura de novos 15 leitos para os próximos dias, para reforçar ainda mais o atendimento dos pacientes com a Covid-19.

Fonte: Passando na Hora
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ESTUDANTES E PROFESSORES DE MOSSORÓ PARTICIPAM DO THE WALL DO CALDEIRÃO DO HULK

No próximo sábado (13) o programa Caldeirão do Hulk, da Rede Globo, vai contar com a participação de três mossoroenses.


A estudante Ekarinny Medeiros e os professores Felipe Ribeiro, da Ufersa, e Kiara Dantas da Escola Estadual Professor Hermógenes Nogueira da Costa, participaram do quadro The Wall, que vai ao ar a partir das 16h.
No quadro, os participantes têm como desafiante a parede, onde aparecem as perguntas e de onde caem bolas coloridas, que podem ajudar ou atrapalhar (as bolas verdes aumentam o saldo dos jogadores, enquanto as bolas vermelhas têm efeito contrário, podendo acabar com toda a quantia acumulada).
Por questões contratuais, os trio não pode conceder entrevistas sobre o tema até que o programa tenha sido transmitido, mas adiantam que serão momentos de muita emoção.
Pra quem não lembra, Ekarinny Medeiros, sob a orientação da professora Kiara, ganhou 19 prêmios no Brasil e mais dois nos Estados Unidos com o projeto de um Cateter Bioativado, produzido a partir de líquido extraído da castanha do caju, com o objetivo de diminuir infecções sanguíneas em pacientes de UTIs e em procedimentos de hemodiálisecajem feira de ciências nos EUA
O quadro The Wall, do Caldeirão do Hulk, visa incentivar boas iniciativas e seleciona participantes que tenham projeto com alguma relevância para a sociedade. Caso tenham sorte contra a parede, os participantes podem sair com até R$ 1,7 milhão em prêmios.
O programa foi gravado antes da pandemia, mas só vai ao ar a partir das 16h deste sábado (13).


Fonte: Passando na Hora
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RN registra 28 mortes e 139 novos casos por coronavírus em 24 horas

Teste rápido de coronavírus — Foto: Pedro Vitorino/Cedida
O Rio Grande do Norte registrou 28 mortes nas últimas 24 horas pelo novo coronavírus e um aumento de 139 novos casos confirmados. Ao todo, o estado chegou aos 11.027 casos e tem 459 mortes desde o início da pandemia.

Os dados constam na edição desta terça-feira (9) do boletim epidemiológico da Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap). O documento também aponta que outras 103 mortes no estado estão em investigação para saber se foram em decorrência da Covid-19.

De acordo com o boletim, o estado também possui outros 23.089 casos suspeitos de coronavírus e 19.574 descartados. O número de pacientes recuperados da Covid-19 no estado é de 1.906.

Situação do coronavírus no RN
459 mortes
11.027 casos confirmados
23.089 suspeitos
19.574 descartados
1.906 recuperados
Segundo a Sesap, os leitos de UTI estão 83% ocupados na rede pública e 63% na rede privada. Com relação aos leitos de internação semi-intensiva, as taxas de ocupação são de 85% nas unidades de saúde públicas e 100% nas privadas.

Fonte: G1
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Assembleia Legislativa do RN suspende CPI da Arena das Dunas

A Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte suspendeu a CPI que investigaria o contrato do Governo do Estado com a Arena das Dunas. Em sessão nesta terça-feira (9), os deputados decidiram, por 12 votos a 8, pela suspensão dos trabalhos enquanto durar a pandemia da Covid-19.

CPI vai apurar contrato firmado entre o Governo do Estado e a Arena das Dunas — Foto: @frameitnatal
CPI vai apurar contrato firmado entre o Governo do Estado e a Arena das Dunas — Foto: @frameitnatal

A alegação é de que a Comissão Parlamentar de Inquérito, instalada no dia 29 de maio passado, precisa ouvir testemunhas presencialmente e o isolamento social impede a execução dessa atividade. O grupo foi criado após uma auditoria da Controladoria Geral do Estado apontar prejuízo de R$ 421 milhões ao Estado. O resultado é contestado pela Arena.

Os cinco parlamentares indicados para compor a CPI elegeram como presidente o deputado Coronel Azevedo (PSC). O vice-presidente é o deputado Tomba Farias (PSDB), que se posicionou a favor da suspensão.

A CPI da Arena das Dunas foi criada para apurar as condições em que o contrato foi elaborado, a atual execução, assim como os possíveis prejuízos ao erário público.

No requerimento que pedia a suspensão, o deputado Getúlio Rego (DEM) argumentou que a pandemia “impossibilita que os depoimentos das pessoas convocadas, impedindo até a participação da imprensa na divulgação das decisões dos parlamentares”. O pedido diz que essa situação fere o regimento da Casa.


