domingo, fevereiro 05, 2023

Homem mata ex-mulher, confessa em vídeo e comete suicídio no interior do RN

Um homem identificado como Leonardo Ponciano de Macedo matou a ex-mulher no município de Senador Elói de Souza, a 77 km de Natal, na noite de sábado (4). Após cometer o crime, o homem assumiu a autoria em vídeo publicado nas redes sociais e tirou a própria vida.


Homem mata ex-esposa no município de Senador Elói de Souza, no RN — Foto: Reprodução


A vítima é Micheli da Silva Ferreira. O casal deixa três filhos.


De acordo com a Polícia Militar, houve o crime de feminicídio seguido de estupro.


O corpo de Micheli apresentava sinais de agressão, mas a causa da morte ainda será confirmada pelo Instituto Técnico-Científico de Perícia (Itep).


Sem mostrar o rosto, Leonardo Ponciano publicou vídeo em rede social para confessar que matou a ex-companheira por conta de uma possível traição. Ele disse ter visto mensagens trocadas pela mulher com outro homem.



Antes de tomar conhecimento do suicídio, a polícia chegou a fazer diligências na região. O corpo de Leonardo foi encontrado na manhã deste domingo (5), no Sítio Severino.


A prefeitura de Senador Elói de Souza emitiu nota de pesar pela morte de Michele, que tinha serviços prestados à Secretaria de Educação do município.


Fonte: g1

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Mulher grávida mata marido a tiros na Grande Natal

Uma mulher grávida matou o marido a tiros na manhã deste domingo (5), na casa onde moravam na cidade de Macaíba, na Grande Natal. Ela usou uma arma que possivelmente pertencia à vítima.


Mulher grávida mata marido a tiros na Grande Natal — Foto: Cedida


A autora do crime foi presa em flagrante pelos policiais do 11º Batalhão da Polícia Militar.


O Samu chegou a ser acionado, mas encontrou o homem sem vida. Uma equipe do Instituto Técnico-Científico de Perícia do Rio Grande do Norte (Itep-RN) também esteve no local.


O crime ocorreu na Rua Maria Mila Pinheiro Borges, no bairro Liberdade.


Armas foram encontradas na residência onde ocorreu o homicídio e foram levadas para averiguação na delegacia de plantão.



Segundo informações de populares, a mulher vinha sofrendo ameaças do marido. O casal também tem um filho de 3 anos.


Fonte: g1

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Uma pessoa morre em colisão entre carro e moto na BR-427 em Acari, RN

Uma pessoa morreu em uma colisão frontal entre um carro e uma moto na noite de sexta-feira (3) na BR-427 na cidade de Acari, na Região Seridó do Rio Grande do Norte.


Carro ficou destruído na colisão na BR-427 — Foto: Redes sociais


A vítima não teve o nome revelado pela Polícia Rodoviária Federal. Segundo a PRF, a morte foi do condutor da motocicleta.


A colisão aconteceu por volta das 19h20 no km 16 da pista, entre as cidades de Acari e Currais Novos. Um carro tipo Corsa Wind, de cor branca, colidiu com uma motocicleta do tipo Honda Cg 150 Titan.


O carro e a moto ficaram destruídos com o impacto do acidente.



Segundo a PRF, o motociclista morreu e o condutor do automóvel foi socorrido para o Hospital de Currais Novos para atendimento.


O Instituto Técnico-científico de Perícia (Itep) fez o recolhimento do corpo.


Fonte: g1

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Mulher é presa em Mossoró ao tentar fazer saque-aniversário do FGTS com identidade falsa

Uma mulher de 41 anos foi presa em flagrante, na manhã desta sexta-feira (3), ao tentar fazer um saque-aniversário do FGTS usando uma identidade falsa. O caso aconteceu em Mossoró, no Oeste potiguar e foi confirmado pela Polícia Federal.


Agência da Caixa de Mossoró (Arquivo) — Foto: Hugo Andrade/Inter TV Costa Branca


Segundo a corporação, os policiais federais foram acionados pela gerência de uma agência da Caixa Econômica, que informou que a suspeita de tentar aplicar um golpe no dia anterior, em outra agência da cidade, teria comparecido ao estabelecimento para tentar acessar o benefício usando uma documentação falsa.


O funcionário que atendeu a suspeita a reconheceu e percebeu a falsidade do documento. A mulher foi detida em flagrante pela Polícia Federal, que confirmou que ela será encaminhada para o sistema prisional.


Em janeiro, um casal também foi preso na cidade tentando sacar um benefício em uma agência da Caixa Econômica. Na ocasião, a PF não havia informado qual o tipo de benefício eles tentaram acessar.


Saque-aniversário

Instituído pela Lei 13.932/19, o saque-aniversário do FGTS permite ao trabalhador sacar parte do saldo das contas ativas e inativas do FGTS, anualmente, no mês de seu aniversário.


A adesão ao saque-aniversário é opcional e os saques podem ser feitos pelo app FGTS, pelo site do FGTS e pelo internet banking da Caixa – não é preciso ir até uma agência bancária.


Fonte: g1

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Atendente de lanchonete no RN ajuda cliente com paralisia cerebral a se alimentar e vídeo viraliza: 'É importante ter empatia'

Uma atendente de um restaurante na cidade de Pau dos Ferros, no Alto Oeste do Rio Grande do Norte, viralizou nas redes sociais nesta semana ao ajudar um cliente que tinha paralisia cerebral e surdez a se alimentar.


