sábado, outubro 17, 2020

Idosa sofre AVC, tem caso compartilhado na internet e reencontra filha depois de 20 anos no RN

Dona Luzia passou por uma situação difícil nos últimos dias: ela sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC) na cidade de João Câmara, onde mora, a cerca de 85 quilômetros de Natal, e se viu sozinha no tratamento. Mas a idosa teve uma surpresa quando começou a sua recuperação: reencontrou a filha que não via há mais de 20 anos. Ela a acolheu para ajudá-la.


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Mãe e filha se reencontram após mais de 20 anos em Natal — Foto: Anna Alyne Cunha/Inter TV Cabugi


O reencontro aconteceu após uma postagem numa rede social que pedia ajuda à idosa. Ela havia sofrido um AVC no município de João Câmara. O vizinho de Ana Carla, filha da idosa, em Natal, viu a postagem e a alertou de que poderia se tratar da mãe dela. Foi quando Ana Carla decidiu pegar a estrada e acabou reencontrando a mãe.


A idosa fugiu de casa há mais de 20 anos porque o então marido a agredia. A violência doméstica causou também o desencontro dela com as filhas, com que não teve mais contato desde então. Antes de fugir para tentar recomeçar, ela tirou as filhas do marido e levou para parentes.


"Ela fugiu de casa porque meu pai batia nela. Então, ela me deixou na casa da minha família antes de fugir. Eu achei muito bonita a atitude dela, porque se fosse outra mãe, teria dado a qualquer outra pessoa. Mas ela me deixou na casa da minha família, porque saberia que lá eu seria muito bem cuidada", contou a filha Ana Carla.


A filha então levou Dona Luzia para morar na própria casa no bairro do Guarapes, Zona Oeste da capital, onde a idosa segue a recuperação do AVC. A residência precisou ser adaptada e contou com doações de cama, sofá, cadeira de rodas e fraldas.


A relação nunca foi tão próxima na família. Tanto que Ana Carla só conseguiu conhecer a mãe quando tinha 16 anos - ela foi criada por avó e tias. Depois disso, ela passou mais de 20 anos sem qualquer contato.


"Não fui eu que abandonei a minha mãe. Eu quero mostrar para o mundo como ela está hoje. Que eu só dou pra ela amor e carinho e quero ver ela bem. Se depender de mim, ela vai viver muitos e muitos anos", falou a filha.


Dona Luzia também tem outra filha que não vê há mais de 20 anos. Ela mora em Brasília. A idosa tem sete netos e quatro bisnetos que nem conhece, mas que, estando próxima à família novamente depois de tanto tempo, quer tirar o atraso e restabelecer os laços afetivos.


A filha se sente feliz em poder cuidar da mãe neste momento da vida. "É gratificante. Eu estou fazendo por ela hoje o que ela não pode fazer por mim no passado. Que por ela, ela teria feito, mas não teve como".


Fonte: G1

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Deputado estadual do RN cassado pelo TSE diz que teve mandato 'usurpado' sem provas

Após ter seu mandato na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte cassado pelo Pleno do Tribunal Superior Eleitoral, nesta quinta-feira (15), por sete 7 votos a 0, o deputado estadual Sandro Pimentel PSOL) se pronunciou por meio de nota, nesta sexta-feira (16) e afirmou que seu mandato foi "usurpado" sem provas. "Usurparam o nosso mandato, mas não calarão a nossa voz", declarou.


Sandro Pimentel, deputado estadual do Rio Grande do Norte — Foto: Eduardo Maia


Sandro afirmou que sofreu perseguição política e jurídica desde o início do mandato e declarou que as acusações quanto às irregularidades na prestação de contas de 2018 não tiveram provas. "Nós provamos que os parcos recursos pessoais vieram tão somente dos meus salários conquistados dignamente. Mesmo assim, a palavra sem provas acabou prevalecendo", declarou.


O TSE decidiu por manter a cassação do mandato do deputado nesta quinta (15). O julgamento virtual começou no último dia 9 e foi concluído na data limite para os votos dos ministros. Não cabe mais recurso à decisão. Após a publicação do acórdão, o deputado perde o cargo oficialmente.


Em agosto, o TSE havia julgado recurso do deputado após decisão do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de 2019. Naquela oportunidade, o Tribunal destacou que a conduta do deputado caracterizava ilícito previsto no art. 30-A da Lei 9.504/97. Sandro Pimentel é investigado por receber recursos financeiros na conta de campanha sem comprovação da origem do dinheiro. A decisão do TSE destacava que o deputado teria recebido de forma irregular a quantia de R$ 55.644,91, o que representou 83,23% do total de gastos na campanha de 2018.



Procurada pelo G1, a assessoria da Assembleia Legislativa informou que ainda não foi notificada oficialmente da decisão do TSE e, portanto, o deputado segue com sua atividade parlamentar nesta sexta-feira (16). Há, inclusive, uma audiência agendada pelo gabinete do deputado para a próxima segunda-feira (19), sobre campanha de prevenção ao câncer de mama em animais de estimação.


O Tribunal Regional Eleitoral também foi questionado sobre quem deverá assumir a vaga de Sandro Pimentel na Assembleia Legislativa, mas ainda não se pronunciou sobre o assunto.


Veja a nota completa

Nota ao povo potiguar


Usurparam o nosso mandato, mas não calarão a nossa voz!


Desde o momento de nossa eleição, enfrento uma perseguição política e jurídica contra o mandato que nos foi confiado por 19.158 eleitores. Enquanto campanhas notadamente corruptas recebem o aval da legalidade, nossa modesta campanha foi punida com os rigores e velocidade que nunca alcançariam os filhos do poder. Nossa marca tem sido a construção de mandatos de origem popular, coerentes e ao lado da classe trabalhadora. Sei o quanto isso incomoda os interesses das elites de sempre, as mesmas que deixaram o Rio Grande do Norte em estado de putrefação e falência.


Pela primeira vez na história um vigilante, filho de uma professora e um agricultor, assumiu uma cadeira na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte. Em pouco mais de 20 meses de mandato, fizemos a diferença em muitas áreas. Fomos nós que exigimos a auditoria nos contratos da Arena das Dunas, que apontou mais de R$ 450 milhões de prejuízo para o povo do Rio Grande do Norte. A partir da auditoria, garantimos uma CPI na Assembleia, a primeira em mais de 20 anos. Essa Investigação deixaria claro quem são os responsáveis por essa verdadeira agiotagem com o dinheiro público. A pergunta que fica é: a quem tanto interessaria o fim dessas investigações? Foi nosso mandato também que, depois de 12 anos, voltou a convocar um secretário de Estado a dar explicações na Assembleia.



Também escolhemos lutar por aqueles que não podem falar. Nosso mandato tem levado a defesa dos animais para dentro dos parlamentos, algo inédito em nosso Estado. Citando como alguns exemplos, aprovamos dez leis estaduais sobre o tema, e foi nossa a iniciativa de criar a Coordenadoria de Cuidado, Proteção Animal e Ações Especiais (Copaae), a partir da reforma administrativa estadual. Pressionamos pela criação de estruturas públicas de atendimento veterinário, mas não ficamos apenas esperando. Nosso mandato oferecia, todos os meses, mais de 300 consultas veterinárias aos que não podem pagar por esse tipo de atenção. Tenho imenso orgulho de ser protetor dos animais e de ver quanto o nosso mandato contribuiu para o avanço dessa pauta no Rio Grande do Norte. Esse é um legado que não se apaga e “justiça” nenhuma arrancará de nós, mas como esses inocentes ficarão daqui para frente?


