quarta-feira, outubro 24, 2018

MP abre inquérito para investigar 'prova da cachaça' promovida pela Prefeitura de Rafael Fernandes, RN

O Ministério Público do Rio Grande do Norte abriu inquérito civil para apurar eventuais atos de improbidade administrativa cometidos pelo prefeito do município de Rafael Fernandes, na região Oeste potiguar, por causa de uma gincana cultural intitulada “Prova da Cachaça”, que acabou com participantes internados em coma alcoólico. Os secretários municipais de Esporte, Lazer e Cultura e o de Assistência Social também estão na ação.

Competição aconteceu durante comemorações pela emancipação de Rafael Fernandes, no Alto Oeste potiguar — Foto: Reprodução
Competição aconteceu durante comemorações pela emancipação de Rafael Fernandes, no Alto Oeste potiguar — Foto: Reprodução

A gincana foi promovida pela prefeitura no dia 18 deste mês em meio às comemorações pelos 55 anos de emancipação do município.

Segundo o MP, há a suspeita de que a prefeitura promoveu distribuição gratuita de bebidas alcoólicas em praça pública para menores de idade. Além disso, o inquérito também investiga a realização de uma corrida de motos com menores de 18 anos e adultos não habilitados.

Ao G1, o prefeito Bruno Anastácio confirmou que o evento foi promovido pelo Executivo municipal, e disse que iria apurar a responsabilidade pela realização das provas.

Evento foi divulgado nas contas oficiais da prefeitura nas redes sociais — Foto: Reprodução
Evento foi divulgado nas contas oficiais da prefeitura nas redes sociais — Foto: Reprodução

Portaria publicada
A portaria que instaura o inquérito civil foi publicada na edição desta quarta-feira (24) do Diário Oficial do Estado (DOE). No documento, a 1ª Promotoria de Justiça de Pau dos Ferros solicita ao diretor do Hospital Regional Dr. Cleodon Carlos de Andrade cópia dos prontuários de atendimentos dos pacientes que deram entrada no hospital no dia da gincana com suspeita de ingestão de grande quantidade de bebida alcoólica proveniente de evento realizado em Rafael Fernandes. O MP também pede que seja informado qual estado de saúde dos pacientes quando deram entrada no hospital e qual o procedimento adotado.


A Promotoria de Justiça ainda solicitou ao prefeito que informe se investiu recursos públicos na realização dos festejos alusivos à Semana Cultural e Artística de Rafael Fernandes (SECARF). Caso a resposta seja positiva, o prefeito deve informar o montante, se os recursos estão previstos na Lei Orçamentária Anual, identificar a fonte dos recursos (função, subfunção, programa, projeto/atividade/operações especiais), e esclarecer se as despesas estão vinculadas ao fomento da cultura.

Além disso, o prefeito também deve apresentar toda a documentação relativa às regras objetivas para o patrocínio do evento Semana Cultural e Artística, “informando qual a receita adquirida por meio de patrocínios para a realização do evento, juntando a documentação comprobatória”.

O prefeito será notificado para comparecer em audiência na Promotoria de Justiça para prestar esclarecimento sobre os fatos investigados. O mesmo vai acontecer com os secretários de Esporte, Lazer e Cultura e o de Assistência Social do Município.

Clique AQUI para ver a íntegra da portaria.

Fonte: G1
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Bandidos usam maçarico e arrombam caixa de banco na Zona Sul de Natal

Um terminal eletrônico da agência do Banco do Brasil da Avenida Prudente de Morais, na Zona Sul de Natal, foi arrombado na madrugada desta quarta-feira (24). Os criminosos usaram um maçarico para violar o caixa. Ninguém foi preso.

Candidos usaram um maçarico para violar o caixa — Foto: Marksuel Figueredo/ Inter TV Cabugi
Candidos usaram um maçarico para violar o caixa — Foto: Marksuel Figueredo/ Inter TV Cabugi

Segundo a Polícia Militar, o crime aconteceu por volta das 4h30. Contudo, ainda não se sabe o valor levado pelos criminosos.

Terminal do BB foi arrombado na Zona Sul de Natal — Foto: Marksuel Figueredo/Inter TV Cabugi
Terminal do BB foi arrombado na Zona Sul de Natal — Foto: Marksuel Figueredo/Inter TV Cabugi

Fonte: G1
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Senac abre vagas para cursos técnicos à distância no RN

O Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) abriu inscrições para cursos técnicos à distância nas áreas de comércio, design, gestão, meio ambiente, informática, segurança e turismo. As matrículas seguem até 20 de novembro e devem ser feitas Portal Senac EAD.

Inscrições seguem abertas até 20 de novembro — Foto: Jr Panela
Inscrições seguem abertas até 20 de novembro — Foto: Jr Panela

Na inscrição os estudantes devem escolher um polo presencial de apoio às atividades. Ao todo, o Senac conta cerca de 350 centros em todo o Brasil. No Rio Grande do Norte, são cinco, que podem ser conferidos no site (aqui).