Atendente ajuda cliente com paralisia cerebral em lanchonete em Pau dos Ferros — Foto: Reprodução


O fato ocorreu na quinta-feira (2). Edimara Freitas, de 24 anos, percebeu a dificuldade de um cliente para se alimentar e ofereceu ajuda. A ação foi filmada pelos colegas de trabalho (veja acima).


Edimara contou que depois de se dirigir até o jovem, perguntou se ele precisava de ajuda.


"Para não ser tão incoveniente, eu perguntei se ele queria ajuda. E ele gesticulou que queria, sim. Eu peguei o lanche, fui dando pra ele comer e também uma ajuda para ele tomar o refrigerante. E ele o tempo todo muito sorridente, agradecendo", contou a atendente.




Após efetuar o pagamento, o cliente digitou no celular uma mensagem de agradecimento à funcionária. A mensagem dizia: "Obrigado por me ajudar".


"Quando eu vi a frase, fiquei muito surpresa e vi o quanto é importante a gente ter empatia pelo próximo. E o quanto um gesto tão simples fez com que tornasse o dia dele bem melhor", disse Edimara.

"Às vezes a gente tem tanto e reclama tanto. E tem pessoas que só com um gesto simples torne o dia delas bem melhores", concluiu.


Edimara recebeu elogios de amigos e desconhecidos pelas redes sociais pelo ato. Ela contou que após o episódio chegou a se comunicar com o cliente e os familiares dele, que também a agradeceram pelo gesto.


Fonte: g1

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Justiça Federal do RN absolve ex-senador José Agripino da acusação de ter mantido funcionário fantasma

O juiz Francisco Eduardo Guimarães Farias, da 14ª Vara Federal do Rio Grande do Norte, absolveu o ex-senador da República pelo estado José Agripino Maia da acusação de ter mantido um funcionário fantasma.


José Agripino nos tempos como senador da República — Foto: Geraldo Magela/Agência Senado


A denúncia havia sido ratificada pelo Ministério Público Federal (MPF) em julho de 2019 e a Justiça Federal chegou a determinar o bloqueio de bens do ex-senador.


A ação penal original havia sido apresentada pela Procuradoria-Geral da República ao Supremo Tribunal Federal (STF), no final de 2018, quando ele ainda exercia o mandato no Senado.


A decisão do juiz diz que não "restou suficientemente comprovada a materialidade delitiva do crime de peculato" e nem que havia um "funcionário fantasma indicado por José Agripino Maia, para desviar recursos públicos em seu favor" e em favor de outra pessoa.


"Não há que se aprofundar na análise do crime de associação criminosa, já que não há comprovação de que os réus se reuniram com o fim precípuo de desviar recursos públicos. Com base no exposto, a absolvição de todos os denunciados da conduta imputada pelo Ministério Público Federal na denúncia é medida que se impõe", decidiu o juiz.

Além do ex-senador José Agripino, outras duas pessoas que haviam sido denunciadas pelo Ministério Público Federal no caso também foram absolvidas.


Investigação

O MPF denunciou que entre março de 2009 e março de 2016, José Agripino nomeou e manteve como secretário de seu gabinete em Brasília um gerente de farmácia em Natal, que não cumpria a sua função como secretário de gabinete e repassaria a remuneração recebida do Senado ao sogro, que era servidor da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte e não poderia assumir oficialmente a função no Congresso Nacional.


A ação investigava improbidade e denúncia por desvio de aproximadamente R$ 600 mil de recursos federais em um esquema para nomeação de funcionário fantasma.


Decisão

Na decisão, o juiz federal entendeu que, mesmo que existam elementos no sentido de que o suposto funcionário fantasma trabalhasse na farmácia do tio no mesmo período em que supostamente exercia um cargo de servidor do Senado Federal, "o fato é que tal circunstância por si só não exclui a possibilidade de ele ter exercido efetivamente a função de assessor parlamentar de José Agripino Maia durante o período em que foi nomeado para tal cargo, principalmente pelo fato de que a sua atuação de assessoramento se deu no Estado do Rio Grande do Norte".


"É forçoso concluir que, no mínimo, deve prevalecer o benefício da dúvida, muito embora existam diversos elementos indiciários apontando para a prática, tão frequentemente noticiada nos telejornais brasileiros, da chamada 'rachadinha" ou do 'funcionário fantasma. Assim, não restou suficientemente demonstrada nestes autos a materialidade do delito de peculato, imputado aos acusados", citou a decisão quanto ao crime de peculato.

Quanto à denúncia de associação criminosa, o juiz diz que "é importante observar que a narrativa do Ministério Público Federal na denúncia acerca do crime de associação criminosa exigia a comprovação anterior do crime de peculato" e que, portanto, não ficou comprovada a materialidade do delito.


Fonte: g1

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Em reunião com governadora, Jean Paul Prates afirma que Petrobras não vai mais sair do Rio Grande do Norte

Em reunião com a governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT), o novo presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, afirmou na manhã desta sexta-feira (3) que a empresa não vai mais sair do estado. Jean ainda afirmou que suspendeu transferências de funcionários para outros estados.


Reunião do presidente da Petrobras, Jean-Paul Prates, com o governo do Rio Grande do Norte — Foto: Governo do RN/Divulgação


Procurada pela Inter TV Cabugi, a assessoria do presidente da Petrobras disse que ele não pode dar entrevistas no momento, em respeito a normas do estatuto da empresa.


Nas redes sociais, a governadora comemorou as informações repassadas por Jean Paul. Fátima ainda afirmou que o presidente da estatal também anunciou a criação de uma nova diretoria voltada para energias renováveis, que deverá ser sediada no estado. O RN é líder na produção de energia eólica no país.