Construímos um mandato necessário, presente, fiscalizador e responsável. Tivemos a maior produção legislativa e o maior número de leis aprovadas nessa legislatura. Não apenas letras mortas em um papel, mas proposições que fizeram diferença para trabalhadores civis e militares, comunidade LGBT, mulheres, negros e negras, defesa animal e para uma política mais responsável e transparente com uso do dinheiro público.


Ao povo potiguar, afirmo que a nossa luta não se encerra com a decisão fria da “justiça”, que sequer nos concedeu o direito de fazer sustentação oral na fase final do processo. Quem nos acusou de origem ilícita nos recursos de campanha, não conseguiu provar. Nós provamos que os parcos recursos pessoais vieram tão somente dos meus salários conquistados dignamente. Mesmo assim, a palavra sem provas acabou prevalecendo. Somos das ruas, não dos bastidores e das negociatas sujas do poder. Seguiremos na luta contra as desigualdades sociais, em defesa dos direitos humanos, dos animais e da classe trabalhadora. Ao contrário daqueles que a justiça protege, sou trabalhador e me orgulho de ser vigilante há quase 30 anos.


Agradeço a Deus pelo conforto e forças que têm me mantido firme, mesmo diante dessa adversidade. Aos meus familiares a certeza de que estou vivo, e pronto para seguir lutando pelo que sempre acreditei. Aos meus apoiadores, minha eterna gratidão pelas centenas de mensagens e orações que têm se transformado em lágrimas. À minha equipe, qualquer palavra será minúscula para descrever meus sentimentos, afinal, como sempre falei, somos empregados do povo e tudo que fizemos teve todo o nosso esmero. Aos colegas deputados, meus cumprimentos, inclusive pelos momentos de embates políticos.


Agora, volto de cabeça erguida para o meu posto de trabalho na UFRN. E o nosso mandato popular? Esse seguirá sempre nas ruas, lugar onde seremos resistência e de onde o podre poder nunca vai poder nos tirar.


Usurparam o nosso mandato, mas não calarão a nossa voz!


Sandro Pimentel

1° Deputado Estadual do PSOL no Rio Grande do Norte


Fonte: G1

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Homem morre eletrocutado e corpo fica pendurado em poste em Mossoró

Um homem morreu eletrocutado e ficou preso em um poste na manhã sexta-feira (16) em Mossoró, região Oeste do estado. A Polícia acredita que ele estava tentando furtar cobre do transformador quando aconteceu o incidente.


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Homem morre eletrocutado e fica preso em poste da rede elétrica em Mossoró — Foto: Moésio Marinho/Cedida


A Polícia Militar foi acionada volta das 10h. O poste onde o homem foi eletrocutado fica na Avenida Diocesana, no bairro Santo Antônio, dentro de um terreno que pertence à Petrobras, onde funciona uma estação coletora. Quando a PM chegou ao local, o homem estava preso ao poste.


“Populares ligaram para o Ciosp informando que tinha um cidadão tentando roubar na subestação da Petrobras. Mandamos uma viatura ao local e, ao chegar, nos deparamos com o cidadão eletrocutado no poste”, informou o Sargento Gledson.


O local foi isolado pela Polícia Militar e na área foram encontradas algumas ferramentas, parafusos caídos no chão e uma lona, que a polícia acredita que ia ser usada para enrolar o material que seria furtado. Itep e Polícia Civil foram acionados para a remover o corpo.


Fonte: G1

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Polícia deflagra operação contra suspeitos de ordenar homicídios de dentro de penitenciárias

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A Polícia Civil do Piauí deflagrou nesta sexta-feira (16) a operação Contraordem, para prender suspeitos de participarem de uma organização criminosa. Os suspeitos, que estão presos, teriam dado ordens para pessoas que estão em liberdade cometer crimes como homicídios e tráfico de drogas. As pessoas que teriam executado essas ordens também devem ser presas.


Segundo o delegado Júlio Castro, coordenador do Divisão de Operações Especiais (DOE), todos os alvos da operação são pessoas ligadas à facção Primeiro Comando da Capital (PCC).


Os policiais buscavam cumprir 29 mandados de prisão preventiva, a maioria deles referente a crimes de homicídio. As prisões aconteceram em Teresina, Floriano, Campo Maior, São João do Piauí e em Mossoró, no Rio Grande do Norte.


Ao todo, 23 mandados foram cumpridos, entre pessoas que estavam em liberdade e alvos que estavam presos. Entre os crimes que estão sendo investigados, está o assassinato de dois homens que foram decapitados em Teresina.


Segundo o delegado Júlio, os dois rapazes foram mortos em um "tribunal do crime". As vítimas foram identificadas como Tiago Anderson Alves Rocha, de 31 anos e João Victor Valadão Santos, de 21 anos.


De acordo com a polícia, os rapazes eram amigos e moravam no bairro Matinha, na Zona Norte da capital. Os corpos foram encontrados no dia 17 de junho às margens da Avenida Josué de Moura Santos, próximo ao Rio Poti, na altura do bairro Monte Verde, Zona Norte da cidade.


Fonte: G1

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Eleições 2020: TSE lacra sistemas que serão usados nas urnas eletrônicas



O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) realizou nesta sexta-feira (16) a assinatura digital e a lacração dos sistemas que serão usados nas urnas eletrônicas nas eleições para prefeito e vereador, no próximo mês.


Segundo o presidente do tribunal, ministro Luís Roberto Barroso, os processos garantem a integridade da votação. O primeiro turno está marcado para 15 de novembro e o segundo turno, onde houver, para 29 de novembro.


“Diante da lacração, desse carimbo de autenticidade, é impossível adulterar o programa que foi disseminado na urna. Esse é um dos principais mecanismos de segurança que nós adotamos para assegurar a lisura do procedimento”, disse Barroso.


De acordo com o TSE, os processos garantem ao eleitor que o voto registrado na urna seja computado de forma totalmente segura.


“A Justiça Eleitoral reafirma o seu profundo compromisso com a segurança da votação, o sigilo do voto, bem como com a transparência e abertura de todas as etapas da organização do pleito à fiscalização da sociedade”, afirmou o presidente do TSE.


Os sistemas eleitorais que foram lacrados são soluções de tecnologia para diversos procedimentos, da identificação do eleitor até o processamento dos votos. O software de votação que será rodado em cada urna eletrônica também foi protegido nesta sexta.



Testes e fiscalizações

Os mecanismos passaram foram fiscalizados por partidos políticos, pelo Ministério Público Eleitoral e pela Ordem dos Advogados do Brasil.


O TSE também abriu a análise do material por seis meses para outras 12 instituições, incluindo o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal, a Controladoria-Geral da União e a Polícia Federal.


Durante o período de testes, os 94 sistemas que serão utilizados nas Eleições 2020 passaram por mais de 30 testes diferentes.


Na cerimônia desta sexta, os programas foram assinados, via certificado digital:


pelo presidente do TSE e ministro do STF, Luís Roberto Barroso;

pelo procurador-geral da República e procurador-geral Eleitoral, Augusto Aras;

pelo diretor-geral da PF, Alexandre Rolando de Souza,

e pelo vice-presidente da OAB, Luiz Viana Queiroz.

Além disso, foram gerados os "resumos digitais" desses programas. Os documentos servem para confirmar que o programa assinado digitalmente é o mesmo que será empregado nas eleições.


