domingo, outubro 27, 2019

Homem morre e pessoas ficam feridas após serem atingidas por descarga elétrica durante partida de futebol em Gravataí

Um homem, de 27 anos, morreu após ser atingido por uma descarga elétrica durante uma partida de futebol em Gravataí, na Região Metropolitana de Porto Alegre, na manhã deste domingo (27). Outras 14 pessoas também ficaram feridas e foram encaminhadas para o Hospital Dom João Becker.

Partida de futebol acontecia no bairro Rincão da Madalena em Gravataí — Foto: Giulia Perachi/RBS TV

Segundo informações da instituição, os pacientes começaram a chegar entre 10h15 e 10h20. Entre eles, uma criança de oito anos. Três pacientes estão em observação e um em estado grave.

De acordo com a Brigada Militar, testemunhas que estavam no local confirmam que um raio atingiu vítima e feridos.

A partida de futebol, que acontecia no bairro Rincão da Madalena, era um amistoso entre times amadores. De acordo com o eletricista Marcelo Luiz Luzzi, que estava no banco de reservas, chovia durante o ocorrido.


"Deu o estouro e eles caíram. Saia sangue pela boca, pelo nariz", lembra Marcelo.

De acordo com ele, o Samu foi chamada e em cerca de 20 minutos estava no local. Enquanto o socorro estava a caminho, os próprios jogadores tentaram realizar os primeiros socorros e alguns feridos foram levadas por conta própria ao hospital.

O bombeiro civil Luís Henrique Ferreira é jogador de um dos times e ajudou no socorro.

"Fazia 10 minutos que o jogo tinha começado. Estava dando uma garoada e aí deu um clarão, um barulho e um clarão. Foi uma questão de quatro segundos, deu um clarão e quando a gente voltou tinha muita gente no chão e duas não conseguiram levantar", conta.

Fonte: G1
Leia Mais ››

Preso chefe de facção é encontrado morto em banheiro de penitenciária em Cuiabá

O preso Paulo Cesar da Silva, de 35 anos, conhecido como Petróleo, foi encontrado morto na madrugada deste domingo (27) na Penitenciária Central do Estado (PCE), em Cuiabá. Segundo a Secretaria Estadual de Segurança Pública de Mato Grosso (Sesp), Paulo estava supostamente enforcado com um lençol no banheiro de uma das celas.

Imagens mostram reunião entre diretor da PCE, militares e Paulo Cesar Petróleo — Foto: TVCA
Imagens mostram reunião entre diretor da PCE, militares e Paulo Cesar Petróleo — Foto: TVCA

Paulo é conhecido por ser chefe de uma facção criminosa que atua dentro e fora dos presídios de Mato Grosso. Ele foi alvo de uma operação em junho deste ano depois que um freezer 'recheado' com celulares foi enviado para a PCE.

De acordo com a Sesp, os presos da cela 21 do Raio 5 da PCE chamaram os agentes por volta de 5h30 (horário de Mato Grosso).

Os agentes encontraram Paulo supostamente enforcado com um lençol. Uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado, mas os médicos confirmaram a morte do preso.

A Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) foi chamada e o corpo foi liberado ao Instituto Médico Legal (IML).


Ao G1, a DHPP informou que o caso é tratado como homicídio. Paulo foi encontrado enforcado, porém, o corpo também apresentava ferimentos e outras evidências de luta corporal como peles nas unhas.

O corpo será encaminhado para perícia que apontará a causa da morte.

Freezer com celulares
Câmeras de segurança da Penitenciária Central do Estado (PCE), em Cuiabá, registraram o momento em que um freezer 'recheado' de celulares chegou até a unidade, no dia 6 de junho. As imagens também mostram a chegada e o encontro de três policiais militares e os diretores da PCE.

Os cinco servidores foram presos na Operação 'Assepsia', realizada no mesmo mês. As investigações da Gerência de Combate do Crime Organizado (GCCO) apontam que os policiais tiveram a autorização dos diretores para entrar com um freezer recheado com 86 celulares na PCE.

Paulo é um dos indiciados na operação Assepsia.

Fonte: G1
Leia Mais ››

Ladrão armado invade igreja e rouba padre e fiéis na Zona Leste de SP

Um ladrão armado invadiu uma igreja e roubou o padre e fiéis na Zona Leste de São Paulo. O crime ocorreu na manhã de sexta-feira na Paróquia Nossa Senhora do Bom Conselho, na Rua da Mooca.

Igreja na Mooca, onde criminoso entrou armado e roubou padre e fiéis na sexta, na Zona Leste de SP — Foto: Reprodução/ Google Maps
Igreja na Mooca, onde criminoso entrou armado e roubou padre e fiéis na sexta, na Zona Leste de SP — Foto: Reprodução/ Google Maps

Segundo o boletim de ocorrência do roubo foi registrado no 57º Distrito Policial (DP), Parque da Mooca, o criminoso fugiu após levar celulares, dinheiro e pertences pessoais das vítimas.

De acordo com a assessoria de imprensa da Secretaria da Segurança Pública (SSP), um homem entrou na igreja pedindo informações sobre batizados e saiu. Depois voltou ao local com uma arma e anunciou o roubo.


Funcionários da paróquia informaram ao G1 que o padre e fiéis foram trancados no banheiro durante o assalto. Eles não teriam sido feridos pelo bandido, que foi embora com o que conseguiu carregar das pessoas que estavam na igreja.

