terça-feira, abril 26, 2022

Usinas solares de Serra do Mel no RN começam a produzir os primeiros megawatts de energia



A Voltalia, empresa produtora de energia renovável e prestadora de serviços, anunciou dias passados, que as usinas Solar Serra do Mel 1 (SSM 1) e Solar Serra do Mel 2 (SSM 2), na região Oeste do Rio Grande do Norte, começaram a produzir os primeiros megawatts. Juntas, elas somam 320 MW de capacidade instalada e geram energia suficiente para abastecer mais de 400 mil residências. As plantas fazem parte do Cluster Serra Branca, maior complexo eólico e solar da Voltalia no mundo, que possui capacidade total de 2,4 GW e conta com diversos parques eólicos em operação e centenas de megawatts em desenvolvimento.


Aproximadamente 540 mil painéis fotovoltaicos foram instalados no cluster, ocupando uma área de 578 hectares. A previsão é de que a operação atinja 100% da capacidade ainda no primeiro semestre de 2022. O projeto SSM 1&2 possui contratos privados de venda de energia de longo prazo firmados.  Serra Branca é um cluster híbrido e está localizado entre os municípios de Areia Branca e Serra do Mel, região conhecida por concentrar ótimas condições eólicas e solares no estado do Rio Grande do Norte O objetivo da Voltalia na região é maximizar a produção de energia com a sinergia das duas fontes, visando desenvolver projetos mais competitivos no mercado.


A energia limpa produzida pelo complexo solar é responsável pela redução da emissão de quase 126 mil toneladas de CO2 por ano. Assim, a Voltalia contribui com o papel fundamental que a energia renovável desempenha no combate às alterações climáticas e no melhor acesso à energia, aproveitando ao máximo e de forma sustentável os recursos do planeta.


Fonte: Fim da Linha

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Potiguar que fez transplante de pulmão e ECMO por complicações da Covid tem alta definitiva de hospital em SP: 'Presenciamos um milagre', diz médico

Foram 60 dias respirando com auxílio de pulmão artificial (ECMO) por causa de complicações da Covid, um transplante de pulmão, e mais de 8 meses internada em São Paulo. Após essa longa jornada, a potiguar Ana Raiane dos Santos, de 32 anos, recebeu alta definitiva do Hospital Albert Einstein, na capital paulista, e voltou para casa em São Vicente, no interior do RN, nesta segunda (25).


Ana Raiane com o marido e os filhos — Foto: Arquivo da família


"Deus está me abençoando com minha volta pra casa. Recebi minha alta definitiva. Estou muito bem graças a Deus, meu pulmãozinho está guardado, está sendo bem cuidado e agora eu vou ter a oportunidade de cuidar da minha família, dos meus filhos, da minha casa", disse Ana.


Para o cirurgião cardiovascular especialista em ECMO, Dr. Renato Max, que implantou o pulmão artificial em Raiane, a recuperação dela é um 'exemplo de resiliência e coragem'.


"Mesmo diante de todas as dificuldades, o medo de ir pra SP, ela foi, quis lutar contra essa doença, e venceu. A gente tem convicção de que presenciou um milagre. Um milagre conduzido pela fé da Raiane, pela fé da equipe, pela força de vontade dela e também da família".

Ele explicou que Ana Raiane só precisará ficar indo a São Paulo de 3 em 3 meses para exames mais complexos e avaliação da equipe transplantadora. Em Natal, ela terá acompanhamento médico especializado, e ficará fazendo exames de rotina, provavelmente no Hospital Onofre Lopes.


Relembre o caso

Ana Raiane foi diagnosticada com Covid em maio de 2021, quando estava grávida. Após o nascimento da filha na maternidade Januácio Cicco, em Natal, teve uma piora no quadro e precisou ser intubada. Quando a situação se agravou, foi necessário o tratamento com ECMO, em manejo liderado pelo cirurgião cardiovascular Renato Max e pelo intensivista Hugo Paiva. Os dois médicos também foram os responsáveis por conseguir a vaga para a continuidade do tratamento no Hospital Albert Einstein, em São Paulo.


Após ter a filha, Ana Raiane precisou ser intubada e tratada com ECMO — Foto: Arquivo da família


Após 60 dias com o suporte respiratório da ECMO, ela seguiu em agosto para a capital paulista com o marido, Carlos Henrique, que fez campanha nas redes sociais para conseguir custear o necessário para o tempo previsto de tratamento da esposa, que seria, a princípio, de um ano. A equipe médica de Natal se responsabilizou por custear o equivalente à hospedagem em São Paulo por sete meses. O restante necessário (para transporte e alimentação) que era exigido pelo serviço social do transplante pulmonar foi conseguido através das doações, rifas e outros meios que a família buscou.


Em São Paulo, a equipe que assumiu o caso, chefiada pelo cirurgião torácico Marcos Samano, chegou a retirar a ECMO da paciente, mas ela, assim como já havia acontecido em Natal, não suportou ficar sem o aparelho, e foi necessário reimplantar e aguardar pelo transplante.


No dia 31 de agosto, apareceu um doador compatível, e foi feita a cirurgia de imediato. Após alguns dias, a ECMO foi retirada, e ela se manteve com respirador mecânico, que foi removido da paciente após algumas semanas. Atualmente, Ana Raiane respira sem ajuda de nenhum equipamento ou oxigênio suplementar.


No final do ano, a equipe médica que acompanhava o caso liberou o retorno de Ana Raiane a São Vicente, no interior do Rio Grande do Norte, como um "presente de Natal", para que ela possa ver a filha mais uma vez. O último encontro com a bebê de sete meses havia acontecido no leito da UTI da Promater, em Natal, no dia 7 de agosto.


Em janeiro, Ana Raiane voltou para São Paulo e continuou em tratamento pós-transplante, com fisioterapia respiratória e motora, fonoaudiologia e avaliação da função pulmonar.


