sexta-feira, janeiro 08, 2021

Primeiro FPM do ano será repassado nesta sexta-feira, R$ 5,4 bilhões



O primeiro repasse do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) de 2021 será feito na próxima sexta-feira, 8 de janeiro. Serão repassados aos cofres municipais R$ 5.400.014.834,63, valor nunca antes visto, desde de 2003, quando a Confederação Nacional de Municípios (CNM) lançou a série de levantamentos mensais do fundo.


Mesmo com a retenção do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), a transferência de R$ 4.320.011.867,70 representa um crescimento de 53,83% em relação ao mesmo período do ano passado.


Os números são divulgados pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN) e são influenciados pela arrecadação do final do ano. Geralmente, o primeiro decênio representa quase a metade do valor total repassado. Dados da CNM mostram que, em janeiro de 2020, as prefeituras receberam R$ 8,9 bilhões, sendo R$ 3,5 bilhões na primeira transferência do mês.


+ 49,49% 

Ao aplicar a inflação do período, a transferência que abre o FPM do ano ainda será 49,49% maior que o valor repassado há um ano. Dos mais de R$ 4 bilhões, Municípios com coeficientes 0,6 ficarão com R$ 1.063.645.382,22, enquanto 168 prefeituras de coeficientes 4,0 receberão R$ 710.997.395,70 do total a ser transferido.


Conforme ressalta o levantamento da CNM, o FPM é a principal receita de grande parte dos Municípios, por isso a entidade divulga os repasses decendiais, além de disponibilizar plataforma para o acompanhamento dessa e das demais Transferências Constitucionais. A entidade ainda não tem explicações assertivas sobre o crescimento tão fora do parâmetro, apesar de notícias divulgadas no final do ano passado apontarem desempenho histórico da arrecadação nacional. 


Sazonalidade

A atividade econômica impacta diretamente nos valores repassados aos Municípios. "Assim como a maioria das receitas de transferências do País, o FPM não apresenta repasse de valores regulares ao longo do ano, e quando se analisa a série histórica, as maiores transferências estão no primeiro semestre", explica o presidente Glademir Aroldi. Ele lembra ainda que, independente do cenário, não tem nenhum repasse extra previsto.


O líder municipalista destaca que entre julho e outubro, os valores diminuem significativamente, e por isso os prefeitos e os vereadores devem planejar o uso dos recursos e, mesmo com o crescimento, ter cautela, pois não sabe-se como serão os outros meses de 2021. Muito provavelmente, os próximos dois repasses sejam de queda, por conta da instabilidade causada pela Covid-19 e das novas medidas de enfrentamento ao vírus.


Fonte: CNM

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Butantan assina contrato para fornecimento de doses da CoronaVac para o Ministério da Saúde

O Instituto Butantan confirmou na noite desta quinta-feira (7) que assinou um contrato com o Ministério da Saúde para a aquisição de doses da CoronaVac, vacina contra a Covid-19 desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com a instituição.


Caixa da CoronaVac, vacina contra a Covid-19 produzida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan. — Foto: Flavio Corvello/Estadão Conteúdo


O documento prevê o fornecimento de 46 milhões de doses, em quatro entregas até o dia 30 de abril. Há ainda a possibilidade de o órgão federal adquirir do instituto outras 54 milhões de doses, totalizando 100 milhões.


Cada dose da vacina custará R$ 58,20 e o valor total do contrato é de R$ 2,6 bilhões. "No valor [total] estão incluídas todas as despesas ordinárias diretas e indiretas decorrentes da execução contratual, inclusive tributos e/ou impostos, encargos sociais, trabalhistas, previdenciários, fiscais e comerciais incidentes, taxa de administração, frete, seguro e outros necessários ao cumprimento integral do objeto da contratação", diz o documento.


O pagamento somente será realizado após a obtenção do registro ou autorização para uso emergencial junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).


O contrato também prevê que o Ministério da Saúde "terá o direito de exclusividade na aquisição de doses da vacina", podendo autorizar "em caráter excepcional a comercialização" para terceiros. Para isso, deverá ser "notificada formalmente sobre a intenção de venda com antecedência mínima de 20 dias."



Mais cedo, o ministro da Saúde, General Eduardo Pazuello, anunciou a assinatura do acordo para a compra de 100 milhões de doses do Butantan.