Por outro lado, o deputado Sandro Pimentel (PSOL), relator da Comissão, alega que trata-se de um “argumento burocrático”. “Também não existe no regimento da Assembleia nada que autorize as sessões acontecerem da forma como estão rolando. Nem as reuniões de comissão de maneira remota, mas elas estão rolando. Os casos omissos são definidos pelo Plenário. Já houve duas reuniões online da CPI sem que fosse feito nenhum questionamento”, afirma.

“A CPI passou por todos os trâmites burocráticos previstos no regimento para ser instalada e tem um prazo para entregar os trabalhos. Se, de maneira excepcional, a Assembleia funciona de forma remota, a CPI, como ocorre com as outras comissões, deve seguir o mesmo trâmite”, complementa Pimentel.

Confira a votação sobre o pedido de suspensão
Votaram “sim”:

Albert Dickson
Bernardo Amorim
Galeno Torquato
George Soares
Getúlio Rêgo
Gustavo Carvalho
José Dias
Kleber Rodrigues
Nelter Queiroz
Raimundo Fernandes
Tomba Farias
Vivaldo Costa
Votaram “não”:

Allyson Bezerra
Coronel Azevedo
Ubaldo Fernandes
Isolda Dantas
Francisco do PT
Eudiane Macedo
Kelps Lima
Sandro Pimentel
Abstenção:

Ezequiel de Souza
Ausentes:

Cristiane Dantas
Hermano Morais
Souza Neto

Fonte: G1
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Governo revoga portaria que transferia R$ 83,9 milhões do Bolsa Família para comunicação

Governo revoga portaria que transferia R$ 83,9 milhões do Bolsa ...O governo federal revogou nesta terça-feira (9) a portaria que transferia R$ 83,9 milhões do programa Bolsa Família para a Secretária de Comunicação da Presidência da República. A portaria de revogação foi assinada pelo Secretário Especial de Fazenda, Waldery Rodrigues.

Uma portaria publicada na edição da última quinta-feira (4) no "Diário Oficial da União", também assinada por Waldery, havia transferido R$ 83,9 milhões de recursos do programa Bolsa Família para a comunicação institucional do Palácio do Planalto.

A verba era originalmente destinada ao Bolsa Família na região Nordeste. Segundo o governo, a transferência de dinheiro do Bolsa Família para a Secom tinha sido motivada por uma baixa execução orçamentária do programa.

Isso porque beneficiários puderam optar por receber o Bolsa Família ou o auxílio emergencial de R$ 600, criada para ajudar trabalhadores informais afetados pela crise do coronavírus.

A justificativa do governo é que houve elevada procura pelo auxílio, de valor maior, o que fez parte do dinheiro para o Bolsa Família ficar sem uso.

Em nota, o governo informou ainda que para atender à regra do teto de gastos é preciso compensar a ampliação de uma despesa com a redução de outra.

O auxílio emergencial é de R$ 600, superior ao benefício médio do Bolsa Família (R$ 188,16 em março).

Críticas à medida
Quando o governo editou a portaria, o diretor Transparência Brasil (entidade que analisa gastos públicos), Manoel Galdino, disse que a medida era "injustificável".

“Tirar esse dinheiro agora vai prejudicar essas famílias agora e nos próximos meses, quando o auxílio emergencial acabar. E a segunda razão é que transferir esse dinheiro para publicidade da Secom, que não é do Ministério da Saúde, é injustificável. É absurdo diante da necessidade humana de comer, de pagar suas contas, de pagar seu aluguel, ter onde morar, que é super importante nesse momento de crise econômica em que o país está vivendo. O governo não tem que estar preocupado com política agora, com o governo Bolsonaro, falar das ações do governo, sendo que tem gente passando fome e gente morrendo”, afirmou.

Fonte: G1
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Brasil tem 38.497 mortes por coronavírus, revela consórcio de veículos de imprensa; são 1.185 nas últimas 24 horas

O Brasil teve 1.185 novas mortes registradas em razão do novo coronavírus nas últimas 24 horas, aponta levantamento feito pelo consórcio de veículos de imprensa junto às secretarias estaduais de Saúde. Com isso, já são 38.497 óbitos pela Covid-19 no país até esta terça-feira (9). Veja os dados, consolidados às 20h:

38.497 mortes - eram 37.312 até as 20h de segunda-feira (8), uma diferença de 1.185 óbitos
742.084 casos confirmados; eram 710.887 até a noite de segunda
Apenas Mato Grosso não divulgou os dados a tempo do balanço.

 — Foto: Editoria de Arte/G1
— Foto: Editoria de Arte/G1

Os dados foram obtidos após uma parceria inédita entre G1, O Globo, Extra, O Estado de S.Paulo, Folha de S.Paulo e UOL, que passaram a trabalhar de forma colaborativa para reunir as informações necessárias nos 26 estados e no Distrito Federal.

Personalidades do mundo político e jurídico, juntamente com entidades representativas de profissionais e veículos de imprensa, elogiaram a iniciativa.

O objetivo é que os brasileiros possam saber como está a evolução e o total de óbitos provocados pela Covid-19, além dos números consolidados de casos testados e com resultado positivo para o novo coronavírus.