Fonte: G1
Leia Mais ››

Documento do Sínodo da Amazônia propõe ordenação de homens casados, pede diaconato para mulheres e conceitua 'pecado ecológico'

O documento final do Sínodo dos Bispos sobre a Amazônia, que terminou neste sábado (26), diz que a defesa da Amazônia depende de uma verdadeira “conversão ecológica e cultural”, passando pelo combate ao “pecado ecológico”.

Encontro do Papa com bispos no encerramento do Sínodo — Foto: Vaticano/Divulgação
Encontro do Papa com bispos no encerramento do Sínodo — Foto: Vaticano/Divulgação

Embora o Papa Francisco já tivesse mencionado a “conversão ecológica” em sua encíclica “Laudato Si’”, de 2015, o conceito de “pecado ecológico” foi elaborado durante o Sínodo: propõe-se que o desrespeito à natureza seja visto como uma nova forma de pecado, por representar um desrespeito ao “Criador”, ou seja, Deus, e à sua obra, que são o planeta Terra e todos seres.
Entre os temas mais polêmicos, o Sínodo também propõe a ordenação de homens casados, em alguns casos, para suprir a falta de padres na Amazônia. Os participantes do encontro pedem para participar da discussão sobre o diaconato feminino na Igreja com suas experiências.


O diácono é um ministro dedicado ao serviço na Igreja e está um grau abaixo de um padre (não pode celebrar missas, ouvir confissões nem ungir os enfermos). Atualmente, só homens podem ser diáconos, mas há evidências de que mulheres realizaram serviços parecidos no passado.

As resoluções do Sínodo não são definitivas, mas apenas propostas entregues ao Papa após um debate que durou três semanas, no Vaticano. Participaram cerca de 250 pessoas, entre bispos, padres, religiosas, líderes indígenas, membros de outros grupos religiosos e especialistas nos temas da Amazônia. Cabe, agora, ao Papa decidir o que fazer a partir daí.

O texto final do Sínodo sobre a Amazônia foi votado por 181 participantes que têm direito a voto, os chamados “padres sinodais”. Durante a votação do documento, todos os parágrafos receberam maioria de dois terços de aprovação. Os que causaram mais discórdia foram justamente os parágrafos que tratam dos padres casados e das mulheres diaconisas.

Entre os pontos mais importantes do documento final estão:

O conceito de “pecado ecológico” como uma “ação ou omissão contra Deus, contra o próximo, a comunidade e o ambiente” e o chamado à conversão e o cuidado da “casa comum”, isto é, o planeta Terra.
Para isso, é preciso promover uma “ecologia integral como único caminho possível”. A ideia é não separar as questões ecológicas dos problemas sociais.
Proposta de criação de um observatório da Igreja para denunciar problemas ambientais e sociais, promovendo a “defesa da vida” e “defendendo os direitos dos mais vulneráveis”.
Pedido de maior mobilização da comunidade internacional para destinar recursos econômicos para a proteção da floresta e para a promoção de “um modelo de desenvolvimento justo e solidário” na Amazônia.
O texto faz fortes denúncias dos crimes contra os direitos humanos na Amazônia, dizendo que há “impunidade na região com relação a violações” desses direitos e “obstáculos para obter justiça”.
Proposta de ordenação de homens casados nas zonas remotas da Amazônia para suprir a falta de padres. O texto diz que algumas regiões passam meses e anos sem a missa. Embora continuem “apreciando o celibato como dom de Deus”, os bispos do Sínodo propõem “ordenar homens idôneos e reconhecidos da comunidade” que já sejam diáconos permanentes, mesmo que tenham uma família.
Há menção sobre o reconhecimento do “papel fundamental das mulheres” nas comunidades da Amazônia e um pedido para que líderes da região possam participar da discussão sobre a implantação do diaconato feminino.

O pecado ecológico
Segundo o cardeal Michael Czerny, um dos autores do documento, “as queimadas na Amazônia fizeram muita gente perceber que as coisas precisam mudar” na região. Por isso, “a palavra conversão é forte para falarmos de mudanças necessárias”. Todo o texto é delineado com essa palavra, em quatro eixos que apresentam “novos caminhos” para a Amazônia: pastoral, cultural, ecológico e sinodal.

O texto final do Sínodo propõe a seguinte definição para o “pecado ecológico”: “uma ação ou omissão contra Deus, contra o próximo, a comunidade e o ambiente”. Diz, ainda, que se trata de um “pecado contra as futuras gerações”. A forma de praticar esse pecado seria a contaminação e a destruição do meio ambiente.


Nesse sentido, os participantes do Sínodo pedem a criação de “ministérios especiais” para o cuidado do meio ambiente na Igreja. Seriam pessoas da Igreja com funções como cuidar do território e da água numa determinada região, além de promover a formação ecológica dos outros.

“A crise ecológica é tão profunda que se não mudarmos, não vamos conseguir sobreviver”, comentou o cardeal Czerny, na apresentação do documento. “Na Amazônia, se as coisas não mudarem, será um lugar amaldiçoado. As pessoas vão vir, levar tudo o que tem valor, e deixar só destruição. Vamos olhar para a Amazônia e não deixá-la se tornar uma maldição”, afirmou o arcebispo canadense.

Padres casados
Durante as três semanas do Sínodo ficou evidente que a falta de padres é uma grande preocupação da maioria dos bispos da Amazônia. Eles divergiram, no entanto, sobre as ideias de como suprir essa carência.

A proposta de ordenar homens casados de boa reputação, os chamados “viri probati”, ganhou força ao longo dos dias. Mesmo sendo um dos parágrafos que receberam menos votos de aprovação (128 a favor e 41 conta), o número 111 do texto acabou passando. Eram precisos 120 votos.

