segunda-feira, agosto 08, 2022

PRF apreende mais de 33 mil litros de cerveja sem nota fiscal no RN

A Polícia Rodoviária Federal apreendeu mais de 33 mil litros de cerveja que eram transportados sem nota fiscal pela BR-304, em Macaíba, região metropolitana de Natal, durante o fim de semana.


Viaturas da PRF no RN — Foto: PRF/Cedida


O caso ocorreu no sábado (6), mas foi divulgado pela corporação nesta segunda-feira (8).


Segundo a polícia, a apreensão aconteceu após uma abordagem a uma carreta modelo Scania, no km 294 da BR 304.


No veículo, foram encontradas 96.096 latas de cerveja que eram transportadas sem nota fiscal.


"A mercadoria foi avaliada em R$ 220.059,84 pela Secretaria Estadual de Tributação, que por sua vez confeccionou um termo de apreensão da mercadoria, gerando entre multas e impostos o valor de R$ 96.826,34", informou a corporação.



Ainda durante o fim de semana, a PRF prendeu cinco pessoas e atuou 22 motoristas por dirigir sob efeito de álcool no Rio Grande do Norte. Dois veículos roubados foram recuperados.


Prisões

Um homem de 28 anos foi preso por porte ilegal de arma de fogo na sexta-feira (5), em São José de Mipibu, na Grande Natal. Uma pistola cal .9mm com 11 munições foi apreendida com ele.


Na noite do sábado (6) no km 118 da BR 101, em São José de Mipibu, foi recuperado um veículo do modelo Citroen C4ctus, que foi alugado e não tinha sido devolvido após o término do contrato. O condutor foi encaminhado para a Central de Flagrantes da zona sul de Natal.


Já na tarde de domingo (7) foi recuperada uma Fiat Toro, de cor vermelha, em Macaíba. O veículo havia sido roubado horas antes na cidade de Areia Branca. A vítima reconheceu o condutor do veículo como um dos participantes do assalto. O homem foi preso e encaminhado à Central de Flagrantes.


Ao longo do final de semana, 22 motoristas foram autuados por dirigir sob influência de álcool, sendo 15 por recusa ao teste do bafômetro e sete por constatação. Dois deles foram presos por apresentarem concentração de álcool superior a 0.30 mg/l.


Fonte: g1

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Apontado pelo Ministério Público como 'mensageiro do crime', advogado é preso na Grande Natal

Um advogado foi preso nesta segunda-feira (8) suspeito de integrar uma organização criminosa que atua dentro e fora de unidades prisionais do Rio Grande do Norte. Além do advogado, a ação cumpriu outros quatro mandados de prisão contra detentos. As prisões fazem parte da Operação Carteiras 2.


Mensagens encontradas com advogado preso em operação no RN — Foto: Divulgação


O advogado foi preso na Penitenciária de Alcaçuz, em Nísia Floresta, na Grande Natal. Ele é apontado pelo Ministério Público Estadual como "mensageiro do crime".


A investigação do MPRN apurou que ele, por diversas vezes, trocou mensagens com detentos, estabelecendo a comunicação entre os integrantes da organização criminosa que ainda estão nas ruas e as lideranças encarceradas.


O MPRN informou que já ofereceu denúncia contra o advogado preso nesta segunda-feira e ele já é réu em ação penal. Na denúncia, o MPRN mostra que no dia 6 de outubro de 2021, o advogado entrou na penitenciária de Alcaçuz portando um print de conversa do aplicativo WhatsApp sobre venda de objeto ilícito.


No dia 27 de novembro passado, durante atendimento a internos da mesma unidade prisional, deixou cair um papel no parlatório que tratava de comunicação dos presos com integrantes da organização criminosa.


Para o MPRN, o advogado preso se aproveitava de suas funções para driblar a fiscalização penitenciária, usando criminalmente suas prerrogativas.


Na denúncia, o MPRN frisa que o advogado preso “não é mensageiro de simples faccionados, e sim de algumas lideranças mais importantes da organização criminosa, ou seja, estão atuando diretamente na gestão e manutenção da facção criminosa, que continua em plena atividade até os dias atuais.


Aliás, as mensagens repassadas não são simples mensagens fraternas, mas sim missivas do crime, relacionadas a missões e logística do comércio ilícito de entorpecentes.


Com efeito, conclui-se que a atuação do advogado é fundamental para a organização e manutenção do tráfico de drogas e que, através dele, criminosos condenados, dentro de estabelecimento penais, continuam a praticar crimes, mesmo sob o pálio da custódia estatal”.


A operação Carteiras 2 também cumpriu mandados de busca e apreensão em dois endereços relacionados ao advogado em Natal. A ação contou com a participação da Polícia Militar e da Secretaria da Administração Penitenciária.


O MP divulgou uma das mensagens trocadas entre os criminosos, que usam códigos na comunicação.


Troca de mensagens entre integrantes de facção criminosa no RN, segundo o MP — Foto: Divulgação


Em nota enviada ao g1 RN, a OAB do Rio Grande do Norte afirma que está acompanhando as diligências e reforça que busca proteger as prerrogativas legais dos profissionais.


Operação Carteiras

No dia 8 de julho passado, o MPRN deflagrou a operação Carteiras, que cumpriu seis mandados de prisão preventiva e outros quatro, de busca e apreensão, nas cidades de Natal, Parnamirim, Extremoz, Nísia Floresta. Os mandados foram cumpridos nas residências de advogados, em um escritório de advocacia e ainda nas penitenciárias estaduais de Alcaçuz e Rogério Coutinho Madruga. Ao todo, três advogados foram presos na ação.