"O presidente da Petrobras acaba de anunciar que a empresa vai, não só se voltar para essa área, criando uma diretoria específica, mas que essa diretoria vai ficar sediada no Rio Grande do Norte. Isso é uma conquista extraordinária para o povo do Rio Grande do Norte, porque é um reconhecimento do potencial inquestionável que o estado tem nessa área", afirmou a governadora, após a reunião.


Ao longo dos últimos anos, a Petrobras realizou um processo de vendas dos ativos, como campos maduros de exploração de petróleo, além da refinaria Clara Camarão e outras estruturas no Rio Grande do Norte. Segundo Jean Paul, a empresa encerraria as atividades no Rio Grande do Norte neste mês de fevereiro.


"Os poucos ativos que iam ficar aqui, que são blocos exploratórios e a descoberta de Pitú (campo em alto mar), seriam manejados perfeitamente a partir de Sergipe. E era isso que ia acontecer. Essa sede ia ser vendida no mercado imobiliário", afirma no vídeo.


"É perfeitamente possível ao presidente e à nova gestão dizer que a Petrobras não vai mais sair do Rio Grande do Norte. Já tem o que fazer. A gente já sabe o que pode fazer, mas nem tudo a gente pode anunciar", complementa.


No registro, o presidente da Petrobras ainda afirma que a empresa vai investir "fortemente" em energias renováveis e citou principalmente a energia eólica, com parques de produção instalados no mar.



"Nós vamos fortemente para o offshore eólico e vamos ser líderes de offshore do Brasil, de operação de parque. E a sede de todo o offshore eólico da Petrobras vai ser aqui no Rio Grande do Norte. Quem quiser vir conversar com a Petrobras sobre eólica terá que vir a Natal", disse.


Fonte: g1

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Embarcação afunda na Baía de Guanabara; 8 pessoas estão desaparecidas, segundo Bombeiros

Uma embarcação afundou na Baía de Guanabara na tarde deste domingo (5). De acordo o secretário de Defesa Civil e comandante-geral do Corpo de Bombeiros, Leandro Monteiro, 14 pessoas estavam a bordo e, até a última atualização desta reportagem, seis foram resgatadas e outras oito estavam desaparecidas.


Os seis primeiros tripulantes salvos teriam sido resgatados por um barco civil que passava pela região no momento do naufrágio. Equipes do 19º GBM (Ilha do Governador) prestaram os primeiros socorros as vítimas e as transportaram para o Pier da Transpetro, na Ilha do Governador.


A embarcação, conhecida como "Caiçara", virou entre a Ilha do Governador e a Ilha de Paquetá por conta do mau tempo. Um temporal atingiu a cidade nesta tarde e deixou a capital em estágio de mobilização.


Guarda-vidas e mergulhadores faziam buscas pelas vítimas, com o apoio de uma lancha, motos aquáticas, botes e um helicóptero.


Embarcação vira na Baía de Guanabara — Foto: Divulgação


"Estamos no local com o Grupamento de Buscas e Salvamento e um helicóptero para tentar localizar essas vítimas", disse Monteiro ao g1.


A corporação foi acionada às 17h25 para a ocorrência.


Em nota, a Marinha do Brasil disse que a Capitania dos Portos do Rio de Janeiro tomou conhecimento "da ocorrência de um emborcamento de uma traineira na altura da Ilha do Governador (RJ)." E que um procedimento interno será instaurado para "apurar causas, circunstâncias e responsabilidades do acidente" (veja a nota completa mais abaixo).


Um homem que estava em um navio próximo ao local do acidente disse que soube do socorro pelo canal exclusivo de emergência.


"Ventava muito forte, e a embarcação simplesmente virou. Estou em um navio ao lado do ocorrido, porém com possibilidade restrita de manobra. O resgate chegou rápido, com embarcações menores", disse.


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Embarcação afunda na Baía de Guanabara — Foto: Divulgação


Nota do Corpo de Bombeiros

"O Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro foi acionado, na tarde deste domingo (05.02), para um naufrágio na Baía de Guanabara, próximo à Ilha de Paquetá.


Segundo relatos, havia 12 pessoas a bordo da embarcação. Seis seguem desaparecidas.


Guarda-vidas e mergulhadores da corporação atuam nas buscas pelas vítimas, com apoio de lanchas, motos aquáticas, botes e aeronaves."


Nota da Marinha do Brasil (Comando do 1º Distrito Naval)

"A Marinha do Brasil (MB), por meio do Comando do 1º Distrito Naval, informa que a Capitania dos Portos do Rio de Janeiro (CPRJ) tomou conhecimento, na tarde de domingo (05), da ocorrência de um emborcamento de uma traineira na altura da Ilha do Governador (RJ).


Ressalta-se que a CPRJ enviou uma equipe de Busca e Salvamento (SAR) ao local para averiguações tão logo teve ciência do ocorrido. A embarcação contava com 12 tripulantes, 6 deles devidamente resgatados até o momento. As buscas pelos demais estão sendo realizadas tanto pela Marinha do Brasil quanto pelo Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro (CBMERJ). Insta salientar que não foi verificado indício de poluição hídrica no local.


A CPRJ esclarece, também, que um procedimento interno será instaurado para apurar causas, circunstâncias e responsabilidades do acidente, bem como colher ensinamentos para reduzir a probabilidade de ocorrências análogas no futuro. Concluído o procedimento e cumpridas as formalidades legais, os documentos serão encaminhados ao Tribunal Marítimo, que fará a devida distribuição e autuação, o qual dará vista à Procuradoria Especial da Marinha para que adote as medidas previstas no Art. 42 da Lei nº 2.180/54."