Nessa redação final, fala-se mais precisamente da elevação dos diáconos permanentes ao nível de padres. Os diáconos são homens já ordenados, mas apenas em primeiro grau. Sua função é realizar serviços nas comunidades. Podem presidir celebrações, mas não missas. Não podem ouvir confissões nem ungir os enfermos.
Como já existem padres casados no Oriente – e também os padres anglicanos que se convertem ao Catolicismo podem continuar casados – os bispos propuseram isso para a Amazônia.

O documento afirma que não se trata de extinguir o celibato dos padres – a regra que prevalece no Ocidente – mas, ainda assim, abrir a Igreja para a “ordenação de homens idôneos e reconhecidos da comunidade”, com formação adequada.


O texto sinaliza, também, que não houve acordo sobre propor essa mudança para toda a Igreja, além da Amazônia. Alguns participantes do Sínodo pedem que essa abertura mais ampla.

Diaconato feminino
A pedido de um grupo de freiras, em 2016, o Papa Francisco chegou a criar uma comissão no Vaticano para estudar o diaconato feminino na história da Igreja. A ideia era compreender como isso funcionava no passado, pois mesmo que usassem o nome “diaconisas”, nem sempre eram o equivalente aos diáconos homens. A palavra “diakonia” quer dizer serviço, em grego.

Essa comissão terminou seu trabalho em dezembro de 2018 sem chegar a um consenso sobre o que foi o diaconato feminino no passado. Desde então, o tema ficou sem conclusão e o Papa deixou que os teólogos trabalhassem de forma independente, sem a comissão.

Agora, os bispos da Amazônia pedem que esse debate seja retomado e, além disso, querem fazer parte dele. O documento final aponta para consultas realizadas antes do Sínodo em que “se reconheceu o papel fundamental das mulheres religiosas e leigas na Igreja”. Nessas consultas, muitos pediram que as mulheres possam ser diaconisas católicas.
“Por essa razão, o tema também esteve muito presente no Sínodo”, diz o texto. Ainda que de forma sutil, o documento pede que essa possibilidade seja levada a sério. “Gostaríamos de compartilhar nossas experiências e reflexões com a Comissão e esperamos os seus resultados”, diz o texto.


No discurso de encerramento do Sínodo, Francisco prometeu reabrir a comissão sobre as mulheres diaconisas.

Questão indígena e direitos humanos
O documento fala em ampliar a defesa dos povos indígenas da Amazônia, “mediante a garantia legal e inviolável dos territórios que ocupam de forma tradicional”. O Sínodo pede mais mecanismos de cooperação entre os estados, especialmente nas fronteiras.

“Em todo momento, deve-se garantir o respeito a sua autodeterminação e à sua livre decisão sobre o tipo de relações que queiram estabelecer com outros grupos”, diz o texto, acrescentando que a ameaça está especialmente na “ampliação das fronteiras extrativas de recursos naturais e no desenvolvimento de megraprojetos de infraestrutura”.
Para fazer frente a essas ameaças, os padres sinodais propõem que a Igreja crie uma nova instituição, um “observatório socioambiental pastoral”. A ideia é fazer um “diagnóstico do território e de seus conflitos socioambientais”, para que a Igreja saiba como se posicionar diante deles.

Fonte: G1
Leia Mais ››

Para Mourão, praias no Nordeste têm condições para banho: 'Todas estão com óleo recolhido'

Resultado de imagem para Para Mourão, praias no Nordeste têm condições para banho: 'Todas estão com óleo recolhido'
O presidente da República em exercício, Hamilton Mourão, disse neste sábado (26) que as praias do Nordeste já tiveram o óleo recolhido e estão em condições para banho.

Ele deu a declaração após jogar vôlei com colegas em uma quadra residencial em Brasília. Mourão, que assumiu a Presidência durante o giro de Jair Bolsonaro por países da Ásia e do Oriente Médio, foi questionado pela imprensa se as praias estão boas para o banho. Ele respondeu:

"Estão [boas para banho]. O óleo já foi recolhido. Hoje acredito que não tem mais nenhuma praia suja no Nordeste. Todas estão com óleo recolhido. À medida que vai aparecendo, nós estamos deslocando os especialistas para lá, eles fazem a limpeza e pronto, a praia está em condições de banho", afirmou Mourão.

Ele citou como exemplo de praias que foram limpas as de Morro de São Paulo, na Bahia. "Morro de São Paulo tinha sido atingida e imediatamente, no dia seguinte, estava em condições de banho", afirmou.

Embora Mourão tenha dito que as praias estão limpas, novas manchas de óleo foram vistas neste sábado em Pernambuco e em Sergipe.

O óleo atinge o litoral do Nordeste desde o final de agosto. Nesta sexta-feira (25), a Petrobras informou que a substância é proveniente de três campos de petróleo da Venezuela. Isso não significa, de acordo com a estatal, que o óleo tenha vazado desses campos. Uma das hipóteses investigadas pelo governo federal é a de o produto ter saído de algum navio que passava a centenas de quilômetros da costa brasileira.

Riscos do contato com o óleo
De acordo com o professor Ícaro Moreira, da Universidade Federal da Bahia (UFBA), o óleo pode soltar micropartículas que se diluem na água. Ele explicou que a forma microscópica dessa substância é a mais tóxica e pode ser absorvida pela pele.