"Podemos fazer uma analogia com uma lauda. Existe um software matemático, um algoritmo matemático que faz a análise de todos os caracteres que estejam nessa lauda. E ele gera ali uma espécie de registro verificador. Se se alterar ali um ponto ou uma vírgula nesse conjunto de caracteres, esse registro verificador não confere mais. Isso é feito em todos os programas e garante a integridade", explicou o secretário de Tecnologia da Informação do TSE, Giuseppe Janino.


Os sistemas e os resumos digitais gerados foram gravados em mídia não regravável, assinados fisicamente pelas autoridades, lacrados e armazenados na sala-cofre do Tribunal.


Sistema confiável

Barroso defendeu a confiabilidade do sistema de votação eletrônica do Brasil e disse que os resultados das eleições passadas correspondiam à vontade da população.


"Observo que a urna eletrônica é utilizada no Brasil desde 1996 sem que jamais tenha sido documentada qualquer situação de fraude, de não correspondência entre o resultado das urnas e o resultado da efetiva manifestação de vontade dos eleitores”, declarou o ministro.


Lacração matemática

Segundo o TSE, a lacração é um procedimento matemático que confere uma blindagem em todo o conjunto de sistemas. São certificados dois atributos: a autoria do Tribunal Superior Eleitoral e a integridade dos programas.


Dessa forma, diz o TSE, é possível ter certeza de que não houve nenhuma adulteração dos programas que foram desenvolvidos pela Justiça Eleitoral.


O processo teve início em 13 de outubro com a compilação dos programas computacionais do sistema eletrônico de votação. Ou seja: a transformação dos códigos-fontes para a linguagem binária, lida pelas máquinas.


Nesse período, também foi realizada uma verificação das funcionalidades dos sistemas.


Fonte: G1

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Guedes diz que Bolsa Família permanecerá se governo não conseguir financiar Renda Cidadã



O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta sexta-feira (16) que, se não encontrar espaço fiscal para fazer o novo programa social denominado Renda Cidadã, o governo vai continuar com o Bolsa Família.


Segundo o ministro, para ser criado, o novo programa tem que obedecer a regra do teto de gastos – que impede o crescimento das despesas em percentual acima da inflação do ano anterior.


“Se não encontrarmos espaço fiscal para fazer um programa melhor, vamos voltar para o Bolsa Família. É melhor voltar para o Bolsa Família que promover um programa irresponsável”, afirmou durante evento virtual de uma empresa de investimentos.


Em março, os beneficiários do Bolsa Família migraram para o auxílio emergencial, que passou a pagar um valor maior do que o benefício do Bolsa Família.


Em inglês, o ministro voltou a afirmar que não há planos de estender o auxílio emergencial para além de 2020.


Em setembro, o governo publicou uma medida provisória que prorrogou até dezembro o pagamento do auxílio emergencial. O valor das quatro últimas parcelas, no entanto, caiu de R$ 600 para R$ 300.


Guedes voltou a defender a unificação de 27 programas sociais existentes em um só e disse que é possível dar um impulso financeiro no novo programa se cortar privilégios dos mais ricos, como dedução de gastos com educação e saúde no imposto de renda.


'Imposto de merda'

Durante o evento, o ministro afirmou que não desistiu de propor a criação de um imposto sobre transações digitais. Ele tem defendido o novo imposto como alternativa para desonerar a folha de pagamento.


O novo tributo, no entanto, recebe muitas críticas e é considerado uma nova CPMF, que era cobrado sobre transações financeiras.


Segundo o ministro, é melhor um imposto ruim, um "shitty tax" (imposto de merda), do que taxar o trabalho.


"Estamos subsidiando capital e nós taxamos o trabalho. É inaceitável. Então, enquanto as pessoas não vierem com uma solução melhor, eu prefiro a segunda melhor, que é esse imposto de merda", disse.


Fonte: G1

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Padre José Gilmar é encontrado após 3 dias desaparecido, no Litoral Sul da Paraíba

O padre José Gilmar foi encontrado após três dias de desaparecimento em Jacumã, no Conde, Litoral Sul da Paraíba, nesta sexta-feira (16). Segundo o delegado Victor Melo, o padre, desaparecido desde terça-feira (13), foi encontrado consciente, porém debilitado.


Padre José Gilmar foi encontrado pela polícia, debilitado e consciente, no Litoral Sul da Paraíba — Foto: Luciano Soares/Polícia Civil


O delegado Luciano Soares informou que o padre foi encontrado caminhando pelas ruas nas proximidades de Jacumã, quando a polícia ia até o local onde o carro do padre José Gilmar foi encontrado. Os policiais reconheceram o rosto dele, que estava a pé, às margens da estrada.


O delegado também informou que o padre estava com desidratação, mas sem sinais de violência física aparente. O padre disse aos policiais que foi confundido com um motorista de aplicativo e rendido. Ele afirmou que foi levado para um cativeiro em área de mata fechada, estava amarrado e recebeu ameaças para transferir dinheiro aos criminosos. Segundo ele, pelo menos três pessoas estavam com ele no cativeiro.


O delegado que estava indo até a localização do carro do religioso, Luciano Mendonça, da Polícia Civil do Conde, informou como o padre José Gilmar foi encontrado:


"[O pessoal que o encontrou] disse que ele tava um pouco desorientado, é tanto que a gente passou por ele, eu e um um agente da Polícia Civil e ele não deu sinal pra gente. A gente vinha com o giroflex ligado, com as viaturas caracterizadas, e o padre em nenhum momento acenou pra nós. Ele só foi localizado porque em outra viatura havia uma pessoa que trabalhava com ele na paróquia e o reconheceu".


Quem reconheceu o padre foi o amigo dele Agenor Lima Rocha, que estava indo com a polícia também para a localização do carro, pois estava levando a chave reserva.


Após ser resgatado, o padre foi levado para a Central de Polícia, em João Pessoa, onde prestou esclarecimentos e recebeu atendimento médico. Agenor disse que o reconheceu de longe e quando falou com o padre, ele o abraçou e chorou.


"A gente tinha muita dúvida do que tinha acontecido. A polícia ficou o tempo todo ao nosso lado, o tempo todo nos auxiliando, pra ver se a gente conseguia alguma notícia, e graças a Deus foi a melhor possível", contou.


A Arquidiocese da Paraíba informou através de nota que o padre está sendo acompanhado pelo setor jurídico da Arquidiocese e por pessoas próximas ao sacerdote.




Entenda o caso

O padre José Gilmar Moreira, de 46 anos, estavadesaparecido desde as 11h30 de 13 de outubro. Ele é o responsável pela paróquia de Santa Teresinha, no Alto Róger, em João Pessoa (PB). Ele teria ido acompanhar um velório, mas não chegou ao local.


Ainda na terça-feira (13), o padre José Gilmar mandou uma mensagem para um amigo pedindo 'socorro'. O caso está sendo investigado pela Delegacia de Homicídios de João Pessoa.


Fonte: G1

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Backer: Justiça recebe denúncia contra sócios e funcionários de cervejaria e 11 se tornam réus

 A Justiça mineira informou, na tarde desta sexta-feira (16), que recebeu a denúncia contra sócios e funcionários da cervejaria Backer, alvo de investigações por causa de intoxicação por dietilenoglicol. Com isso, 11 pessoas passam a ser consideradas rés no processo.


Dez foram denunciadas pelo envolvimento na adulteração de bebidas alcoólicas e uma por falso testemunho. Entre elas, estão três sócios.