Mato Grosso foi o único estado que não enviou os dados a tempo de o balanço ser fechado. Após a divulgação, o estado confirmou 9 novas mortes e 96 novos casos. Os dados entrarão no próximo balanço.

Das 20 cidades com maior mortalidade no Brasil, 12 estão no Amazonas e só quatro fora da Região Norte. No ranking, aparecem cinco capitais, nesta ordem: Belém (2°), Fortaleza (5°), Recife (7°), Manaus (14°) e Rio de Janeiro (15°).

Taxa de ocupação de leitos de UTI
Acre – 77% em todo o estado em 9/6
Alagoas – 79% em todo o estado 9/6
Amapá – 98,73% em todo o estado em 9/6
Amazonas – 66% em todo o estado em 9/6
Bahia – 71% em todo o estado em 5/6
Ceará – 77,5% em todo o estado em 9/6
Distrito Federal – 69,5% na rede privada e 42,24% na rede pública em 29/5
Espírito Santo - 85,14% em todo o estado em 4/6
Goiás - 63,5% dos leitos de gestão estadual em todo o estado em 9/6
Maranhão –87,92 em todo o estado em 9/6
Mato Grosso – 37,6% em todo o estado em 5/6
Mato Grosso do Sul – 8,8% em todo o estado em 8/6
Minas Gerais – 72% em todo o estado em 9/6
Pará – 69% em todo o estado em 9/6
Paraíba – 68% em todo o estado em 9/6
Paraná – 48% em todo o estado em 9/6
Pernambuco – 75% em todo o estado em 9/6
Piauí - 60,5% em todo o estado em 9/6
Rio de Janeiro – 84% na rede pública e 71% na rede privada em todo o estado em 5/6
Rio Grande do Norte – 83% na rede pública e 63% na rede privada em todo o estado em 9/6
Rio Grande do Sul – 72,5% em todo o estado em 9/6
Rondônia – 77,9% em todo o estado em 3/6
Santa Catarina – 62,2% do sistema público em todo o estado em 9/6
São Paulo – 62,2% em todo o estado em 9/6
Sergipe – 58,9% na rede pública e 96,3% na rede privada em todo o estado em 9/6
Tocantins – 60% dos leitos ocupados em 3/6

Roraima não divulga a lotação dos leitos de UTI do estado.

Dados do Ministério da Saúde
O Ministério da Saúde também divulgou dados nesta terça-feira (9). Segundo a pasta, houve 1.272 novos óbitos e 32.091 novos casos, somando 38.406 mortes e 739.503 casos desde o começo da pandemia.

A parceria entre os veículos de comunicação foi feita em resposta à decisão do governo Jair Bolsonaro de restringir o acesso a dados sobre a pandemia de Covid-19.

Mudanças feitas pelo Ministério da Saúde na publicação de seu balanço da pandemia reduziram a quantidade e a qualidade dos dados. Primeiro, o horário de divulgação – que era às 17h na gestão do ministro Luiz Henrique Mandetta (até 17 de abril) – passou para as 19h; depois, mudou para as 22h.


Isso dificulta ou inviabiliza a publicação dos dados em telejornais e veículos impressos. “Acabou matéria no Jornal Nacional”, disse o presidente Jair Bolsonaro, em tom de deboche, ao comentar a mudança.

A segunda alteração foi de caráter qualitativo. O portal no qual o ministério divulga o número de mortos e contaminados foi retirado do ar na noite da última quinta-feira (4). Quando retornou, depois de mais de 19 horas, passou a apresentar apenas informações sobre os casos “novos”, ou seja, registrados no próprio dia. Desapareceram os números consolidados e o histórico da doença desde seu começo.

Também foram eliminados do site os links para downloads de dados em formato de tabela, essenciais para análises de pesquisadores e jornalistas, e que alimentavam outras iniciativas de divulgação.

Entre os itens que deixaram de ser publicados estão: curva de casos novos por data de notificação e por semana epidemiológica; casos acumulados por data de notificação e por semana epidemiológica; mortes por data de notificação e por semana epidemiológica; e óbitos acumulados por data de notificação e por semana epidemiológica.

Neste domingo (7), o governo anunciou que voltaria a informar seus balanços sobre a doença. Mas mostrou números conflitantes, divulgados no intervalo de poucas horas.

Fonte: G1
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Governo obedece ordem do STF, e Ministério da Saúde volta a divulgar dados completos da covid

O Ministério da Saúde voltou a divulgar, na tarde desta terça-feira (9), os números acumulados e os índices proporcionais dos contágios e mortes em decorrência do coronavírus. Esses dados estavam ausentes da divulgação oficial deste a última sexta (5).

Durante esse intervalo, o portal do ministério sobre a covid-19 divulgou somente os casos e mortes confirmados nas 24 horas anteriores.

A mudança gerou críticas de autoridades e especialistas. Na noite de segunda (8), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou a retomada do formato original.