"Se a pele absorver, o óleo vai causar dermatite. Pode até entrar na corrente sanguínea e provocar uma série de consequências", afirmou o especialista ao G1.

O professor de engenharia química Ronaldo Gonçalves alertou para os danos ambientais e sanitários ocasionados pela presença do óleo no mar.

“Para a saúde humana e para os seres vivos em geral ele é danoso”, explicou. “Vai causar irritações na pele, nas mucosas, e a longo prazo ele pode causar mutações orgânicas porque tem compostos cancerígenos que podem se manifestar.”

De acordo com os especialistas, três compostos voláteis do petróleo são extremamente perigosos para a saúde a longo prazo: benzeno, tolueno e xileno. Entre os riscos, estão o surgimento de doenças no sistema nervoso central

Centro de controle
O governo federal informou que passará a funcionar em Brasília a partir deste sábado (26) o Centro de Operações Conjuntas formado para lidar com as manchas de óleo no litoral Nordestino. As atividades vão ser desenvolvidas em uma sala do Ministério da Defesa.

Integram o grupo profissionais da Marinha, do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Não-Renováveis (Ibama) e da Agência Nacional de Petróleo (ANP). O Centro de Operações Conjuntas atua em parceria com diversos órgãos, como a Petrobras, a Polícia Federal e o Exército.


Os centros de operação no Recife e em Salvador vão continuar em funcionamento.

Acionamento tardio de plano
Segundo o professor Clemente Coelho Júnior, do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade de Pernambuco (UPE), os efeitos do óleo seriam menos danoso se o Plano Nacional de Contingência tivesse sido acionado logo após o início do surgimento das primeiras ocorrências na costa da região.

O plano foi criado em 2013, com procedimentos a serem adotados para esse tipo de caso. As primeiras manchas surgiram no final de agosto, mas o plano foi acionado na primeira quinzena de outubro.

“Sem dúvida nenhuma, se fosse agilizado, não teria esse forte impacto, como aconteceu no litoral. Podia sim ser contido esse impacto mais próximo as costas se tivesse uma logística mais eficiente ou maior em relação a isso, mas o que vivenciamos foi uma corrida atrás do óleo”, afirmou.

De acordo com o especialista, o documento continha um conselho responsável por operacionalizar o plano. “O conselho foi derrubado por um decreto de abril deste ano. Então o plano está no papel, quem devia operacionalizar não existe mais e seria esse conselho quem iria passar as diretrizes buscando expertise para ter mais eficiência”, declarou.

Fonte: G1
Leia Mais ››

Justiça decreta prisão preventiva de seis investigados por financeira ilegal em São Leopoldo

A Justiça Federal decretou na noite de sexta-feira (25) a prisão preventiva de seis suspeitos de envolvimento em uma financeira ilegal em São Leopoldo, na Região Metropolitana de Porto Alegre.

Na semana passada, nove investigados foram presos temporariamente. Um suspeito, que tinha mandado de prisão, não foi localizado. Dessas 10 pessoas, seis tiveram agora a conversão para preventiva.

Conforme a PF, a financeira Unick Academy é suspeita de movimentar R$ 40 milhões por dia. Vítimas do esquema de pirâmide relatam dívidas de até R$ 500 mil.

De acordo com o delegado Aldronei Pacheco Rodrigues, a empresa operava também no exterior. Durante a investigação, a polícia encontrou um centro de negócios da financeira em Belize, país na costa leste da América Central.

Durante operação anterior, PF apreendeu bens, carros e dinheiro ligados à financeira que operava em São Leopoldo  — Foto: Divulgação/PRF
Durante operação anterior, PF apreendeu bens, carros e dinheiro ligados à financeira que operava em São Leopoldo — Foto: Divulgação/PRF

Durante operação anterior, foram cumpridos 65 mandados de busca e apreensão. Também foram executadas medidas judiciais cautelares para apreensão de veículos, sequestro de bens e bloqueio de valores em contas correntes.

Segundo a PF, o grupo atua no mercado financeiro paralelo, sem autorização das autoridades competentes, com a captação ilegal de recursos de cerca de um milhão de clientes.

"Essa empresa e todo esse conglomerado que a gente chama de 'Esquema Unick é muito maior. A captação deles é, no mínimo, de R$ 2,4 bilhões. A pulverização, eles falam de um milhão de clientes, a carteira, e de 740 mil ativos", contou o delegado.

A Unick Sociedade de Investimentos emitiu uma nota afirmando que "agradece as manifestações de apoio que estão ocorrendo nas mídias sociais. E continua acreditando na Justiça e colaborando para que os fatos sejam esclarecidos o mais breve possível".

Fonte: G1
Leia Mais ››

Bolsonaro diz que pode ser 'presidente sem partido'

O presidente Jair Bolsonaro afirmou na manhã (horário local de Pequim) deste sábado (26) que pode ser um "presidente sem partido".

Ele falou com jornalistas ao deixar o hotel na capital chinesa e partir para Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, onde já desembarcou. A viagem faz parte do giro de Bolsonaro pela Ásia e Oriente Médio.

O PSL, partido do presidente, passa por uma crise interna, que se acirrou nas últimas semanas após desentendimentos entre Bolsonaro e políticos da legenda. A disputa gerou uma divisão em duas alas: a bolsonarista, ligada ao Palácio do Planalto, e a bivarista, fiel ao presidente do PSL, deputado Luciano Bivar (PE).


Jornalistas que acompanhavam o presidente em Pequim questionaram se ele cogita trocar de partido. Bolsonaro respondeu: "Não, não. Eu posso ser presidente sem partido."

