sábado, fevereiro 17, 2024

Lewandowski vai a Mossoró neste domingo para operação de captura de fugitivos de presídio federal

Buraco na parede da cela de onde saíram fugitivos do presídio de segurança máxima de Mossoró — Foto: Divulgação

O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, embarcará neste domingo (18) para Mossoró (Rio Grande do Norte) a fim de acompanhar as investigações da fuga de dois detentos da penitenciária federal de segurança máxima do estado. A informação foi divulgada pela pasta neste sábado (17).


A fuga aconteceu na última quarta (14) e foi a primeira registrada desde a fundação do sistema penitenciário federal, em 2006. As buscas por Deibson Cabral Nascimento e Rogério da Silva Mendonça — ligados à facção criminosa Comando Vermelho — entraram no quarto dia neste sábado.


Mais de 300 agentes de segurança de forças estaduais e federais têm atuado na operação, que se concentram em um perímetro de 15 quilômetros em torno do presídio.


Segundo o Ministério da Justiça, na viagem, Lewandowski deverá se reunir com responsáveis pelas equipes da operação.


O ministro da Justiça será acompanhado do diretor-geral em exercício da Polícia Federal, Gustavo Souza. O secretário nacional de Políticas Penais, André Garcia, também deverá acompanhar as agendas.


Na última quinta (15), em entrevista à imprensa, o ministro afirmou que a recaptura dos criminosos era uma prioridade da pasta. Ricardo Lewandowski classificou a fuga como um "episódio fortuito" e disse que o ministério trabalharia para apurar eventual falha administrativa ou omissão.


Segundo Lewandowski, uma série de medidas foram tomadas desde a fuga na Penitenciária Federal de Mossoró. Além da troca da direção do presídio, estão nesta lista:


Revisão de todos os equipamentos e protocolos de segurança nas cinco penitenciárias federais

Acionamento da Polícia Rodoviária Federal (PRF) para monitoramento das rodovias em busca dos fugitivos

Determinação para que a Polícia Federal inclua os nomes dos fugitivos no Sistema de Difusão Laranja da Interpol. Também ordenou a inclusão dos nomes no Sistema de Proteção de Fronteiras. O objetivo é que as buscas possam ser feitas também pela comunidade policial internacional

Atuação das Forças Integradas de Combate ao Crime Organizado, que unem as polícias federais e estaduais nas ações de repressão da criminalidade organizada, para colaborar com a busca pelos presos

Abertura de investigações por parte da Polícia Federal. Envio de uma equipe de peritos da corporação ao local, para apurar responsabilidades e atuar na recaptura dos dois fugitivos

Ida do secretário André Garcia a Mossoró. Ele estará acompanhado de uma equipe de seis servidores. O objetivo é investigar no local as causas da fuga e avaliar quais ações administrativas podem ser tomadas

"Os presídios federais são absolutamente seguros. Todos podem continuar confiando nesse sistema", declarou.


Buscas

Os dois presos fugiram da Penitenciária Federal de Mossoró na última quarta (14). Eles foram foram identificados como Rogério da Silva Mendonça, de 35 anos, e Deibson Cabral Nascimento, 33 anos, também conhecido como "Tatu" ou "Deisinho".


Eles são do Acre e estavam na penitenciária de Mossoró desde 27 de setembro de 2023. Os dois homens têm ligações com o Comando Vermelho, facção de Fernandinho Beira-Mar — preso na mesma unidade — e foram transferidos para o presídio federal de Mossoró após se envolverem em uma rebelião no presídio de segurança máxima Antônio Amaro, em Rio Branco.


Os nomes dos fugitivos passaram a constar na lista vermelha da Interpol na última sexta (16). A lista é utilizada para cooperação entre as polícias de diferentes países quando criminosos perigosos conseguem fugir das nações onde são procurados.


Segundo a investigação, os fugitivos de Mossoró invadiram uma casa na zona rural na noite de sexta-feira (16), fizeram uma família refém e roubaram dois celulares. A casa fica a cerca de 3 quilômetros da Penitenciária Federal de Mossoró, na comunidade de Riacho Grande.


Antes, na quarta, a polícia registrou a invasão de outra casa na zona rural de Mossoró, a cerca de 7 km da penitenciária. Objetos pessoais como camiseta e uma colcha de cama foram furtados.


A polícia foi acionada e fez buscas na área. A Polícia Federal recolheu material biológico. As amostras encontradas serão confrontadas com informações genéticas dos fugitivos.


Buraco usado para fuga

Uma imagem do presídio federal de segurança máxima de Mossoró mostra um buraco na parede da cela de um dos dois presos que fugiram da unidade na madrugada da quarta-feira (14).


Pistas

Na quarta-feira (14) - mesmo dia da fuga - uma casa foi invadida na zona rural de Mossoró, a cerca de 7 km da penitenciária. Objetos pessoais como camiseta e uma colcha de cama foram furtados.