A potiguar é uma das oito pessoas no Brasil que fizeram transplante de pulmão em decorrência do agravamento da Covid-19. Desse grupo, quatro sobreviveram. "É, portanto, um dos poucos casos de sucesso no mundo de transplante pulmonar por síndrome de angústia respiratória ocasionada pelo vírus SARS-COV2", destacam os médicos.


Fonte: g1

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Hospital Pediátrico Maria Alice, em Natal, realiza primeira cirurgia de enxerto ósseo em paciente fissurado

O Hospital Pediátrico Maria Alice Fernandes, em parceria com o Centro de Reabilitação Infantil e Adulto (CRI/CRA), realizou sua primeira cirurgia de enxerto ósseo alveolar em criança portadora de fissura labiopalatina.


Hospital Pediátrico Maria Alice, em Natal, realiza primeira cirurgia de enxerto ósseo em paciente fissurado — Foto: Sesap/Cedida


O procedimento possibilita o crescimento e posicionamento correto dos dentes para que o paciente tenha uma dentição normal no futuro.


A criança que recebeu a cirurgia na última quarta-feira (20) tem 10 anos de idade e está em tratamento multidisciplinar CRI/CRA, por meio do Núcleo de Atendimento Interdisciplinar aos Fissurados (NAIF). O NAIF realiza o acolhimento do paciente desde recém-nascido até a fase adulta e de seus familiares, e cuida da parte ambulatorial do tratamento, por meio de uma equipe composta por fonoaudiólogo, geneticista, enfermeiro, otorrinolaringologista, psicólogo, assistente social, nutricionista, fisioterapeuta, psicopedagogo, ortodontista e as demais especialidades de reabilitação.


“O benefício dessa cirurgia é a reconstrução de um alvéolo dentário, com a finalidade de corrigir a fissura, para posteriormente o paciente conseguir reabilitar por meio de prótese ou implante dentário. Outro benefício desse procedimento é fechar a comunicação bucosinusal, causada pela fissura, o que pode acarretar quadros de sinusite”, explica Diogo Luiz, cirurgião dentista especialista em cirurgia bucomaxilofacial, que integra a equipe de profissionais do CRI/CRA.


Nem todo paciente fissurado requer a cirurgia de enxerto ósseo alveolar, necessária apenas quando a fissura atinge a arcada dentária e o palato. A idade mais indicada para o procedimento é por volta dos sete anos de idade. “O procedimento permite o benefício da arcada dentária completa, possibilitando a reabilitação tanto funcional, quanto estética do paciente, com o objetivo de melhorar sua qualidade de vida”, explica o cirurgião plástico Alexandre Dantas, da equipe do CRI/CRA.


Segundo o cirurgião Diogo Luiz, “a demanda no RN é extensa, temos recebido vários casos novos, tanto de recém-nascidos, que são a maioria, quanto de pacientes adultos, que desconheciam o serviço”.


Fissura labiopalatina

A fissura labiopalatina é mais comumente diagnosticada na região da face em recém-nascidos, caracterizando-se por uma abertura no lábio superior de um ou de dois lados e no céu da boca. Sua causa não está comprovada, mas estudos indicam que envolve uma combinação de fatores genéticos e ambientais associados (doenças, uso de medicamentos, dependência química, etc.).


Acolhimento dos pacientes

A recomendação é de que o recém-nascido com fissura labiopalatina já deixe a maternidade com atendimento agendado no NAIF, que realiza o acolhimento do paciente e seus familiares, proporcionando uma reabilitação multiprofissional.


A pessoa que possui um familiar com fissura labiopalatina, popularmente conhecido como lábio leporino, e que ainda não recebe cuidados médicos deve procurar a Atenção Básica de seu território, para que seja agendado um atendimento no NAIF. Além disso, a Atenção Básica dos municípios deve realizar a busca ativa de casos em seu território.


A fissura labiopalatal interfere no desenvolvimento psicológico, fisiológico e na adaptação social da maioria das pessoas com essa alteração congênita, na medida em que costuma envolver processos de estigmatização. Por isso, é tão importante que o paciente com fissura e seus familiares sejam acolhidos e recebam o tratamento e cuidados específicos.


Fonte: g1

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Brasil registra 164 novas mortes por Covid; média móvel é de 96 óbitos por dia

O Brasil registrou nesta terça (26) 164 mortes pela Covid-19 nas últimas 24 horas, totalizando 662.941 desde o início da pandemia. Com isso, a média móvel de mortes nos últimos 7 dias é de 96. Em comparação à média de 14 dias atrás, a variação foi de -27%, tendência de queda nos óbitos decorrentes da doença.


Brasil, 26 de abril

Total de mortes: 662.941

Registro de mortes em 24 horas: 164

Média de mortes nos últimos 7 dias: 96 (variação em 14 dias: -27%)

Total de casos conhecidos confirmados: 30.374.694

Registro de casos conhecidos confirmados em 24 horas: 21.102

Média de novos casos nos últimos 7 dias: 13.596 (variação em 14 dias: -33%)


Média móvel de mortes — Foto: Arte/g1


Amapá, Piauí, Rio Grande do Norte, Rondônia, Roraima, Sergipe e Tocantins não tiveram registro de morte em 24 horas.


O país também registrou 21.102 novos diagnósticos de Covid-19 em 24 horas, completando 30.374.694 casos conhecidos desde o início da pandemia. Com isso, a média móvel de casos nos últimos 7 dias foi de 13.596, variação de -33% em relação a duas semanas atrás.


Em seu pior momento, a média móvel superou a marca de 188 mil casos conhecidos diários, no dia 31 de janeiro deste ano.


Os números estão no novo levantamento do consórcio de veículos de imprensa sobre a situação da pandemia de coronavírus no Brasil, consolidados às 20h. O balanço é feito a partir de dados das secretarias estaduais de Saúde.