O presidente Jair Bolsonaro falou com jornalistas no hotel em que estava hospedado, em Pequim, antes de viajar para Abu Dhabi, nos Emirados Árabes — Foto: Isac Nóbrega/PR
O presidente Jair Bolsonaro falou com jornalistas no hotel em que estava hospedado, em Pequim, antes de viajar para Abu Dhabi, nos Emirados Árabes — Foto: Isac Nóbrega/PR

O presidente disse ainda que não teria problema ele ter ou não uma legenda, porque, na visão de Bolsonaro, a maioria da bancada de 53 deputados do PSL continuaria votando a favor do governo.

"Tanto faz eu estar com partido ou sem partido. No PSL, dos 50 e poucos [deputados] lá, tem uns 30 que estão fechadinhos conosco. Os outros 20, tem uma meia dúzia que foi para o radicalismo, e os demais votam conosco, não tem problema", completou.

Uma eventual migração dos insatisfeitos do PSL vem sendo debatida internamente. No entanto, a troca de partido esbarra na legislação, que prevê regras específicas para um deputado sair da legenda sem perder o mandato. Uma das condições, por exemplo, é que tenha havido uma radical mudança no programa partidário, ou que o parlamentar que deseja sair tenha sido alvo de perseguição. Para presidente da República, não há essa restrição.

Corrida para as prefeituras

Bolsonaro afirmou que planeja apoiar de 30 a 40 candidatos a prefeito nas eleições municipais de 2020. Para isso, argumentou o presidente, ele precisa sentir "confiança" no partido do qual fizer parte.

"Eu pretendo ter uns 30 a 40 candidatos pelo Brasil. Quase todas as capitais. Agora, eu tenho que ter decisão sobre o partido. Eu não posso entrar e chegar na convenção, como eles têm a maioria, me deixam para trás. Eu tenho que ter um partido onde você tenha confiança, um partido que tenha inclusive, transparência", explicou Bolsonaro.

De acordo com o presidente, alguns deputados do PSL "botaram a carroça na frente dos burros" ao quererem se lançar para a disputa nas prefeituras ainda em 2019. Os jornalistas chegaram a perguntar se ele se referia à deputada Joice Hasselemann (PSL-SP), que, em meio à crise no PSL, foi destituída por Bolsonaro do posto de líder do governo. O presidente não citou nomes. No meio político, comenta-se um desejo de Joice de concorrer à prefeitura de São Paulo.

"Tem alguns ali que botaram na cabeça 'eu vou ser prefeito', 'vou ser isso', 'vou ser aquilo', e atropelaram tudo. Inclusive um parlamentar (...) queria se lançar prefeito de um grande município, capital. Eu falei assim: 'Se tu lança com antecedência, outros que querem ser candidatos de outros partidos começam a fazer oposição à gente. Vamos decidir só em março'. Daí resolveram, uma pessoa resolveu botar a carroça na frente dos burros", concluiu Bolsonaro.


Defesa
Bolsonaro também disse que desde o governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) a área de defesa foi "deixada para um segundo plano".

"Voltando em ideologia, nós somos um grande obstáculo para o socialismo, nós das Forças Armadas. Por isso, interessava quebrar a nossa espinha dorsal, nos tornar inoperantes e o Brasil, seus militares, sobreviveram graças à sua vontade de servir, seu empenho, dedicação e seu patriotismo", afirmou.

Questionado, então, se espera anunciar na viagem algum tipo de cooperação na área militar, Bolsonaro respondeu: "Armamento. Basicamente, é isso daí. Meios de se defender. Ninguém quer um Brasil extremamente belicoso, mas devemos ter o mínimo de capacidade de dissuasão."

Fonte: G1
Leia Mais ››

'Rei Arthur' é solto horas após ser preso em Miami, diz advogado

O empresário Arthur Cesar de Menezes Soares Filho, o Rei Arthur, preso na manhã desta sexta-feira (25) pela imigração dos Estados Unidos, em Miami, foi liberado no fim do dia e já estava em casa por volta das 20h30, segundo seus advogados.

Arthur Soares é acusado pela da Lava Jato de atuar na compra de votos para trazer a Olimpíada de 2016 para o Rio. Estava foragido desde 2017 e constava da lista de procurados da Interpol – a polícia internacional. A prisão, no entanto, foi feita por agentes da imigração americana, por outro motivo: falta de visto.

Em nota, a defesa afirmou que houve um "equívoco burocrático" que foi "devidamente sanado". "Arthur Soares se encontra em casa", diz o texto, negando que Arthur seja "foragido".


Segundo o governo americano, Arthur Soares entrou nos Estados Unidos em setembro de 2015 como não-imigrante e não foi embora do país no período estipulado pelas autoridades. Em nota, divulgada antes de os advogados dizerem que o empresário havia sido solto, o governo chegou a dizer que ele estava "sob custódia à espera da deportação".

Vida de luxo em Miami
Entre outros crimes, o empresário é acusado de envolvimento na compra de votos para a eleição do Rio de Janeiro como sede das Olimpíadas de 2016.

'Rei Arthur' chegou a ter R$ 3 bilhões em contratos com o Estado do Rio
Arthur leva uma vida de luxo na cidade americana, como mostrou uma reportagem do Fantástico do dia 18 de agosto.

"Ele é chamado de Rei Arthur porque, ao longo de muitos anos, ele teve os maiores contratos com o Estado do Rio de Janeiro. Isso possibilitou a ele arrecadar um patrimônio milionário, talvez bilionário", explicou o procurador da República Stanley Valeriano.