Em coletiva de imprensa nesta tarde, Pazuello afirmou que o contrato foi assinado menos de 24 horas depois da Medida Provisória (MP) do presidente Jair Bolsonaro que flexibilizou a compra de vacinas por parte do governo federal.


“Hoje assinamos com o Butantan. Assinado. Menos de 24h depois da medida provisória, nós assinamos um contrato para entrega das primeiras 46 milhões de doses até abril e de mais 54 milhões no decorrer do ano, indo a 100 milhões de doses”, disse o ministro.


Plano estadual de vacinação


Após o anúncio do governo federal, o governador de São Paulo João Doria (PSDB) afirmou em entrevista à GloboNews durante a tarde que ainda não havia assinado o contrato.


Segundo o governador, o anúncio feito pelo governo federal não altera o plano estadual de vacinação, que prevê início da aplicação das doses nos grupos prioritários no dia 25 de janeiro.


“Por enquanto nada muda, até porque não há um contrato assinado ainda, nós não temos sequer os termos dessa proporcionalidade”, disse Doria.

Doria também defendeu que, caso a CoronaVac seja incorporada ao plano nacional, a vacinação em São Paulo deve ser prioritária no plano nacional.


"Temos que conhecer melhor a proporcionalidade, São Paulo tem quase 46 milhões de habitantes, é o estado com a maior densidade demográfica do país, tem o maior número de pessoas infectadas e mortos pela Covid-19,. Por óbvio a prioridade de um programa de vacinação é onde tem a maior incidência do coronavírus, maior proporcionalidade também de pessoas infectadas e mortes. E para isso não há visão ideológica, nem partidária, nem política e nenhuma outra ordem, exceto a defesa da vida e da existência, então essas informações ainda precisamos receber do Ministério da Saúde", completou.


A utilização da CoronaVac no Programa Nacional de Imunizações (PNI) foi alvo de disputa política entre o presidente Jair Bolsonaro e o governador de São Paulo, João Doria.


Em 20 de outubro, o ministro Eduardo Pazuello chegou a anunciar a compra da vacina em uma reunião com governadores. No dia seguinte, Bolsonaro desautorizou publicamente o ministro. Depois de pressão de governadores e até do Supremo Tribunal Federal (STF), o governo voltou atrás e retomou as negociações.


Registro na Anvisa


Caixa da CoronaVac, vacina contra a Covid-19 produzida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan. — Foto: Flavio Corvello/Estadão Conteúdo


O governador também afirmou que o pedido formal de uso emergencial da CoronaVac será feito para a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) nesta sexta-feira (8).


“Amanhã às 9h da manhã o Butantan estará fazendo o registro emergencial junto à Anvisa. E eu tenho certeza que a Anvisa saberá agir de forma rápida e eficiente”, disse para a GloboNews.


Mais cedo, durante coletiva de imprensa, o governador chegou a afirmar que o pedido de registro emergencial já havia sido enviado.


Em nota, a Anvisa informou que realizou uma segunda reunião para a pré-submissão dos documentos na tarde desta quinta-feira.


“Por estratégia própria do Butantan, o Instituto não oficializou a submissão de uso emergencial. A reunião de pré-submissão é feita, a critério da empresa/instituição antes do envio de pedido formal de registro ou de autorização para uso emergencial. A Anvisa continuará a avaliação, após a submissão formal do processo com as informações globais de eficácia e segurança da vacina do IB”, disse a agência.

Após a entrega dos documentos, a agência estipula prazo de até dez dias para analisar o pedido de uso emergencial.


Eficácia da CoronaVac

O governo de São Paulo anunciou em coletiva de imprensa nesta quinta-feira (7) que a eficácia da vacina CoronaVac no combate coronavírus é de 78% para casos leves.


De acordo com o governo, a vacina garantiu a proteção total (100%) contra mortes, casos graves e internações nos voluntários vacinados que foram contaminados. Isso significa que, entre os infectados, nenhum morreu, desenvolveu formas graves da Covid-19 ou foi internado.


A taxa de eficácia é um conceito que se aplica a vacinas em estudos e representa a proporção de redução de casos da doença entre o grupo vacinado comparado com o grupo não vacinado.