Fonte: g1

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Com espaço aéreo fechado, garimpeiros não conseguem voos clandestinos para sair da Terra Yanomami

Com o controle do espaço aéreo na Terra Indígena Yanomami, realizado pela Força Aérea Brasileira (FAB), garimpeiros que estão no maior território indígena do país não conseguem voos clandestinos para deixar a região. Áudios e mensagens enviados em um grupo de mensagens mostram as tentativas deles em conseguir aviões ou helicópteros. Com o cenário, os invasores têm fugido pela floresta e pelos rios.


Dezenas de garimpeiros se aglomeram na pista do Jeremias, uma das vias mais usadas pelos invasores na Terra Yanomami — Foto: Reprodução/Redes sociais


Em um grupo chamado de "Amigos do Rio Uraricoera" – em referência à principal via fluvial usada pelos garimpeiros para chegar aos acampamentos dentro da Terra Yanomami –, uma pessoa diz que tem ao menos 5 mil garimpeiros em busca de sair do local, mas não há voos.



"Aqui onde estou tem mais de cinco mil pessoas na região só para ir embora, nós queremos ir. Mas, não tem é voo, o povo [pilotos] está com medo de vir", diz.

No texto, a pessoa ainda diz que tentou voos com oito "burus", que são helicópteros, e nenhum deles aceitou ir até a região.


Garimpeiros procuram voos para sair da TI Yanomami — Foto: Reprodução


Em outras conversas, garimpeiros relataram que grande parte dos invasores não tem como sair da região por estarem com malária e, com isso, não aguentam caminhar na floresta.



"[Os garimpeiros] estão se juntando em grandes grupos e fazendo varação [caminhada] na mata para a única pista de voo que está funcionando ainda, a pista do Jeremias", diz um deles.


A pista do Jeremias é uma das principais rotas usadas pelos garimpeiros para entrar e sair da Terra Yanomami. O frete aéreo é o modo mais caro para se acessar os garimpos instalados na floresta.


Em 2022, o relatório "Yanomami sob ataque", divulgado pela Hutukara Associação Yanomami (HAY), indicou que o valor de uma viagem para as pistas Rangel, Cascalho, Jeremias, Espadim, Malária e Pau Grosso, principais pistas clandestinas da TI, custam cerca de R$ 11 mil.


Relatório indica 40 pistas em fazendas de Roraima que podem ser usadas para garimpeiros entrarem na Terra Yanomami

O espaço aéreo é controlado pela FAB desde a última quarta-feira (1º), com aeronaves equipadas com radares superpotentes.


A estimativa é que ao menos 20 mil garimpeiros estejam na Terra Indígena Yanomami. A ação ilegal deles causou uma crise humanitária sem precedentes no território. São pouco mais de 30 mil Yanomami na área que deveria, por lei, ser preservada. No entanto, tem sofrido com o avanço do garimpo ilegal, que só em 2022 cresceu 54%.



Vídeos que circulam nas redes sociais desde a última quinta-feira (31) mostram homens e mulheres em grupos deixando a região caminhando pela floresta e pelos rios, em barcos lotados.


O motivo da fuga é por conta de uma grande operação que vai acontecer nos próximos dias para expulsar, de vez, os garimpeiros do território, segundo a polícia. A reserva indígena será ocupada pelas Forças Armadas Nacional e pela Polícia Federal.


Em outro vídeo, garimpeiros afirmam estar sem comida e pedem ao Exército e à polícia para serem resgatados da Terra Yanomami. O local é abastecido por aeronaves, mas com o bloqueio aéreo, o "rancho" -- como chamam a alimentação -- não chega até as áreas de garimpo onde os criminosos estão instalados.



Crise Yanomami

Em janeiro deste ano, o presidente Lula esteve em Roraima para acompanhar a crise sanitária dos Yanomami. Na ocasião, ele prometeu pôr fim ao garimpo ilegal na Terra Yanomami


A Terra Yanomami tem mais de 10 milhões de hectares distribuídos entre os estados de Amazonas e Roraima, onde fica a sua maior parte. São cerca de 30 mil mil indígenas vivendo na região, incluindo os isolados, em 371 comunidades.


A região está em emergência de saúde desde 20 de janeiro e inicialmente por 90 dias, conforme decisão do governo Lula. Órgãos federais auxiliam no atendimento aos indígenas.


As ações de desintrusão devem ser coordenadas pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, que no último dia 30 publicou a criação de um grupo de trabalho para elaborar, em 60 dias, medidas de combate ao garimpo ilegal em terras indígenas.


Fonte: g1

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Brasil tem ao menos 4 processos por dia por registro e divulgação de imagens íntimas sem consentimento

O Brasil registrou ao menos 5.271 processos judiciais envolvendo o registro e a divulgação de imagens íntimas sem consentimento. Eles foram abertos entre janeiro de 2019 e julho de 2022.


Medo das vítimas e vergonha associada a divulgação de imagens contribui para subnotificação — Foto: Fernando Madeira/ A Gazeta


A média é de 4 registros por dia, sendo que o estado com o maior número de casos é em Minas Gerais (18,8%), seguido de Mato Grosso (10,93%) e Rio Grande do Sul (10,17%).