Confissão de Cabral
Em depoimento em julho deste ano, o ex-governador Sérgio Cabral admitiu que comprou por US$ 2 milhões os votos que garantiram a escolha do Rio como sede da Olimpíada de 2016.

No processo, Cabral é acusado pelo Ministério Público Federal de envolvimento em um suposto esquema de compra de votos no Comitê Olímpico Internacional (COI).

Os investigadores querem saber se houve fraude na eleição do Rio para receber os Jogos Olímpicos. Arthur Soares é um dos denunciados por corrupção devido à suspeita da compra de votos.

Lamine Diack e o filho dele, Papa, são acusados de intermediar o pagamento deste dinheiro.


Vida de luxo com recursos públicos
Depois da reportagem do Fantástico, o Ministério Público Federal (MPF) se manifestou dizendo que o dinheiro que pagava o luxo com o qual vivia em Miami foi tirado dos cofres públicos do Estado do Rio de Janeiro.

“Nós podemos dizer, com certeza, que ele está usufruindo do dinheiro que ele tirou dos cofres públicos brasileiros, dos cofres públicos da sociedade carioca, e que o cidadão carioca deixou de ter um serviço pra que ele pudesse desfrutar da sua Maserati", explicou Valeriano.

O carro que Rei Arthur dirige nos Estados Unidos e a que o procurador se refere custa R$ 530 mil no Brasil.

Arthur Soares, conhecido como Rei Arthur, é suspeito de envolvimento na compra de votos para transformar o Rio em sede olímpica dos Jogos de 2016 — Foto: Reprodução/ Fantástico
Arthur Soares, conhecido como Rei Arthur, é suspeito de envolvimento na compra de votos para transformar o Rio em sede olímpica dos Jogos de 2016 — Foto: Reprodução/ Fantástico

Na ocasião, a reportagem mostrou que em um dos momentos de lazer, Arthur Soares foi visto almoçando em um dos melhores restaurantes japoneses de Miami, onde uma refeição custa, em média, o equivalente a R$ 600 por pessoa.

Quando saiu do país, em abril de 2017, Arthur Soares foi morar em uma mansão, na ilha de Key Biscaine, um dos bairros mais caros de Miami. Atualmente, Arthur Soares mora em outra casa, aparentemente mais simples, com acesso direto para rua, como mostrou o Fantástico.

Contratos com o governo Cabral
Durante os dois mandatos de Cabral, Arthur Soares chegou a ter R$ 3 bilhões em contratos com o governo. Suas empresas prestavam serviços a pelo menos 10 secretarias estaduais.

Segundo os procuradores, em troca das vantagens para as suas empresas, Arthur Soares fez pagamentos indevidos a diferentes pessoas da organização criminosa comandada pelo ex-governador, tanto no Brasil como no exterior.

Fonte: G1
Leia Mais ››

Desembargador nega pedido para desmarcar julgamento que pode anular condenação de Lula na Lava Jato

O julgamento da questão de ordem que poderá anular a condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi mantido para o próximo dia 30 no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4). A defesa de Lula havia pedido que a data fosse desmarcada, em recurso protocolado na quinta-feira (24), o que foi negado.

Julgamento foi mantido por decisão do desembargador federal João Pedro Gebran Neto — Foto: Reprodução
Julgamento foi mantido por decisão do desembargador federal João Pedro Gebran Neto — Foto: Reprodução

O ex-presidente foi condenado a 12 anos e 11 meses de prisão em primeira instância, no processo do sítio de Atibaia, sua segunda condenação na Operação Lava Jato.

A 8ª Turma do TRF-4 definirá no dia 30 se a condenação deve ser anulada com base na decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a ordem de apresentação das alegações.


A defesa pediu que a data fosse desmarcada, alegando que o desembargador federal João Pedro Gebran Neto escolheu apreciar somente um dos capítulos do recurso apresentado pelos advogados de Lula, e defendeu que os outros capítulos também sejam analisados. Esses possibilitariam a nulidade total do processo.

Nesta sexta-feira (25), o próprio Gebran negou o recurso. Segundo ele, a defesa poderá fazer esse questionamento na própria sessão de julgamento, em sustentação oral. O desembargador frisou em sua decisão que a inclusão em pauta ou em mesa de julgamento não tem conteúdo decisório, não sendo por isso impugnável pelos advogados do réu.

O G1 pediu posicionamento à defesa de Lula e, até a última atualização desta reportagem, não obteve resposta.

MPF pede anulação
O Ministério Público Federal pediu a anulação da condenação de Lula, em petição na quarta-feira (23). O parecer foi protocolado pelo órgão após o TRF-4 marcar o julgamento do dia 30.

O procurador Maurício Gotardo Gerum entende que é necessário anular a sentença do ex-presidente "tanto para salvaguardar a coerência do sistema jurídico quanto para evitar futuras alegações de nulidade que certamente conduzirão a um grande prejuízo em termos processuais".

Em nota, o advogado de Lula, Cristiano Zanin Martins, disse que há uma "tentativa de manipular a verdade nos processos envolvendo o ex-presidente" e que espera a anulação completa do processo.


Primeira condenação
A sentença do sítio de Atibaia é a segunda condenação de Lula na Lava Jato. O ex-presidente cumpre pena na Polícia Federal de Curitiba por corrupção e lavagem de dinheiro no caso triplex do Guarujá (SP) desde abril do ano passado.