Na prática, se uma vacina tem 78% de eficácia para casos leves, isso significa que 78% das pessoas que tomam a vacina ficam protegidas contra aquela doença. A taxa mínima recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) é de 50%.


A eficácia da CoronaVac foi divulgada pelo governo estadual em coletiva de imprensa, sem detalhamento, e os dados completos da fase 3 de estudos da CoronaVac, que incluem detalhes de como esse percentual é calculado, ainda não foram publicados.


Questionado sobre detalhes da pesquisa em entrevista coletiva nesta quinta, o diretor do Butantan, Dimas Covas, disse que, entre os mais de 12 mil voluntários, ocorreram "em torno de 200, 218 [casos de Covid-19]". Desses, "160 e alguma coisa" ocorreram entre participantes que tomaram placebo e outros "60, pouco menos de 60, no grupo vacinado".


Dimas Covas disse ainda que dados detalhados "estarão na documentação técnica que acompanha tanto o pedido [de uso emergencial na Anvisa], como, depois, as publicações científicas. Então eu não vou descer a esse detalhe na coletiva".



É de praxe na comunidade científica que os desenvolvedores submetam suas conclusões ao comitê independente de uma revista científica.


Além da revisão dos pares, a publicação deve esclarecer detalhes como a taxa de eficácia em diferentes faixas etárias, os dados de segurança, que incluem as principais reações adversas, e em quanto tempo após a segunda dose a imunidade contra a doença é atingida.


Avaliação de especialistas

O índice registrado pela CoronaVac no Brasil é menor que os das vacinas desenvolvidas pelos laboratórios Pfizer e Moderna, que já foram aprovadas na União Europeia e nos Estados Unidos. As vacinas, que usam a tecnologia de RNA mensageiro, alcançaram eficácias de 95% e 94%, respectivamente.


A microbiologista Natália Pasternak explica que já era esperado que a CoronaVac tivesse uma eficácia menor que as das outras vacinas, por ser feita com o vírus inativado.


"É completamente esperado. Uma vacina de vírus inativado dificilmente vai ter a mesma eficácia do que vacinas de RNA ou vacinas de adenovírus [vetor viral], que conseguem entrar na célula e imitar, de uma forma muito mais efetiva, a infecção natural. Elas acabam provocando uma resposta imune que é tanto de anticorpos como de resposta celular", explica.

"A vacina inativada não consegue provocar uma resposta tão completa. É esperado que ela tenha uma eficácia menor. A eficácia de 78% da CoronaVac para casos leves, ao que tudo indica, é uma eficácia excelente e compatível com uma vacina de vírus inativado. Com uma boa campanha, vai ser uma ótima vacina para o Brasil", afirma.


O virologista Eduardo Flores, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), no Rio Grande do Sul, concorda.


"Se essa vacina da CoronaVac conseguiu 78% de eficácia, é muito bom. Muito bom mesmo. É uma vacina cuja tecnologia é muito antiga, se conhece bem os efeitos colaterais, que são muito poucos. Eu acredito que essa é uma vacina que é uma importante ferramenta nessa luta contra o coronavírus", afirma Flores.


Testes

No Brasil, a fase 3 de testes da CoronaVac é realizada em 12,4 mil profissionais de saúde voluntários distribuídos em 16 centros de pesquisas, em sete estados e no Distrito Federal. A previsão é a de que os testes completos sejam finalizados apenas no final de 2021.


Na China, a vacina foi aprovada em julho para uso emergencial como parte de um programa do país asiático para vacinar grupos de alto risco, como médicos. Além do Brasil, outros quatro países planejam usar ou já usam a CoronaVac: China, Indonésia, Turquia e Chile.


No final do ano passado, a Turquia informou publicamente ter chegado ao percentual de 91,25% de eficácia da CoronaVac em testes preliminares feitos com 1,3 mil voluntários.


Total de doses negociadas


O governo de São Paulo afirma ter comprado 46 milhões de doses da vacina. Desse total, 6 milhões seriam importadas prontas da China, enquanto as demais 40 milhões seriam finalizadas na fábrica do Butantan.


Até esta quarta (6), o Butantan já recebeu o equivalente a 10,8 milhões de doses da vacina, entre doses prontas para uso e matéria-prima. Segundo o governo, o estado deve receber o restante das 46 milhões de doses até março.



