quinta-feira, fevereiro 08, 2024

Homem é assassinado a tiros enquanto transportava leite em sua moto em Baraúna no Oeste Potiguar


Um crime de homicídio, foi registrado por volta das 09h30min desta quinta feira 08 de fevereiro de 2024, na RN 015 via do contorno no município de Baraúna, região Oeste do Rio Grande do Norte.


De acordo com as primeiras informações, a vítima identificada até o momento como Agmelio Claudio Santiago, estava indo entregar leite na cidade, quando foi alvejado e morto. O mesmo era proprietário de um sítio e criava gado e filho de uma ex-vereador daquela cidade.


A Polícia Militar foi acionada para isolar o local do crime e aguarda a Polícia Civil e a equipe do Itep, que fará a perícia e em seguida a remoção do corpo para exame em sua base na cidade de Mossoró.


Ainda não há informações sobre motivação e autoria do crime. A equipe da Polícia Civil da cidade vai instaurar inquérito para investigar o caso. Esse é o primeiro homicídio de 2024 naquela cidade.




Fonte: Fim da Linha

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Homem é preso com armas de fogo, munições, cartões de crédito e maquinetas em Pau dos Ferros


Na madrugada desta quarta-feira (07), a Rádio Patrulha do 7º BPM de Pau dos Ferros foi acionada para atender uma ocorrência de disparo de arma de fogo dentro do Hotel Hertz, na Avenida Independência.


Ao chegar no local da ocorrência, a equipe policial militar encontrou Davidson Raniere Silveira Barbosa, de 37 anos, morador de São Miguel, com duas pistolas calibre 9mm, sendo uma G3C sem carregador e uma Glock G45 municiada e carregada. Hospedado no hotel, ele efetuou um disparo na porta do quarto.


Além das armas, foram apreendidos com Raniere 10 maquinhas de cartão, 36 cartões de crédito em nome de terceiros, 06 celulares, 01 notebook, 50 munições recarregadas, 48 munições originais e uma munição deflagrada.


Diante dos fatos, Raniere recebeu voz de prisão e, juntamente com o material apreendido, foram conduzidos à Delegacia de Polícia Civil para ser autuado em flagrante por porte ilegal de arma de uso restrito e disparo de arma de fogo.


Em ato contínuo, Raniere foi recambiado para o presídio de Pau dos Ferros, onde deverá ficar à disposição da Justiça. A Polícia Civil vai investigar a procedência das armas e munições, bem como do farto material de maquinhas e cartões em nome de outras pessoas, que devem ser ouvidas posteriormente na investigação.


Fonte: Fim da Linha

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Policial penal é baleado em tentativa de assalto ao buscar filha na escola em Natal

Rua onde ocorreu o assalto no bairro Alecrim, na Zona Leste de Natal — Foto: Divulgação/Google Street View

Um policial penal do Rio Grande do Norte foi baleado no início da tarde desta quinta-feira (8) em uma tentativa de assalto ao buscar a filha na escola em um colégio particular no bairro Alecrim, na Zona Leste de Natal.


De acordo com a Secretaria de Administração Penitenciária do RN (Seap), o policial penal estava à paisana e reagiu ao assalto, sendo baleado no ombro e na mão.


O homem foi socorrido e levado ao pronto-socorro Clóvis Sarinho. De acordo com o Colégio das Neves, onde a filha do policial penal estuda, ele não corre risco de morrer.


O crime aconteceu na Rua Segundo Wanderley. Em nota, a direção do Colégio das Neves disse que a equipe de segurança da instituição "agiu prontamente, coibindo a ação dos criminosos, que fugiram imediatamente".


O Colégio das Neves disse também que informou os órgãos competentes sobre o crime, e que o caso está sob investigação das autoridades policiais. "Colaboraremos plenamente no processo", informou a instituição.


Fonte: g1

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Policiais civis suspendem diárias operacionais e população não consegue registrar ocorrências em delegacias do RN

Policiais civis paralisam atividades e população não consegue registrar ocorrências em delegacias do RN — Foto: Divulgação

Os policiais civis do Rio Grande do Norte paralisaram as atividades e quem tentou registrar um boletim de ocorrência nas primeiras horas desta quinta-feira (8) em várias delegacias do estado não conseguiu. Os policiais reivindicam a nomeação de novos agentes, escrivães e delegado, e pedem valorização da categoria.


De acordo com o Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol), estão suspensos o atendimento ao público, investigações, cumprimento de intimações e outras demandas administrativas.


O assistente de produção Eliano Martins foi vítima de uma fraude no cartão de crédito, mas não conseguiu registrar a ocorrência — Foto: Pedro Hugo/Inter TV Cabugi


Sem atendimento


O assistente de produção Eliano Martins foi vítima de uma fraude no cartão de crédito e procurou a Delegacia Regional de Mossoró para registrar a ocorrência na manhã desta quinta-feira (8), mas não conseguiu. "Acredito que clonaram meu cartão e fizeram compras, pix, o valor da fatura está em mais de R$ 7 mil. Tentei registrar o boletim de ocorrência, mas até agora não consegui e a central do cartão está pedindo esse boletim pra prosseguir o atendimento", disse.


No complexo de delegacias de Natal o atendimento também estava paralisado na manhã desta quinta. Uma mulher que pediu para não ser identificada esteve no local, mas não conseguiu ser atendida. "Fui vítima de um golpe, perdi R$ 28 mil. Vim hoje aqui na Delegacia de Defraudações pra registrar a ocorrência, mas me disseram que não está tendo atendimento", disse.


Paralisação

De acordo com o Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol), devido ao baixo efetivo, a Polícia Civil do RN tem muitas delegacias que só conseguem funcionar por causa da voluntariedade dos servidores, que aceitam trabalhar além da carga horária estabelecida em lei em troca do recebimento de diárias operacionais.