Além do recebimento da denúncia que ocorreu no último dia 8, o juiz Haroldo André Toscano de Oliveira, da 2ª Vara Criminal de Belo Horizonte, suspendeu a decisão que decretou o sigilo do processo.


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Justiça recebe denúncia contra envolvidos no caso Backer — Foto: Danilo Girundi/TV Globo


De acordo com a Justiça, a próxima etapa é receber a defesa dos acusados por escrito. O prazo é de dez dias após cada um deles receber a citação.



O G1 entrou em contato com a Backer e aguarda um posicionamento.


Denúncia

O Ministério Público de Minas Gerais denunciou à Justiça, no dia 4 de setembro, 11 pessoas (veja a lista completa abaixo), inclusive os sócios-proprietários da cervejaria Backer, "por crimes cometidos em função da contaminação de cervejas fabricadas e vendidas pela empresa ao consumidor".


Os três sócios-proprietários da Backer foram denunciados pelas "condutas de vender , expor a venda , ter em depósito para vender , distribuir ou entregar a consumo produto que sabiam poderia estar adulterado", que está no parágrafo 1º-A do artigo 272, do Código Penal, e por "deixar de comunicar à autoridade competente e aos consumidores a nocividade ou periculosidade de produtos cujo conhecimento seja posterior à sua colocação no mercado", que está no artigo 64 do Código de Defesa do Consumidor.


Já sete engenheiros e técnicos encarregados da fabricação da bebida, segundo o Ministério Público, agiram com dolo eventual, ao fabricarem o produto sabendo que poderia estar adulterado. Eles foram denunciados por homicídio culposo e lesão corporal culposa, além do artigo 272, parágrafo 1-A, do Código Penal.


"Os engenheiros e técnicos responsáveis pela produção de cerveja assumiram o risco de fabricar produto adulterado, impróprio a consumo, que veio a causar a morte e lesões corporais graves e gravíssimas a inúmeras vítimas", afirma a denúncia a promotora de Justiça Vanessa Fusco.


Também foi denunciada uma testemunha por apresentar declarações falsas no decorrer do inquérito policial.


"O 11º denunciado foi uma pessoa que se apresentou à época, tumultuando as investigações, trazendo suspeita de sabotagem, o que não se confirmou. Esta pessoa tinha uma demanda contra a empresa que vendeu os produtos tóxicos. Ainda estamos apurando como esta pessoa chegou para prestar este tipo de depoimento, o fato é que está denunciada pelo crime de falso testemunho."



A contaminação nas cervejas da Backer veio à tona em janeiro deste ano, quando a Polícia Civil começou a investigar a internação de vários consumidores após tomarem a cerveja Belorizontina, da Backer, com sintomas de intoxicação. Eles desenvolveram a síndrome nefroneural, que chegou a matar dez pessoas e deixar outras com problemas nos rins e sintomas como cegueira e paralisação facial, ainda em recuperação.


Lista de denunciados

Ana Paula Silva Lebbos - sócia da Backer: denunciada pelo crime do artigo 272, parágrafo 1º-A, do Código Penal, por fabricar, vender, expor à venda, importar, ter em depósito para vender ou, de qualquer forma, distribuir ou entregar a consumo a substância alimentícia ou o produto falsificado, corrompido ou adulterado.

Hayan Franco Khalil Lebbos - sócio da Backer: denunciada pelo crime do artigo 272, parágrafo 1º-A, do Código Penal, por fabricar, vender, expor à venda, importar, ter em depósito para vender ou, de qualquer forma, distribuir ou entregar a consumo a substância alimentícia ou o produto falsificado, corrompido ou adulterado.

Munir Franco Khalil Lebbos - sócio da Backer: denunciada pelo crime do artigo 272, parágrafo 1º-A, do Código Penal, por fabricar, vender, expor à venda, importar, ter em depósito para vender ou, de qualquer forma, distribuir ou entregar a consumo a substância alimentícia ou o produto falsificado, corrompido ou adulterado.

Paulo Luiz Lopes - responsável técnico da Backer: denunciado por homicídio culposo e lesão corporal culposa, além do artigo 272 do Código Penal, parágrafo 1º-A.

Ramon Ramos de Almeida Silva - responsável técnico da Backer: denunciado por homicídio culposo e lesão corporal culposa, além do artigo 272 do Código Penal, parágrafo 1º-A.

Sandro Luiz Pinto Duarte - responsável técnico da Backer: denunciado por homicídio culposo e lesão corporal culposa, além do artigo 272 do Código Penal, parágrafo 1º-A.

Christian Freire Brandt - responsável técnico da Backer: denunciado por homicídio culposo e lesão corporal culposa, além do artigo 272 do Código Penal, parágrafo 1º-A.

Adenilson Rezende de Freitas - responsável técnico da Backer: denunciado por homicídio culposo e lesão corporal culposa, além do artigo 272 do Código Penal, parágrafo 1º-A.

Álvaro Soares Roberti - responsável técnico da Backer: denunciado por homicídio culposo e lesão corporal culposa, além do artigo 272 do Código Penal, parágrafo 1º-A.

Gilberto Lucas de Oliveira - chefe de manutenção da Backer: denunciado por homicídio culposo e lesão corporal culposa, além do artigo 272 do Código Penal, parágrafo 1º-A.

Charles Guilherme da Silva - pelo crime de falso testemunho.


Fonte: G1

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Florinda Barbosa, viúva de Chacrinha, morre aos 99 anos no Rio

Florinda Barbosa de Medeiros, viúva de Aberlardo Barbosa, o Chacrinha, morreu na madrugada desta sexta-feira (16), em sua casa, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio.



Chacrinha e Dona Florinda — Foto: Reprodução/ Álbum de família


Ela deixou um filho, Leleco Barbosa, oito netos e dois bisnetos. Florinda completaria 100 anos neste sábado (17).


O velório está marcado para as 11 horas na Capela 1 do Cemitério São João Batista, em Botafogo.


O outro filho do casal, Jorge, morreu aos 72 anos de coronavírus no dia 2 de setembro. A família ainda está acertando questões relacionadas ao velório.



Dona Florinda (vestido azul) e Chacrinha em uma entrevista para o Vídeo Show — Foto: Reprodução/TV Globo


A neta Dandynha Barbosa e o filho Leleco publicaram fotos em homenagem a Dona Florinda em suas redes sociais.


Fonte: G1

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Justiça Eleitoral manda candidato de Bauru tirar 'bosta' do nome de urna

A Justiça Eleitoral mandou que o candidato do PSL conhecido como "Paulo Bosta" use o nome "Paulo Silvestre", de 52 anos, para concorrer ao cargo de vereador em Bauru (SP). A defesa recorreu.


Trecho de sentença que determinou mudança de nome de candidato de Bauru — Foto: Reprodução


Na sentença, o juiz Rodrigo Otavio Machado de Melo, da 23ª Zona Eleitoral, afirmou que foram juntados no registro de candidatura os documentos exigidos na legislação e constatado que o nome de urna indicado era "Paulo Bosta".


Segundo o documento, a situação contrariava o artigo 25 da Resolução do TSE: "desde que não se estabeleça dúvida quanto a sua identidade, não atente contra o pudor e não seja ridículo ou irreverente."


Ainda na decisão, o juiz afirma que o nome "trata-se de nome utilizado para divulgar o produto da atividade empresarial do candidato". Ele se baseou no artigo do Tribunal Superior Eleitoral que não permite comercial ou propaganda "disfarçada ou subliminar, de promover marca ou produto".