Página do Ministério da Saúde volta a exibir dados acumulados sobre a Covid-19 — Foto: Ministério da Saúde/Reprodução
Página do Ministério da Saúde volta a exibir dados acumulados sobre a Covid-19 — Foto: Ministério da Saúde/Reprodução

Até as 16h30 desta terça, o portal ainda exibia os dados compilados na noite de segunda-feira. De acordo com esses números, o Brasil registrou 707.142 casos confirmados e 37.134 mortes.

Os números, de acordo com o site, indicam uma incidência de 336,6 casos e uma mortalidade de 17,7 mortes para cada 100 mil habitantes.

A decisão do ministro
Na noite de segunda, o ministro Alexandre de Moraes julgou uma ação movida pelos partidos Rede Sustentabilidade, PSOL e PCdoB, e determinou que o governo retomasse o formato tradicional de divulgação dos dados.

Com o formato atualizado nesta terça, o Ministério da Saúde cumpre, na íntegra, os dados solicitados na ação. A lista de dados inclui:

número de casos confirmados, pacientes recuperados e óbitos em decorrência da Covid-19 nas últimas 24 horas;
número total de casos confirmados, pacientes recuperados e óbitos em decorrência da Covid-19;
número de casos, óbitos e recuperados por dia de ocorrência;
número de hospitalizados com confirmação de Covid-19 e com SARS (síndrome respiratória aguda) em enfermaria e UTI por unidade de saúde, município e estado.
"A gravidade da emergência causada pela pandemia do Covid-19 exige das autoridades brasileiras, em todos os níveis de governo, a efetivação concreta da proteção à saúde pública, com a adoção de todas as medidas possíveis para o apoio e manutenção das atividades do Sistema Único de Saúde", escreveu Moraes na decisão.

Após a mudança na divulgação, na última sexta, um consórcio de veículos de imprensa, formado por jornalistas de G1, "O Globo", "Extra", "O Estado de S. Paulo", "Folha de S.Paulo" e UOL, passou a consolidar os dados por conta própria, com base nos boletins das secretarias estaduais de saúde.

O ministro também determinou que a Advocacia-Geral da União (AGU) preste as informações "que entender necessárias" no prazo de 48 horas. Com esses dados, Moraes pode aplicar uma nova decisão ou, se preferir, submeter o tema ao plenário do STF.

Omissão e críticas
A decisão do governo Jair Bolsonaro de esconder os dados acumulados da pandemia do coronavírus gerou fortes críticas dos mais diversos setores.

O diretor de emergências da Organização Mundial de Saúde (OMS), Michael Ryan, destacou nesta segunda-feira a necessidade de transparência sobre os dados da pandemia de Covid-19 no Brasil.


"É muito importante, ao mesmo tempo, que as mensagens sobre transparência e divulgação de informações sejam consistentes, e que nós possamos contar com os nossos parceiros no Brasil para fornecer essa informação para nós, mas, mais importante, aos seus cidadãos. Eles precisam saber o que está acontecendo", destacou Ryan.

No sábado, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que, se preciso, o parlamento faria a divulgação da íntegra dos dados.

"Eu disse ao ministro Jorge [Oliveira] que nós não queremos ter que criar uma estrutura para ter que consolidar informação. Até porque é o seguinte: essas são informações que não são do governo federal, são dos estados. Então, os estados vão divulgar de qualquer jeito, alguém vai consolidar. Vai ser a Câmara, vai ser o TCU? Alguém vai consolidar e vai dar publicidade a isso. Agora é muito ruim que a gente precise estar pedindo, está preocupado com um assunto como esse. É óbvio que a transparência é fundamental", afirma Maia.

O ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Bruno Dantas também propôs a criação de uma rede paralela à do governo, envolvendo os tribunais de contas nos estados, para consolidação dos dados sobre a covid-19 e "divulgação diária até as 18h".

Dantas, por meio de uma rede social, justificou a medida diante das "novas dificuldades para divulgar dados nacionais de infectados, curados e óbitos da Covid-19".

O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) chegou a colocar no ar um levantamento próprio, usando os mesmos dados que os secretários enviam diariamente ao Ministério da Saúde.

Em nota, o presidente do conselho e secretário de Saúde do Pará, Alberto Beltrame, afirma que as decisões de gestão em saúde devem ser pautadas por "ciência, verdade e informação precisa e oportuna".

O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, demitido do cargo em meio à pandemia, classificou a mudança como "uma tragédia".


"Do ponto de vista de saúde, é muito ruim, é uma tragédia o que a gente está vendo, de desmanche da informação. Me parece que estão querendo fazer uma grande cirurgia nos números dos protocolos público", afirmou.

Numa rede social, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, disse que os dados do Ministério da Saúde “devem estar abertos ao público, aos gestores e, portanto, à imprensa de forma consistente e ordenada”.

A Associação Brasileira de Imprensa (ABI) disse que “enquanto o número de mortos e contaminados atinge níveis recordes no país, ceifando a vida de milhares de brasileiros, o governo de Jair Bolsonaro opta por dificultar o acesso a informações sobre o avanço da doença”.