'Ele quis me aniquilar viva': saiba o que é pornografia de revanche e conheça histórias de vítimas

Teve um nude vazado? Prática é crime; saiba como juntar provas, denunciar e pedir remoção da internet

É o que aponta um levantamento do g1 feito a partir de informações do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e da consulta aos Tribunais de Justiça dos estados.


São processos que se baseiam em duas leis criadas em 2018:


lei Rose Leonel (13.772/18), considera crime o "registro não autorizado da intimidade sexual"; punição é seis meses a 1 ano de detenção;

lei 13.718/18: criminaliza a "divulgação de cena de estupro ou de cena de estupro de vulnerável, sexo ou pornografia sem consentimento", inclusive o compartilhamento; a pena varia de 1 a 5 anos de reclusão.

Especialistas dizem que não se sabe o tamanho do problema no Brasil. Muitos dados ainda são desconhecidos: o CNJ não tem informações do Rio de Janeiro e outros 5 estados em relação aos processos que envolvem uma das leis, por exemplo. O g1 procurou os TJs desses estados e também não obteve os dados (leia mais ao fim da reportagem).


Outros fatores que contribuem para o "apagão", segundo especialistas, são o medo das vítimas de denunciar e o fato de que práticas como divulgar nudes e cenas de sexo sem consentimento só receberam legislação específica no Código Penal em dezembro de 2018.


Culpa, medo e pouca informação

Boletins de ocorrência registrados no Rio de Janeiro entre 2019 e 2022, relacionados ao registro de imagens íntimas sem autorização, citam que, de 194 vítimas, 67% delas eram próximas dos agressores.


A lei 13.718/18, que criminaliza a divulgação dessas imagens, prevê agravamento da pena de 1 a 5 anos de prisão se o autor mantém ou manteve relação íntima de afeto com a vítima ou se o ato for por vingança ou humilhação. É o que acontece na chamada "pornografia de vingança".


Mulheres são a maioria dos alvos. Em São Paulo, por exemplo, elas foram 87% das vítimas citadas em boletins de ocorrência no estado envolvendo o registro de imagens íntimas sem autorização.


Mas, segundo especialistas, esses casos raramente chegam à Justiça por conta do constrangimento e do risco que a denúncia traz para a mulher, dizem os entrevistados.


“As vítimas que passam pela pornografia de vingança acreditam que colaboraram para que aquilo pudesse acontecer. A mulher vem acompanhada da culpa”, explica a advogada Mariana Tripode, que é especialista em direitos das mulheres.

Além disso, existe uma dificuldade da percepção de quem é alvo dessa prática: “Muitas vezes, ela também nem está informada ou tem consciência de que aquilo é um crime”, afirma a advogada Juliana Cunha.


A subnotificação dos casos contribui para que a sociedade desconheça o tamanho do problema e aja para solucioná-lo, aponta a especialista.


“Isso não é uma questão de ativistas ou de grupos ou de feministas. Isso é um problema real que atinge muitas pessoas, mas que, por não ter tantos dados robustos, acaba dificultando que as pessoas entendam”, afirma Juliana.

O g1 entrevistou vítimas desses atos, entre elas a jornalista Rose Leonel, que inspirou a lei que leva seu nome. Após o fim do relacionamento, o ex-namorado dela se vingou com a divulgação de diversas imagens íntimas. Ela perdeu o emprego e teve de se separar do filho, ridicularizado pelo vazamento.


O tema acabou sendo mais conhecido após alguns casos, como o de Rose, virem a público. Inclusive alguns em que, desesperadas, as vítimas cometeram suicídio.


Foi o que aconteceu com Júlia Rebeca, de 17 anos, encontrada morta em seu quarto após ter um vídeo íntimo compartilhado na internet no Piauí, em 2013. 


Como foi feito o levantamento

O g1 teve dificuldades em obter as informações sobre os processos judiciais envolvendo as duas leis que punem registro e divulgação de imagens íntimas sem consentimento.


Sobre os que citam a lei Rose Leonel, que pune o registro de imagens íntimas sem autorização, o CNJ reúne dados de processos de 20 estados e do Distrito Federal, abertos entre junho de 2021 e julho de 2022. Não há informações de Acre, Alagoas, Amapá, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e Roraima.


Para obter dados anteriores, uma vez que a lei começou a vigorar no fim de 2018, e as informações de estados que não constam no relatório do CNJ, o g1 consultou os Tribunais de Justiça de todos os estados.


Mas 18 não responderam, incluindo Acre, Alagoas, Amapá, Rio Grande do Norte e Roraima, cujos dados também não aparecem na lista do CNJ. O TJ-RJ disse que não poderia fazer uma filtragem dos processos pela lei específica para a reportagem.


Em relação aos processos que citam a lei 13.718/18, que pune divulgação de cena de estupro, sexo ou pornografia sem consentimento, o CNJ possui o número de processos abertos de 2019 até julho de 2022, exceto os de Alagoas e de Roraima.


Os dados de boletins de ocorrência de São Paulo e do Rio de Janeiro relacionados a esses crimes foram obtidos pelo g1 por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI).


Fonte: g1

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Mãe e filha se emocionam ao contar que se curaram do câncer juntas

A funcionária pública Ludmila Cruvinel e a mãe dela, Maria Alice Cruvinel, são dois exemplos de superação. As duas enfrentaram a batalha contra o câncer juntas com muita luta, força, bom humor e pensamentos positivos.


Ludmila, de 50 anos, mora em Goiânia e descobriu em junho de 2022 o câncer de mama. Em seguida, também soube que estava com Covid-19. No início, a funcionária pública ficou abalada, mas depois escolheu lutar e vencer a guerra, e venceu.