"Sem a realização das diárias operacionais por parte dos policiais civis, a funcionalidade da Polícia Civil estará comprometida", diz o Sinpol.



Em entrevista à Inter TV Cabugi o secretário de Segurança Pública e Defesa Sociail, coronel Francisco Araujo, afirmou que a reividicação é justa e legítima. "Há uma necessidade de recompletar o efetivo das instituições de segurança. Há dois dias a governadora garantiu que se pronunciaria em 15 dias sobre quando serão convocados e nomeados os policiais civis então esse anúncio deve acontecer em 13 dias", disse.


A paralisação das atividades começou na quarta-feira (7). Sobre o prazo previsto para o fim da paralisação, o presidente do Sinpol disse que não há definição. “Seria bom ter uma previsão de retorno das atividades, mas depende da postura da governadora. Infelizmente ela tem sido intransigente, não recebe a entidade pra conversar e nem tenta resolver o porblema das nossa reivindicações", disse Nilton Arruda.


Os policiais se reuniram em frente à governadoria para um protesto na manhã desta quinta. Nilton Arruda, presidente do Sinpol, explica que a categoria espera uma resposta do Governo do RN até a próxima sexta-feira (9). Caso isso não ocorra, também não haverá diária operacional durante o Carnaval.


Fonte: g1

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Em mensagens a aliados, Mauro Cid admite que não há provas sobre fraudes nas urnas

Trocas de mensagens interceptadas pela Polícia Federal (PF) mostram o ex-ajudante de ordem do presidente Jair Bolsonaro, Mauro Cid, admitindo que não há provas sobre fraudes nas urnas eletrônicas.


Na manhã desta quinta-feira (8), a Polícia Federal deflagrou a operação que tem entre os alvos o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ex-ministros do governo dele e militares das Forças Armadas que, segundo as investigações, teriam participado da elaboração de um golpe de Estado para manter o ex-presidente no poder.


Informações falsas sobre as urnas são sistematicamente espalhadas por aliados do ex-presidente. Mas autoridades nacionais e internacionais já atestaram que não há fraude.


Bolsonaro já foi condenado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) à inelegibilidade e não poderá disputar eleições até 2030. Os ministros do tribunal entenderam que ele cometeu abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação ao espalhar informações falsas sobre o sistema eleitoral em uma reunião com embaixadores.


A troca de mensagens em que Cid admite que não há provas contras as urnas foi feita com o tenente-coronel Hélio Ferreira Lima, em 3 de novembro de 2022. Cid respondeu a mensagens encaminhadas por Lima contestando a segurança das urnas.


Em resposta, Cid afirma que os questionamentos encaminhados por Lima já tinha sido analisados e que era "difícil tirar alguma coisa" das denúncias.


"A gente analisa tudo, vai falar, leva pro MD [Ministério da Defesa], traz o especialista e não tem prova nenhuma", afirmou Cid.

"Não tem nada! Pra esse segundo turno fez muito mais que isso e... não teve nada, não teve nada!", completou.


Em um segundo áudio em resposta a Lima, Cid continua dizendo que não existem provas para dizer que as urnas eletrônicas são fraudadads.


"Está difícil tirar alguma coisa. Está difícil ter alguma prova. Está difícil encontrar algo que você consiga ter substância", argumenta.


Mensagens trocadas entre Mauro Cid e Hélio Lima. — Foto: Reprodução


Em seguida, Lima questiona se Cid está "jogando a toalha" e aumenta o tom dizendo que Mauro Cid e o coronel Marcelo Câmara, também ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, são forças especiais do Exército, "mas não são técnicos em TI".


"E vou dizer, 99,9% das coisas até agora você consegue refutar", conclui Cid sobre as denúncias.


'Infiltrado em tudo quanto é lugar'

O ex-ajudante de ordem ainda afirma que à época o governo Bolsonaro tinha "infiltrado em tudo quanto é lugar monitorando e passando pra gente informações" e que mesmo assim não foi possível confirmar as denúncias de fraude.


Cid termina dizendo que ele é "um dos mais interessados" em encontrar a "bala de prata" que seria capaz de apontar possíveis fraudes nas urnas eletrônicas e que havia um esforço coletivo para tentar encontrar alguma falha.


Mensagens trocadas entre Mauro Cid e Hélio Lima. — Foto: Reprodução


"Cara pode ficar tranquilo. Eu sou dos mais interessados de encontrar alguma coisa. É bala de prata pra poder tocar à frente. O presidente também. E por isso a gente está ouvindo todo mundo", finalizou.

Em seguida, Lima responde: "O povo está onde ele pediu. Ele prometeu, Cid".


Fonte: g1

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Pepita de ouro encontrada com Valdemar Costa Neto é de garimpo, diz perícia

Ouro encontrado com Valdemar Costa Neto — Foto: Polícia Federal

A pepita de ouro encontrada com o presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, que foi detido em flagrante na manhã desta quinta-feira (8), é proveniente do garimpo, segundo análise da perícia da Polícia Federal (PF).


A pepita foi apreendida durante cumprimento de busca e apreensão no quarto do hotel Meliá, em Brasília, onde Valdemar reside.


Segundo o laudo da Polícia Federal, a pepita — com aproximadamente 39 gramas — tem "teor aproximado de 91,76% de ouro contido" e valeria aproximadamente R$ 11.687,71.


Sobre a origem, diz o laudo que "as características da pepita de ouro mineral, tais como o alto teor de ouro, textura, granulometria e a sua composição química e mineral, indicam que se trata de produto aurífero primário, proveniente de retirada direta da jazida, sem processamento, típico de atividade de garimpagem."