O juiz destacou que foram preenchidas todas as condições para o registro e não houve impugnação. O registro, contudo, foi deferido com o nome "Paulo Silvestre".


Em 14 de outubro, a defesa juntou um documento ao processo pedindo a reforma da sentença, alegando que o representante comercial é conhecido nacionalmente pelo nome.


"Na remota hipótese do entendimento de tratar-se de nome ridículo ou irreverente, cumpre observar que o significado literal da palavra “BOSTA” remete justamente ao objeto da atividade comercial empregada pelo candidato", escreveu o advogado, que anexou o significado da palavra abaixo, segundo o dicionário.


Sobre a suposta propaganda empresarial, a defesa rebateu que o candidato "é mero representante comercial, ou seja revendedor de esterco".


Conforme o documento, o nome é usado por Paulo há cerca de 4 anos e a mudança traria prejuízo à candidatura.


Fonte: G1

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Em mais de 3 mil cidades, prefeitos eleitos deverão ter 80% dos recursos para realizar políticas públicas dependentes da União e dos estados

Os mais de 19 mil candidatos a prefeito nestas eleições concorrem para assumir o comando de prefeituras que, na maioria das vezes, terão poucos recursos próprios para pagar despesas ou promover políticas públicas.


Um levantamento feito pelo G1, tomando por base dados das contas municipais apresentadas ao Tesouro Nacional em 2019, mostra que, em 3,4 mil cidades, pelo menos 80% dos recursos utilizados são provenientes de repasses feitos pelo governo federal ou pelos estados. Nesse grupo, há 2 mil prefeituras em que a dependência das transferências para fechar as contas chega a mais de 90%.



Levantamento mostra que 3,3 mil cidades têm 80% dos recursos provenientes da União ou do estado — Foto: Fernanda Garrafiel/G1


Os dados demonstram as dificuldades que os municípios enfrentam para dinamizar a economia local, atraindo investimentos e ampliando a sua base de arrecadação própria. Em números absolutos, a situação é mais crítica no Nordeste (1.412) e no Sudeste (957), que apresentam a maior quantidade de cidades com alta dependência. Nesses municípios, a cada R$ 10 da receita da prefeitura, R$ 9 são oriundos de repasses dos estados ou governo federal.



Distribuição por região — Foto: Fernanda Garrafiel/G1


A comparação entre as regiões, considerando os dados proporcionais, no entanto, indica que os estados do Norte (67%) e do Nordeste (63%) apresentam mais cidades dependentes de recursos de transferências. Entre os anos 1980 e agora, os Brasil criou mais de 1,5 mil municípios, muitos deles em regiões com baixo dinamismo econômico. Há cidades que não conseguiram estimular a economia local para ampliar a sua arrecadação. Quando analisada a relação entre as faixas de dependência dos municípios e a mediana do PIB per capita, é possível identificar que o número de cidades com alta dependência cai à medida que sobe o PIB per capita.



Municípios criados ao longo dos anos — Foto: Fernanda Garrafiel/G1


Alta dependência afeta a realização de políticas públicas

A falta de recursos próprios afeta diretamente a realização das políticas públicas que os candidatos a prefeito prometem hoje nas campanhas. Segundo a pesquisadora da FGV/IBRE Juliana Damasceno, a alta dependência limita a capacidade de ação dos prefeitos, e são as prefeituras as responsáveis por inúmeros serviços diretamente para o cidadão.


“Quanto mais os municípios dependem de repasses, mais difícil fica planejar políticas e cobrir as despesas. E isso piora quando eles dependem de estados que estão enfrentando dificuldades de caixa, como é o caso do Rio de Janeiro. Portanto, o que esses dados indicam é que precisamos fazer uma adequação tributária para dar maior autonomia aos entes da federação, para que eles tenham condições de honrar seus compromissos e realizar as suas políticas”, defende Juliana.



Municípios por faixa de dependência — Foto: Fernanda Garrafiel/G1


Para realizar o levantamento, o G1 utilizou dados do Sistema de Informações Contábeis e Fiscais do Setor Público Brasileiro (Siconfi), que é alimentado pelas próprias prefeituras. Após calcular a receita líquida de cada município, foi produzida a taxa de dependência, que considera o total de transferências em relação à receita total das cidades. Como havia dados com erros de preenchimento, foram excluídas algumas cidades no estudo, totalizando, ao final, 5.162 municípios. A metodologia usada foi a mesma aplicada por técnicos do Tesouro Nacional, que realizaram estudo semelhante e chegaram a conclusões parecidas com dados de 2015, ou seja, do grande número de cidades que dependem de recursos de transferências para fechar o caixa.


Outro dado que chama atenção nos cruzamentos feitos pelo G1 é a relação entre as faixas de dependência e o tamanho da população das cidades. Há uma proporção maior (44%) de cidades com dependência acima de 90% e que têm população menor que 50 mil habitantes. Já no grupo das cidades com mais de 500 mil habitantes, a dependência é menor que 50% na maioria das vezes.


Para Juliana Damasceno, a alta dependência dos municípios brasileiros demonstra a necessidade de uma reforma tributária que organize melhor o sistema de arrecadação e distribuição dos recursos. Ela lembra ainda que parte do problema do baixo dinamismo da economia local dos municípios tem relação com as características locais das cidades.



“Se você mora em uma cidade do interior do Brasil que não tem serviço de filmagem e você quer contratar esse serviço, será preciso contratar em outro município. Portanto, a falta do dinamismo regional da economia está relacionada com a maneira pela qual os serviços foram se organizando nas cidades. Isso é muito importante de ser levado em conta porque, ainda que as cidades sejam dependentes das transferências, alguma coisa pode ser feita para promover o dinamismo local”, afirma Juliana.


Fonte: G1

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Para conter alta de preços, governo decide zerar imposto de importação de soja e milho

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A Câmara de Comércio Exterior (Camex) decidiu zerar a alíquota do imposto de importação para soja e milho, informou neste sábado (17) o Ministério da Economia.


Ambas as medidas visam conter a alta de preços no setor de alimentos, informou o governo. Em setembro, a inflação oficial do país foi de 0,64%, a maior para o mês desde 2003, resultado que foi impulsionado por alimentação e bebidas.


No começo de setembro, o governo já havia zerado, até o fim deste ano, a alíquota do imposto de importação para o arroz em casca e beneficiado.


No caso da soja, informou o governo, a redução da alíquota de importação para zero será válida até 15 de janeiro de 2021 e abrangerá grãos, farelo e óleo de soja. Até então, a alíquota de importação era de:


8% para grãos.

6% para farelo.

10% para óleo de soja;

Já o milho foi incluído na Lista Brasileira de Exceções à Tarifa Externa Comum, com redução de 8% para zero, válida até 31 de março de 2021.


Dólar mais alto e estímulo às exportações

Nos supermercados, o óleo de soja subiu mais de 30% em setembro, quase o dobro do aumento do arroz, segundo a Associação Paulista de Supermercados.


O Brasil é o maior exportador de soja do mundo e a desvalorização do real nos últimos meses, que torna os produtos brasileiros mais baratos, tem estimulado ainda mais as vendas externas.


Países como China compram muito dos produtores nacionais e sobra menos para o nosso consumo interno.


Além disso, o dólar mais alto - a moeda norte-americana já subiu mais de 30% neste ano - também aumenta a rentabilidade dos exportadores.


