sexta-feira, fevereiro 03, 2023

Em depoimento à PF, Anderson Torres diz que minuta do golpe é um documento 'descartável' e 'sem viabilidade jurídica'


Em um depoimento que começou na manhã desta quinta-feira (2) e foi até a noite, o ex-ministro da Justiça do governo Jair Bolsonaro e ex-secretário de Segurança do Distrito Federal, Anderson Torres, disse que a minuta do golpe é um documento "descartável" e "sem viabilidade jurídica".


A minuta foi encontrada durante uma operação de busca e apreensão feita pela PF na casa de Torres, investigado por suposta omissão na segurança do DF no dia 8 de janeiro, quando vândalos bolsonaristas atacaram as sedes dos três poderes da República.


"Que considera a minuta do decreto totalmente descartável; que se tratava de um documento sem viabilidade jurídica; que não foi o declarante que colocou a pasta com o decreto na estante e que acredita que possa ter sido sua funcionária ao arrumar a casa; que não é por ter sido encontrado na estante é que teria importância; que na verdade já era para ter sido descartado", registrou a ata do depoimento.


O ex-ministro de Bolsonaro também citou que o documento não tem "fundamento legal" e que não "tem ideia de quem" o elaborou:


"Deixa ressaltado que tecnicamente o documento é muito ruim, com erros de português, sem fundamento legal, divorciado da capacidade dos assistentes do Ministério da Justiça em produzir o documento; que não sabe e não tem ideia de quem elaborou esse documento".


Segurança para o dia 8 de janeiro

Torres afirmou ainda que em reunião preparatória para o dia 8 de janeiro, realizada dois dias antes, teve informações de que a manifestação de bolsonaristas, que já estava marcada, não teria ações radicais.


"Que indagado se recebeu informações ou informe de inteligência sobre as manifestações que ocorreriam no dia 8 de janeiro, respondeu que recebeu essas informações no dia 6, pela manhã. Que essas informações não indicavam ações radicais."


Ele afirmou ainda que, antes de assinar o protocolo para a segurança no dia 8, verificou que estava tudo adequado.


"Antes de assinar analisou integralmente o protocolo de ações integradas e verificou que dentro das atribuições da SSP constavam todas as diretrizes necessárias para que os órgãos de segurança pública realizassem seus deveres, com as informações que estavam disponibilizadas até então", prosseguiu o depoimento.



Diante disso, Torres informou que entendeu que poderia viajar para os Estados Unidos com a família. Ele não estava em Brasília no dia do ataques golpistas.


"Ao perceber que todo o protocolo estava adequado para a manifestação que poderia ocorrer, ao colocar o Governador em contato com o secretário executivo, entendeu que poderia prosseguir com sua viagem familiar anteriormente planejada", disse.


Torres foi para a mesma cidade onde Bolsonaro estava. Ele informou à PF que não combinou o destino com o ex-presidente e que eles não se encontraram lá.


"Que a viagem não teve relação nenhuma com Bolsonaro. Que não combinou com ele e que quando da emissão das passagens sequer tinha conhecimento que o presidente Bolsonaro iria para os Estados Unidos. Que um não sabia da viagem do outro e não se encontraram."


A viagem de Torres aos EUA foi alvo de críticas por parte do interventor federal na segurança pública do DF, Ricardo Cappelli.


Ele afirmou que as férias do ex-ministro de Bolsonaro estavam previstas para começar na segunda (9), segundo publicação no "Diário Oficial do DF" – um dia depois dos atos golpistas em Brasília.


A intervenção federal na Secretaria de Segurança Pública no DF terminou na terça-feira (31). A medida foi tomada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva depois da invasão de bolsonaristas radicais aos prédios do Congresso Nacional, Palácio do Planalto e Supremo Tribunal Federal (STF).



Celular desligado

Torres também falou que não sabe onde está seu celular. Ele disse que ,após a decretação de sua prisão, recebeu muitas ligações e desligou o aparelho. Agora, não sabe onde foi parar o telefone.