Em abril deste ano, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) manteve a condenação e reduziu a pena para 8 anos e 10 meses em decisão unânime.

Antes disso, o recurso em segunda instância havia sido negado pelo TRF-4, que aumentou a pena da primeira instância, de 9 anos e 6 meses, para 12 anos e 1 mês.

A prisão do ex-presidente ocorreu após o esgotamento dos recursos no TRF-4. O processo tramitou durante cinco meses na segunda instância até a decisão.

Denúncia do sítio de Atibaia
De acordo com o Ministério Público Federal, Lula recebeu propina do Grupo Schain, de José Carlos Bumlai, e das empreiteiras OAS a Odebrecht por meio da reforma e decoração no sítio Santa Bárbara, em Atibaia (SP), que o ex-presidente frequentava com a família. Outras 12 pessoas foram denunciadas no processo.

A acusação trata do pagamento de propina de pelo menos R$ 128 milhões pela Odebrecht e de outros R$ 27 milhões por parte da OAS.


Para os procuradores, parte desse dinheiro foi usada para adequar o sítio às necessidades de Lula. Segundo a denúncia, as melhorias na propriedade totalizaram R$ 1,02 milhão.

O MPF afirma que a Odebrecht e a OAS custearam R$ 850 mil em reformas na propriedade. Já Bumlai fez o repasse de propina ao ex-presidente no valor de R$ 150 mil, ainda conforme o MPF.

Segundo o MPF, Lula ajudou as empreiteiras ao manter nos cargos os ex-executivos da Petrobras Renato Duque, Paulo Roberto Costa, Jorge Zelada, Nestor Cerveró e Pedro Barusco, que comandaram boa parte dos esquemas fraudulentos entre empreiteiras e a estatal, descobertos pela Lava Jato.

Fonte: G1
Leia Mais ››

Hipótese de que menina foi envenenada por doce em trem está 'bastante enfraquecida', diz delegado

Resultado de imagem para Hipótese de que menina foi envenenada por doce em trem está 'bastante enfraquecida', diz delegadoA polícia descartou a possibilidade da adolescente Lorrana da Luz, de 14 anos, ter sido envenenada dentro do trem por uma desconhecida nesta sexta-feira (25).

Peritos encontraram carbamato, o veneno popularmente conhecido como chumbinho, no estômago da menina, segundo o delegado Vinicius Domingos, da 64ª DP (São João de Meriti).

“A ação de sintomas e sinais agudos do carbamato começam depois de 20 a 40 minutos e o lapso temporal entre esse provável consumo do pirulito, que foi no trem às 3h20 da tarde, e os sinais agudos apareceram por volta de meia-noite. Essa possibilidade para gente está bastante enfraquecida”, afirmou o delegado.

A jovem morreu nesta terça-feira (22) na UPA Jardim Íris, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense. Corpo da menina foi enterrado nesta sexta-feira (25) em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.

A família de Lorrana afirmou que a suspeita principal da causa da morte era por envenenamento. A menina teria aceitado uma bala de uma desconhecida no trem.

“A gente vai trabalhar com possível crime de homicídio, ou um acidente - que ela possa ter ingerido por acidente - e também a gente não pode descartar uma linha de suicídio”, afirmou o delegado.
A polícia começou a analisar as imagens do trem e, até a última atualização dessa matéria, não havia indício que alguém tenha oferecido bala a menina. A menina também comeu um lanche em uma barraca da família, segundo parentes.

“Ela chegou na loja que a mãe dela trabalha alegando que ganhou bala de mulher no trem e estava sentindo dor de cabeça. Quando chegou em casa, ela questionou com a minha mãe dizendo que estava com dor de cabeça. Minha mãe mandou ela tomar o remédio. Ficou normal, comprou lanche na barraca e ficou normal. Quando foi uma e pouca da manhã, ela começou a passar mal chamando minha outra irmã dizendo que não estava enxergando nada. Quando minha irmã levantou e acendeu a luz, ela estava espumando na boca e estava gelada”, contou Renata da Luz, tia da Lorrana.

As amostras de pães e molhos da lanchonete foram encaminhadas para a perícia.

Fonte: G1
Leia Mais ››

Menina de 11 anos castigada com jejum morre por desnutrição, diz polícia; mãe e padrasto são presos

Uma menina de 11 anos morreu por desnutrição decorrente de um jejum na noite de quinta-feira (24) em Ubatuba (SP), segundo a Polícia Civil. A mãe e o padrasto dela foram presos na tarde desta sexta-feira (25) suspeitos de envolvimento na morte da criança. De acordo com a polícia, eles mantinham a vítima em cárcere privado há cerca de cinco meses.

Menina ficava em cárcere privado em Ubatuba e era obrigada a jejuar e a orar, segundo polícia — Foto: Arquivo pessoal
Menina ficava em cárcere privado em Ubatuba e era obrigada a jejuar e a orar, segundo polícia — Foto: Arquivo pessoal

A polícia foi acionada pelo hospital após os suspeitos levarem a garota ao pronto socorro, por volta das 21h de quinta. A polícia trabalha com a informação de que a menina chegou ao hospital já morta e que os médicos atestaram desnutrição e palidez.


A mãe e o padrasto foram presos em flagrante. Em depoimento nesta sexta a mulher confessou, segundo a polícia, que mantinha a menina em cárcere privado. De acordo com o relato, ela ficava no chão sobre um tapete de EVA (um tipo de borracha) no apartamento da família, no Centro da cidade.