Segundo a origem geográfica, os peritos que analisaram a pepita afirmaram que "o material questionado se enquadra como produto de atividade artesanal de extração de ouro a partir de jazida mineral de minério de metais nobres", mas que o local específico "perpassará, após as análises, pelo confronto entre o perfil químico do material apreendido e dos demais perfis registrados" em um cadastro instituído pelo governo.


No mesmo endereço em Brasília, a PF encontrou uma arma de fogo. Segundo apuração do blog da Camila Bomfim, a arma estava com a documentação vencida e registrada no nome do filho do político.


O que diz a defesa

A defesa de Valdemar Costa Neto argumentou que "não há fato relevante algum" e que a pedra apreendida "tem baixo valor e não configura delito segundo a própria jurisprudência".


Afirmou também se tratar de uma relíquia. Sobre a arma, a defesa informou que ela é registrada, tem uso permitido, pertence a um parente próximo e foi esquecida há vários anos no apartamento dele.


Operação para investigar tentativa de golpe

A operação deflagrada pela PF nesta quinta-feira tem entre seus alvos o ex-presidente Jair Bolsonaro, ex-ministros e militares. O objetivo é investigar uma tentativa de golpe para manter o ex-presidente no poder.


Bolsonaro teve seu passaporte retido, o que o impede de deixar o país, e ficou proibido de se comunicar com outros investigados, após decisão do ministro do STF Alexandre de Moraes. Três militares e um ex-assessor de Bolsonaro foram alvos de mandados de prisão, enquanto ex-ministros e outros integrantes das Forças Armadas foram alvos de mandados de busca.


As investigações apontam que integrantes do governo Bolsonaro planejavam prender os ministros do Supremo Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes, além do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco.


A operação da PF mirou nomes como o do general Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Braga Netto, ex-ministro da Defesa, e Valdemar da Costa Neto.


O relatório da investigação aponta que Bolsonaro e militares atuavam em seis núcleos. Uma área de inteligência paralela monitorava ilegalmente as autoridades na mira do governo. A PF também encontrou a gravação de uma reunião para discutir o golpe. Ela foi apreendida no computador de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente.


Fonte: g1

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Documento com argumentação golpista encontrado no PL estava na sala de Bolsonaro


O documento com argumentação golpista, similar a um rascunho de decreto, encontrado na sede do PL nesta quinta-feira (8), estava na sala do ex-presidente Jair Bolsonaro.


O documento foi encontrado durante busca e apreensão feita pela Polícia Federal na sede do partido, em Brasília. A informação sobre o papel foi dada em primeira mão pelo blog da Natuza Nery.


Segundo fontes da investigação, trata-se de uma espécie de discurso, por escrito, que sustenta que a ruptura do Estado Democrático de Direito estaria “dentro das quatro linhas da Constituição”, expressão muito usada por Bolsonaro em atos e discursos públicos quando presidente.


“Afinal, diante de todo o exposto, e para assegurar a necessária restauração do Estado Democrático de Direito no Brasil, jogando de forma incondicional dentro das quatro linhas, com base em disposições expressas da Constituição Federal de 1988, declaro o estado de Sítio e, como ato contínuo, decreto operação de garantia da lei e da ordem”, diz o parágrafo final.


Tentativa de golpe de Estado

A PF revelou um esquema -- envolvendo o ex-presidente, auxiliares e militares --, que discutiu um golpe de Estado e disseminou de forma organizada informações falsas para descredibilizar as eleições e as instituições do país.


Um exemplo dado pela PF foi a preparação de uma minuta de decreto presidencial para abrir caminho para o golpe.


O texto revia a prisão dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes, além do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).


Segundo as investigações, a minuta de golpe foi entregue a Bolsonaro por Filipe Martins (preso na operação desta quinta-feira) e Amauri Feres (alvo de busca). Bolsonaro pediu na reunião com Martins e Feres que os nomes de Pacheco e Gilmar fossem retirados do documento, mas não o de Moraes. O ex-presidente também quis que fosse mantido trecho que previa a realização de novas eleições.


Fonte: Blog do  Valdo Cruz

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PF encontra na sede do PL documento com argumentos para decretação do estado de sítio

PF encontra na sede do PL documento com argumentos para decretação do estado de sítio — Foto: Reprodução

A Polícia Federal encontrou nesta quinta-feira (8), dentro da sede do PL, em Brasília, documento que defende e anuncia a decretação de um estado de sítio e da garantia da lei e da ordem no país.


Segundo apuração do colunista Valdo Cruz, o documento foi encontrado na sala de Jair Bolsonaro na sede do partido.


O papel foi encontrado durante operação para apurar o envolvimento de Bolsonaro, militares e ex-ministros num suposto plano para dar um golpe de Estado no fim de 2022 e evitar a eleição de Lula como presidente. O documento não está assinado.


Segundo fontes ouvidas pelo blog, trata-se de uma espécie de discurso, por escrito, que sustenta que a ruptura do Estado Democrático de Direito estaria “dentro das quatro linhas da Constituição”, expressão muito usada por Bolsonaro em atos e discursos públicos quando presidente.


O blog teve acesso ao documento. Ele cita até Aristoteles e diz que a resistência a “leis injustas” é um “princípio do Iluminismo”. O texto é apócrifo —ou seja, sem autenticidade comprovada.


“Afinal, diante de todo o exposto, e para assegurar a necessária restauração do Estado Democrático de Direito no Brasil, jogando de forma incondicional dentro das quatro linhas, com base em disposições expressas da Constituição Federal de 1988, declaro o estado de Sítio e, como ato contínuo, decreto operação de garantia da lei e da ordem”, diz o parágrafo final.


A PF realizou nesta quinta a mais ampla operação para desvelar a participação de ex-integrantes do governo, civis e militares, e também de aliados políticos de Bolsonaro na tentativa de golpe que culminou com a invasão dos Três Poderes em Brasília, em 8 de janeiro de 2023.