Para a imunização são necessárias duas doses da CoronaVac, com intervalo de alguns dias ou semanas entre as aplicações.


Na apresentação do plano estadual, o governo de SP afirmou que a a primeira fase da campanha de vacinação vai contemplar 9 milhões de pessoas que correspondem à estimativa dos seguintes grupos prioritários em São Paulo: 7,5 milhões de pessoas com 60 anos ou mais e mais 1,5 milhão de trabalhadores da saúde, indígenas e quilombolas.


A vacina CoronaVac utiliza esquema já consagrado de armazenamento e transporte e pode se armazenada em refrigeração padrão, como a vacina da gripe. Ela também pode ser armazenada por até três anos sem que perca sua eficácia.


Fonte: G1

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Brasil chega a 200 mil mortes por Covid-19 sem vacina e sob risco de repetir piores momentos da pandemia

Em um momento crítico da pandemia e ainda sem vacinação, o Brasil passou a marca de 200 mil mortes por Covid-19 nesta quinta-feira (7), segundo levantamento do consórcio de veículos de imprensa feito a partir de dados das secretarias estaduais de Saúde e divulgado em um boletim extra. O total de óbitos registrados é de 200.011, com 7.921.803 casos confirmados.


Cemitérios de Manaus em diferentes momentos de alta nas mortes por Covid-19 — Foto: Edmar Barros_AFP; Bruno Kelly/Reuters


A primeira morte pela doença no país aconteceu em fevereiro do ano passado. Nos meses seguintes, o número de óbitos subiu gradativamente, até que em junho foi atingido um estágio de platô com cerca de 1 mil mortes diárias.


Em 8 de agosto, 100 mil vidas haviam sido perdidas na pandemia. Mas em meados daquele mês, começou a ser observada uma tendência de queda nos números da tragédia. Cidades e estados flexibilizaram restrições à circulação, e muitos hospitais de campanha foram desmontados.


Em novembro, as mortes voltaram a aumentar – e, no início deste ano, o Amazonas voltou a reviver momentos difíceis da pandemia, com hospitais e cemitérios lotados. Nos últimos dias, Manaus atingiu recorde de novas internações, que superaram números registrados em abril e maio, quando houve colapsos no sistemas público de saúde e no funerário.


Nesta quarta-feira (6), Manaus registrou 110 enterros nos cemitérios, número que se aproxima do recorde registrado em 26 de abril do ano passado, quando houve 140 sepultamentos.


Em Belém, também há temor de novo caos na saúde: quase 100% dos leitos de UTI já estão ocupados.


Na Grande São Paulo e no Rio de Janeiro, prefeituras fazem contratações emergenciais de leitos de UTI em hospitais particulares.


Casal de Sorocaba morreu por Covid-19 — Foto: Arquivo pessoal


A pandemia devastou famílias como a do médico Aristides Camargo, de 79 anos, e da ex-professora Maria Inês Santos Camargo, de 67. O casal de Sorocaba (SP) morreu com três dias de diferença depois de sentir, às vésperas do Natal, os primeiros sintomas de Covid-19.


“A pandemia foi a época em que eles viveram mais juntos, muito juntos, um para o outro. Ele sempre trabalhou muito, e ela chegou a comentar comigo que estava curtindo muito ficar com ele direto”, disse Ana Laura Camargo Marques, filha do casal.


À espera da vacinação


Mapa mostra países que começaram a vacinação contra Covid-19 — Foto: Arte/GloboNews


Mais de 40 países já começaram a aplicar vacinas contra a Covid-19. O Reino Unido foi o primeiro a usar a vacina da Pfizer/BioNTech, seguido de Estados Unidos, Canadá, Arábia Saudita de Israel, além dos 27 países da União Europeia.


Os EUA também começaram a aplicar a vacina da Moderna. Outros países deram início a campanhas com a Sputnik V e as vacinas da Sinovac e da Sinopharm. Em todo o mundo, mais de 15 milhões de doses já foram aplicadas.


Entre os países com maior percentual da população vacinada, estão Israel, com 15%, e Emirados Árabes Unidos, com quase 8%.