Confira íntegra de nota da OAB/RN

A OAB do Rio Grande do Norte está acompanhando as diligências vinculadas a advogados buscando a preservação do fiel cumprimento da ordem judicial nos limites nela definidos e protegendo as prerrogativas legais dos profissionais.


Fonte: g1

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Mulher de 26 anos morre e filha fica ferida após carro capotar e cair em rio no interior do RN

Uma mulher morreu neste domingo (7) em Pedro Velho, no interior do RN, após perder o controle do veículo e cair em um rio. A vítima foi identificada como Ana Beatriz da Silva, de 26 anos. Duas pessoas que estavam no veículo ficaram feridas, sendo uma delas uma menina de 6 anos, filha da motorista.


Ana Beatriz, de 26 anos, morava em Pedro Velho há quatro anos. — Foto: Cedida


De acordo com informações do sargento Everaldo Lima, que atua no município, o caso ocorreu por volta das 18h. Ana Beatriz tinha passado a tarde em uma cavalgada e retornava para a zona urbana do município por uma estrada carroçável.


A condutora teria perdido o controle do veículo, que tinha sido comprado por ela há um mês, e caiu de uma ponte sobre o rio Pirarí. De acordo com populares, ela era muito querida em Pedro Velho, mesmo sem ser nascida no município.


Além de Ana Beatriz, que morreu no local, outras duas pessoas que estavam no veículo foram encaminhados ao Hospital Walfredo Gurgel, em Natal. Wesley Pulhano Ribeiro, de 21 anos, precisou ser intubado e foi transferido em estado grave.


Apesar de capotar em uma ponte, o automóvel caiu em um local sem água. A filha de Ana Beatriz, uma menina de seis anos, foi arremessada do veículo antes do impacto e, possivelmente, caiu em uma área com água. Ela também foi encaminhada para a capital potiguar, reclamando de dores nas costas.


Técnicos do Instituto Técnico-Científico de Perícia (Itep/RN), estiveram no local para remoção do corpo. O policiamento de trânsito esteve no local para isolamento da área e controle do tráfego de veículos.


Estado do veículo, que capotou após cair de uma ponte. — Foto: Cedida/PM


Fonte: g1

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Motociclista morre após bater de frente em carro no interior do RN

Um homem morreu neste domingo (7) após um acidente em uma rodovia federal em Bom Jesus, no interior do Rio Grande do Norte. José Alves de Souza, de 60 anos, conduzia uma motocicleta e bateu de frente em um automóvel na BR-226.


Automóvel que colidiu com motocicleta pegou fogo em seguida. — Foto: Cedida


De acordo com a Polícia Militar, o motociclista foi arremessado e morreu no local.


Aos militares, a motorista do carro afirmou que o condutor da motocicleta vinha na contramão e que ela, mesmo tentando, não conseguiu desviar do veículo.


Após o choque, a motorista perdeu o controle do veículo e, ao parar, percebeu que o carro estava em chamas. Ela saiu do automóvel, que ficou totalmente incendiado em seguida.


Vítima tinha 60 anos e foi identificado como José Alves de Souza — Foto: Cedida


Fonte: g1

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Criminosos invadem município, atacam delegacia a tiros e explodem cofre de posto de combustíveis no interior do RN

Criminosos invadiram o município de Sítio Novo, no Agreste potiguar, neste domingo (7) e explodiram o cofre do único posto de combustíveis da cidade. De acordo com a Polícia Militar, dois suspeitos foram presos e um sargento ficou ferido na ação.


Bando explodiu cofre de um posto de combustíveis — Foto: Cedida/PM


O bando invadiu a cidade dividido em dois grupos por volta das 2h. Enquanto alguns criminosos foram até o posto de combustíveis, outros impediram os militares de saírem do destacamento do município atirando contra o local.


De acordo com a PM, foram pelo menos 10 minutos de tiros. O ataque deixou um militar ferido. Ele foi atingido por estilhaços na área das costas, foi socorrido e passa bem.


O segundo grupo foi até o posto de combustíveis e, numa ação rápida, explodiu o cofre do estabelecimento, que ficou completamente destruído. Não há confirmação se o grupo conseguiu levar alguma quantia.


A Polícia Militar fez diligências após a ação criminosa e prendeu dois suspeitos de fazerem parte do bando. Eles foram conduzidos à Delegacia da Polícia Civil em Tangará, município da região, para instaurações dos devidos procedimentos.


O caso segue sendo investigado para identificação e captura dos outros envolvidos na ação e se o crime tem ligação com outros casos de ataques a cofres de postos de combustíveis registrados recentemente.


Fonte: g1

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UFRN participa de consórcio internacional para desenvolvimento de equipamento para observação de exoplanetas

A Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) participa de um consórcio multinacional, liderado pelo Istituto Nazionale di Astrofisica (INAF), da Itália, para desenvolver um instrumento que permitirá aos astrônomos estudar, entre outras coisas, as atmosferas de planetas semelhantes à Terra fora do sistema solar.


Espectrógrafo será usado para procurar sinais de vida em exoplanetas semelhantes à Terra — Foto: ESO/UFRN/Divulgação


Denominado Andes (sigla em inglês para ArmazoNes high Dispersion Echelle Spectrograph), o instrumento deverá ser instalado no telescópio de 39 metros do Observatório Europeu Austral, atualmente em construção no Cerro Armazones, localizado no norte do Deserto do Atacama, no Chile.