Os generais Braga Netto e Augusto Heleno estão entre os mais de 30 alvos da operação e aparecem nos registros da ação como defensores da ruptura.


Em um dos diálogos captados pela PF, Braga Netto chega a chamar o general Freire Gomes, ex-comandante do Exército, de “cagão” por não ter aderido ao plano golpista e ordena que militantes radicais cerquem a casa do militar, à época à frente da instituição militar.


Já Heleno foi gravado pelo próprio grupo de Bolsonaro em uma reunião, em julho de 2022, dizendo que uma “virada de mesa, um soco na mesa” teria que ser feito antes da disputa eleitoral. “Depois não vai ter VAR”, ele avaliou.


Como informou o blog de Daniela Lima, a PF também afirma que havia uma minuta golpista que pedia a prisão dos ministros Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes, do STF, e do presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco.


O documento, dizem os investigadores no processo que dá base ao caso, foi discutido com Bolsonaro, que determinou a retirada dos nomes de Mendes e Pacheco, mas manteve a ordem de prisão de Moraes e a determinação de novas eleições. Na ocasião, ele já havia sido derrotado por Luiz Inácio Lula da Silva.


A operação deflagrada nesta quinta foi embasada por uma decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).


Bolsonaro teve o passaporte apreendido pela PF e foi proibido de falar com investigados.


Segundo a PF, os investigados se uniram para disseminar notícias falsas sobre o sistema eleitoral brasileiro, com objetivo de criar condições para uma intervenção militar que mantivesse Bolsonaro no poder.


Bolsonaro foi declarado inelegível até 2030 pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que condenou o ex-presidente por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação ao questionar o sistema eleitoral. Bolsonaro também é alvo de outras investigações no STF.


Fonte: Blog da Natuza Nery

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Agenda de Bolsonaro registra reunião com ex-ministro da Defesa no dia em que apresentou a comandantes a minuta do golpe

A agenda confidencial de Jair Bolsonaro registrou uma reunião com o então ministro da Defesa Paulo Sergio Nogueira no dia em que ele apresentou a comandantes militares a minuta do golpe. O encontro ocorreu no Palácio da Alvorada.


Documentos obtidos pela CPI dos Atos Golpistas apontam a existência de quatro agendas que ficaram fora da agenda pública do então presidente no dia 7 de dezembro de 2022.


Trecho da agenda confidencial do ex-presidente Jair Bolsonaro — Foto: Reprodução

A primeira delas com Paulo Sérgio Nogueira às 8 e meia da manhã. Na agenda, consta apenas a participação do ministro. Mas a investigação, baseada no controle de acesso do Palácio da Alvorada, registra que o então assessor para Assuntos Internacionais da Presidência, Filipe Martins; o advogado Amauri Saad; o então ajudante de ordens, Tenente-Coronel Mauro Cid; e os comandantes da Marinha e do Exército na época, Almirante Almir Garnier e General Freire Gomes, também participaram do encontro.


Às 10 horas, Bolsonaro recebeu o governador de Rondônia, Marcos Rocha. Este foi o único compromisso do então presidente naquele dia que constava na agenda pública, divulgada pelos sites de transparência e para a imprensa.


Às 11 da manhã, a reunião foi com o ex-comandante do Exército General Eduardo Villas Bôas.


Na parte da tarde, Bolsonaro esteve com o ex-ministro da Agricultura, Alysson Paolinelli às 16 horas. E recebeu às 17 horas, seu ex-ministro da Justiça, então senador eleito.


Na decisão, o ministro Alexandre de Moraes destaca um trecho da investigação. Nele, consta que "os registros de acesso do Palácio da Alvorada revelaram que Filipe Martins esteve por diversos dias no local", "inclusive no dia 7 de dezembro de 2022, quando teria apresentado a minuta juntamente com o então presidente Jair Bolsonaro aos comandantes do Exército e da Marinha e ao então Ministro da Defesa".


Em um áudio enviado ao então Comandante do Exército, o tenente-coronel Mauro Cid afirmou: "Ele enxugou o decreto né? Aqueles considerandos que o senhor viu e enxugou o decreto, fez um decreto muito mais, é, resumido, né?" Considerando é o termo utilizado para se referir às razões jurídicas de um determinado ato que, em geral, consideram com o verbo "considerar".


As agendas confidenciais do então presidente constavam na caixa de emails de Marcelo Costa Câmara. Ele era um dos funcionários da ajudância de ordens e depois permaneceu como assessor pessoal a que ex-presidentes têm direito. Ele foi preso na operação desta quinta-feira (8).


Em nota, Moro afirmou que "visitei o Presidente Bolsonaro após as eleições uma única oportunidade para prestar solidariedade pela derrota nas eleições. Desconheço qualquer reunião com terceiros, minuta ou qualquer suposta iniciativa de golpe, nem participei de qualquer questionamento sobre as eleições".


Notas das Forças

Em nota divulgada nesta quinta, após o início da operação da PF, o Exército afirmou que está prestando as informações necessárias.


"O Centro de Comunicação Social do Exército informa que o Exército Brasileiro acompanha a operação deflagrada pela polícia Federal na manhã desta quinta-feira, prestando todas as informações necessárias às investigações conduzidas por aquele órgão", afirmou a nota oficial.


Em nota, a Marinha do Brasil informou que não se manifesta sobre processos investigatórios em curso, sob sigilo, no âmbito do Poder Judiciário.


Acrescentou que consiste da sua missão "reafirma que pauta sua conduta pela fiel observância da legislação, valores éticos e transparência".