Fonte: g1

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Menina ianomâmi de 12 anos morre após ser estuprada por garimpeiros, afirma liderança

Uma menina ianomâmi, de 12 anos, morreu após ser estuprada por garimpeiros numa comunidade na região de Waikás, uma das mais atingidas pela invasão de mineradores ilegais na Terra Indígena Yanomami. A informação foi divulgada na noite de segunda-feira (25) pelo presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena Yanomami e Ye'kwana (Condisi-YY), Júnior Hekurari Yanomami, que também é uma das lideranças desse povo.


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Comunidade Aracaçá, na Terra Yanomami — Foto: Júnior Hekurari/Divulgação


Em um vídeo divulgado nas redes sociais (assista acima), Hekurari afirma que, além da morte da menina, uma outra criança ianomâmi, de cerca de 3 anos, desapareceu após cair no rio Uraricoera. O crime aconteceu na comunidade Aracaçá, segundo os relatos.


Ele planeja ir até a região nesta terça-feira (26) para buscar o corpo da vítima e encaminhá-lo para autópsia no Instituto Médico Legal (IML), em Boa Vista.


Ao g1, Junior Hekurari detalhou os relatos que recebeu:


"A adolescente estava sozinha na comunidade e os garimpeiros chegaram, atacaram e levaram ela para as barracas deles. A tia dela defendeu [a sobrinha]. Quando estava defendendo, os garimpeiros empurram ela em direção ao rio junto com a criança. Essa criança se soltou no meio do rio, acho que estava em um barco. Eles invadiram e levaram [a menina] para o barraco dos garimpeiros e a violentaram brutalmente, estupraram essa adolescente. Moradores de lá me disseram que ela morreu. Então, é muito triste, muito triste mesmo".

Hekurari disse ainda que há a suspeita que os garimpeiros estivessem armados. A comunidade Aracaçá está localizada no meio de acampamentos montados por garimpeiros na região. A violência sexual contra meninas e mulheres ianomâmi cometida por garimpeiros já havia sido denunciada semana passada pela Hutukara Associação Yanomami.


Segundo Hekurari, a Polícia Federal (PF) e o Exército foram informados do crime ainda na noite de segunda (25).



Além disso, na manhã desta terça-feira, Hekurari, por meio do Condisi-YY, enviou um ofício relatando a situação para o Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami e a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), ambos de responsabilidade do Ministério da Saúde, além de PF, Ministério Público Federal (MPF). No documento, a associação pede apuração do caso.


Em nota, o MPF informou que "busca junto às instituições competentes a apuração do caso e acredita que situações como essa são consequência cada vez mais frequente do garimpo ilegal em terras indígenas em Roraima". (Leia nota na íntegra abaixo).


O Ministério da Saúde informou que a Sesai é responsável pela assistência à saúde dos povos indígenas e que fatos e denúncias de ocorrência de crimes, que chegam ao conhecimento da Secretaria, são encaminhados diretamente aos órgãos competentes para investigação.


A Fundação Nacional do Índio (Funai) disse que acompanha o caso por meio da unidade descentralizada na região, em articulação com as forças de segurança, e está à disposição para colaborar com os trabalhos de proteção à comunidade (leia a íntegra no fim da reportagem).


A reportagem também procurou a PF e aguarda resposta.


O acesso à região de Waikás demora cerca de 1h15 de voo saindo de Boa Vista. Para chegar até a comunidade Aracaçá, onde a menina foi estuprada e morta, são mais 30 minutos de helicóptero ou 5 horas de barco pelo rio Uraricoera. A população da região é 198 indígenas, segundo o Condisi-YY.


Corrutela nas margens do rio Uraricoera próximo de Waikás, na Terra Yanomami — Foto: © Bruno Kelly/HAY


Região de Waikás

A região de Waikás, onde fica a comunidade Aracaçá, foi a que teve o maior avanço de exploração de garimpeiros, de acordo com o relatório "Yanomami sob ataque", divulgado pela Hutukara Associação Yanomami (HAY). Lá, a devastação foi 296,18 hectares -- 25% em um ano.


"Quase a metade da área degradada está concentrada em Waikás", cita o relatório.


A região ficou à frente de Homoxi (253,31), Kayanau (178,64) e Xitei (124,84). Com exceção das regiões Surucucus, Missão Catrimani e Uraricoera, todas as áreas tiveram um crescimento de 2020 até o fim de 2021.


Terra Yanomami: números mostram maior devastação causada pelo garimpo em 30 anos

Quase metade das áreas afetadas por garimpos estão concentradas na região Waikás, no rio Uraricoera, seguidas de Kayanau, localizada na confluência dos rios Couto Magalhães e Mucajaí, com mais de 20% e Homoxi, na fronteira do Brasil com a Venezuela, com 12%.


Terra Yanomami

Maior reserva indígena do Brasil, a Terra Yanomami tem quase 10 milhões de hectares entre os estados de Roraima e Amazonas, e parte da Venezuela. Cerca de 30 mil indígenas vivem na região em mais de 360 comunidades.


A área é alvo do garimpo ilegal de ouro desde a década de 1980. Mas, nos últimos anos, essa busca pelo minério se intensificou, causando além de conflitos armados, a degradação da floresta e ameaça a saúde dos indígenas.


A invasão garimpeira causa a contaminação dos rios e degradação da floresta, o que reflete na saúde dos ianomâmi, principalmente crianças, que enfrentam a desnutrição por conta do escasseamento dos alimentos.


Nota do MPF sobre a denúncia do estupro e morte

O MPF busca junto às instituições competentes a apuração do caso e acredita que situações como essa são consequência cada vez mais frequente do garimpo ilegal em terras indígenas em Roraima. Como forma de evitar novas tragédias como as que vem ocorrendo, o MPF já acionou a Justiça e se reúne rotineiramente com instituições envolvidas na proteção do território indígena para que se concretizem medidas de combate sistêmico ao garimpo. Entre essas medidas, estão a retomada de operações de fiscalização, construção de bases de proteção etnoambiental e mudanças nos procedimentos adotados por órgãos fiscalizadores. Confira as medidas completas já solicitadas.