De acordo com a UFRN, o Andes será um espectrógrafo de alta resolução projetado para realizar estudos detalhados e precisos de objetos cósmicos individuais. O equipamento só deve começar a ser operado em 2030.



Além da busca por sinais de vida extraterrestre, esse espectrógrafo também deverá permitir aos astrônomos investigar a evolução das galáxias, identificar a assinatura das primeiras gerações de estrelas no Universo primordial e determinar se algumas das constantes fundamentais da Física, que regulam a maioria dos processos físicos no Universo, variam de fato com o tempo.


O consórcio para construção do Andes é constituído por universidades e laboratórios de 14 países, incluindo o Brasil, que participa do projeto sob a liderança da UFRN, contando também com a participação do Observatório Nacional (RJ) e do Instituto Mauá de Tecnologia (SP).


A participação da UFRN no consórcio Andes é responsabilidade do Núcleo de Astronomia Observacional e Instrumental do Departamento de Física Teórica e Experimental (DFTE), do Centro de Ciências Exatas e da Terra (CCET/UFRN), e do Laboratório de Automação, Controle e Instrumentação (LACI) do Departamento de Engenharia Elétrica (DEE), do Centro de Tecnologia (CT/UFRN).


Telescópio ELT, onde será instalado o Andes, está localizado na montanha Cerro Armazones, no deserto chileno, e será o "maior olho do mundo" apontando para as estrelas


A equipe da UFRN que participa do projeto é composta pelos professores Izan de Castro Leão (DFTE/CCET) e Allan de Medeiros Martins (DEE/CT), membros do comitê de gestão, Bruno Leonardo Canto Martins (DFTE/CCET), membro do comitê executivo, e José Renan de Medeiros (DFTE/CCET), membro do comitê diretor do projeto.


Andes permitirá estudo de objetos astronômicos que exigem observações altamente sensíveis — Foto: ESO/UFRN/Divulgação


A assinatura do acordo entre as instituições participantes do consórcio foi realizada pelo reitor José Daniel Diniz Melo no dia 15 de julho.


“A participação de pesquisadores da UFRN em um projeto de desenvolvimento científico e tecnológico dessa magnitude, em parceria com instituições do mais elevado prestígio internacional, demonstra o reconhecimento alcançado pela nossa universidade como instituição promotora de avanços das fronteiras do saber”, disse reitor da UFRN.


O projeto

O Andes foi iniciado em 2018 com a fase de definição dos objetivos científicos e das especificações técnicas do instrumento. Atualmente, o projeto está na fase de elaboração de documentação e definição da equipe científica, que será constituída por 120 pesquisadores de 15 países, incluindo professores da UFRN e do Observatório Nacional. Essa fase se estenderá até 2024. Posteriormente, até 2030, acontecerá a fase da construção, propriamente dita, do instrumento, que vai se estender até 2029.



“Em 2030 acontecerá a instalação, os testes e o início das operações do espectrômetro”, informou o professor Renan Medeiros.

De acordo com ele, a equipe da UFRN estará presente em todas as fases do desenvolvimento e construção do instrumento, participando da definição dos objetivos científicos, elaboração de documentação, construção de softwares e dos sistemas ópticos, instalação, realização dos testes e na operação inicial do instrumento.


“O acordo UFRN - Consórcio Andes durará até o início do funcionamento do instrumento, com a participação da Equipe da UFRN na exploração científica do tempo garantido de telescópio, que deve se estender até o ano de 2035”, complementa Renan.


O pró-reitor de Pós-graduação da UFRN, Rubens Maribondo, considera esse o mais importante projeto científico internacional da UFRN.


“Projeto que envolve inserção científica e tecnológica, com a participação integrada de pesquisadores da Física e da Engenharia, posicionando a UFRN em um patamar de referência científica internacional na área”, diz.


Para ele, os ganhos começam pela formação de recursos humanos por meio das teses desenvolvidas no âmbito do projeto e, em médio prazo, pelo fato de os alunos, no futuro, terem à disposição horas no telescópio.


“É uma ferramenta muito poderosa de observação, que qualificará e colocará a UFRN na linha de frente na descoberta de novos planetas”, observa o Pró-reitor.


Fonte: g1

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RN inicia campanha nacional de vacinação contra a pólio e atualização da caderneta nesta segunda-feira (8)

Começa nesta segunda-feira (8) a Campanha Nacional de Vacinação contra Poliomielite e Multivacinação para Atualização da Caderneta de Vacinação da Criança e do Adolescente. A campanha segue até o dia 9 de setembro, sendo o dia 20 de agosto como o dia "D" da vacinação.


Além da vacinação contra Poliomielite, a campanha também visa atualizar a caderneta de vacinação, de maneira geral, de crianças e adolescentes — Foto: Tomaz Silva/Arquivo/Agência Brasil


A expectativa é alcançar a cobertura vacinal de no mínimo 95% das crianças de 1 a menores de 5 anos de idade contra a poliomielite, além de reduzir o número de não vacinados de crianças e adolescentes menores de 15 anos de idade e melhorar as coberturas vacinais, conforme o Calendário Nacional de Vacinação.


"É importante que a população vacine suas crianças e adolescentes para que não tenhamos o retorno desta doença que causa paralisias irreversíveis e fatais", disse Laiane Graziela, coordenadora do Programa de Imunização da Sesap.