A ABI disse ainda que o Ministério da Saúde passou a atrasar a divulgação dos dados “na tentativa de calar a imprensa por meio do adiantado da hora.”

A vice-presidente da comissão mista do Congresso que acompanha o coronavírus, senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA), informou que quer convocar o ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, para dar explicações.

“A transparência é essencial para se combater a doença principalmente agora, com os números de infecção e óbitos crescentes. Não se pode imaginar ou permitir qualquer manipulação nessa área. Seria crime de responsabilidade”, disse.

fonte: G1
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Pazuello diz que mudança em balanço da covid-19 é 'proposta'; Maia cobra transparência

O ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, disse nesta terça-feira (9), em audiência na Câmara dos Deputados, que a mudança na divulgação de mortes por coronavírus pela data em que ocorreram, em vez de quando foram notificadas, como era feito, é apenas uma “proposta”.

Segundo Pazuello, se houver o entendimento de que não é a melhor forma, o ministério poderá voltar a divulgar os dados pelo modelo anterior, que vinha sendo aplicado desde o início da pandemia, quando ainda estava no comando da pasta o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta.

“O que nós queremos propor – eu quero propor – é que a gente pegue o registro e lance no BI [novo sistema desenvolvido pela pasta] a data do óbito para que o gestor possa ver o que aconteceu naquele dia. Senão, ele começa a achar que caiu no fim de semana porque o pessoal não foi trabalhar, ou porque aumentou na terça-feira porque choveu”, afirmou.

E completou: "É só uma proposta. Se nós concluirmos que não, [que] deixa assim como está, deixa assim como está. Não tem problema nenhum para o Ministério da Saúde".

Assim como acontece em outros países, o Ministério da Saúde divulgava, além dos números diários do avanço da pandemia, também os dados totais de pessoas infectadas, de mortes e as curvas de infecção por região, por exemplo.

Na semana passada, porém, o governo mudou esse sistema: decidiu excluir os dados totais e divulgar somente os números referentes às últimas 24 horas, o que acaba por revelar números menores. Outra alteração foi o atraso na divulgação diária dos dados, que passou a ser feita cada vez mais tarde.

A decisão gerou críticas de entidades de diversos setores da sociedade no Brasil e em outros países e também em diversos setores políticos e de especialistas em áreas da saúde. Na noite de segunda, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes atendeu a um pedido feito por partidos políticos e determinou que o Ministério da Saúde retome o modelo anterior de divulgação.

Em resposta à decisão do governo Jair Bolsonaro de restringir o acesso a dados sobre a pandemia de Covid-19, os veículos G1, O Globo, Extra, O Estado de S.Paulo, Folha de S.Paulo e UOL decidiram formar uma parceria e trabalhar de forma colaborativa para buscar as informações necessárias nos 26 estados e no Distrito Federal.

O ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, durante participação em audiência na Câmara. — Foto: Gnews
O ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, durante participação em audiência na Câmara. — Foto: Gnews

Críticos à mudança na metodologia de divulgação argumentam que a atualização dos dados nas datas em que ocorreram as mortes não permitirá um acompanhamento transparente da progressão da doença, uma vez que esses números serão lançados de forma dispersa ao longo de vários dias já passados, dificultando a comparação.

Outro argumento é que, como há um intervalo entre a morte e a notificação, poderá levar alguns dias até que a morte apareça no sistema, o que dar a falsa sensação de que os óbitos estão em queda e as pessoas relaxem nas precauções.

Questionado sobre isso pela imprensa após a audiência, Pazuello respondeu que o que importa é que esse dado será somado ao total e ressaltou que as demais informações também estarão disponíveis.

"Desculpe, você estão batendo no ponto que é a lógica do registro. O registro vai te dar o número. Você vai colocar o número no dia em que aconteceu o fato. O que interessa é o fato no dia e não a parte técnica do registro no final. Isso é o fato. O registro te dá o número de mortos. O número não muda, que é o somatório. E o somatório estará presente, como sempre esteve. Então, volto a colocar: os dados estão todos mantidos. Todas as antigas informações estão todas exatamente no mesmo lugar e disponíveis, só que agora, terão outras informações para análise", afirmou.

Nesta terça, durante a audiência, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, voltou a cobrar transparência do governo na divulgação dos dados.

"O que nós queremos, todos nós, é que todos os brasileiros tenham transparência na divulgação desses dados. O que ocorreu nos últimos dias foi exatamente o contrário, pelo menos do ponto de vista da relação de diálogo do parlamento com a sociedade", disse Maia.

"O que nós queremos é organizar de uma forma que a gente saia daqui hoje com uma tranquilidade que os dados apresentados são os dados que apresentam, de forma online, o número de contaminados, o número, infelizmente, de óbitos", completou o presidente da Câmara.


Pazuello foi chamado pela comissão externa da Câmara que acompanha as ações de combate ao coronavírus para dar explicações sobre a mudança na contabilização das mortes.