A polícia foi acionada e fez buscas na área. Na quinta-feira objetos foram encontrados em uma área de mata. Um dos moradores da região confirmou aos investigadores que, entre os itens, estava uma colcha de cama furtada de sua casa.



A Polícia Federal recolheu material biológico desta casa. As amostras encontradas serão confrontadas com informações genéticas dos fugitivos.


Já na sexta-feira (16), com a ajuda de cães farejadores, uma camiseta de uniforme de presidiário foi encontrada na mata.


Camiseta de uniforme de presidiário encontrada durante as buscas pelos fugitivos do presídio de segurança máxima de Mossoró — Foto: Divulgação

Fonte: g1

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'Eles tinham barras de ferro na cela. Foram entregues a eles', diz corregedor do presídio de Mossoró

Nomes de fugitivos da Penitenciária Federal de Mossoró já aparece na lista da Interpol — Foto: Reprodução

As barras de ferro usadas pelos presos que fugiram da Penitenciária Federal de Mossoró para "rasgar" parte da parede por onde eles passaram foram entregues a eles nas celas. A afirmação é do corregedor da penitenciária, juiz Walter Nunes, em entrevista ao g1.


A fuga aconteceu na última Quarta-Feira de Cinzas (14) e é a primeira registrada na história do sistema penitenciário federal desde sua criação, em 2006.


"É preciso explicar como eles tinham, cada um deles, uma barra de ferro. Eles estavam em celas individuais, das quais não saiam sequer para o banho de sol. Então, as varas de ferro foram entregues a eles. Quem entregou? Não sei. As investigações precisam revelar", disse.

Nunes afirmou ainda que sem essas barras de ferro a fuga não teria acontecido. "Não é obra, não é nada. Poderia não ter obra, poderia ter as câmeras de maior tecnologia, mas teria esse fato da barra de ferro".


O corregedor explicou que, mesmo com tecnologia e projeto de arquitetura adequados, o elemento humano é indispensável e levantou uma série de questionamentos sobre falhas nos procedimentos de segurança da unidade.


Um dos apontamento de Nunes versa sobre como os presos fizeram o "rasgo" na parede por onde escaparam sem serem ouvidos. "Eles não fizeram aquilo em horas, eles não podem fazer barulho o dia todo e por mais que eles tenham botado um pano para abafar, ninguém ouviu nada?".


O corregedor explica que a entrega de refeições nas unidades prisionais federais é feita três vezes durante o dia por um policial penal através da portinhola da cela e que seria possível perceber a fissura na parede nestes momentos.


Além disso, o preso que está no Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) - caso dos dois fugitivos - toma banho de sol isolado em um solário individual. No momento do banho de sol, segundo o corregedor, deve ser feita uma inspeção na cela.


Ferramentas

A perícia da Polícia Federal aponta que os dois presos podem ter usado ferramentas do canteiro de obras para cortar o alambrado por onde escaparam.


"Pelo procedimento e pelo que foi dito pela direção, essas ferramentas não ficavam lá, mas neste dia estavam. Para além disso, no local, tinha um alicate apropriado para cortar essas cercas", disse o juiz corregedor.


Após a fuga, o diretor da Penitenciária Federal de Mossoró foi afastado e um interventor foi nomeado.


Os fugitivos são Rogério da Silva Mendonça e Deibson Cabral Nascimento, eles respondem por crimes como homicídio, roubo, latrocínio, tráfico de drogas e organização criminosa.


Ambos são ligados ao Comando Vermelho, facção de Fernandinho Beira-Mar, que também está preso na unidade federal de Mossoró.


Obras

Pelo menos três obras estão em andamento na penitenciária: a reforma da área do banho de sol, a reforma no alojamento dos policiais penais, e a reforma de uma área aberta na entrada do presídio, que está sendo fechada para climatização.


Apesar de confirmar que as obras estavam em andamento, Nunes, não especificou valores e nem a duração dos contratos das obras.


O corregedor explicou que o pátio do banho de sol era muito grande e que o número de presos por banho de sol é limitado. "A reforma é para dividir a área em duas para fazer banho de sol no mesmo momento", afirmou.


Já o alojamento dos policiais penais está passando por uma obra de ampliação e de melhorias para oferecer mais conforto aos agentes.


A terceira obra acontece em uma área aberta que fica na entrada do presídio. Por causa do calor, esse local será fechado para instalação de ar-condicionado.


"Nas nossas casas a gente não tem que fazer reparos? Imagina em um presídio que está funcionando desde 2009, vai ter obra sempre que precisar", disse o corregedor.