No Rio Grande do Norte, a cobertura vacinal para as crianças vem ficando abaixo dos 90% preconizados pelo Ministério da Saúde.


Campanha de atualização da caderneta de vacinação — Foto: Divulgação/Prefeitura de Campos


Confira as vacinas da Campanha de Multivacinação:

Vacinas do Calendário da Criança até os sete anos de idade


BCG;

Hepatite B;

PENTA (DTP/Hib/ HB);

Polio;

Rotavírus;

Pneumocócica 10 valente (Conjugada);

Meningocócica C (Conjugada),;

Febre amarela;

Tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola- SCR);

Tetra viral (sarampo, caxumba, rubéola e varicela-SCRV);

DTP;

Hepatite A;

Varicela.

Vacinas do Calendário da Criança a partir dos sete anos de idade e do Adolescente:


Hepatite B;

Febre amarela;

Tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola-SCR);

Difteria e tétano adulto;

dTpa;

Meningocócica ACWY (Conjugada);

Meningocócica C (Conjugada);

HPV quadrivalente;

Varicela.


Fonte: g1

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Diarista diz que belga achado morto com lesões não tinha ferimento aparente na véspera e que já viu sinais de briga pela casa

A diarista que trabalhou nos últimos quatro anos na casa do cônsul alemão Uwe Herbert Hahn e do seu marido assassinado, o belga Walter Henri Maximillen Biot, contou que a vítima não apresentava marcas de violência na véspera do crime.


A mulher – que terá seu nome preservado – esteve na cobertura do casal pela última vez na quinta-feira (4), véspera do crime.


O laudo do IML mostrou que o corpo de Walter tinha marcas nos pés, pernas, braços, costas, nádegas, barriga, tórax, rosto e a lesão principal, na cabeça, na região da nuca – que ocasionou o traumatismo craniano e a morte do belga.


As fotos foram apresentadas à testemunha, que esteve com Walter na casa do casal. Ela disse “que não apresentava nenhuma lesão aparente" e "categoricamente" afirmou que Walter não apresentava nenhuma das lesões observadas”, segundo depoimento obtido com exclusividade pelo RJ2.


A testemunha revelou que tinha pouco contato com o cônsul, já que trabalhava às segundas e quintas, mas costumava chegar das 9h às 16h, horário em que o diplomata estava trabalhando.


Ela confirmou o episódio de uma suposta briga que deixou vidros quebrados, que outra testemunha já havia relatado.


“Em abril ou maio, notou que a porta da dispensa e o vidro de um dos armários da cozinha estavam quebrados; que acredita que a porta e os vidros não quebraram em virtude de mau uso; que parecia que algum objeto havia sido lançado contra o vidro.”

E acrescentou outros detalhes: “Por duas ou três ocasiões neste ano, já notou que a fronha do travesseiro usada por Walter continha manchas de sangue”.


No sábado, peritos do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) usaram luminol, e a fronha de um dos travesseiros indicou marcas de sangue.


A diarista contou também que, no mês passado, viu Walter com um corte na região da testa, mas que ele disse ter sido em virtude de um arranhão do gato.


“Nas duas últimas semanas em que esteve na residência, notou Walter extremamente cabisbaixo, mas mesmo não lhe disse o motivo”. Ela confirmou também ter encontrado pinos de cocaína durante algumas vezes em que limpou o imóvel.


'Não há dúvidas sobre a autoria', diz delegada


A delegada Camila Lourenço, responsável pela investigação afirmou, nesta segunda, que a polícia não tem dúvida sobre a existência do crime.


"A gente não tem dúvida sobre a existência do crime. Queremos saber o que teria motivado, qual o plano de fundo, os bastidores, como estava o clima do casal, qual a relação do casal. Essas circunstâncias vão ser importantes, não para definição se autoria, que já está definida, mas para incidência de circunstâncias que vão qualificar o crime e na persecução penal que vai interferir na pena", disse.


A delegada acredita que o depoimento da diarista que trabalhava para o casal pode ser determinante para a conclusão do caso.


Ainda de acordo com a delegada, a vítima tinha inúmeras lesões e até uma mangueira de ar-condicionado teria sido usada nas agressões.


"Foi uma sucessão de espancamentos. Uma das lesões é compatível com pisadura humana na região da costela e outra decorrente de ação contundente com objeto cilíndrico. A gente apreendeu uma mangueira de ar-condicionado que pode ter sido utilizada para realizar as agressões. Também foi apreendido um bastão. Ele foi espancado", afirmou.


Durante a perícia no imóvel, os investigadores encontraram manchas de sangue em diversos cômodos do imóvel. De acordo com a delegada, a explicação do cônsul para a família foi que o marido teve um infarto.


""Ele (o cônsul) teria que apresentar uma versão, tinha que justificar a morte do marido para os familiares. Ele contou que o marido infartou. A versão que ele apresenta para pessoas de seu convívio, inclusive para a secretária dele, era que o marido havia infartado", explicou a delegada.


Poltrona com macha de sangue lavada — Foto: TV Globo


Tentativa de esconder provas

Ainda de acordo com a delegada Camila Lourenço, os peritos encontraram o apartamento do casal "em completo desalinho". A delegada ainda lembrou que, antes do trabalho de perícia, a secretária do diplomata tentou limpar algumas manchas de sangue no imóvel.


"O apartamento estava em completo desalinho. Chegou ao nosso conhecimento que antes da perícia de local, a secretária do cônsul ingressou no imóvel e limpou uma mancha de sangue no local onde o cadáver foi encontrado. Ela alegou que limpou ali porque o cachorro estava tendo contato com aquela mancha de sangue", explicou.