“A gente deve chorar, mas depois tem que escolher. Eu vou continuar chorando e me vitimizando ou eu vou lutar e vencer essa guerra?”, disse Ludmila à TV Anhanguera.


Foram mais de 10 sessões de quimioterapia. Para distrair e tornar o processo mais tranquilo, Ludmila começou a praticar esportes e agir de forma positiva, sempre confiante na cura.


O apoio de pessoas próximas também foi um fator importante durante a batalha. Inclusive, o aniversário de Ludmila foi bem em uma dia de quimioterapia e, para comemorar, os amigos e familiares dela foram ao hospital e fizeram uma festa.


Festa de aniversário da Ludmila durante sessão de quimioterapia, em Goiânia, Goiás — Foto: Reprodução/TV Anhanguera e Montagem/g1


A batalha da Ludmila contra o câncer de mama acabou no fim de 2022, mas durante o processo, ela descobriu que a mãe, de 80 anos, também estava com câncer de mama. Segundo familiares, as duas foram guerreiras e deram força uma para outra durante a doença.


O estado emocional pode fazer a diferença em tratamentos de pacientes com câncer. Para Maria Alice, mãe da Ludmila, a positividade da filha ajudou durante todo processo.


Maria Alice também encontrou maneiras de acalmar o coração em momentos de angústia. Ela contou à TV Anhanguera que quando estava chateada ou emotiva tocava teclado para distrair.


Ludmila Cruvinel e Maria Alice, mãe e filha, vencem câncer juntas em Goiânia, Goiás — Foto: Reprodução/TV Anhanguera


Câncer

O Instituto Nacional de Câncer (Inca) estiva 704 casos de câncer por ano no Brasil. Segundo o Inca, os cânceres de próstata, de mama feminina e do colorretal são os mais comuns na região centro-oeste.


Entretanto, a medicina avança ano após ano e novos estudos são desenvolvidos para melhorar a qualidade de vida dos pacientes e trazer a cura mais rápida.


O médico oncologista Dr. Luis Onofre contou à TV Anhanguera que nos últimos 10 anos o tratamento contra o câncer sofreu uma grande evolução. Segundo ele, os cientistas aprenderam a estudar o DNA do tumor e a partir disso, descobrir drogas específicas para o tratamento.


3 pilares

Ludmila explicou à TV Anhanguera que seguiu três pilares que a ajudaram durante o tratamento. Para ela, ter fé, ter um apoio familiar e agradecer a cada dia pelo dom da vida fizeram ela ter mais força e esperança.


Mãe e filha vencem câncer juntas, em Goiânia — Foto: Reprodução/TV Anhanguera


Fonte: g1

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Empresária fatura R$ 1 milhão ao ano vendendo farofa


Há dez anos, a chef Tereza Paim comanda um restaurante, no bairro do Rio Vermelho, em Salvador. As deliciosas receitas transformaram o lugar numa parada obrigatória para os turistas que visitam a cidade.


A farofa sempre foi o cartão de visita do restaurante, mas Tereza não imaginava que a venda do produto faria tanto sucesso. Em pouco tempo, a cozinha do restaurante ficou pequena para atender à demanda.


O cozimento da farofa dura de 4 a 6 horas. Depois, ela descansa por mais 36 horas. Tudo para garantir o ponto ideal de crocância. Hoje, a chef vende 10 mil pacotes de farofa por mês.



Os clientes podem comprar no próprio restaurante ou pelo site da empresa, que entrega para todo o Brasil. São 6 sabores, à base de mandioca. Duas delas são servidas no restaurante: a tradicional branquinha, de alho e cebola, e a amarelinha, com azeite de dendê. E ela também começou a exportar para os Estados Unidos.


Em 2022, o faturamento com as vendas da farofa foi de R$ 1 milhão.


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Fonte: g1

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Lula faz primeira viagem para entrega de obras; governo quer intensificar agendas nos estados


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) faz nesta segunda-feira (6) sua primeira viagem para entregar obras.


Lula participará da inauguração das unidades de oftalmologia e diagnóstico do Super Centro Carioca de Saúde, em Benfica, na cidade do Rio de Janeiro.


A viagem inaugura uma série de visitas que o presidente quer fazer pelos estados para lançar ou relançar obras e programas.


"Na próxima segunda-feira, o presidente Lula estará no Rio de Janeiro inaugurando uma unidade de saúde onde anunciará a retomada do planejamento e dos investimentos em saúde, incluindo um programa de redução de filas de cirurgias", disse Rui Costa em rede social.



Ainda no evento no Rio de Janeiro, onde estará acompanhado pelo prefeito Eduardo Paes (PSD), Lula participa do lançamento da Política Nacional de Redução das Filas de Cirurgias Eletivas. A ministra da Saúde, Nísia Trindade, também participará.


"São R$ 600 milhões que nós estamos transferindo aos Estados para acelerar as cirurgias que ficaram represadas durante a pandemia", declarou Rui Costa.


Giro de Lula pelo Brasil

Em janeiro, Lula visitou as cidades de Araraquara (SP) e Boa Vista, mas, em razão de ações emergenciais. Por causa dos estragos causados pelas chuvas intensas, na cidade paulista, e em razão da crise de saúde dos indígenas Yanomami, na capital de Roraima.


Lula também visitará Bahia e Sergipe. Após o Carnaval, a previsão é que o presidente faça visitas a outros estados brasileiros.