O que disse a Funai

A Fundação Nacional do Índio (Funai) acompanha o caso por meio da sua unidade descentralizada na região, em articulação com as forças de segurança, e está à disposição para colaborar com os trabalhos de proteção à comunidade.


 A Funai realiza atividades permanentes na região por meio das suas Bases de Proteção Etnoambiental (Bapes) localizadas na Terra Indígena Yanomami. A área conta com as Bapes Serra da Estrutura, Walo Pali, Xexena e Ajarani. Todas essas unidades são responsáveis por ações contínuas de proteção, fiscalização e vigilância territorial, além de coibição de ilícitos, controle de acesso, acompanhamento de ações de saúde, entre outros.


 Por fim, a Funai esclarece que tem atuado continuamente em ações de fiscalização na região em articulação com os órgãos ambientais e de segurança pública. Mais de 1.200 ações de fiscalização em Terras Indígenas foram realizadas nos últimos anos. Essas ações são fundamentais para coibir ilícitos e proteger as comunidades indígenas.

Fonte: g1

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Consumidor pagará R$ 30 bi a fundo do setor elétrico, decide Aneel; alta na conta será de 3,3%



A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou nesta terça-feira (26) o orçamento de 2022 da Conta de Desenvolvimento Energético. Pela decisão, a CDE terá R$ 32,096 bilhões, dos quais R$ 30,219 bilhões serão pagos pelos consumidores na conta de luz.


O valor a ser pago pelos consumidores representa alta de 54,3% na comparação com 2021, quando os clientes pagaram R$ 19,581 bilhões. Pelas estimativas da agência, o aumento médio na conta de luz será de 3,39%.


A Conta de Desenvolvimento Energético é um fundo usado para bancar ações e subsídios concedidos pelo governo no setor de energia. A CDE deve ser utilizada, por exemplo, para garantir a universalização do serviço de energia elétrica no país (leia detalhes mais abaixo).


O total previsto para a CDE aprovado nesta terça-feira representa aumento de 34,2% na comparação com 2021, quando o orçamento do fundo foi de R$ 23,917 bilhões. O orçamento de 2022 é também o maior valor desde 2003, quando a CDE foi implementada.


Dos R$ 32,096 bilhões previstos para a CDE em 2022:


R$ 30,219 bilhões (94%) vão ser pagos pelo consumidor em encargo incluído na conta de luz;

R$ 1,877 bilhão (6%) vão ser pagos por outras receitas, entre as quais multas e recursos de programas de pesquisa, desenvolvimento e eficiência energética.


O aumento no preço dos combustíveis e o cadastro automático da tarifa social de energia influenciaram o aumento deste ano.


O governo espera contar com aporte de R$ 5 bilhões da Eletrobras se a empresa for privatizada. O Tribunal de Contas da União (TCU) ainda analisa o processo.


Impacto tarifário

Segundo a Aneel, o chamado impacto tarifário médio, isto é, o aumento médio na conta de luz, estimado para os consumidores de energia elétrica será de 3,39% neste ano.


Pelas estimativas, o aumento médio será de :


4,65% para moradores das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste;

2,41% para os moradores das regiões Norte e Nordeste.

"Estamos falando de valores expressivos, e esses valores naturalmente vão se refletir nas tarifas" afirmou o diretor Hélvio Guerra, relator do processo.


Guerra lembrou que parte do orçamento do fundo é destinado para bancar ações meritórias, como a tarifa social de energia, que dá desconto na conta de luz de consumidores de baixa renda. Mas parte banca subsídios a combustíveis fósseis, o que precisa ser discutido pelo governo e Congresso, responsáveis pelas leis que criam essas políticas públicas.


Detalhamento do orçamento de 2022

Do total de R$ 32,1 bilhões para CDE em 2022, quase R$ 12 bilhões serão destinados à Conta de Consumo de Combustíveis (CCC), subsídio para a produção de energia termelétrica em regiões não interligadas ao sistema elétrico nacional, como o estado de Roraima.


Essa despesa foi afetada diretamente pela alta do preço dos combustíveis, já que as usinas termelétricas usam normalmente gás natural ou diesel para gerar energia. O conflito entre a Rússia e a Ucrânia agravou o problema.


A segunda maior despesa da CDE são os descontos tarifários na distribuição de energia, que vão chegar a R$ 9,3 bilhões em 2022.


A terceira maior despesa é a tarifa social de energia. Essa despesa saltou de R$ 3,7 bilhões em 2021 para R$ 5,4 bilhões em 2022, com o cadastro automático das famílias.


O que é a CDE?

A Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) é um fundo setorial criado para custear diversas políticas públicas do setor elétrico brasileiro, como:


universalização do serviço de energia elétrica em todo o território nacional;

concessão de descontos tarifários a diversos usuários do serviço (baixa renda; rural; irrigante; serviço público de água, esgoto e saneamento; geração e consumo de energia de fonte incentivadas, etc.);

descontos na tarifa em sistemas elétricos isolados, como Roraima e demais áreas não conectadas ao sistema elétrico nacional;

subsídios para produção de energia termelétrica nos sistemas isolados Conta de Consumo de Combustíveis (CCC);

subsídios ao carvão mineral nacional.


Fonte: g1

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'Melzinho do amor': polícia do DF apreende quase 500 sachês da substância proibida que 'equivale a 4 Viagras'

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) apreendeu, nesta terça-feira (26), quase 500 sachês do "melzinho do amor", estimulante sexual proibido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) desde maio de 2021. Duas pessoas, de 24 de 39 anos, foram presas em flagrante na Rodoviária Interestadual de Brasília.