Confiança abalada
Para o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, a divergência na divulgação dos últimos dias abalou a confiança das informações fornecidas para o Ministério da Saúde.

Segundo Maia, o trabalho agora será para "restabelecer a confiança", aos poucos, no trabalho do governo federal.

"Os desencontros dos últimos dias foram muito negativos para todos. O que eu acredito é que, até se restabelecer a confiança com o trabalho do Ministério da Saúde, isso ainda vai levar alguns dias. O ideal é que daqui alguns dias todos nós tenhamos a tranquilidade de saber que não tem nenhum número sendo escondido” , afirmou o presidente da Câmara.

Maia cobrou mais informações e publicidade em relação ao trabalho do ministro Pazuello para que, segundo ele, haja “mais conforto no acompanhamento dos dados”

“Em algum momento, todos nós voltaremos a ter confiança nos números apresentados pelos Ministério da Saúde. Espero que aconteça de forma breve”, ressaltou.

Novo sistema
De acordo com Pazuello, como os registros são feitos em dias de semana, há um acúmulo de mortes em determinadas datas e a mudança na divulgação dos dados irá ajudar o gestor local a entender o que está acontecendo no município dele e ajustar as medidas.

Na audiência da Câmara, o ministro interino apresentou um novo sistema desenvolvido pela pasta e disse que agora “os números estão disponíveis 24 horas [por dia]. Na hora que chega do gestor [estadual], ele é colocado no BI [nome do sistema]”.

Pazuello disse que apenas dois gráficos (por óbitos e contaminados) estão prontos e disponíveis no novo sistema da pasta, mas que considerava relevantes as sugestões feitas por parlamentares de mostrar os gráficos também por data de registro.

"A sugestão de você ter um gráfico por data de registro, um gráfico para suspeitos, é bom. (...) Eu vou levar como sugestão para ter também consulta. Se for interessante para o gestor ver por registro, vê por [data do] registro [do óbito]. Se for interessante para o gestor ver por data [em que ocorreu a morte], vê por data. (...) Não estão todos os gráficos prontos. Só tem dois prontos, óbito e contaminado", afirmou.

O ministro disse ainda que todos os dados poderão ser acessados e que a apresentação anterior estará disponível.

"Quando foi perguntado [se] vai ser mantida a apresentação original. Sim, é o resumo. Ele também já está mantido no original. Tem uma tela ali [na apresentação] quando fala de Brasil que ele faz um resumo de como era apresentado antes", ressaltou.

Segundo ele, quando a nova ferramenta estiver em pleno funcionamento irá permitir analisar a curva de casos de cada estado e também de cada município. “Acredito que até amanhã [quarta-feira], chegamos na curva de cada município”, afirmou.

No início da reunião, o ministro interino se solidarizou com as famílias que perderam parentes para a doença e também com os profissionais da área da saúde que atuam diretamente no enfrentamento à covid-19.

“Não se pode nunca deixar de falar da perda das famílias e dos profissionais da área médica que estão neste momento na frente de combate”, afirmou Pazuello.

fonte: G1
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OMS esclarece que assintomáticos transmitem coronavírus: 'a questão é saber quanto'


A Organização Mundial da Saúde (OMS) disse nesta terça-feira (9) que pessoas assintomáticas transmitem coronavírus – "a questão é saber quanto", segundo a entidade. O esclarecimento foi feito um dia depois de a chefe do programa de emergências da entidade, Maria van Kerkhove, declarar que parece ser "rara" a transmissão da Covid-19 por pacientes sem sintomas da doença.

 Maria van Kerkhove, chefe do programa de emergências da Organização Mundial da Saúde, em transmissão nesta terça-feira, 9 de junho — Foto: Reprodução/OMS
Maria van Kerkhove, chefe do programa de emergências da Organização Mundial da Saúde, em transmissão nesta terça-feira, 9 de junho — Foto: Reprodução/OMS

"Estamos absolutamente convencidos de que a transmissão por casos assintomáticos está ocorrendo, a questão é saber quanto", disse nesta terça o diretor de emergências da OMS, Michael Ryan.

Kerkhove também voltou a se pronunciar nesta terça. Ela disse que recebeu "muitas mensagens da noite para o dia" e que achou importante esclarecer o mal-entendido. Também explicou que as pesquisas estão em andamento.


"A maioria das transmissões que conhecemos ocorre por pessoas com sintomas que transmitem o vírus por meio de gotículas infectadas. Mas há um subconjunto de pessoas que não desenvolvem sintomas", afirmou.

"Para realmente entender quantas pessoas não têm [os sintomas], pois ainda não temos essa resposta, existem algumas estimativas. Elas sugerem que entre 6% e 41% da população podem estar com o vírus, mas não apresentar os sintomas."

Maria van Kerkhove completou: "Acho que é um mal-entendido afirmar que uma transmissão assintomática globalmente é muito rara, sendo que eu estava me referindo a um subconjunto de estudos. Também me referi a alguns dados que ainda não foram publicados, e essas são as informações que recebemos de nossos Estados-Membros".