Fonte:  Blog do Camarotti

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Após PF ligar PL à tentativa de golpe, senador pede à PGR investigação e cassação de registro do partido

Projeto foi apresentado há 9 dias pelo senador Humberto Costa (PT-PE). — Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado

O senador Humberto Costa (PT-PE) pediu à Procuradoria-Geral da República (PGR) nesta quinta-feira (8) a abertura de investigações contra o Partido Liberal (PL) por suposto financiamento de "atividades ilegais e criminosas" a fim de invalidar o resultado das eleições de 2022.


Costa também sugeriu que a Procuradoria apresente, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), uma ação para cassar o registro da sigla.


A representação do senador — direcionada ao procurador-geral da República, Paulo Gonet — é um desdobramento da operação da Polícia Federal desta quinta, que apura a participação de militares e ex-assessores de Jair Bolsonaro (PL) em uma tentativa de golpe de Estado.


Relatório de investigação da PF, que embasou a operação, aponta que estruturas e recursos financeiros do PL foram utilizados para a discussão de instrumentos golpistas, com intenção de reverter a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2022.


A corporação afirmou que um endereço financiado pelo partido, chamado de "QG do golpe", foi utilizado como um núcleo de "assessoramento e elaboração de minutas de decretos com fundamentação jurídica e doutrinária que atendessem aos interesses golpistas do grupo investigado".


Segundo a PF, o presidente da sigla, Valdemar Costa Neto, foi o "principal fiador" de questionamentos da legenda contra a lisura do processo eleitoral de 2022.


No documento encaminhado à PGR, Humberto Costa afirmou que o uso de recursos públicos para o financiamento de ações golpistas podem justificar a cassação do registro do PL.


"Preocupante, inconstitucional, ilegal e criminoso que a referida agremiação política tenha se utilizado, em tese, de recursos do fundo partidário para fins de financiamento de atividades delituosas, passando ao largo de toda a legislação nacional eleitoral, com evidente ataque à nossa democracia e promovendo o financiamento de atos que buscavam a abolição violenta do Estado Democrático de Direito."

O senador defendeu as seguintes medidas:


abertura de investigação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE)

apuração de possível desvio de recursos do fundo partidário para financiar "atos antidemocráticos, com o objetivo ilícito de invalidar a eleição presidencial"

apuração de possível desvio de recursos do fundo partidário para financiar uma "tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito"


"Dessa forma, digno procurador-geral, com fundamento na Lei dos Partidos Políticos, Lei nº 9096/95, pugno que seja iniciado o procedimento que Vossa Excelência aprouver como mais apropriado, para investigar os fatos noticiados", afirmou Humberto Costa.


"Ao final, se comprovados os ilícitos e atos criminosos eventualmente praticados, em tese, pelo Partido Liberal, consubstanciando-se em financiamento de atividades ilegais e criminosas com o objetivo de promover a invalidação da eleição do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva com a prática criminosa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, seja proposta, perante o Tribunal Superior Eleitoral, a competente Ação de Cassação de Registro Eleitoral do Partido Liberal, nos exatos termos da Lei 9096/95."

A Lei dos Partidos Políticos prevê que cabe ao Tribunal Superior Eleitoral julgar ações de cassação do registro de partidos políticos. O registro é, na prática, uma autorização para que as siglas funcionem efetivamente.


De acordo com a lei, a perda do registro poderá ocorrer em quatro hipóteses:


recebimento de recursos financeiros de procedência estrangeira

subordinação a entidade ou governo estrangeiros

ausência de prestação de contas à Justiça Eleitoral, nos termos da lei

e manutenção de organização paramilitar

'Instrumentalização' do PL

Na decisão de Moraes que autorizou a operação desta quinta, a Polícia Federal aponta que houve uma "instrumentalização" durante as eleições de 2022, a fim de financiar uma estrutura de apoio à invalidação da vitória de Lula na disputa presidencial.


Ao todo, foram 33 mandados de busca e apreensão e quatro mandados de prisão preventiva. Houve, ainda, medidas cautelares, como proibição de contatos entre os investigados, retenção de passaportes e destituição de cargos públicos.


Endereços ligados a Valdemar Costa Neto e a sede do PL, em Brasília, foram alvo de buscas e apreensões. O presidente do PL foi detido em flagrante por posse irregular de arma de fogo.


No documento, Moraes aponta que, segundo a Polícia Federal, o avanço das investigações demonstrou o uso do PL no financiamento de uma "estrutura de apoio as narrativas que alegavam supostas fraudes às urnas eletrônicas, de modo a legitimar as manifestações que ocorriam em frentes as instalações militares".



A Polícia Federal afirmou que a investigação aponta uma "intrínseca relação entre núcleo jurídico da organização criminosa responsável pelas minutas golpistas e o Partido Liberal, na pessoa de seu dirigente máximo, VALDEMAR COSTA NETO”.


A decisão de Moraes também diz que, como presidente do PL, Valdemar foi o "principal fiador de questionamentos" contra as urnas eletrônicas, em 2022.


Em novembro de 2022, o PL entrou no TSE com um pedido de verificação extraordinária do resultado do segundo turno das eleições. Sem apresentar qualquer prova de fraude, a sigla pediu a invalidação dos votos de mais de 250 mil urnas. O pedido foi rejeitado pela Corte Eleitoral.


Segundo a PF, os especialistas contratados pelo partido possuíam na verdade vinculações com o argentino Fernando Cerimedo, influenciador ligado ao deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), e o major da reserva Angelo Martins Denicoli, que chegou a ocupar cargo de direção no Ministério da Saúde na gestão Eduardo Pazuello.


A corporação afirmou que Valdemar Costa Neto tinha "plena ciência da interlocução e do alinhamento que os investigados desenvolveram na construção da narrativa de fraude as urnas eletrônicas".