Entre os investimentos a serem anunciados nas viagens está a retomada do programa Água para Todos, que reúne medidas preventivas e contra a seca, como a construção de cisternas, nas regiões onde a chuva é escassa, principalmente em zonas rurais.


Na cidade baiana de Santo Amaro, Lula deve relançar o programa habitacional Minha Casa Minha Vida em 14 de fevereiro, de acordo com o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa (PT), que governou a Bahia por dois mandatos.



No dia seguinte, ainda segundo Rui Costa, Lula estará em Sergipe para visitar a retomada de obras de rodovias no estado nordestino.


Antes da visita aos dois estados do Nordeste, Lula visitará os Estados Unidos, onde se encontrará com Joe Biden, presidente do país.


O governo federal está fazendo um esforço para mapear as obras, ações e programas que todos os 37 ministérios da Esplanada podem entregar nos primeiros 100 dias de governo. Rui Costa começou uma série de visitas a todas as pastas para receber dos ministros as prioridades de cada órgão.


Costa explicou que a Casa Civil fará o monitoramento das ações em curso nos ministérios. Lula, segundo Costa, quer "um ritmo acelerado de entregas e de ações de governo".


Governadores


Obras estaduais e regionais foram um dos principais temas da reunião de Lula com os 27 governadores em 27 de janeiro. Lula recebeu dos políticos uma lista de obras que interessam aos estados e às suas respectivas regiões.


"Sinalizamos que o presidente quer começar a fazer uma sequência grandes de viagens. E essas viagens, neste primeiro momento, [são] atreladas a relançamentos ou lançamentos de ações e programas novos", afirmou Costa após a reunião com os gestores estaduais.


A ideia é que os estados atuem junto ao governo federal na definição de obras prioritárias por meio do Fórum dos Governadores. De acordo com o ministro, os estados vão entregar à Casa Civil uma relação detalhada dessas ações. Depois, segundo ele, os governos terão reuniões bilaterais para tratar dos projetos elencados.


O resultado dessas tratativas será uma "carteira de investimentos" a ser tocada pelo governo federal, com prioridade para a conclusão de obras paradas, mas também com lançamento de novas. Segundo Costa, o governo e os estados continuarão as tratativas iniciadas hoje com reuniões temáticas sobre temas como saúde, segurança pública e educação.


Fonte: g1

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PGR denuncia mais 152 pessoas pelos atos golpistas de 8 de janeiro; total já chega a 653

A Procuradoria-Geral da República denunciou mais 152 pessoas por envolvimento nos atos golpistas que vandalizaram as sedes dos Três Poderes no dia 8 de janeiro.


Denunciados estavam em acampamento bolsonarista em Brasília — Foto: Amanda Perobelli/Reuters


Segundo a PGR, até a manhã deste sábado (4), 653 suspeitos já tinham sido denunciados à Justiça.


Segundo o órgão, os denunciados foram detidos no acampamento em frente ao Quartel General do Exército, em Brasília, e estão presos em unidades do sistema prisional do Distrito Federal, após a audiência de custódia e a decretação das prisões preventivas.


Eles são acusados pelos crimes de:


associação criminosa (um a três anos de prisão)

incitar a animosidade entre as Forças Armadas contra os Poderes Constitucionais (três a seis meses)

A PGR pede que os crimes sejam considerados em separado – e que, com isso, as eventuais penas sejam somadas.


As denúncias são assinadas pelo subprocurador-geral da República Carlos Frederico Santos, coordenador do grupo estratégico montado na PGR para lidar com os atos golpistas.


A PGR também pede, nessas ações, que os envolvidos sejam condenados a pagar uma indenização mínima "ao menos em razão dos danos morais coletivos evidenciados pela prática dos crimes imputados".


Desde os atos na Esplanada, a Polícia Federal deflagou quatro etapas da operação Lesa Pátria, com prisões e mandados de busca e apreensão contra outros suspeitos de integrar, estimular ou financiar as ações terroristas. 


Fonte: g1

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Bolsonaro agravou crise Yanomami, diz subprocurador que atuou na condenação de garimpeiros por genocídio em 1993

Crianças Yanomami resgatadas neste domingo, 22 de janeiro de 2023 — Foto: Weibe Tapeba/Sesai/Divulgação

O subprocurador-geral da República, Luciano Mariz Maia, afirmou em entrevista ao g1 que o discurso do presidente Jair Bolsonaro (PL) nos últimos quatro anos contribuiu para agravar a situação dos indígenas na Terra Yanomami.


Segundo Mariz Maia, a linha de investigação por genocídio conduzida no Supremo Tribunal Federal (STF) contra autoridades da antiga gestão é consistente.


O subprocurador foi um dos autores da denúncia que levou à condenação de cinco garimpeiros por genocídio contra o povo Yanomami em 1993. O episódio terminou com a morte de 16 indígenas da comunidade Haximu.


Para Mariz, a situação atual da Terra Indígena Yanomami é mais grave do que há 30 anos, porque houve incentivo ao garimpo em terras indígenas por parte do Estado e "deliberado enfraquecimento" dos órgãos destinados a proteger e fiscalizar as terras.



Em resposta às acusações de que seu governo tem responsabilidade pelo agravamento da crise dos Yanomamis, o ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou no dia 28 de janeiro, pelas redes sociais, que "nunca um governo dispensou tanta atenção e meios aos indígenas" como na sua gestão.


Leia entrevista

Qual a comparação em relação a 1993 e o caso investigado?


Luciano Mariz Maia: Não hesito em dizer que a situação é bem mais grave do que a que nós tivemos anteriormente.