Polícia Civil apreende quase 500 sachês de 'melzinho do amor' na Rodoviária Interestadual de Brasília — Foto: Divulgação/PCDF


Segundo a polícia, os vendedores dizem que o consumo de um sachê equivale a quatro comprimidos de Viagra. No entanto, uma análise feita pelo Laboratório de Toxicologia Analítica do Centro de Informação e Assistência Toxicológica da Unicamp (CIATox), em 2021, mostrou que o "melzinho do amor" pode causar efeitos colaterais graves, e até mesmo risco de morte.


Esta é a primeira apreensão do produto no DF. Segundo a Polícia Civil, a substância tem sido bastante usada por jovens na capital.


"Os efeitos adversos da substância são desconhecidos, razão pela qual sua comercialização é proibida", diz a Polícia Civil.

Com os suspeitos, foram encontradas 36 caixas de "melzinho do amor". Eles foram autuados por falsificação de medicamento e, caso sejam condenados, podem cumprir pena de 10 a 15 anos de reclusão.


Quais são os riscos do 'melzinho do amor'?

Os pesquisadores da Unicamp analisaram três amostras do "melzinho do amor". Segundo eles, apesar de as embalagens apontarem uma composição 100% natural, foi detectada a presença de dois fármacos de origem sintética utilizados para tratamento da disfunção erétil: Sildenafila e Tadalafila.


Segundo o coordenador do CIATox, José Luiz Costa, o uso dessas substâncias depende de avaliação médica, sobretudo para pessoas que sofrem de problemas de saúde, como cardiopatias e hipertensão descontrolada.


O “melzinho do amor” é vendido em formato de sachê. Na embalagem, a composição registra substâncias como: café, extrato de caviar, ginseng, maçã, gengibre, canela, mel da Malásia e Tongkat Ali (Eurycoma longifolia).


Produto é proibido no Brasil

Segundo a Anvisa, estão proibidas a comercialização, distribuição, fabricação, publicidade e uso do do produto. O órgão também afirmou que não sabe qual é a composição do "melzinho do amor".


Após a proibição, a Anvisa passou a elaborar um dossiê com a investigação sobre os componentes do produto para avaliar se o produto é regular e está de acordo com a legislação sanitária vigente. A agência não deu um prazo para a conclusão do trabalho.


Fonte: g1

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INSS muda análise e concessão de benefícios; entenda



Uma medida provisória publicada no dia 20 de abril traz mudanças na análise e concessão dos benefícios pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).


Uma das medidas inclui apenas análise documental, feita com base em atestados e laudos médicos, para concessão de auxílio por incapacidade temporária (auxílio-doença). Por outro lado, a concessão de auxílio-acidente passa a exigir revisão periódica mediante exame médico pericial.


Veja abaixo as mudanças trazidas pela medida provisória 1.113.


Auxílio-doença


Uma das medidas dispensa a emissão de parecer conclusivo da perícia médica federal para requerimentos de auxílio por incapacidade temporária (antigo auxílio-doença).


A concessão poderá ser simplificada, incluindo a análise documental, feita com base em atestados e laudos médicos apresentados pelos trabalhadores. Esse modelo foi utilizado em 2020 e 2021 por causa das restrições da pandemia. Mais detalhes serão definidos em novos normativos em breve, segundo o Ministério do Trabalho e Previdência.



Auxílio-acidente

Outra mudança foi a inclusão do auxílio-acidente (concedido de forma judicial ou administrativa) no rol de benefícios passíveis de revisão periódica mediante exame médico pericial.


Os segurados que recebem auxílio-acidente também estarão obrigados, sob pena de terem o benefício suspenso, a se submeter a exame médico a cargo da Previdência Social, processo de reabilitação profissional ou tratamento.


Desse modo, o auxílio-acidente passa a receber o mesmo tratamento já dado ao auxílio por incapacidade temporária (auxílio-doença) e à aposentadoria por incapacidade permanente (aposentadoria por invalidez).


O auxílio-acidente é devido ao segurado que sofre algum acidente ou adquire alguma doença que resultam em sequelas parciais e permanentes que diminuem a capacidade para o trabalho - nesse caso, o segurado pode retornar ao trabalho, ainda que com a capacidade reduzida.


Um acidente que deixa um motorista paraplégico ou um funcionário que adquire a Lesão por Esforços Repetitivos (LER), por exemplo, podem dar direito ao auxílio-acidente.


O segurado continua recebendo o salário normalmente com esse auxílio, pois o benefício tem natureza de indenização. O benefício é cessado em caso de morte ou aposentadoria do segurado e, com a nova regra, também poderá ser interrompido dependendo da análise da perícia e do resultado do processo de reabilitação profissional e do tratamento.


Recursos

A medida provisória também altera o fluxo dos recursos administrativos nos casos em que o segurado não concorda com a avaliação médico-pericial.


Assim, quando o pedido de recurso incluir matéria relacionada a avaliação médica, ele será analisado diretamente pela Subsecretaria da Perícia Médica Federal, ou seja, por autoridade superior à que realizou o exame pericial inicial.


Segundo o governo, a mudança deve otimizar a atuação do Conselho de Recursos da Previdência Social - órgão colegiado que julga os recursos administrativos dos segurados contra decisões do INSS.


Atualmente, esses recursos são encaminhados primeiramente ao conselho, que sempre solicita parecer à superintendência.


Ao encaminhar o recurso diretamente ao órgão técnico especializado na matéria, o governo considera que haverá mais agilidade no julgamento de recursos, já que serão reduzidos os processos analisados pelo conselho.


Em 2020, dos 992 mil recursos julgados pelo Conselho de Recursos da Previdência Social, aproximadamente metade se referia a auxílios por incapacidade temporária, segundo o governo.


Gratificação a médicos peritos

A MP também institui o pagamento de tarefas extraordinárias aos médicos peritos, dentro do Programa de Revisão de Benefícios por Incapacidade, para reduzir o represamento de processos que dependem do exame médico pericial em benefícios previdenciários e assistenciais.