Parlamentares repercutem

A operação da PF repercutiu entre políticos ao longo desta quinta-feira. Parlamentares aliados a Bolsonaro chamaram as medidas de "perseguição" política. Do outro lado, governistas afirmaram que a operação representa um avanço contra o núcleo de Jair Bolsonaro.



Veja a seguir o que disseram os políticos:


João Roma, ex-ministro de Bolsonaro e presidente do PL da Bahia:

"As regras da democracia não servem a um projeto de poder totalitário. Não basta a vitória nas urnas. É preciso destruir o adversário. Não tem outra explicação para a implacável perseguição ao ex-presidente Jair Bolsonaro. O principal alvo de mais uma operação de pescaria da Polícia Federal, quando a suposição de um imaginário golpe justifica mandados judiciais na tentativa de encontrar indícios para acusações. É a inversão de uma justiça de dois pesos e duas medidas."


Senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS), ex-vice-presidente da República:

"Uma devassa persecutória é o que estamos testemunhando, hoje, no Brasil. Não podemos nos omitir, nem as Forças Armadas, nem a Justiça Militar, sobre esse fenômeno de desmando desenfreado que persegue adversários e que pode acarretar instabilidade no país."


Deputado Odair Cunha (PT-MG), líder do PT na Câmara:

"A operação de hoje da PF é parte de um cerco, que se fecha cada vez mais, contra quem atacou nossa democracia e o nosso país. Que seja aplicado o rigor da lei a todos aqueles que, verdadeiramente, são os inimigos da liberdade e do Brasil."


Deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR), presidente do PT:


"Ramificação do bolsonarismo golpista abrangia vários núcleos, desde a produção de fake news, envolvimento de militares, área jurídica pra tentar dar respaldo, os apoiadores nas ruas e quartéis e inteligência paralela. Bolsonaro e cia não tiveram êxito no golpe e deixaram rastros de provas, até vídeo tem. Uma coisa precisa ser dita sempre, eleição de Lula foi fundamental. Foi do fascismo que nos livramos."


Ricardo Cappelli, ex-secretário-executivo do Ministério da Justiça:

"NÃO FOI um passeio no parque. Parabéns à Polícia Federal que conduz de forma técnica as investigações sobre a tentativa de golpe no Brasil. Perseguiram de forma implacável o objetivo de destruir a democracia e agora se dizem perseguidos. Acertarão suas contas com a JUSTIÇA."


Fonte: g1

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Em vídeo apreendido pela PF, Bolsonaro e auxiliares trocam falas golpistas; ex-presidente ordenou disseminação de fake news


As investigações da Polícia Federal apontam que em 5 de julho de 2022 houve uma reunião da "alta cúpula" do governo com a "finalidade de cobrar dos presentes conduta ativa na promoção da ilegal desinformação e ataques à Justiça Eleitoral".


Na reunião, o então presidente Jair Bolsonaro diz que as pesquisas estavam certas e que provavelmente Lula ganharia a eleição. O então chefe do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno, diz que, para "virar a mesa", tem que ser "antes da eleição". E o então ministro da Defesa, paulo Sérgio Nogueira, declara guerra ao TSE (veja mais abaixo).


A Polícia Federal encontrou um vídeo da reunião em um computador apreendido na casa do ex-ajudante de ordens, Mauro Cid.


Estavam presentes:


Jair Bolsonaro (então presidente da República)

Anderson Torres (então ministro da Justiça)

Augusto Heleno (então ministro do Gabinete de Segurança Institucional)

Paulo Sérgio Nogueira (então ministro da Defesa)

Mário Fernandes (então servidor da Secretaria-Geral da Presidência)

Walter Braga Netto (candidato a vice na chapa de Bolsonaro)

Esta reunião ficou marcada por explicitar a organização do clã bolsonarista para criar estratégias para deslegitimar a eleição do presidente Lula e enfraquecer o sistema eleitoral e as urnas eletrônicas.


No começo da fala, o ex-presidente Jair Bolsonaro afirma que os ministros precisam ajudá-lo na campanha para reeleição que se iniciaria em agosto.



"E eu tenho falado com os meus 23 ministros. Nós não podemos esperar chegar 23, olhar para trás e falar: o que que nós não fizemos para o Brasil chegar à situação de hoje em dia? Nós temos que nos expor. Cada um de nós. Não podemos esperar que outros façam por nós. Não podemos nos omitir. Nos calar. Nos esconder. Nos acomodar. Eu não posso fazer nada sem vocês. E vocês também patinam sem o Executivo", falou Bolsonaro.


Em seguida, Bolsonaro intima os ministros a difundirem informações fraudulentas como tentativa de reverter a situação na disputa eleitoral.


“Daqui pra frente, quero que todo ministro fale o que eu vou falar aqui, e vou mostrar. Se o ministro não quiser falar, ele vai vir falar para mim por que ele não quer falar”, afirmou.


Em um dos trechos, o ex-presidente admite que Lula venceria as eleições no primeiro turno e que as pesquisas eleitorais, questionadas por ele, estavam corretas.


"E a gente vê que o Datafolha continua mantendo a posição de 45% e, por vezes, falando que o Lula ganha no primeiro turno. Eu acho que ele ganha, sim. As pesquisas estão exatamente certas. De acordo com os números que estão dentro dos computadores do TSE”, disse Bolsonaro.


Nessa mesma reunião, Bolsonaro conta para os envolvidos sobre a ideia de convocar embaixadores para apontar fraudes no sistema eleitoral brasileiro. Foi por conta dessa reunião, com falsas afirmações sobre as urnas eletrônicas, que o ex-presidente ficou inelegível pelo TSE.


“Vou fazer uma reunião quinta-feira com embaixadores, semana que vem. Vou convidar autoridades do Judiciário para outra reunião, para mostrar o que está acontecendo”, bradou.