CoronaVac, vacina que está em desenvolvimento pelo Instituto Butantan — Foto: JN


No Brasil, o Instituto Butantan pediu à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorização para uso emergencial da CoronaVac, a vacina produzida em parceria com o laboratório Sinovac. Mesmo sem ter recebido o aval, o governo de São Paulo prometeu começar a imunização a partir de 25 de janeiro. A taxa de eficácia da vacina foi divulgada nesta quinta: 78%, sendo 100% para casos moderados e graves.


O Ministério da Saúde anunciou nesta quinta contrato para compra de 100 milhões de doses de vacina do Instituto Butantan. Toda a produção do instituto será incorporada ao Plano Nacional de Imunização, para distribuição em todo o país.



Apesar da pressão de prefeitos e governadores, o Ministério da Saúde ainda não apresentou cronograma para vacinação no Brasil.


"Cobramos uma data e não nos foi fornecida. Quando chegam os insumos? Quando começa a vacinação? O secretário disse que iria levar nossa demanda ao ministro Pazuello", disse governador do Piauí, Wellington Dias, após reunião com o secretário de vigilância do Ministério da Saúde, Arnaldo Medeiros, nesta terça-feira (5).

Em janeiro, devem chegar ao Brasil 2 milhões de doses da AstraZeneca/Oxford produzidas na Índia. Esse imunizante foi testado em voluntários brasileiros e deve ser produzido pela Fiocruz. A importação, por R$ 59,4 milhões, foi autorizada pela Anvisa, mas ainda não há liberação para uso pela população. Quando começar a imunização, os primeiros a tomar as doses devem ser os profissionais de saúde.


Na semana passada, fracassou uma licitação do Ministério da Saúde para compra de seringas e agulhas para vacinação. O pregão previa a aquisição de 331 milhões de seringas, mas as empresas que participaram garantiram entrega de apenas 7,9 milhões. Elas reclamaram que o edital encomendava seringas e agulhas como um só produto e que os preços estavam abaixo dos praticados.


Nesta quarta, o presidente Jair Bolsonaro acusou fabricantes de terem aumentado os preços, motivo pelo qual o governo federal suspendeu a compra do material. O epidemiologista Paulo Lotufo, em entrevista à GloboNews na manhã desta quarta, reforçou que, se a compra tivesse sido feita com antecedência, o governo pagaria mais barato.



Nova variante do vírus

Em meio ao aumento de casos e mortes, nesta semana o Instituto Adolfo Lutz, referência em São Paulo, confirmou dois casos de uma nova variante do coronavírus no Brasil. Ela surgiu no Reino Unido, onde já representa mais de 50% dos novos casos diagnosticados, de acordo com a OMS.


Por enquanto, não há comprovação de que o vírus esteja mais forte ou cause uma versão mais grave da Covid-19. Mas um estudo médico divulgado no final de dezembro aponta que a nova versão é entre 50% a 74% mais contagiosa.


Segundo a OMS, ainda não há informação suficiente para determinar se a nova variante afetará a eficácia das vacinas – a entidade afirma que as pesquisas estão em andamento.


Famílias afetadas: 'A gente não se conforma'

George Luis de Camargo, de 39 anos, uma das vítimas da Covid-19, era casado e tinha dois filhos: um adolescente de 15 anos e uma bebê de quatro meses. Trabalhava como socorrista no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de Sorocaba (SP).


"Estamos totalmente despedaçados", disse Kátia Camargo, irmã de George. Ela também perdeu a mãe para mesma doença.

A mãe, Dosilia Rosa de Camargo, havia morrido no início de dezembro. "Logo depois que minha mãe faleceu, meus irmãos começaram a ter sintomas. O André foi entubado no Hospital Samaritano no dia 19 de dezembro. O George foi internado no Hospital Evangélico, mas não resistiu", conta Kátia.


George Luis de Camargo com a mãe em Sorocaba (SP) — Foto: Facebook/Reprodução


Ex-policial, pai de quatro filhos e avô de quatro netos, José Barros perdeu tinha 70 anos quando morreu de Covid-19 na madrugada do dia 2 de janeiro, em Macapá. Presidente do Ypiranga Clube, seu time do coração e atual campeão amapaense de futebol, José vivia a expectativa de ver a equipe disputar a Copa do Brasil depois de dois anos.