O pagamento de tarefas extraordinárias será devido aos peritos que realizarem exames além da meta ordinária, em unidades de atendimento da Previdência Social com grande demanda por atendimentos médicos periciais, com prazo de agendamento superior ao limite legal.


Os servidores que fizerem análise de requerimento inicial e de revisão de benefícios com prazo legal para conclusão já expirado também receberão por tarefas extraordinárias.


Para cada perícia extraordinária serão pagos R$ 61,72 e, para cada processo analisado, o valor será de R$ 57,50.


De acordo com a Subsecretaria da Perícia Médica Federal, mais de 800 mil agendamentos de perícia médica poderão passar por esse atendimento extraordinário.


Tentativas de diminuir fila de requerimentos

No final de março, o INSS publicou novas regulamentações para conduzir o trabalho dos servidores na análise dos requerimentos de benefícios, recursos e revisões, na tentativa de diminuir a fila de espera de segurados por análise de seus pedidos e reconhecimento de seus direitos previdenciários.


Em janeiro, o tempo médio de concessão de benefícios foi de 94 dias – o maior desde abril de 2021, quando era de 102 dias. No Tocantins, no entanto, esse prazo chegou a 155 dias. Em Sergipe e no Pará, a 143.


Em janeiro, havia 1.763.859 de requerimentos de benefícios em análise. Em março, esse número caiu para 1,6 milhão.


Para reduzir o estoque, o INSS informa que está trabalhando em várias frentes:


Capacitação para os servidores

Ampliação e melhoria do parque tecnológico, com a aquisição de cerca de 18 mil novos computadores destinados aos servidores em teletrabalho e renovação dos computadores e redes das unidades do INSS

Aprimoramento dos sistemas de trabalho para automação dos processos

Reabertura das agências do INSS para atendimento presencial agendado

Reorganização da estrutura hierárquica e funcional

Investimento na segurança do acesso aos sistemas corporativos, visando proteger os servidores e evitar fraudes

Acordos de cooperação técnica com empresas, associações, sindicatos e prefeituras, para ampliar o acesso aos serviços previdenciários e acelerar a análise

Parcerias com outros órgãos governamentais e entidades para cruzamento de dados e compartilhamento de informações

Educação previdenciária aos cidadãos por meio da Escola da Previdência

Simplificação e organização da legislação previdenciária (nova Instrução Normativa)

Aprimoramento dos canais de atendimento à população, seja por meio remoto, como o telefone 135 e o Meu INSS (site e aplicativo), seja presencialmente, nas agências do INSS e no PrevBarco

Pedido de contratação de novos servidores - o INSS aguarda autorização do Ministério da Economia para fazer concurso com 7.575 vagas, sendo 6.004 para técnico do seguro social e 1.571 para analista do seguro social.

Nova gratificação financeira para incentivar o incremento na análise dos processos em estoque


Fonte; g1

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Daniel Silveira admite que deixou de usar tornozeleira eletrônica

O deputado Daniel Silveira (PTB-RJ) admitiu nesta terça-feira (26) que estava sem tornozeleira eletrônica. Questionado por jornalistas enquanto circulava pelos corredores do Congresso Nacional, o parlamentar disse que "nem era" para ele ter utilizado o equipamento.


Daniel Silveira recebeu a tornozeleira eletrônica no dia 31 de março, em Brasília, após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinar multa diária caso o deputado seguisse resistindo ao monitoramento.


Daniel Silveira coloca tornozeleira — Foto: Arte/g1


Na última quarta-feira (20), Daniel Silveira foi condenado a 8 anos e 9 meses de prisão em regime fechado por ataques antidemocráticos a ministros e ao Supremo. No dia seguinte, o presidente Jair Bolsonaro concedeu graça ao parlamentar – o que, na prática, vai impedir a execução da pena, mas não os efeitos secundários da condenação, como a inelegibilidade.


No entanto, o indulto individual concedido à Silveira não tem validade automática, por isso, o parlamentar ainda precisa utilizar a tornozeleira eletrônica. No entanto, segundo a Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal, o equipamento instalado no parlamentar está descarregado desde o último dia 17.


Em decisão publicada nesta terça-feira (26), o ministro Alexandre de Moraes disse que o Supremo tem de analisar se o perdão concedido por Bolsonaro é constitucional.


Além disso, Moraes deu 48 horas para a defesa de Silveira se manifestar sobre o indulto e sobre o descumprimento de medidas restritivas por parte do parlamentar. O ministro disse também que o indulto não livra Silveira da inelegibilidade.


Fonte: g1

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Câmara aprova volta do despacho gratuito de bagagem em voos

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A Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (26) a retomada de despacho gratuito de bagagem de até 23 quilos em voos nacionais e de até 30 quilos em voos internacionais.


O dispositivo foi incluído durante a votação de uma medida provisória que flexibiliza regras para o setor aéreo, conhecida como "MP do Voo Simples". A medida não constava no texto original enviado pelo Executivo.


Mesmo com orientação contrária do governo, os deputados decidiram aprovar um destaque do PCdoB que proíbe a cobrança desse tipo de taxa. Foram 273 votos a favor e 148 contrários. O texto ainda precisa passar pelo Senado.


Alguns partidos alinhados como o governo, como o Republicanos e o PSC, votaram a favor da proposta. Apenas PP, PL, União Brasil, Novo, Pros e PTB orientaram contrários. O PSD liberou a votação.


Em 2016, a Anac publicou uma resolução que dava ao passageiro o direito de levar na cabine uma bagagem de mão de até 10 quilos – mas autorizava as aéreas a cobrarem por bagagens despachadas.


A justificativa da agência, à época, era que a autorização para a cobrança do despacho de bagagem aumentaria a concorrência e poderia, por consequência, reduzir os preços das passagens. 