"Indagado a respeito da localização do seu aparelho celular informou que não o deixou nos Estados Unidos, mas o perdeu; que com a decretação de sua prisão no Brasil, passou a ser procurado por uma infinidade de pessoas, ocasião em que resolveu desligar o celular; que não sabe onde ele se encontra, mas pode fornecer a senha da nuvem; que apenas utiliza o telefone pessoal e todas as conversas estão nesse celular; que, se necessário for, se compromete voluntariamente a fornecer login e senha", completou.


Fonte: g1

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Em entrevista, Lula diz que cogita reeleição em caso de 'situação delicada' no país


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou em uma entrevista à "RedeTV!" nesta quinta-feira (2) que pode concorrer à reeleição em 2026 se houver "uma situação delicada" no país e se ele se sentir com a "saúde perfeita".


Apesar de abrir essa brecha, o presidente disse que precisa "aproveitar a vida" e que, neste momento, não pensa em ser candidato.


"Veja, se eu puder afirmar para você agora, eu falo: 'Não serei candidato em 2026'.Vou estar com 81 anos de idade, sabe. Preciso aproveitar um pouco a minha vida, porque eu tenho 50 anos de vida política. Isso é o que eu posso te dizer agora, sabe. Agora, se chegar em um momento, tiver uma situação delicada e eu estiver com a saúde, porque eu só posso ser candidato se eu estiver com a saúde perfeita, mas saúde perfeita com 81 de idade, energia de 40 e tesão de 30", disse Lula.


Durante a campanha eleitoral, o petista deu declarações descartando a possibilidade de reeleição.


À época, Lula reforçou em suas redes sociais que não buscaria um novo mandato em 2026. A quatro dias do 2º turno da disputa eleitoral de 2022, o então candidato à Presidência da República escreveu no Twitter:



"Eu se eleito serei um presidente de um mandato só. Os líderes se fazem trabalhando, no seu compromisso com a população".


Fonte: g1

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Ministério Público pede prisão de Sikêra Jr. e multa por crime de racismo

O Ministério Público Federal (MPF) pediu a prisão e pagamento de multa por crime de racismo do apresentador José Siqueira, conhecido como Sikêra Júnior. A informação foi confirmada por Splash.


O apresentador Sikêra Jr é denunciado por falas racistas e misógenas contra mulherImagem: Reprodução/RedeTV!


O MPF, de acordo com dados cedidos à reportagem, afirma que Sikêra Júnior extrapolou os limites da liberdade de expressão e violou o direito da mulher ao utilizar os termos como "vagabunda", "preguiçosa" e "venta de jumenta" ao se referir à vítima durante um programa de TV exibido em 2018.


Procurada, a equipe de Sikêra Júnior não deu retorno após contato da reportagem. O espaço segue aberto caso o apresentador se manifeste.


Entenda o caso

O apresentador utilizou termos racistas e misóginos contra uma jovem negra durante a apresentação do Cidade em Ação, da TV Arapuã, afiliada da RedeTV na Paraíba. O caso ocorreu em junho de 2018 e a denúncia foi protocolada na última segunda-feira (30).

Ele também avistou que a vítima não tinha unhas pintadas e disse que a "mulher que não pinta a unha é sebosa".

O órgão declarou que o apresentador cometeu crime de racismo "pois praticou discriminação e preconceito racial de gênero por intermédio dos meios de comunicação social ou publicação de qualquer natureza, cuja pena é de reclusão de dois a cinco anos e multa".

O crime de racismo, segundo a Constituição Federal, é inafiançável e imprescritível. A ação será julgada na 16ª Vara Federal da Paraíba que, por enquanto, não tem um acordo encaminhado com o apresentador.

Sikêra Júnior publicou nas redes sociais um print da informação do pedido de prisão, porém, não teceu comentários sobre a denúncia.

Fonte: Uol

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