Além dessa mancha de sangue na sala, os investigadores identificaram que alguém no local teria tentado esconder outras evidências do crime.


"Os peritos identificaram no quarto, na fronha onde o casal dormia, manchas de sangue, na fronha, no chão e no banheiro. Esse banheiro era uma suíte e na porta de entrada tinha um baú, uma mobília que havia sido colocada ali, meio que para dificultar o ingresso. Como se a pessoa estivesse numa tentativa desesperada de tentar ocultar elementos que pudesse incriminá-la", disse a delegada.


"O apartamento estava sujo, mas houve uma tentativa de ocultar indícios. Como se fosse uma tentativa desesperada de dar um jeitinho. Um jeitinho atrapalhado que não conseguiu encobrir a verdade", completou Camila Lourenço.


"Me perguntaram se poderia ser uma prática sexual. Pode ser, mas não é uma tese que a gente tá abraçando. Não descartamos essa tese porque existem algumas lesões muito singulares, que nos levam a crer que pode ter havido isso".


Foram apreendidos um porrete e um chicote verde no apartamento do casal.


Traumatismo craniano

Segundo Camila Lourenço, não há dúvidas sobre a causa da morte do belga.


"A causa determinante para a morte foi um traumatismo craniano na região da nuca. Não há dúvidas que a causa da morte foi essa. A ação contundente gerou uma infiltração hemorrágica e essa foi a causa morte. Mas há um contexto que sugere ter havido espancamento".


"Segundo o perito, algumas das lesões eram recentes e outras mais antigas, o que sugere que ele vinha sendo agredido, que ele vinha sofrendo espancamentos, mais ou menos uns dois dias. Isso pra mim tá claro".


Relembre o caso


Walter Henri Maximillen Biot e o cônsul da Alemanha Uwe Herbert Hahn eram casados havia 23 anos — Foto: Reprodução


Em seu depoimento à Polícia Civil, o diplomata alemão Uwe Herbert Hahn, lotado no Consulado da Alemanha no Rio, disse que seu marido Walter Henri Maximilien Biot sofreu um mal súbito por volta das 20h da ultima sexta-feira (5) e caiu.


Uwe disse também que o companheiro “tomava pastilhas para dormir” e “bebia muito”.


O cônsul contou que o marido teria entrado em surto e começado a correr em direção ao terraço. Ele disse que o marido tropeçou no carpete e caiu com o rosto no chão e fez alguns barulhos, que ele não sabe informar se seriam gemidos ou dor.


Uwe disse ainda que estava na cozinha preparando uma massa, quando ocorreu a queda e que ele não sabe dizer se o marido bateu com a cabeça em alguma mobília ou no chão.


Em depoimento, o diplomata afirmou que ficou desesperado e chegou a dar um tapa nas nádegas de seu marido para tentar reanimá-lo e que depois foi até a portaria para pedir ajuda ao porteiro, que acionou o Samu.


Os socorristas encontrou o belga já em parada cardiorrespiratória e com lesões no corpo — em especial, uma na cabeça e outra nas nádegas — e não atestou a causa da morte.


O corpo, então, foi levado para o IML, onde foram constatados inúmeros ferimentos na cabeça e no corpo de Biot.


O casal estava junto havia 20 anos, morava em uma cobertura em Ipanema e tinha passaporte diplomático. Walter faria 53 anos no próximo sábado.


Uwe foi preso na noite de sábado (6) e transferido para o presídio de Benfica na manhã de domingo (7).


Também neste domingo, a defesa do cônsul deu entrada em um habeas corpus, mas o pedido foi negado pelo plantão judiciário.


Fonte: g1

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Caso Leandro Lo: Justiça mantém prisão de PM que matou lutador em show, e Polícia Civil o indicia por homicídio por motivo fútil

A Justiça manteve nesta segunda-feira (8) a prisão temporária de 30 dias do tenente da Polícia Militar (PM) Henrique Velozo por suspeita de matar com um tiro na cabeça o campeão mundial de jiu-jítsu Leandro Lo , neste final de semana, após confusão num show de pagode na Zona Sul de São Paulo.


Lutador Leandro Lo e o PM Henrique Velozo — Foto: Reprodução


O policial militar de 30 anos foi indiciado pela Polícia Civil pelo crime de homicídio doloso qualificado por motivo fútil, segundo informou também nesta segunda a Secretaria da Segurança Pública (SSP), por meio de sua assessoria de imprensa.


O lutador tinha 33 anos quando foi baleado na noite de sábado (6) no Clube Sírio. A morte cerebral dele foi confirmada no domingo (7) pelo hospital onde estava internado. Nesta segunda, Leandro foi enterrado num cemitério na Zona Sul.


Amigos e parentes do atleta que participaram do velório pediram a punição do policial pelo assassinato de Leandro. Henrique já havia sido condenado pela Justiça Militar de São Paulo por agredir e desacatar outros policiais militares na boate The Week, na Zona Oeste da capital, em 2017.


Nos dois casos, o tenente da PM estava de folga e sem uniforme.


O policial militar Henrique Otávio Oliveira Velozo, que é acusado de atirar e matar o lutador Leandro Lo em SP. — Foto: Reprodução/Redes Sociais


Neste sábado (6), segundo testemunhas contaram à Polícia Civil e à imprensa, Henrique, que também seria praticante de lutas, foi tirar satisfações com Leandro, que o imobilizou no Clube Sírio, durante o show do grupo Pixote. Depois que foi solto, o policial militar sacou sua arma e disparou contra o rosto do lutador, que chegou a ser socorrido, mas não resistiu ao ferimento e morreu.