"Dos meus 39 anos, vivi todos colados no meu pai. Para onde ele ia, tudo a gente ia fazer juntos. Éramos unha e carne. Falo sobre ele naturalmente, porque a ficha ainda não caiu. Acho que ele ainda está no hospital, internado e que ele vai aparecer em casa", contou o filho dele, Junior Barros.


A última lembrança ao lado do pai, ficou eternizada numa foto marcante, mas dolorida para Júnior. Na imagem, registrada antes do enterro, o filho aparece ao lado do caixão e vestindo uma camisa do Ypiranga com o nome de Barros às costas.


Junior Barros veste uma camisa do time do coração do pai, Ypiranga, na despedida. José Barros, presidente do Ypiranga Clube, morreu de Covid-19 em Macapá em janeiro deste ano — Foto: Arquivo pessoal


Com 200 mil óbitos e casos frequentes de aglomerações, quem perdeu parentes para a Covid-19 se choca com imagens de festas e desrespeito a regras, como uso de máscaras.


"É irresponsabilidade, atitude desumana. É egoísmo dessas pessoas que só estão pensando em si", diz Francisco Ducivaldo Azevedo. Em 17 de junho, ele perdeu a mãe, Dulçanira Azevedo, de 69 anos. "Entendo que as pessoas precisam desopilar na pandemia, mas o momento requer paciência e prudência", afirma ele.


Liduína Lessa, viúva do compositor Evaldo Gouveia, lamenta que algumas pessoas continuam fazendo aglomeração: 'Irresponsabilidade' — Foto: Arquivo pessoal


A cantora e viúva do compositor Evaldo Gouveia, Liduína Lessa, também percebe os flagrantes de aglomeração como um desrespeito às vidas tomadas pela doença. Seu marido, referência da música popular brasileira, morreu com a Covid-19, aos 91 anos, em 29 de maio, em Fortaleza.


“É muita irresponsabilidade. Acho muita falta de consciência do povo que se aglomera. É uma tristeza muito grande ver que meu esposo teve esse problema, porque muita gente pensa que é brincadeira, não se cuida."

Evaldo Gouveia se despediu deixando a mulher e dois filhos, Marcio e Marcelo. "O Brasil teve uma perda muito grande na cultura, até hoje a gente não se conforma, não", diz a viúva.


Fonte: G1

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Corpo de Genival Lacerda é enterrado em Campina Grande ao som de forró pé-de-serra

 O corpo do cantor e compositor Genival Lacerda, que morreu aos 89 anos em decorrência de complicações da Covid-19, foi enterrado nesta quinta-feira (7) no Cemitério Nossa Senhora do Carmo, conhecido como Cemitério do Monte Santo, em Campina Grande, cidade onde o músico nasceu. Foi recebido por um trio de forró pé-de-serra que tocava músicas do artista.


Caixão de Genival Lacerda chegou ao cemitério por volta de 19h15 — Foto: Marques de Souza/TV Paraíba


O corpo do artista saiu de Recife às 15h30 e chegou à Paraíba por volta das 18h45. Ele foi recepcionado por fãs que o aguardavam na entrada do município. Algumas das principais ruas da cidade foram tomadas pela comoção da despedida, que, para muitos, aconteceu durante o cortejo fúnebre.


A consternação era visível entre os pedestres, que à distância acompanhavam a passagem do cortejo. E era acompanhada pelas buzinadas de veículos. Fruto do luto que tomou conta da música paraibana e nordestina.


Genival Lacerda foi recebido com forró pé-de-serra — Foto: TV Paraíba/Divulgação


O percurso pela cidade foi rápido. Durou menos de meia hora. Passou pela Avenida Brasília, localizada na entrada de Campina Grande, e de lá seguiu para as estátuas de Jackson do Pandeiro e Luiz Gonzaga, no Açude Velho, cartão postal da cidade.


Depois foi ao Parque do Povo, local que centraliza os festejos juninos da cidade e que foi palco para inúmeras demonstrações de talento de Genival. Antes de ir ao cemitério, os veículos também passaram ao lado do Calçadão da Cardoso Vieira, no Centro de Campina Grande. Todos esses eram locais que o cantor gostava de ir quando visitava sua cidade natal.