Bolsonaro já foi condenado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) à inelegibilidade e não poderá disputar eleições até 2030. Os ministros do tribunal entenderam que ele cometeu abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação ao espalhar informações falsas sobre o sistema eleitoral em uma reunião com embaixadores.


Espalhar desinformação

A PF destaca que o então presidente da República deixa claro que exigiria dos ministros, "em total desvio de finalidade das funções do cargo", que replicassem em suas áreas "todas as desinformações e notícias fraudulentas quanto à lisura do sistema de votação, com uso da estrutura do Estado brasileiro para fins ilícitos e dissociados do interesse público."


“Se apresentar onde eu estou errado eu topo. Agora, se não tiver argumento pra me demover do que eu vou mostrar, não vou querer papo com esse ministro. Está no lugar errado. Se está achando que eu vou ter 70% dos votos e vou ganhar como ganhei em 2018, e vou prova, o cara está no lugar errado”, diz a transcrição feita pelos investigadores e apresentada ao STF.


Em outro ponto da reunião, Bolsonaro propõe que os presentes participassem da redação de um documento que afirmasse ser impossível “definir a lisura das eleições” e incluísse elementos externos, como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).


"Quem responde pela CGU vai, quem responde pelas Forças Armadas aqui... É botar algo escrito, tá? Pedir à OAB. A OAB vai dar credibilidade pra gente, tá? Polícia Federal, uma nota conjunta com vocês, com vocês todos [dizendo/ que até o presente momento dadas as condições de se definir a lisura das eleições, são simplesmente impossíveis de ser atingidas. E o pessoal assina embaixo”, transcreve a PF.


'Se tiver de virar a mesa, é antes das eleições'

Um dos participantes da reunião, seguindo a PF, foi o então ministro do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno -- também alvo de busca e apreensão na operação desta quinta-feira.


Segundo os investigadores, Heleno chegou a começar a discutir a infiltração de agentes da Abin nas campanhas eleitorais, mas Bolsonaro interrompeu o tema para que conversassem sobre o assunto “em particular”.


Em outro ponto, a PF transcreve uma fala de Heleno em que ele ressalta que “se tiver que virar a mesa é antes das eleições” e que seria necessário “agir contra determinadas instituições e contra determinadas pessoas".


“Então, o que tiver que ser feito tem que ser feito antes das eleições. Se tiver que dar soco na mesa, é antes das eleições. Se tiver que virar a mesa, é antes das eleições (...) Eu acho que as coisas têm que ser feitas antes das eleições. E vai chegar a um ponto em que nós não vamos poder mais falar. Nós vamos ter que agir. Agir contra determinadas instituições e contra determinadas pessoas. Isso pra mim é muito claro”, transcreve a PF.



Anderson Torres

O documento também apresenta falas de outros investigados que participavam da reunião, como o então ministro da Justiça, Anderson Torres, que menciona a Bolívia como argumento para pedir uma ação mais forte do grupo.


"Tem muitos aqui que eu não sei nem se tem estrutura pra ouvir o que a gente tá falando aqui. Com todo o respeito a todos. Mas eu queria começar por uma frase que o presidente colocou aqui, que eu acho muito verdadeira. E o exemplo da Bolívia é o grande exemplo pra todos nós. Senhores, todos vão se f(...)er! Eu quero deixar bem claro isso",, diz a transcrição.


Os investigadores destacam que Anderson Torres repetiu argumentos falaciosos sobre possíveis irregularidades nas urnas, alegando que a Polícia Federal já havia apontado em anos anteriores possíveis melhorias ao sistema que não foram feitas. E por fim, destaca a PF, Torres teria dito que a PF “atuaria de forma mais incisiva”.


“O Diretor Geral da Polícia Federal montou um grupo de policiais federais. E agora uma equipe completa. Não só com peritos. Mas com delegados, com peritos, com agentes pra poder acompanhar, realmente, o passo a passo das eleições pra poder fazer os questionamentos necessários que têm que ser feitos, e não só as observações.(...) A gente vai atuar de uma forma mais incisiva. Já estamos atuando”, transcreve a PF.



Paulo Sérgio Nogueira

Durante momento de fala, o ex-ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, afirmou que o Tribunal Superior Eleitoral seria o “inimigo” do grupo bolsonarista e que na “guerra” traçada, eles deveriam “romper” a linha de contato, numa analogia para atacar o tribunal.


"O que eu sinto nesse momento é apenas na linha de contato com o inimigo. Eu vou romper aqui e iniciar minha operação. Eu vejo as Forças Armadas e o Ministério da Defesa nessa linha de contato. Nós temos que intensificar e ajudar nesse sentido, pra que a gente não fique sozinho no processo", afirmou.


O ex-ministro ainda faz coro às acusação infundadas contra o TSE.


“Pra encerrar, eu estou realizando reuniões com os comandantes de Força quase que semanalmente. Esse cenário, nós estudamos, nós trabalhamos. Nós temos reuniões pela frente, decisivas pra gente ver o que pode ser feito, que ações poderão ser tomadas pra que a gente possa ter transparência, segurança, condições de auditoria e que as eleições se transcorram da forma como a gente sonha. E o senhor, com o que a gente vê no dia a dia, tenhamos o êxito de reelegê-lo e esse é o desejo de todos nós”, finalizou.


Fonte: g1

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Conversas mostram Mauro Cid orientando manifestações e monitoramento de Moraes, diz PF; veja prints

Tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de Ordens do então presidente Jair Bolsonaro (PL), durante a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos, da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), em Brasília, nesta quinta-feira, 24. — Foto: WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO

O relatório da Polícia Federal que embasou a operação desta quinta-feira (8), que apura uma tentativa de golpe de Estado durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), traz conversas do coronel Mauro Cid, então ajudante de ordens do ex-presidente.