O tenente, que fugiu após atirar em Leandro, se apresentou à Corregedoria da Polícia Militar, ainda no domingo, quando também foi levado para uma delegacia, onde foi interrogado. Mas, segundo policiais ouvidos pela reportagem, ele teria ficado em silêncio, sem responder as perguntas. A defesa do PM não foi localizada para comentar o assunto até a última atualização desta reportagem.


Ainda no domingo a Justiça decretou a prisão temporária de 30 dias de Henrique. Nesta segunda ele passou por audiência de custódia no Fórum da Barra Funda, onde foi mantida a detenção dele por decisão judicial. Atualmente o tenente está detido no presídio militar Romão Gomes, na Zona Norte.


O caso foi registrado no 17º Distrito Policial (DP), Ipiranga, mas será investigado pelo 16º DP, Vila Clementino. A Polícia Civil procura imagens de câmeras de segurança do clube para saber se elas gravaram a confusão e o momento que o PM atira no lutador. Além disso, Henrique também é investigado pela Corregedoria da PM que apura a conduta do tenente para saber se ele cometeu algum crime militar.


O tenente já havia sido condenado pela Justiça Militar de São Paulo por agredir e desacatar outros policiais militares na boate The Week, na Zona Oeste da capital, em 27 de outubro de 2017.


Naquela ocasião, Henrique foi acusado de dar um soco no braço de um agente da Polícia Militar e de tentar bater no rosto e de dar chutes em outros policiais militares, além de ofendê-los. O motivo: os PMs tinham sido chamados para atender uma ocorrência de confusão dentro da casa noturna.


De acordo com o Ministério Público Militar, o tenente estava com um primo no local e ambos acabaram se desentendendo com outros frequentadores.


Ainda segundo a Promotoria, um vídeo gravado no local e testemunhas confirmaram a versão dos agentes que encontraram Henrique "embriagado", "nervoso e exaltado, dificultando o trabalho dos militares". Em 13 de maio de 2021, o tenente foi condenado a nove meses de prisão em regime aberto.


Mãe fala do filho morto


Fátima Lo, mãe de Leandro Lo, disse nesta segunda que o policial militar que atirou e matou seu filho também era praticante da arte marcial, conhecia o atleta e provocou a confusão num show de pagode no Clube Sírio, na Zona Sul de São Paulo, neste final de semana (veja vídeo acima).


"Ele era lutador na vida, nos tatames ele só trouxe alegria para a gente. Muito preocupado com a família. Ele era a alegria em pessoa e uma pessoa que fez isso com ele... E a pessoa conhecia ele, porque era do jiu-jitsu também, e acabou acontecendo. A pessoa já foi para isso, com certeza já foi pra isso, só que a gente não sabe o porquê."

"Porque não tem explicação, a forma estúpida que aconteceu. Porque ele provocou uma confusão gente, justamente para o Leandro reagir e nessa ele tirou a vida do meu filho", disse Fátima em entrevista à TV Globo.


A declaração foi dada na frente do Cemitério do Morumby, na Zona Sul da capital, onde acontecia o velório de Leandro. O atleta morreu neste domingo (7) após ser baleado na cabeça pelo tenente da Polícia Militar (PM) Henrique Otávio Oliveira Velozo durante apresentação do grupo Pixote.


Mãe de Leandro Lo posta homenagem ao filho nas redes sociais — Foto: Reprodução/Instagram


Mais cedo, a mãe de Leandro postou uma homenagem ao filho nas redes sociais.


"Meu herói, lindo da mãe! Você foi um presente de Deus na minha vida. Vou sentir tanta sua falta, tá faltando um pedaço de mim. Te amo eternamente filho amado. Guardarei as lembranças boas que foram muitas. Vc fazia eu me sentir a mãe mais amada do mundo. Muito obrigada pelo seu amor , seu cuidado. Te amo muito, saudade eterna", escreveu Fátima Lo.

Em nota, a administração do Esporte Clube Sírio afirmou que "a segurança é de responsabilidade do contratante" e que está colaborando com as autoridades.


"O Esporte Clube Sírio aluga seus espaços de eventos para terceiros. Ao alugar, a segurança é de responsabilidade do contratante e a informação sobre a revista realizada e a autorização para entrada dos convidados no evento é do realizador do mesmo. Vale reforçar que o show realizado na noite de 6 de agosto foi realizado nas dependências do clube, porém por um terceiro. Conforme divulgado em nota anterior, estamos colaborando com as autoridades para que tudo seja esclarecido o quanto antes", diz o comunicado.


Discussão em show

De acordo com o advogado da família de Lo, Ivan Siqueira Junior, o lutador teve uma discussão com o PM. Para acalmar a situação, Lo imobilizou o homem que, após se afastar, sacou uma arma e atirou uma vez na cabeça do lutador.


O advogado conta que, após o tiro, o agressor ainda deu dois chutes em Leandro no chão e fugiu em seguida. Pouca gente ouviu o barulho do tiro porque o som estava alto em função do show.


Henrique Velozo apagou suas contas nas redes sociais após atirar em Leandro Lo — Foto: Reprodução/Redes sociais


Um amigo do lutador que presenciou o crime disse que o autor do tiro estava sozinho e provocou Lo e cinco amigos, que estavam numa mesa.