Ao analisar o tema nesta segunda-feira, Kerkhove citava dados de países com grande capacidade de testagem e rastreio. Além disso, ela disse que, em alguns casos, quando uma segunda análise dos supostos casos assintomáticos é feita, descobre-se que os pacientes tiveram, na verdade, leves sintomas da infecção.

Em entrevista à GloboNews (assista ao vídeo acima), o biólogo Atila Iamarino disse que "é uma colocação muito infeliz e muito tirada de contexto por parte da OMS".


"A recomendação deles de cuidado das pessoas e de distanciamento social continua sendo a mesma. Nós não sabemos quem vai manifestar ou não os sintomas, quando as pessoas vão transmitir o vírus, por isso todo mundo precisa continuar usando máscara e mantendo o distanciamento social", disse Iamarino.

"Eles [OMS] estavam falando sobre o rastreio de contatos. Que é fazer uma coisa que o Brasil tem feito muito pouco, que é você ter uma equipe de pessoas dedicadas para quando alguém aparece com sintomas no hospital ou em algum teste, você rastrear os contatos dessas pessoas (...) para ver quem mais tem Covid-19 naquela região"
"Nesse sentido, o que a OMS queria dizer com esse pronunciamento é que nesse rastreio, o principal contágio, a principal transmissão, que vale a pena ser investigada, é a transmissão dos casos sintomáticos".
A declaração da chefe do programa de emergências foi criticada por pesquisadores por ter soado ambígua. Entre os críticos que ajudaram a esclarecer o pronunciamento esteve o diretor do Instituto de Saúde Global da Universidade de Harvard, Ashish K. Jha.

O pesquisador da universidade norte-americana argumentou no Twitter que infectados que não apresentam sintomas são uma forma importante para a transmissão da Covid-19. Ele explicou que apenas 20% dos infectados não desenvolverão nenhum sintoma. Os outros 80% poderão desenvolver sintomas leves ou mais duros da doença.

"Muitos deles já espalham o vírus antes de desenvolver sintomas", disse Jha. "Eles são, tecnicamente, pré-sintomáticos e não assintomáticos."
O pesquisador de Harvard ponderou que a OMS diferencia os dois casos e ressaltou que há mais casos de indivíduos pré-sintomáticos do que de assintomáticos.

Assintomáticos x pré-sintomáticos
Uma pessoa com o Sars CoV-2 assintomática nunca deverá desenvolver os sintomas da Covid-19, sendo que os mais comuns são febre, tosse e dificuldade para respirar. Um paciente pré-sintomático também está com o vírus em circulação no corpo, mas no período de incubação, prestes a desenvolver os sintomas dentro de alguns dias.

Natália Pasternak, bióloga formada pela Universidade de São Paulo (USP), PhD com pós-doutorado em Microbiologia, também esclareceu este ponto em comentário. Ela diz que "assintomáticos são aqueles que testam positivo, mas nunca chegam a desenvolver os sintomas. E como sabemos disso? Porque os testamos repetidas vezes, eles continuam positivos, mas sem sintomas".

"Tem também aquelas pessoas com sintomas leves, mas que não correlacionam isso com doença, e como sintoma é subjetivo, já viu a confusão que isso pode causar. Então, primeiro já fica obvio que não é tão simples assim determinar quem é pré-sintomático ou com sintomas muito leves".

"Outra coisa importante: os pré-sintomáticos transmitem antes e durante os sintomas, e os sintomáticos leves transmitem o tempo todo sem perceber. E os assintomáticos? Não sabemos!", completou.

A pneumologista e pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Margareth Dalcomo também falou sobre o assunto em entrevista à Globo News (assista ao vídeo acima).

"Atrelar esta informação dada hoje pela OMS que pode ser revista daqui a 48 horas, dado que os estudos estão sendo feitos, a uma abertura generalizada das coisas, isso é imprudente. Muito imprudente. É uma interpretação que eu diria precipitada, no mínimo. Não pode ser atrelada uma coisa a outra", disse a cientista.

Dalcomo diz que uma coisa é um "estudo científico de comunidade, um estudo imunológico que vai estudar grupos de pessoas e vai publicar para que nós possamos entender e revisar. Outra coisa é fazer disso, uma decisão de natureza administrativa".

Estudos ainda a caminho
O que Maria van Kerkhove estava tentando explicar era justamente este ponto ainda em estudo, o que ainda não sabemos. Como funciona a transmissão de pacientes que nunca irão desenvolver os sintomas? O ponto importante de entender é que as pessoas com Covid-19 ainda no início da infecção, em fase pré-sintomática, são capazes de passar o vírus para outras pessoas.

Horas depois da declaração, em seu perfil no Twitter, Kerkhove reforçou justamento que há essa diferença entre pacientes assintomáticos e pré-sintomáticos. Além disso ela recomendou a consulta ao guia da OMS publicado na sexta (5), que trata do uso de máscaras para a proteção.