Segundo a PF, elas indicam a atuação dele em várias frentes na empreitada golpista, incluindo a orientação de manifestações e participação no monitoramento do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes (veja prints abaixo).


A investigação aponta que Cid participava de cinco dos seis núcleos em que o grupo se dividiu para a tentativa de golpe.


A operação desta quinta tem como alvos Bolsonaro, militares e ex-ministros da gestão do ex-presidente. Ao todo, foram expedidos 33 mandados de busca e apreensão e quatro mandados de prisão preventiva.


Há ainda medidas cautelares, como proibição de contatos entre os investigados, retenção de passaportes e destituição de cargos públicos.


Bolsonaro já foi condenado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) à inelegibilidade e não poderá disputar eleições até 2030. Os ministros do tribunal entenderam que ele cometeu abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação ao espalhar informações falsas sobre o sistema eleitoral em uma reunião com embaixadores.


Orientação de manifestações

Um dos diálogos anexados pela PF é entre Cid e o major das Forças Especiais do Exército Rafael Martins, em novembro de 2022, já depois das eleições. Segundo a corporação, nas conversas, Cid orientou o militar sobre manifestações em Brasília.


Em 11 de novembro, Rafael Martins perguntou a Cid onde as manifestações deveriam ocorrer, e questionou se as Forças Armadas assegurariam a permanência dos participantes no local. A resposta de Cid foi positiva. Veja abaixo:


Diálogo entre Mauro Cid e o major das Forças Especiais do Exército Rafael Martins — Foto: PF/Reprodução

Em outra conversa anexada pela PF, Cid pediu a Rafael Martins que estimasse os custos de trazer pessoas para participarem da manifestação em Brasília. Veja:

Diálogo entre Mauro Cid e o major das Forças Especiais do Exército Rafael Martins — Foto: PF/Reprodução


Monitoramento de autoridades

Outro diálogo anexado pela PF é entre Mauro Cid e o ex-assessor especial do então presidente Bolsonaro Marcelo Câmara.


Segundo a PF, Câmara tinha "significativa proximidade" a Bolsonaro, e "também assumiu posição de relevo na dinâmica golpista, por atuar como responsável pelo núcleo de inteligência paralela que operava na coleta de informações sensíveis e estratégicas para auxílio na tomada de decisões do então Presidente da República".


Uma das funções desse núcleo, de acordo com a investigação, era o monitoramento de autoridades como o ministro do STF Alexandre de Moraes. A PF afirma que os dois usavam o codinome "professora" para se referir ao ministro.


As mensagens apontam que, entre 15 e 22 de dezembro de 2022, Cid questionou Câmara sobre o paradeiro de Moraes, segundo a Polícia Federal. Veja abaixo:


Conversa entre Mauro Cid e Marcelo Câmara sobre monitoramento de Alexandre de Moraes — Foto: PF/Reprodução

Conversa entre Mauro Cid e Marcelo Câmara sobre monitoramento de Alexandre de Moraes — Foto: PF/Reprodução

A PF afirma que o objetivo do monitoramento era garantir o cumprimento de uma ordem de prisão de Moraes, que estaria prevista na minuta de decreto golpista que consumaria o golpe.


Minuta golpista

O histórico de mensagens de Mauro Cid obtido pela PF destaca, ainda, um áudio enviado pelo então ajudante de ordens de Bolsonaro ao então comandante do Exército, general Freire Gomes.


Segundo a investigação, Cid teria demonstrado que Jair Bolsonaro estava "redigindo e ajustando o decreto", em referência à minuta de decreto golpista.


"O presidente tem recebido várias pressões para tomar uma medida mais, mais pesada onde ele vai, obviamente, utilizando as Forças, né? Mas ele sabe, ele ainda continua com aquela ideia que ele saiu da última reunião, mas a pressão que ele recebe é de todo mundo. Ele está... É cara do agro. São alguns deputados, né?", diz Mauro Cid, segundo a transcrição da PF.


"Hoje o que que ele fez hoje de manhã? Ele enxugou o decreto, né? Aqueles considerando que o senhor viu e enxugou o decreto, fez um decreto muito mais, é resumido, né? [...] Porque se não for, se a Força não incendiar, é o status quo mantém aí como o que estava previsto, que estava sendo feito, que estava sendo levado nas reuniões em consideração, tá?"


Segundo a PF, tudo demonstrava que "atos executórios para um golpe de Estado estavam em andamento". Veja a transcrição abaixo:


Áudio enviado por Mauro Cid ao general Freire Gomes — Foto: PF/Reprodução

Áudio enviado por Mauro Cid ao general Freire Gomes — Foto: PF/Reprodução

Sem indícios de fraude

Após o fechamento das urnas, no primeiro turno das eleições de 2022, a investigação aponta que Mauro Cid conversou com um coronel do Exército sobre supostas fraudes no pleito.


No diálogo de 4 de outubro de 2022, o coronel Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros escreveu esperar que "vocês", em referência ao núcleo próximo a Jair Bolsonaro, "saibam o que estão fazendo".


Cid responde: "Eu tb [também]... Senão estou preso". Momento depois, Cid diz que não há "nenhum indício de fraude".


Conversa entre Mauro Cid e o coronel Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros — Foto: PF/Reprodução

Conversa entre Mauro Cid e o coronel Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros — Foto: PF/Reprodução

Mauro Cid ficou preso por pouco mais de seis meses no ano passado, em uma investigação sobre inserção de dados falsos de vacinação contra a Covid. Ele foi solto em setembro de 2023, após fechar acordo de colaboração premiada. Informações trazidas na delação foram usadas na operação desta quinta.


Fonte: g1

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