Ela disse que a vítima ficou trancada em casa durante cinco meses e que era obrigada a jejuar e orar como forma de corrigir e castigar por atos considerados errados, como mentiras. Durante esse período, ela teria saído apenas duas vezes na rua. O irmão dela, de 8 anos, também era submetido a castigos esporádicos.

Segundo a polícia, na última terça-feira (22) a mulher e o marido teriam obrigado a menina a fazer um jejum de dois dias. Só era permitido que ela bebesse água. Na quinta, a criança passou mal e morreu no hospital. Segundo a Polícia Civil, o padrasto permaneceu em silêncio durante o interrogatório.

A mãe, de 26 anos, e o padrasto, de 47, vão responder por tortura com morte, cárcere privado e abandono intelectual.

O irmão da vítima foi encaminhado para um abrigo da cidade e está sob os cuidados do Conselho Tutelar.

Fonte: G1
Leia Mais ››

Fim da prisão em segunda instância significa 'impunidade do colarinho branco e de corruptos poderosos', diz Dallagnol

O procurador da República Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba, afirmou nesta sexta-feira (25) em Santo André, no ABC Paulista, que o fim da prisão em segunda instância, que está sendo julgado pelo plenário do Supremo Tribunal Federal (STF), seria "a impunidade do colarinho branco e de corruptos poderosos".

 procurador da República e coordenador da Operação Lava Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol ministra palestra no VII Congresso de Direito Constitucional, em Santo André — Foto: Danilo M. Yoshioka/Futura Press/Estadão Conteúdo
procurador da República e coordenador da Operação Lava Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol ministra palestra no VII Congresso de Direito Constitucional, em Santo André — Foto: Danilo M. Yoshioka/Futura Press/Estadão Conteúdo

O STF suspendeu julgamento com 4 votos a favor e 3 contra a prisão após condenação em segunda instância . O julgamento terá continuidade no dia 6 ou 7 novembro, segundo o presidente do STF, Dias Toffoli. Faltam as manifestações de quatro ministros.

"A Constituição fala que ninguém será considerado culpado antes do trânsito em julgado da sentença penal condenatória. não fala que ninguém vai ser preso antes do trânsito em julgado", disse Dallagnol durante palestra a estudantes de Direito.


"No Brasil, a possibilidade de discutir provas e fatos se encerra na segunda instância. Se nós temos que o fim da prisão em segunda instância, isso vai significar a impunidade de colarinho branco e corruptos poderosos", acrescentou o procurador.

Durante palestra em um congresso de direito Constitucional, Dallagnol defendeu ainda que, apesar da Constituição deixar explícito o princípio da presunção de inocência antes do trânsito em julgado, "nenhum princípio constitucional é absoluto".

"Se formos levar ao extremo [o princípio da presunção da inocência], então ninguém pode ser condenado até o final do processo, então nem posso acusá-los", defendeu. "Do mesmo modo, a presunção da inocência deve ser compatibilizada com o direto à Justiça", disse o procurador.

"Enquanto os de colarinho brancos saem impunes, quem paga o preço da corrupção é o jovem atropelado, que é levado a um hospital e não tem condições de ser tratado. (...)

A corrupção afeta nossas oportunidades, nosso presente e nosso futuro", defendeu.

Ao afirmar que não iria desistir frente às "pressões diárias", mesmo "se sentindo com vontade de desistir muitas vezes", voltou a citar o julgamento do STF: "Votaram contra a decisão em segunda instância. Vou desistir? Precisamos aprender o valor da perseverança", acrescentou.


Corrupção
Durante a palestra a estudantes de Direito em Santo André, o procurador questionou ainda o combate à corrupção no país. "Quem lembra de alguém que foi julgado e condenado, da primeira à última instância, e foi pra cadeia por corrupção? Tirando a Lava Jato e o mensalão, que são pontos fora da curva", salientou.

"Ou não temos políticos corruptos ou o sistema não funciona. é difícil descobrir corrupção, porque é praticado entre quatro paredes e aos sussurros", disse Dallagnol, afirmando ainda que, se avisasse seu filho de que iria lhe colocar de castigo "daqui a 10 ou 20 anos", "haveria a garantia da impunidade".

"Campanhas eleitorais turbinadas a propina fazem qualquer candidato parecer um anjo. É um círculo vicioso que deturpa nossa democracia", afirmou. "Mas é burro e desonesto dizer que todo político é corrupto", afirmou. "Há quem recebe e quem paga. são pessoas como muitas pessoas que nós conhecemos que, no meio do caminho, pressionados por resultados, se perderam", disse.

Condenações anuladas
O procurador criticou ainda a decisão do STF de anular condenações feitas pelo ex-juiz Sérgio Moro, atual ministro da Justiça, na Lava Jato em que réus delatados apresentaram defesa ao mesmo tempo que delatores.

"É difícil descobrir um caso de corrupção no Brasil e, quando você consegue levar um caso de corrupção à Justiça, muito provavelmente ele vai ser anulado. O Supremo fez uma interpretação sobre a resposta dos delatores. O Supremo pode fazer esta interpretação, mas ninguém tinha dito isso antes no Brasil. Não é razoável que isso valha para trás, para se aplicar no passado. Nós precisamos de segurança jurídica", defendeu.


O procurador da República também criticou a lentidão do Congresso com a aprovação de leis contra a corrupção.

"Quando você olha seis anos de Lava Jato, você vê que o que foi aprovado foi nada. Isso porque mudaria como as coisas funciona, e pode gerar punição pra muito deles (congressistas) que são investigados", assinalou.

Fonte: G1
Leia Mais ››