No começo do mês passado, o presidente Jair Bolsonaro chegou a fazer um "apelo" a donos de supermercados para conter a alta do preço do arroz.


Fonte: G1

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Maia nega estender calamidade e diz que 'ideias criativas geram desastres econômicos'

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O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou neste sábado (17) que não pretende pautar uma extensão do estado de calamidade, declarado em razão da pandemia do novo coronavírus.


O decreto que reconhece o estado de calamidade autorizou a União a não cumprir a meta fiscal prevista para este ano e a elevar gastos públicos para financiar as ações de enfrentamento à crise gerada pela pandemia.


Esse estado de calamidade tem data para acabar: 31 de dezembro de 2020, mas uma parte do Congresso vem defendendo a extensão do decreto até o início de 2021 como saída para permitir um aumento de despesas no ano que vem. Isso viabilizaria uma nova prorrogação do auxílio emergencial pago pelo governo para trabalhadores informais e a criação do Renda Cidadã, programa que substituiria o Bolsa Família.


Maia, que participou de um evento na internet promovido por uma corretora, afirmou que estender esse estado de calamidade passaria a investidores "uma sinalização muito ruim" sobre o compromisso do país com a responsabilidade fiscal.


"Prorrogar a calamidade, em tese, vai gerar a prorrogação da PEC da Guerra e, automaticamente, prorrogando a PEC da Guerra vai passar uma sinalização muito ruim para aqueles que confiam e precisam da credibilidade da âncora fiscal para continuar investindo ou voltar a investir nesse país", disse o presidente da Câmara.


"A gente já viu que ideias criativas geram desastres econômicos e impactam a vida das famílias brasileiras", completou ele.


Maia ainda afirmou que não existe possibilidade de o auxílio emergencial ser prorrogado.


"A pandemia e a estrutura que foi construída para seu enfrentamento tem data para acabar, que é 31 de dezembro de 2020. Qualquer coisa que mude essa regra vai gerar um impacto muito grande em indicadores econômicos que vão afetar muito mais a vida dos brasileiros do que um, dois ou três meses de renda mínima", disse.


Segundo o presidente da Câmara, a prorrogação do auxílio ou a criação de um novo programa de distribuição de renda podem gerar aumento de popularidade no curto prazo, mas isso não se mantém a longo prazo.


"O curto prazo pode ser bonito, mas o médio e longo prazo...Temos metade desse governo ainda e, se isso acontecer, o governo vai pagar a conta com a sua popularidade."


Fone: G1

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Suspeito de matar padre em MG é preso no Rio; crime foi planejado para quitar dívida com traficantes, diz delegado

A Polícia Civil de Minas Gerais prendeu, nesta sexta-feira (16), o segundo suspeito de envolvimento no assassinato do padre Adriano da Silva Barros, encontrado carbonizado em Manhumirim (MG).


Policiais saíram de MG para prender suspeito de assassinato de padre no RJ — Foto: Polícia Civil / Divulgação


O homem foi localizado por policiais mineiros na Central do Brasil, no Rio Janeiro. Ele também estava com o carro que pertencia ao religioso, que foi encontrado em Duque de Caxias (RJ). O irmão dele já havia sido preso em flagrante e confessou o crime em depoimento. O assassinato ocorreu na última terça-feira (13).


Segundo a Polícia Civil, as investigações apontam que o crime foi cometido para quitar uma dívida de drogas, entre R$ 30 mil e 50 mil, com traficantes do RJ. O segundo suspeito morava no estado e transportava entorpecentes quando foi abordado pela Polícia Militar.


"Em razão desse prejuízo, ele teria vindo aqui para a região de Manhumirim, para levantar esse dinheiro. Foi quando, então, tiveram a ideia de cometer esse assalto", explicou o delegado, Glaydson de Souza Ferreira.


Carro do padre morto em MG foi encontrado em RJ — Foto: Polícia Civil / Divulgação


De acordo com a Polícia Civil, foi apurado que os autores teriam atraído o padre para roubar valores e o carro dele. A forma de como isso aconteceu está sendo investigada. O veículo foi flagrado entrando no RJ na última quarta-feira (14), ao passar por uma praça de pedágio. O suspeito dirigiu o automóvel de MG ao RJ mesmo sem possuir habilitação.


“O objetivo deles era conseguir o carro e o que desse pra extrair do padre. Eles acreditavam, inicialmente, que o padre poderia ter dinheiro. Realmente o padre tinha um valor, mas não sabemos o valor exato. Logo depois que mataram o padre, os dois irmãos foram até uma mercearia, fizeram compras", afirmou o delegado regional, Carlos Roberto Souza da Silva.


A Polícia Civil informou que o preso já foi encaminhado para o presídio de Manhuaçu, onde o irmão também está. A participação de uma terceira pessoa, que forneceu o combustível usado para queimar o corpo, está sendo apurada.


Entenda o caso


Padre Adriano da Silva Barros, de 36 anos, foi encontrado carbonizado em Manhumirim — Foto: Divulgação


Adriano da Silva Barros estava desaparecido desde a última terça-feira (13). Segundo a Polícia Militar, o padre teria ido visitar a mãe, que está doente, em Martins Soares (MG), e retornaria para Simonésia (MG), onde era vigário, para celebrar uma missa na paróquia.


O religioso foi visto por último deixando a irmã em Reduto (MG), por volta das 13h. Ela foi a última pessoa que teve contato com ele.


No início da noite dessa quarta-feira (14), a polícia foi acionada por um morador do Córrego Pirapetinga, em Manhumirim, ao perceber que havia um fogo no seu terreno e, ao chegar para apagar, encontrou o corpo carbonizado, que também estava com ferimentos causados por faca, segundo a perícia.


O indivíduo preso, de 22 anos, e um adolescente, de 16, foram vistos por testemunhas próximo ao local onde o corpo foi encontrado. Mais tarde, devido a suspeita, eles foram detidos em casa e encaminhados para a delegacia, onde o jovem confessou o crime.


Fonte: G1

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Vaticano confirma caso de Covid na residência Santa Marta, onde vive Papa Francisco

O Vaticano anunciou no sábado (17) que um morador da residência Santa Marta, onde também mora o Papa Francisco, foi diagnosticado com a Covid-19 e colocado em isolamento. O homem, que não foi identificado, está assintomático e todos seus contatos também foram isolados.


Padre caminha pela Via della Conciliazione, próxima à Cidade do Vaticano, em foto de 2 de setembro — Foto: Remo Casilli/Reuters/Arquivo


Este não é o primeiro caso na residência que abriga cardeais e membros do clero em mais de 130 quartos e suítes. Em março, um outro morador teve resultado positivo para o coronavírus durante o auge da pandemia na Itália.


Segundo o Vaticano, Papa Francisco é testado regularmente para a Covid e irá cumprir normalmente com sua agenda oficial neste sábado. O argentino teve parte do pulmão retirada por conta de uma infecção quando era mais jovem.


Francisco participou de três audiências privadas nesta manhã e recebeu um grupo de policiais italianos. Na semana passada, quatro membros da Guarda Suíça, a força de elite que protege o Papa, testaram positivo para a Covid.


Outros três moradores do Vaticano, que recentemente foram diagnosticados com o coronavírus, se recuperaram, segundo um comunicado publicado neste sábado. A Cidade do Vaticano é uma pequena cidade-estado no meio de Roma.