Fonte: g1

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Fugitivos de Mossoró invadiram casa, fizeram família refém, pediram para acessar redes e roubaram celulares

Os fugitivos da Penitenciária Federal de Mossoró invadiram uma casa na zona rural na noite desta sexta-feira (16), fizeram uma família refém e roubaram dois celulares. A casa fica a cerca de 3 quilômetros da Penitenciária Federal de Mossoró, na comunidade de Riacho Grande.


A fuga aconteceu na última quarta-feira e é a primeira registrada na história do sistema penitenciário federal, desde sua criação em 2006.


De acordo com o morador - um homem de 50 anos, os dois criminosos chegaram na casa por volta das 20h, simulando estarem armados. O cachorro começou a latir e o morador foi ver o que era, momento em que foi rendido pelos fugitivos.


Eles entraram na casa, jantaram, pediram para acessar redes sociais, e ficaram no local até meia-noite. Segundo a GloboNews, os dois teriam levado uma faca.


Casa foi invadida por fugitivos de Mossoró na noite de sexta (16) — Foto: Iara Nóbrega/Inter TV Cabugi

Na casa estavam o proprietário e a esposa dele, de 46 anos. Segundo o morador, logo na chegada eles se identificaram dizendo que eram os fugitivos da penitenciária. Eles foram embora levando dois celulares, ovos, água e laranja.


O morador acionou a polícia por volta das 3 horas. Ele contou que esperou um tempo para ir até a casa do irmão e de lá foram em busca de uma barreira policial para comunicar o fato.



Buscas


Casa invadida por fugitivos fica a 3 km da Penitenciária — Foto: Ayrton Freire/Inter TV Cabugi


As buscas pelos fugitivos da Penitenciária Federal de Mossoró - entraram no quarto dia neste sábado (17).


Mais de 300 agentes de segurança das forças estaduais e federais atuam nas buscas que se concentram em um perímetro de 15 quilômetros em torno do presídio.


Pistas

Na quarta-feira (14) - mesmo dia da fuga - uma casa foi invadida na zona rural de Mossoró, a cerca de 7 km da penitenciária. Objetos pessoais como camiseta e uma colcha de cama foram furtados.


A polícia foi acionada e fez buscas na área. Na quinta-feira objetos foram encontrados em uma área de mata. Um dos moradores da região confirmou aos investigadores que, entre os itens, estava uma colcha de cama furtada de sua casa.


A Polícia Federal recolheu material biológico desta casa. As amostras encontradas serão confrontadas com informações genéticas dos fugitivos.


Já na sexta-feira (16), com a ajuda de cães farejadores, uma camiseta de uniforme de presidiário foi encontrada na mata.


Camiseta de uniforme de presidiário encontrada durante as buscas pelos fugitivos do presídio de segurança máxima de Mossoró — Foto: Divulgação

Nomes de fugitivos da Penitenciária Federal de Mossoró já aparece na lista da Interpol — Foto: Reprodução


Nesta sexta-feira (16) os nomes e fotos de Rogério Mendonça e Deibson Nascimento - fugitivos do presídio de segurança máxima de Mossoró (RN) - passaram a constar na lista vermelha da Interpol. Logo após a fuga, o Brasil pediu a inclusão na lista da Interpol - normalmente utilizado para cooperação entre as polícias de diferentes países quando criminosos perigosos conseguem fugir das nações onde são procurados.


Buraco usado para fuga

Uma imagem do presídio federal de segurança máxima de Mossoró mostra um buraco na parede da cela de um dos dois presos que fugiram da unidade na madrugada da quarta-feira (14).


Buraco na parede da cela de onde saíram fugitivos do presídio de segurança máxima de Mossoró — Foto: Divulgação

Morte de adolescente, rebelião: quem são os fugitivos

Os dois presos são do Acre e estavam na Penitenciária de Mossoró desde 27 de setembro de 2023. Eles foram transferidos após participarem de uma rebelião no presídio de segurança máxima Antônio Amaro, em Rio Branco, que resultou na morte de cinco detentos - três deles decapitados.


Os dois homens são ligados ao Comando Vermelho, facção de Fernandinho Beira-Mar, que também está preso na unidade federal de Mossoró.


Rogério da Silva Mendonça é acusado de assaltos no Acre, Já preso foi acusado de mandar matar o adolescente Taylon Silva dos Santos, de 16 anos, em abril de 2021. Após o crime, Rogério foi transferido para o Presídio Antônio Amaro Alves, na capital, para o Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), onde ficou desde então, até ter sido transferido ao Rio Grande do Norte.


Rogério responde a mais de 50 processos. Ele é condenado a 74 anos de prisão, somadas as penas, de acordo com o Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen-AC).


Já Deibson Cabral Nascimento tem o nome ligado a mais de 30 processos e responde por crimes de organização criminosa, tráfico de drogas e roubo. Ele tem 81 anos de prisão em condenações.


Fonte: g1

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