A equipe do Corpo de Bombeiros seguiu com a homenagem até o cemitério, situado a pouco mais de três quilômetros da casa onde ele nasceu, onde atualmente fica a Feira Central do município.


Muitas pessoas aguardavam para dizer adeus ao cantor. Um corredor de artistas paraibanos se formou na entrada do local, estando entre eles nomes como Gitana Pimentel e Biliu de Campina. Eles receberam o artista com música e disseram que Genival seguirá sendo fonte de inspiração para a cultura nordestina.


Não houve velório devido aos protocolos de prevenção à Covid-19, mas o enterro atrasou um pouco porque os familiares esperavam a chegada de uma das filhas do artista. Quando o corpo do paraibano cruzou o portão do cemitério, apenas a família e a imprensa teve acesso. Ficou restrito a essas poucas pessoas o adeus derradeiro, mesmo que o caixão tenha permanecido lacrado durante todo o tempo.


O corpo de Genival foi sepultado às 20h30.



Corpo de Genival Lacerda deixou hospital no Recife e seguiu para Campina Grande, na Paraíba, onde foi sepultado — Foto: Pedro Alves/G1


Vítima da Covid-19

O cantor e compositor Genival Lacerda morreu aos 89 anos, no Recife, em decorrência de complicações da Covid-19. O músico foi hospitalizado no dia 30 de novembro de 2020, no Hospital Unimed I, na Ilha do Leite, na área central da capital pernambucana. Infectado pelo novo coronavírus, ele foi internado em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI).


No último dia 4 de janeiro, Genival Lacerda apresentou uma piora no quadro de saúde, segundo o boletim divulgado pela família. Já na quarta-feira (6), a família iniciou uma campanha de doação de sangue para o cantor.


Fonte: G1

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Vacina da Pfizer e da BioNTech mostra eficácia contra mutações do coronavírus, aponta estudo preliminar

A vacina contra a Covid-19 desenvolvida pelas farmacêuticas americana Pfizer e alemã BioNTech mostrou eficácia na prevenção às mutações do coronavírus altamente transmissíveis descobertas no Reino Unido e na África do Sul, segundo um estudo clínico conduzido pela Pfizer e pela University of Texas Medical Branch.


Profissional de saúde se prepara para aplicar a vacina da Pfizer e da BioNTech em Los Angeles, nos Estados Unidos, no dia 7 de janeiro de 2020 — Foto: Lucy Nicholson/Reuters


A pesquisa ainda não foi revisada por pares.


As mutações são apontadas como responsáveis pelo aumento da transmissão do coronavírus e acendem o alerta sobre o risco de tornar vacinas inúteis.


O estudo foi realizado com sangue colhido de pessoas que receberam a vacina. As conclusão são limitadas, porque não analisam o conjunto completo de mutações encontradas em qualquer uma das novas variantes do vírus que se espalham rapidamente.


O cientista da Pfizer Phil Dormitzer afirmou que o imunizante da empresa se mostrou eficaz contra a mutação N501Y e as outras 15 variantes testadas anteriormente.


"Testamos 16 mutações diferentes, e nenhuma delas teve um impacto significativo (sobre a eficácia da vacina). É uma boa notícia", disse. "Isso não significa que a 17ª não terá."


Dormitzer afirmou que outra variante encontrada na África do Sul - a E484K - também preocupa.


Os pesquisadores planejam realizar nas próximas semanas novos testes para ter conclusões mais detalhadas sobre a eficácia da vacina contra as mutações encontradas no Reino Unido e na África do Sul.


A comunidade científica ainda está reticente sobre a eficácia das vacinas em desenvolvimento contra as novas variantes do coronavírus, especialmente a sul-africana.


O professor de microbiologia celular da University of Reading Simon Clarke afirmou nesta semana que, embora as duas variantes tenham algumas características em comum, a encontrada na África do Sul "tem um número adicional de mutações", que incluem alterações mais extensas na proteína spike.


As vacinas da Pfizer/BioNTech e da Moderna usam tecnologia de RNA mensageiro e podem ser rapidamente ajustadas para lidar com as novas mutações do coronavírus. Os cientistas garantem que o processo pode ser realizado em seis semanas.


Fonte: G1

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