Atualmente, bagagens de 23 quilos em voos nacionais e 32 quilos nos voos internacionais são cobradas à parte, com um valor adicional ao da passagem. Cada empresa estabelece o critério de cobrança e as dimensões das malas.


O que diz o trecho

O trecho incluído pela Câmara na MP do Voo Simples altera o Código de Defesa do Consumidor para incluir no rol das práticas abusivas a cobrança por parte das companhias aéreas por até um volume de bagagem em voos nacionais com peso inferior a 23 quilos, e em voos internacionais, com peso inferior a 30 quilos.


Na justificativa para a medida, a deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC) disse que a cobrança do preço das bagagens surgia com a promessa de redução dos preços.


"Adotada a medida e passados mais de dois anos, não houve redução dos preços das passagens aéreas, e sim aumentos exorbitantes e queda na qualidade dos serviços prestados", argumentou.


Debate na Câmara

O deputado Wolney Queiroz (PDT-PE), líder da Oposição, disse que o argumento de que a cobrança das bagagens iria baratear os valores das passagens "era papo furado, conversa para boi dormir".


"O que ia acontecer de fato era que as passagens não iam diminuir. Pasmem, as passagens aumentaram e muito", disse.


O relator da matéria, General Peternelli (União-SP), foi contrário à gratuidade. Segundo ele, a retomada da gratuidade faz com que a companhia aérea tenha que considerar o custo da mala – além do custo do passageiro.


"Se nesse avião de 300 lugares já estão inclusas 300 bagagens de 23 quilos, a companhia aérea não vai poder levar outro tipo de bagagem e logicamente vai aumentar o preço. A companhia aérea não tem interesse em subir o preço indefinidamente, se não, não vai ter pessoas que comprem a passagem", disse Peternelli.


"Alguns estão dizendo que a passagem aumentou, realmente aumentou, nós tivemos pandemia, tivemos um aumento do petróleo do combustível de aviação, prosseguiu o relator.


Tentativa anterior

Em 2019, os parlamentares já haviam tentado retomar a gratuidade das bagagens em votação de outra medida provisória. Na ocasião, o texto previa a gratuidade para bagagem de até 23 quilos em aviões com capacidade acima de 31 lugares, nos voos domésticos.


Contudo, o dispositivo foi vetado por Bolsonaro e, em sessão do Congresso posterior, os parlamentares mantiveram o veto. 


O que diz a MP

A medida provisória aprovada flexibiliza regras para o setor aéreo e segue, agora, para o Senado.


A proposta estabelece, entre outros pontos:


o fim da competência da ANAC para outorga de serviços aéreos;

o fim da necessidade de revalidação dessas outorgas a cada cinco anos;

o fim de contratos de concessão das empresas aéreas;

o fim da obrigação de autorização prévia para construção de aeródromos.

Além disso, a MP simplifica a autorização para que uma empresa estrangeira obtenha a autorização para explorar o serviço de transporte aéreo, cabendo à Anac tratar do tema em uma regulamentação. O texto revoga uma série de exigências, hoje previstas em lei, para que uma empresa de transporte aéreo opere no país.


A MP também permite que os aeródromos privados na Amazônia Legal tenham um tratamento diferenciado, com a possibilidade de adequar suas operações por meio de regulamento específico emitido pela autoridade de aviação civil.


Hoje, apenas os aeródromos públicos têm direito a essa possibilidade que, segundo a lei, tem como objetivo “promover o fomento regional, a integração social, o atendimento de comunidades isoladas, o acesso à saúde e o apoio a operações de segurança”.


Em nota publicada na data da edição da MP, o governo justificou que as mudanças "atualizam e reduzem a burocracia de processos e procedimentos do setor aéreo" para dar maior "eficiência na prestação de serviços e o desenvolvimento da aviação civil".


Na avaliação de governistas, a desburocratização poderia diminuir os custos das passagens – a oposição discorda.


O relator da matéria, deputado General Peternelli (União-SP), argumenta que a medida simplifica e atualiza processos relativos ao setor aéreo e à atuação da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).


"Ela [a MP] facilita a operação de aeroportos. Ela estimula a construção de aeroportos na Amazônia, o que é necessário e fundamental. Ela permite que se possa alugar aeronave. Ela permite que táxis aéreos possam compor linhas aéreas. Ela simplifica. Daí o seu nome: voo simples."


Já a oposição foi contrária à proposta e tentou, sem sucesso, adiar a votação. Os deputados avaliam que o texto pode, inclusive, aumentar os valores das passagens aéreas, já que estabelece o regime de liberdade tarifária, sem a obrigatoriedade de que as concessionárias ou permissionárias comuniquem as tarifas à Anac – o que, hoje, é previsto na lei.


"Esse projeto de lei visa não tornar mais pública a regulamentação do transporte aéreo no Brasil. Sabemos o que significa maior liberalidade no que diz respeito, por exemplo, à possibilidade de estabelecimento de taxas, a autorregulamentação sem que o controle público possa garantir a qualidade do atendimento, a garantia de preços minimamente dignos. Isso pode colocar em risco inclusive a segurança aérea”, avaliou a líder do PSOL, Sâmia Bomfim (SP).


Serviço aéreo


A MP acaba com a distinção entre serviço público e privado no que se refere à prestação de serviços aéreos.


Ao enviar a matéria, o governo argumentou que o serviço prestado pelas aéreas não é de “titularidade exclusiva do Estado”, que requer uma outorga administrativa para exploração, mas uma atividade econômica de interesse público prestado por agentes privados.


Por isso, a MP altera dispositivos do Código Brasileiro de Aeronáutica e estabelece a criação da Anac para substituir, por exemplo, os termos “concessionários” ou “permissionários", por prestadores de serviços aéreos.