No documento, a entidade diz que "estudos mais abrangentes sobre a transmissão de indivíduos assintomáticos são difíceis de conduzir", mas cita um trabalho como exemplo. A pesquisa aponta que, entre 63 indivíduos assintomáticos estudados na China, havia evidências de que 9 (14%) infectaram outra pessoa.

No mesmo documento, a OMS alerta: "Os dados disponíveis até o momento, que tratam de casos de infecção em pessoas sem sintomas são decorrentes de um número limitado de estudos com pequenas amostras que estão sujeitas a revisões e não podem dizer se eles carregam a transmissão."

Fonte: G1
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Seguro-desemprego: país tem 960 mil pedidos em maio; total durante pandemia vai a 1,9 milhão

Seguro-desemprego: país tem 960 mil pedidos em maio; total durante ...A Secretaria de Trabalho do Ministério da Economia informou nesta terça-feira (9) que foram registrados 960,2 mil pedidos de seguro desemprego em maio. Esse número é 53% maior que o verificado no mesmo mês do ano passado, quando houve 627,7 mil pedidos.

Com isso, subiu para 1,94 mihão o total de pedidos de seguro-desemprego desde a segunda quinzena de março, quando a economia brasileira começou a sentir os efeitos da pandemia do novo coronavírus. De acordo com dados oficiais, esse número representa um crescimento de 26% na comparação com o mesmo período do ano passado (1,54 milhão de pedidos).

De acordo com o ministério, os três estados com maior número de requerimentos de seguro-desemprego, no mês de maio, foram São Paulo (281.360), Minas Gerais (103.329) e Rio de Janeiro (82.584).


A pandemia do coronavírus foi oficialmente declarada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 11 de março. Os estados brasileiros começaram a anunciar medidas de distanciamento social, progressivamente, a partir de meados de março, quando o Distrito Federal anunciou a suspensão das aulas.

Essas medidas de isolamento também afetaram a economia na medida em que estados passaram a permitir apenas o funcionamento de atividades consideradas essenciais, como supermercados e farmácias. Boa parte do comércio e dos serviços parou nas semanas seguintes à decretação da pandemia, e também houve queda forte na produção industrial.

A mais recente estimativa divulgada pelo Banco Mundial aponta que a pandemia do coronavírus deve empurrar a economia global para a maior recessão desde a 2ª Guerra Mundial, com retração de 5,2% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial.

Essa contração deve ser ainda mais severa no Brasil, segundo o Banco Mundial: a economia do país deve registrar contração de 8% este ano. A previsão é mais pessimista que a do mercado financeiro, que espera queda de 6,48%.

Nos cinco primeiros meses deste ano, informou o Ministério da Economia, foram contabilizados 3.297.396 pedidos de seguro-desemprego, na modalidade trabalhador formal. O número representa um aumento de 12,4% em comparação com o mesmo período de 2019 (2.933.894).


Como são feitos os pedidos
De acordo com o governo, os trabalhadores que perderem seus empregos sem justa causa durante a pandemia do coronavírus poderão pedir o seguro-desemprego por meios eletrônicos.

Isso pode ser feito de duas maneiras:

acessando o portal https://www.gov.br/pt-br/temas/trabalho-emprego
usando o aplicativo Carteira de Trabalho Digital, que pode ser baixado em aparelhos que usam os sistemas operacionais Android e iOS.
Nos dois casos, o trabalhador pode dar entrada no pedido do seguro. Isso deve ser feito de 7 a 120 dias após a demissão.

Trabalhadores enfrentam dificuldades para se cadastrar no seguro-desemprego

O Ministério da Economia informou, também, que "diversas unidades" do Sistema Nacional de Emprego (Sine), de administração estadual e municipal, reabriram e as solicitações estão em patamar de regularidade por conta da publicação do Decreto 10.329, de 28 de abril de 2020, que definiu como essenciais as atividades de processamento do benefício do seguro-desemprego e de outros benefícios relacionados.

Quando aprovado, o saque do seguro-desemprego será pago pela Caixa Econômica Federal. O banco já informou que está trabalhando com operação reduzida, mas esse tipo de atendimento está garantido para quem não tiver cartão cidadão ou conta na instituição.

Quem precisar tirar dúvidas, ainda pode usar o telefone 158 (Alô Trabalho). A ligação é gratuita de telefone fixo de todo o país.

Aumento de demissões
Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados no fim do mês passado mostram que a economia brasileira fechou 1,1 milhão de vagas de trabalho com carteira assinada entre os meses de março e abril.

De acordo com o Caged, em março, quando os efeitos da crise do coronavírus começaram a ser sentidos, foram fechadas 240.702 vagas formais no país.

Já no mês de abril, a eliminação de vagas de trabalho formais se acelerou: foram 860.503 postos fechados, o pior resultado da série histórica, que tem início em 1992. Com isso, foi a maior demissão registrada em um único mês em 29 anos.

Fonte: G1
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