Segunda onda na Itália


Na sexta-feira (16), a Itália registrou 10.010 novos casos por coronavírus em apenas 24 horas. Essa foi a maior contagem diária desde o início do surto no país e o recorde anterior havia sido na quinta-feira (15), quando o país contabilizou 8.804 novas infecções.


O Ministério da Saúde italiano também relatou 55 mortes relacionadas ao coronavírus, contra 83 no dia anterior. O número é bem menor que os registrados no auge da pandemia na Itália (março e abril), quando um pico diário de mais de 900 mortes foi alcançado.


A Itália foi o primeiro país da Europa a ser atingido pela Covid-19 e tem o segundo maior número de mortos no continente depois da Grã-Bretanha – 36.427 mortes, de acordo com dados oficiais.


O governo italiano impôs na terça-feira (13) novas restrições a reuniões, restaurantes, esportes e atividades escolares em uma tentativa de diminuir o aumento de infecções.


Fonte: G1

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Uso desenfreado de antibióticos na pandemia pode levar a 'apagão' contra bactérias resistentes

Um problema declarado há anos como uma das maiores ameaças para a saúde global se depara agora com uma pandemia.


Antibióticos foram muito usados no tratamento para covid-19 para evitar coinfecções de bactérias e fungos — mesmo que estas não tenham sido constatadas. — Foto: Getty Images


O resultado, como é de se imaginar, deverá ser altamente preocupante.


Pesquisadores e médicos atentos ao problema da resistência de bactérias e fungos acreditam que o uso desenfreado de antibióticos no tratamento de covid-19 tornará ainda mais drástico o cenário atual, em que já há falta de antibióticos capazes de combater certas doenças e micro-organismos — que, por vários fatores, têm se mostrado fortes e hábeis em driblar esses medicamentos.


Antes da pandemia, a situação já era preocupante: no cenário mais drástico, até 2050, a chamada resistência microbiana (doenças resistentes a antibióticos) poderá estar associada a 10 milhões de mortes anuais, afirmou a Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2019. Hoje, acredita-se que pelo menos 700 mil pessoas morrem por ano devido à essa resistência microbiana.


Um problema declarado há anos como uma das maiores ameaças para a saúde global se depara agora com uma pandemia.


O resultado, como é de se imaginar, deverá ser altamente preocupante.


Pesquisadores e médicos atentos ao problema da resistência de bactérias e fungos acreditam que o uso desenfreado de antibióticos no tratamento de covid-19 tornará ainda mais drástico o cenário atual, em que já há falta de antibióticos capazes de combater certas doenças e micro-organismos — que, por vários fatores, têm se mostrado fortes e hábeis em driblar esses medicamentos.


Antes da pandemia, a situação já era preocupante: no cenário mais drástico, até 2050, a chamada resistência microbiana (doenças resistentes a antibióticos) poderá estar associada a 10 milhões de mortes anuais, afirmou a Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2019. Hoje, acredita-se que pelo menos 700 mil pessoas morrem por ano devido à essa resistência microbiana.


Preocupada com esse futuro, a OMS publicou em maio um guia para tratamento de covid-19 que, entre outros pontos, recomendou expressamente a não utilização dos antibióticos no tratamento da nova doença em casos suspeitos ou leves. Mesmo para casos moderados, a entidade indicou que o uso só deve ser feito após indícios de uma infecção bacteriana.



"O uso generalizado de antibióticos deve ser desencorajado, uma vez que sua aplicação pode levar a taxas maiores de resistência bacteriana, o que vai impactar o volume de doenças e mortes durante a pandemia de covid-19 e além", diz o documento da OMS.


Médico do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, Luciano Cesar Pontes de Azevedo explica que o que se observa nos hospitais e tem sido documentado em pesquisas científicas pelo mundo é o uso de antibióticos com a justificativa não de tratar a infecção causada pelo coronavírus diretamente — mas sim uma eventual infecção concomitante por alguma bactéria.


"Isso (uso de antibióticos no tratamento de covid-19) vem muito do fato de que é uma doença nova, e ninguém conhecia a taxa de coinfecção (por bactérias). Para influenza, a gripe comum, pode ter coinfecção em 30 a 40% dos casos. Para covid-19, estudos têm sugerido de 5 a 7,5% de coinfecção", explica Azevedo, que trabalha com medicina intensiva e medicina de emergência e tem doutorado pela Universidade de São Paulo (USP) e pós-doutorado pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca).


"Quando se sabe que a taxa de coinfecção é baixa, não precisa passar antibiótico para todo mundo com covid — como quem está em ambulatório, ou se tratando em casa."


A conduta de médicos e hospitais deve ser receitar antibióticos apenas após uma infecção por bactérias ou fungos realmente ser constatada, preferencialmente por exame de cultura bacteriana e ainda exames que permitem detectar genes de resistência a certos antibióticos.


Diversas pesquisas mostram que essa prudência não foi adotada por muitos profissionais e hospitais.

Um estudo envolvendo 38 hospitais do Estado de Michigan, nos Estados Unidos, mostrou que 56,6% de 1.705 pacientes hospitalizados com covid-19 logo receberam antibióticos como terapia "empírica" — quando não há identificação de qual bactéria ou fungo está causando infecção. Dessas pessoas, apenas 3,5% tiveram uma coinfecção bacteriana confirmada por exames.


Outro estudo, com dados de 99 pacientes tratados no hospital Jinyintan de Wuhan (cidade chinesa onde começou a pandemia), mostrou que 71% deles receberam antibióticos, mas apenas 1% teve coinfecção por bactéria constatada por exames e 4% por fungos.


Com respostas de 166 médicos de 23 países, outra pesquisa constatou que apenas 29% dos profissionais escolheram não receitar antibióticos para pacientes com covid-19 hospitalizados em leitos (menos graves do que aqueles na UTI).


Já na UTI, o antibiótico mais prescrito foi a associação piperacilina/tazobactama. Esta combinação é um antibiótico do tipo inibidor de beta-lactamase, uma classe incluída pela OMS na categoria mais urgente ("criticamente importante") na busca por medicamentos substitutos que consigam driblar a resistência.


Há diversas pesquisas pelo mundo mostrando que bactérias originalmente alvos deste antibiótico, como a Escherichia coli e a Klebsiella pneumoniae, estão ficando resistentes a ele. Um tipo da Klebsiella pneumoniae, a KPC — sigla para Klebsiella pneumoniae produtora de carbapenemase — ficou conhecida como "superbactéria" por produzir uma enzima capaz de combater os medicamentos mais potentes para tratar de infecções graves, com destaque para os chamados carbapenêmicos.


Na pandemia de coronavírus, foi relatado um uso variado de antibióticos, incluindo também a moxifloxacina, medicamentos da classe dos carbapenemas, quinolonas, entre outros.


Antibiótico associado à cloroquina

Enquanto muitos antibióticos foram usados para evitar coinfecções — independentemente se elas existiam de fato ou não —, houve um antibiótico específico muito usado na pandemia e que teria uma outra função, a de fortalecer o sistema imunológico no combate ao coronavírus.


A azitromicina foi o segundo medicamento mais receitado no tratamento da covid-19 por médicos de todo o mundo que participaram de um levantamento da Sermo, uma plataforma mundial usada por estes profissionais. O antibiótico foi prescrito por 41% dos 6,2 mil entrevistados contra o novo coronavírus, atrás apenas dos analgésicos.