Aeroclubes


A MP propõe a revogação de um dispositivo do Código Brasileiro de Aeronáutica que exigia que aeroclubes, escolas ou cursos de aviação tivessem autorização prévia para funcionar.


Com isso, fica liberado o funcionamento sem que haja aval prévio da autoridade aeronáutica.


Indisciplina


A MP deixa a cargo da Anac a regulamentação do tratamento dispensado pelo prestador de serviços aéreos a passageiros “indiciplinados”.


Segundo o texto, as companhias poderão deixar de vender, por até 12 meses, bilhetes a passageiros que tenham praticado ato de indisciplina considerado gravíssimo. O que será considerado gravíssimo, no entanto, caberá à autoridade de aviação civil.


A proposta diz ainda que os dados de identificação de passageiro que tenha praticado ato gravíssimo de indisciplina poderão ser compartilhados pelo prestador de serviços aéreos com seus congêneres


Privatizações


A proposta também inclui a permissão para privatização de oito aeroportos no Amazonas.


Segundo o texto, o governo poderá promover licitações para a celebração de contratos de concessão patrocinada dos aeroportos de Barcelos, Carauari, Coari, Eirunepé, Lábrea, Maués, Parintins e São Gabriel da Cachoeira.


Fonte: g1

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Senado aprova MP que amplia acesso ao Prouni para alunos de escolas particulares sem bolsa

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O Senado aprovou nesta terça-feira (26) uma medida provisória (MP) que autoriza alunos que cursaram o ensino médio em colégios particulares, sem bolsa de estudos, a acessarem o Programa Universidade para Todos (Prouni).


Antes, apenas os estudantes de instituições privadas com bolsa integral teriam direito a participar do Prouni.


A MP já está em vigor desde dezembro, assim que foi publicada. Todavia, esta ampliação do público do programa só valerá a partir de julho. Para virar lei em definitivo, o texto precisa ser aprovado pelo Congresso até 16 de maio.


O Prouni é um programa do Ministério da Educação que oferece bolsas integrais e parciais em faculdades particulares. As instituições que participam do programa ficam isentas das seguintes tributações: imposto de renda, Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSSL), Contribuição Social para o Financiamento da Seguridade Social e Contribuição para o Programa de Integração Social.


Para ter direito aos descontos, que podem ser de 50% ou 100%, o estudante será pré-selecionado de acordo com as notas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). A etapa final é feita pela instituição privada, que pode realizar um processo seletivo próprio.


Pelo texto aprovado, os critérios de renda ficam mantidos para todos.


As duas modalidades de bolsas mantêm os critérios econômicos já previstos antes da MP. As regras também valem para os estudantes da rede privada sem bolsa:


bolsa integral: renda familiar mensal per capita de até 1,5 salário mínimo (R$ 1.818);

bolsa parcial (50% da mensalidade): renda familiar mensal per capita de 1,5 a 3 salários mínimos (de R$ 1.818 a R$ 3.636).


Mudanças

O Senado restaurou a regra, eliminada pela Câmara, que autorizava o Ministério da Educação a dispensar a apresentação de documentos que comprovem a renda familiar mensal do beneficiário e a condição de deficiente, caso essas informações estejam em bancos de dados do governo.


O trecho excluído pelos deputados foi recuperado pelo relator no Senado, Wellington Fagundes (PL-MT).


A proposta cria uma classificação que dará preferência de acesso ao programa a alguns grupos. Atualmente, a lei determina que a instituição privada reserve vagas às pessoas com deficiência.


O texto da Câmara estipulava que as vagas gerais do Prouni iriam primeiramente para os deficientes, se a universidade não tivesse reservado um número suficiente para atender a esse grupo.


O relator Wellington Fagundes retirou a previsão por achar que classificação do público geral não pode ser misturada com a de pessoas com deficiência.


"A redação atual pode dar a entender que, na hipótese de não ter sido garantida uma bolsa de estudos a pessoa com deficiência, todos os estudantes nessa situação teriam prioridade na sequência de classificação geral [...] [Com a mudança] busca-se evitar erro de interpretação na execução do programa que destine a totalidade de bolsas em determinado cenário de concorrência, a depender da demanda de estudantes com deficiência inscritos, em detrimento dos demais", justificou Fagundes.


Desta forma, a lista de prioridade de concessão de bolsas do programa terá a seguinte ordem:


professor da rede pública de ensino, para os cursos de licenciatura, normal superior e pedagogia, destinados à formação do magistério da educação básica- sem considerar a renda;

estudante que tenha cursado o ensino médio completo em escola da rede pública;

estudante que cursou o ensino médio parcialmente em escola da rede pública e parcialmente em instituição privada, com bolsa integral;

aluno que cursou o ensino médio parcialmente em escola da rede pública e parcialmente em instituição privada, com bolsa parcial ou sem nenhuma bolsa;

estudante que tenha cursado o ensino médio completo em instituição privada, na condição de bolsista integral;

estudante que tenha cursado o ensino médio completo em escola privada, com bolsa parcial ou sem nenhum auxílio.


Cotas

A MP também altera a disposição de cotas destinadas a negros, povos indígenas e pessoas com deficiência.


Atualmente, o cálculo considera, em conjunto, um índice só para portadores de deficiência e para autodeclarados indígenas e negros.


Pela nova redação, o cálculo para reserva de cotas em cada instituição de ensino deve seguir, isoladamente, o percentual de cidadãos autodeclarados indígenas, pardos ou pretos e de pessoas com deficiência, em cada unidade da federação, de acordo com o censo do IBGE.


Ou seja, as instituições devem calcular, separadamente, o percentual para autodeclarados pretos, pardos ou indígenas e de pessoas com deficiência, de acordo com o estado em que está instalada.


Fagundes acrescentou ainda a ressalva de que pelo menos uma bolsa de cada curso deverá ser concedida a negros, indígenas e deficientes, mesmo que algum dos grupos não corresponda a 1% da população do estado.


Fonte: g1

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