"Ele chegou, pegou uma garrafa de bebida da nossa mesa. O Leandro apenas o imobilizou para acalmar. Ele deu quatro ou cinco passos e atirou", disse a testemunha, que pediu para não ser identificada.

Henrique apagou suas contas nas redes sociais após atirar em Leandro. Numa das postagens, antes do crime, o tenente tinha publicado uma foto dele segurando uma arma com a seguinte mensagem: "A arma de fogo anula a tirania do mais forte e protege a integridade do mais fraco".


O atleta foi socorrido e levado ao Hospital Municipal Arthur Saboya, no Jabaquara, também na Zona Sul de SP, onde morreu depois.


Fonte: g1

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Brasil registra 188 novas mortes por Covid; média móvel de casos conhecidos é a menor em 70 dias

O Brasil registrou nesta segunda-feira (8) 188 mortes pela Covid-19 nas últimas 24 horas, totalizando 680.239 desde o início da pandemia. Com isso, a média móvel de mortes nos últimos 7 dias é de 207. Em comparação à média de 14 dias atrás, a variação foi de -11%, indicando tendência de estabilidade.


Já a média móvel de casos conhecidos segue em queda e chegou à casa de 25 mil por dia, o menos valor nos últimos 70 dias (veja detalhes mais abaixo).


Brasil, 8 de agosto

Total de mortes: 680.239

Registro de mortes em 24 horas: 188

Média de mortes nos últimos 7 dias: 207 (variação em 14 dias: -11%)

Total de casos conhecidos confirmados: 34.034.656

Registro de casos conhecidos confirmados em 24 horas: 19.193

Média de novos casos nos últimos 7 dias: 25.407 (variação em 14 dias: -32%)


Média móvel de óbitos por Covid no Brasil nos últimos 14 dias. A variação percentual leva em conta a comparação entre os números das duas pontas do período — Foto: Editoria de Arte/g1


Acre, Amapá, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, Paraná, Roraima e Tocantins não registraram novas mortes pela doença no período de 24 horas.


No total, o país registrou 19.193 novos diagnósticos de Covid-19 em 24 horas, completando 34.034.656 casos conhecidos desde o início da pandemia. Com isso, a média móvel de casos nos últimos 7 dias foi de 25.407, a menor em 70 dias, desde 30 de março (quando estava em 24.993). A variação foi de -32% em relação a duas semanas atrás.


Em seu pior momento, a média móvel superou a marca de 188 mil casos conhecidos diários, no dia 31 de janeiro deste ano.


Curva de mortes nos estados

Em alta (3 estados): AC, RO, MA

Em estabilidade (11 estados): RS, BA, RR, AP, RJ, SC, MG, PR, PA, PE, SP

Em queda (12 estados e o DF): MT, GO, CE, RN, AM, AL, PB, MS, PI, TO, SE, ES, DF


Os números estão no novo levantamento do consórcio de veículos de imprensa sobre a situação da pandemia de coronavírus no Brasil, consolidados às 20h. O balanço é feito a partir de dados das secretarias estaduais de Saúde.


Fonte: g1

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Vacina contra poliomielite: entenda os riscos de não imunizar crianças contra a doença

Começou nesta segunda-feira (08/08) a campanha nacional de vacinação contra a poliomielite, uma doença com consequências graves considerada erradicada no Brasil desde 1989, mas com risco de surgimento de novos casos devido à baixa adesão vacinal.


— Foto: Agência Brasil


Crianças com menos de cinco anos poderão se vacinar e, em paralelo, menores de 15 anos também têm a chance de atualizar a caderneta vacinal. As imunizações são feitas gratuitamente pelo SUS (Sistema Único de Saúde) e ocorrem até o dia 9 de setembro.


A faixa de cobertura vacinal recomendada para a poliomielite, de acordo com a Fiocruz, é de 80%. Em 2021, a imunização contra a poliomielite foi de apenas 67,1%.


"Um dos motivos prováveis dessa queda vacinal é a falsa sensação de proteção de doenças que não conhecem. A pólio, junto com sarampo, já foi uma das principais doenças da infância em índice de sequelas e de mortes, mas os pais e tutores de hoje em dia são de uma geração que foi muito vacinada, e por isso, não têm experiência com a doença", aponta Juarez Cunha, presidente da SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações).


O que pode acontecer com quem não é vacinado contra a poliomielite

A poliomielite é uma doença infecto-contagiosa causada por um vírus que vive no intestino, chamado poliovírus (existente nos sorotipos 1, 2 e 3). O agente é capaz de infectar crianças e adultos por meio do contato direto com fezes ou com secreções eliminadas pela boca das pessoas infectadas.


Quando se trata de uma pessoa sem histórico de vacinação, ou seja, sem a proteção imunológica contra o poliovírus, após uma infecção, o agente começa a se multiplicar livremente na garganta ou nos intestinos.


Em seguida, o vírus chega à corrente sanguínea e, se o quadro não for tratado a tempo, pode atingir o cérebro, causando a chamada "infecção paralítica".


Nesses casos, mais raros, mas que podem causar sequelas irreversíveis, o vírus ataca o sistema nervoso destruindo os neurônios motores e provoca paralisia nos membros inferiores.


Foi o que aconteceu com a célebre artista mexicana Frida Kahlo, que teve pólio aos seis anos de idade e acabou com sequelas permanentes nos movimentos das pernas. Posteriormente, por complicações da doença, a pintora ainda precisou amputar os dedos do pé e, depois, uma das pernas.