O médico Luciano Cesar Pontes de Azevedo explica que, normalmente, a azitromicina é usada com antibiótico contra infecções bacterianas nas chamadas vias aéreas superiores, como no nariz e na garganta. Entretanto, para algumas doenças, já foi sugerido que o antibiótico poderia ter também efeito anti-inflamatório, controlando uma reação exagerada do sistema imunológico — que, na covid-19, é um dos principais caminhos para quadros mais preocupantes.


Para Azevedo, um grande impulsionador da azitromicina no tratamento de coronavírus foi um estudo da França que mostrou o que seriam resultados benéficos da associação deste antibiótico com a hidroxicloroquina, envolvendo cerca de 30 pacientes.


Divulgado em maio na plataforma medRxiv (em que são postados trabalhos sem a chamada revisão dos pares), o trabalho foi dias depois retirado do ar a pedido dos próprios pesquisadores, com a seguinte justificativa: "Por conta da controvérsia sobre a hidroxicloroquina e da natureza retrospectiva desse estudo, os autores pretendem revisar o manuscrito após a revisão dos pares".


Em setembro, Azevedo fez parte de uma coalizão de cientistas brasileiros que publicou na prestigiada revista científica Lancet um estudo clínico refutando os benefícios da azitromicina para pacientes graves com covid-19. O mesmo grupo de pesquisadores já tinha afastado antes, com outro trabalho, a utilidade da hidroxicloroquina associada à azitromicina.



Esta faz parte da classe dos macrolídeos, que está na categoria de maior urgência na classificação da OMS. A resistência à azitromicina pode afetar o tratamento de doenças como otite e gonorreia.


Representando empresas nacionais e internacionais do setor, a Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma) respondeu à BBC News Brasil por e-mail que o uso off label (diferente daquele que está documentado na bula) de medicamentos é "de inteira responsabilidade do médico, que pode achar necessário de acordo com as necessidades clínicas de seu paciente, mesmo sabendo que essa indicação ainda não foi aprovada".


Entretanto, a associação reconheceu também a excepcionalidade da crise sanitária atual, afirmando que "não tendo vacina ou um tratamento eficaz contra a covid-19, alguns protocolos têm adotado o uso off label de antibióticos e outros medicamentos".


A Interfarma não respondeu como avalia o uso empírico de antibióticos (sem constatação do micro-organismo causando infecção) e destacou que a OMS "promove o princípio do uso racional de medicamentos, ou seja, que o paciente receba tratamento apropriado para suas necessidades clínicas".


Como uso desenfreado de antibióticos para covid-19 teria efeitos negativos, na prática?

Os pesquisadores entrevistados pela reportagem explicam que os efeitos preocupantes do amplo uso de antibióticos na pandemia poderiam se expressar tanto nos pacientes individualmente como a nível comunitário, como em hospitais e vizinhanças.



Segundo Victor Augustus Marin, receber um antibiótico sem um diagnóstico preciso pode acabar desestabilizando a comunidade de micro-organismos que existe naturalmente em nosso corpo, como na flora intestinal — formando uma "microbiota".


"Em condições normais, nossa microbiota está em simbiose. Quando você ingere um antibiótico, o que causa? A disbiose: alguns micro-organismos são eliminados, enquanto outros crescem. Crescem aqueles que têm resistência, e antes estavam inibidos pelo resto da microbiota", explica o pesquisador da Unirio.


"Dar um antibiótico sem diagnóstico é como dar um tiro de bazuca em uma mosca — pode até matar a bactéria, mas pode criar resistência em outras que já estavam no organismo (naturalmente). É preciso dar um tiro de chumbinho primeiro para ver se funciona."

Luciano Cesar Pontes de Azevedo diz que "com toda a certeza" esse amplo uso de antibióticos durante a pandemia terá também efeitos mais amplos na população.


"Esses antimicrobianos que estamos usando indiscriminadamente, como a azitromicina e a claritromicina, aumentam na comunidade a chance de bactérias resistentes, como as que causam pneumonias. Possivelmente, quando chegarem pneumonias de comunidade daqui a dois, três anos, vamos precisar começar usando antibióticos mais fortes", prevê o médico.


Pesquisadores costumam falar em micro-organismos resistentes na "comunidade" para quando eles já são detectados fora dos hospitais.


Isso porque, dentro destes ambientes, bactérias e fungos resistentes são particularmente preocupantes.


Uso de antibióticos em casos graves de covid-19

Azevedo acrescenta que, além da coinfecção por uma bactéria ou fungo, existe também a possibilidade de uma superinfecção.


"É quando, em uma fase mais tardia da covid-19, o paciente é contaminado por germes hospitalares. Acontece fundamentalmente com pacientes de Unidades de Terapia Intensiva (UTI), graves, que já têm um grau de deficiência do sistema imunológico", explica o médico.


Ainda que um paciente no ambiente hospitalar possa estar sujeito a micro-organismos mais resistentes, Azevedo diz que mesmo assim o uso de antibióticos deve ser criterioso — sendo precedido por exames e modulado, se possível, para tempos mais curtos.


Uma equipe do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, publicou em agosto dados sobre 72 pacientes com covid-19 que foram internados em UTIs ou receberam cuidados intensivos — mostrando que 84,7% deles receberam antibióticos intravenosos durante a internação, sendo o tipo de medicamento mais usado neste grupo de pacientes.


Infectologista do hospital, Fernando Gatti aponta que, enquanto para pacientes com covid-19 em geral a coinfecção pode ser menor que 10%, para pacientes mais graves esse percentual sobe para cerca de 30%.


"O que acontece? O vírus tem ação inicialmente lesiva no pulmão. As bactérias que fazem parte da colonização do trato respiratório acabam tendo mais facilidade para invadir o tecido pulmonar", explica Gatti.

"A pneumonia pode então ser complicada por uma infecção bacteriana, o que aumenta o tempo na ventilação mecânica, UTI, catéter..."


Assim, ele explica que no Albert Einstein o procedimento para pacientes graves com covid-19 é a administração de antibióticos venosos de "amplo espectro" (que atingem uma variedade de patógenos) mesmo sem exames detalhando uma possível coinfecção por bactéria — a chamada terapia "empírica".


Depois, com os exames de cultura bacteriana em mãos, a equipe então usa antibióticos mais específicos considerando os micro-organismos e suas resistências.


É um cuidado tomado justamente para evitar a exposição longa a antibióticos que possam acabar fortalecendo as bactérias e fungos.


Luciano Cesar Pontes de Azevedo diz que, para pacientes que tiveram quadros mais graves de covid-19, a resistência se torna um problema ainda mais delicado porque doenças crônicas e sequelas podem deixar mais fraco o sistema respiratório — e, assim, mais vulnerável a novas infecções.


Se reconhece que para pacientes graves, a administração de antibióticos é mais "difícil de criticar" pois muitas vezes responde a uma questão de vida e morte, Azevedo diz que o uso generalizado de antibióticos na pandemia mostra que ainda falta adesão a um problema que é na verdade uma ameaça global.


"Acho que a pauta da resistência microbiana não foi incorporada por profissionais de saúde e pelos governos. E se trata também de uma pauta que envolve não só o ambiente hospitalar, mas também a agropecuária", destaca o médico.

Conforme mostrou a BBC News Brasil em 2019, pesquisadores têm mostrado cada vez mais como micro-organismos e resquícios de antibióticos não têm fronteiras — possivelmente se alastrando pelos alimentos, lixo hospitalar, rios e canais de esgotos.


"Infelizmente, a covid-19 não veio para ajudar nisso, pelo contrário", lamenta Azevedo.


Fonte: BBC

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