Na situação que tivemos anteriormente, houve um choque de determinados personagens, que exerciam uma atividade específica econômica em que interagiam e geravam atritos com membros da comunidade. Isso resultou na morte de vários desses membros. Mas o Estado brasileiro se posicionou desde o princípio com absoluta clareza do seu dever de investigar, processar e punir.


O que está acontecendo agora é um contexto em que você tem os mesmos fatores de atrito, com elementos muito mais agravantes. Primeiro, a interação e a presença natural de não índios em terras indígenas faz com que eles sejam mais suscetíveis a doenças transmissíveis.


Por outro lado, você teve nos último quatro anos, e um pedaço do governo Temer com a ideia de flexibilizar o usufruto exclusivo dos índios, mas particularmente, nos últimos quatro anos, houve claramente o incentivo por parte do governo federal à presença de garimpo em terras indígenas, particularmente em Roraima, com os Yanomami.


Você passa a ter um deliberado enfraquecimento da presença do Estado, particularmente pelo desmantelamento da Funai e dos órgãos de proteção. Além, da presença de garimpeiros incentivada pelo Estado, que anunciava projeto de lei para liberar terra indígena.


Menina Yanomami com desnutrição grave recebe tratamento no Hospital da Criança, em Boa Vista — Foto: Caíque Rodrigues/g1 RR


Se a situação é mais grave do que em 1993, a investigação que corre no STF deveria levar à condenação de autoridades do governo Bolsonaro por genocídio?


Essa situação do garimpo não veio agora com o Bolsonaro. O que aconteceu no governo do 38º presidente, como ele gosta de ser chamado, foi um estímulo a essa atividade.


Um estímulo à presença de estranhos em terras indígenas, um desestímulo aos servidores do Ibama e da Funai, que se sentiram desamparados diante da pressão econômica, política e física das pessoas que se organizam para a atividade do garimpo.



O que eu posso afirmar é que é uma linha de investigação consistente. Agora, você precisa desenvolver um trabalho delicado, subindo a cadeia de comando.


Você vai dentro desse contexto tendo um processo concreto de identificação de quem pode ser responsabilizado pela situação que tenha acontecido.


O MPF atribuiu, em nota, a 'grave situação' dos Yanomami à inércia do governo Bolsonaro. Seria caso de omissão dolosa?


Pela Constituição, a União tem o dever de agir. No Código Penal, a omissão é atribuível a quem tem o dever legal de agir.


A partir do fenômeno que se vê no plano local, é preciso subir a cadeia do comando e indagar o chefe do posto, o diretor de operações, o presidente da Funai, o ministro da Justiça e até chegar, se for o caso, nos escalões de poder decisórios. O que eles fizeram e o que disseram que possa ter contribuído para esse estado das coisas.


A redução dos valores destinados, por exemplo, à proteção e fiscalização de terras indígenas e o discurso de incentivo à prática do garimpo podem embasar uma eventual acusação de Bolsonaro e outras autoridades por genocídio?


O Orçamento é montado a partir de ações programáticas. Você vai verificar nos escalões superiores se, da previsão do orçamento da Funai para fiscalização e proteção territorial, quanto foi liberado para ser executado? E de quem foi a decisão?



De repente, você pode até terminar chamando alguém como o Paulo Guedes (ex-ministro da Economia), por exemplo. Isso, hipoteticamente falando.


O que eu posso afirmar, sem medo de errar, é que uma busca fácil no Google indicará discursos do presidente Bolsonaro claramente enfraquecendo as estruturas de fiscalização e proteção do Estado, dando incentivos e motivos aos garimpeiros para ocupação de terras indígenas.


Esse é um fator que aumentou a tensão entre os grupos e demonstrou claramente uma intenção de sobrepor-se aos direitos daquele grupo desfavorecido.


Posso afirmar que o discurso do presidente Bolsonaro aumenta os fatores de risco. A probabilidade de o discurso dele ser levado adiante em uma atividade concreta é maior.


Garimpo ilegal próximo a área de aldeia Yanomami em Roraima. Foto de abril de 2016 — Foto: Bruno Kelly/Reuters


As ações destinadas à retirada dos invasores têm efeitos localizados e temporários, apontou o MPF. Quais medidas o senhor sugeriria?


Você precisa de uma estrutura poderosa para manter as atividades de garimpo. É preciso tentar identificar todas as áreas e seguir o dinheiro. De onde vem o dinheiro que faz com que o garimpo possa ser mantido lá. O dinheiro para as atividades do garimpo.


Por outro lado, o outro que sai do garimpo está chegando aonde? Quem está comprando esse ouro, como ele está entrando no mercado? É um comércio que é possível identificar.


O que o Estado está fazendo agora é importante, mas há a necessidade de uma sustentabilidade, que um programa como esse possa se tornar permanente. Ou seja, o controle do uso do espaço aéreo, o controle nos voos que vão para aquela região e o controle no funcionamento das casas que negociam com ouro.


Na avaliação do senhor, as declarações do governador Denarium sobre os Yanomami, além do potencial discriminatório, podem ser vistas como um incentivo às práticas ilegais dentro do território indígena?


Essa fala dele reforça o argumento da chamada polarização, do processo de desumanização que acontece contra os índios.



Entretanto, não é competência do poder Executivo Estadual a proteção de terras indígenas. A omissão ali é atribuível às autoridades federais.


Agora, eventualmente uma situação pode se estender naquele contexto geral, no caldo de cultura local, que autoriza viver naquela polarização.


Fonte: g1

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