Outra possibilidade é que o vírus, depois de chegar ao cérebro, cause meningite, inflamação das membranas que revestem o cérebro e a medula espinhal, que tem como principais sintomas a febre, rigidez da nuca e náuseas.


Se não for tratado adequadamente, o quadro de meningite também pode causar sequelas. Entre elas, a perda de audição e visão parcial ou total, epilepsia e paralisia em um ou ambos os lados do corpo.


Já se forem infectadas as células dos centros nervosos que controlam os músculos respiratórios e da deglutição, a doença pode afetar a capacidade da pessoa em respirar de forma normal e se alimentar, podendo levar à morte.


"As consequências da doença eram muito importantes e impactaram a vida de muitos brasileiros no passado, já que praticamente todo mundo tinha alguém na família que sofreu com a doença ou pelo menos conhecia alguém que foi infectado antes da erradicação da doença", indica o presidente da SBIm.


Por que a pólio pode voltar se a doença já estava erradicada?

O Brasil é um dos oito países sul-americanos que apresentam alto risco de volta da poliomielite, segundo relatório divulgado pela Opas (Organização Pan-Americana de Saúde) em 2021.


Hoje, a doença só existe de forma endêmica (circulando o ano todo), no Afeganistão e no Paquistão países vizinhos na Ásia Meridional.


Mas a poliomielite tem aparecido na forma de "derivado vacinal" nos Estados Unidos, Israel, Inglaterra e outros países, o que acende um alerta para o mundo todo.


São chamados de "derivados da vacina" os vírus que circulam a partir de uma forma modificada do vírus originalmente contido na VOP (a vacina oral da poliomielite).


Conforme explica Juarez Cunha, quando uma criança recebe a vacina oral (usada no Brasil somente para as doses de reforço), que utiliza o vírus atenuado (vivo, mas enfraquecido), parte desse vírus pode sair nas fezes e acabar no esgoto, como foi observado em Londres no último mês de junho, aumentando o risco de infecção para quem não foi vacinado.


De acordo com um documento da "Polio Global Eradication Initiative", uma iniciativa da OMS para a erradicação da doença, em raras ocasiões, quando se replicam no intestino humano, as estirpes da VOP sofrem mutações genéticas e podem propagar-se nas comunidades que não estejam totalmente vacinadas contra a pólio, especialmente nas zonas onde não haja uma boa higiene, onde o saneamento seja deficiente ou onde exista sobrepovoamento.


"Outras mutações ocorrem à medida que estes vírus se propagam de pessoa para pessoa e, se um deles conseguir continuar a propagar-se numa população subvacinada, poderá, com o tempo, sofrer mutação genética até o ponto de recuperar a capacidade de causar paralisia", diz o documento.


A experiência demonstra que uma baixa cobertura vacinal contra a pólio é o principal fator de risco para a emergência e propagação de um surto por derivados da vacina.


Se a vacina oral for administrada apenas a algumas pessoas numa grande população suscetível, o vírus da vacina pode continuar a se multiplicar, mudar geneticamente e infectar não vacinadas. Já uma população que tenha sido amplamente vacinada estará protegida contra a mutação e propagação do vírus.


"Para isso, a cobertura vacinal precisa ser melhor em muitos países, inclusive o Brasil, que antes de 2015 era considerado um exemplo a ser seguido em termos de imunização contra a pólio", aponta Gislayne Castro e Souza de Nieto, pediatra e neonatologista e professora do curso de Medicina da Universidade Positivo, em Curitiba, no Paraná.


Ambos os especialistas consultados pela BBC News Brasil apontam que, no futuro, a tendência é que somente vacinas de vírus inativados sejam usadas — no Brasil e em todos os outros países.



Mas essa é uma mudança que deve acontecer de forma gradual, e enquanto não é concluída, todos os locais onde há baixa cobertura vacinal estão em risco. "Nos EUA, só o imunizante com vírus inativado é usado, mas ainda assim foi notificado um caso de infecção por derivado da vacina. Provavelmente se deu por alguém que viajou", aponta Cunha.


Além da necessidade de alta cobertura vacinal, outro ponto importante no combate de novos surtos é vigilância das "paralisias flácidas", como são chamados os casos de perda de movimentos causados pela pólio. "É importante checar se são motivados pela doença, mas essa é uma vigilância que não estamos conseguimos fazer no Brasil", indica.


Por fim, a falta de uma vigilância ambiental ativa que verifique constantemente se há poliovírus circulando nos esgotos também contribui para que o Brasil fique mais suscetível a novos casos.


Como receber a vacina contra a poliomielite e outras doenças

A vacinação é a única forma de prevenção da poliomielite. Para que a criança receba o imunizante, basta que seu responsável legal a leve até um posto de vacinação.


A campanha nacional contra a pólio busca alcançar crianças menores de cinco anos que ainda não foram vacinadas com as primeiras doses do imunizante (que é aplicado aos 2, 4 e 6 meses de idade por meio de injeção intramuscular) ou que ainda não tomaram as doses de reforço com a vacina oral bivalente - VOP (gotinha).


Para adolescentes menores de 15 anos, os imunizantes disponíveis nos postos de vacinação são contra a hepatite, pneumonia, rotavírus, febre amarela, sarampo, caxumba, rubéola, varicela, HPV, difteria, meningite, entre outras.


Este texto foi publicado em https://www.bbc.com/portuguese/brasil-62471680


Fonte: BBC

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