Os cursos técnicos na modalidade à distância oferecem flexibilidade aos alunos e pode ocorrer em apresentações virtuais, videoaulas e encontros presenciais. Ao final das aulas, os alunos receberão diplomas de técnico de ensino médio.

Podem participar das capacitações, alunos com 16 anos completos, no período da matrícula, que estão no segundo ano do ensino médio. Além disso, os cursos são abertos a estudantes que já concluíram o nível médio e procuram aprender uma profissão.

Confira os cursos técnicos disponíveis do Senac EAD:

Transações Imobiliárias
Design de Interiores
Administração
Logística
Qualidade
Recursos Humanos
Informática
Programação de Jogos Digitais
Meio Ambiente
Segurança do Trabalho
Guia de Turismo

Fonte: G1
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Agricultor morre vitima de acidente de trânsito na BR 405

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O acidente do tipo colisão traseira aconteceu no final da tarde de ontem, 22 de outubro na BR 405, entre as cidades de Riacho de Santana e Rafael Fernandes, no Oeste do Rio Grande do Norte e teve como vitima fatal, o agricultor Valdenor Francisco André de 60 anos de idade que residia na Rua Bernardino Ferreira, no bairro São Gonçalo em Riacho de Santana.
Segundo informações, o agricultor retornava de motocicleta da cidade de Pau dos Ferros para sua cidade de origem, por volta das 05h da tarde e no momento que iria fazer uma ultrapassagem, foi colhido por trás por um carro com placas de Cajazeiras no estado da Paraíba, que trafegava no mesmo sentido.
Valdenor recebeu os primeiros socorros no local do acidente, foi socorrido para o hospital de Pau dos Ferros, mas não resistiu.

Fonte: O Cãmera
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70% dos alimentos vêm de fora do RN

Maior parte dos alimentos que chegam à mesa da população potiguar vem de fora do Rio Grande do Norte. Antes de serem consumidos, alimentos como tomate, carnes diversas e o alho, um dos principais ingredientes do tempero brasileiro, percorrem longas distâncias em rodovias. O  percurso está diretamente ligado ao valor do frete, componente que encarece os itens nas prateleiras de supermercados ou feiras livres.    De acordo com o presidente da Associação dos Supermercados do Rio Grande do Norte (Assurn/RN), Geraldo Paiva Júnior, 70% dos itens alimentícios do mercado vêm de fora do estado.

Resultado de imagem para 70% dos alimentos vêm de fora do RNRN importa grande parte dos alimentos consumidos porque a produção local não é suficiente. 5% vêm de fora do Brasil 

A estimativa de Geraldo Paiva é que 5% sejam fruto de importação. Os principais fornecedores do Brasil são a Argentina e Chile. O alho e pêra, por exemplo, são trazidos em maior parte do Chile. Os países da América do Sul são os principais responsáveis pelas importações, exceto em épocas de final de ano, quando são trazidos vinhos, frutas secas e nozes de outros continentes.

O que encarece mais os itens alimentícios é a logística de transporte para que os produtos cheguem até o Rio Grande do Norte, na avaliação do presidente da Assurn. “ O transporte é um dos fatores que mais pesam no preço, o transporte rodoviário é caro”, ponderou Geraldo Paiva. Maior parte dos produtos produzidos no RN não é suficiente para atender a demanda da população, explicou. 

Um dos exemplos é a cebola. Produzida na região da Baixa Verde e Mossoró, também é comprada no Vale do São Francisco, em Minas Gerais, Bahia , Pernambuco, Sergipe e Alagoas. É dessa região de onde também são trazidas maior parte das uvas consumidas no estado. 
Item essencial na dieta dos brasileiros, a banana consumida no estado é trazida, em maior parte, da região do Vale do Açu, no Oeste potiguar. A região também é conhecida pela exportação de melão. De janeiro a setembro deste ano, vendedores da Central de Abastecimento do Rio Grande do Norte 485 toneladas de banana dessa região. Veio do litoral Sul 1 tonelada de banana Pacovan, e 6 toneladas de banana doce. A Ceasa trouxe 98 toneladas de banana de Macaíba.

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Geraldo Paiva: "o transporte é um dos fatores que mais pesam no preço, o transporte é caro" 

Comerciante há 30 anos no Ceasa, Rosa Queiroz vende banana desde que colocou um ponto comercial no local. Há 15 anos, resolveu vender bananas apenas produzidas na terra. A justificativa: a qualidade do produto. “Por conta do preço, a mercadoria que vem de fora entra mais acessível aqui, mas em compensação a qualidade não é a mesma”, disse Rosa, justificando que o que encarece o produto da terra é o custo com irrigação e energia. 

Produto presente em boa parte das refeições do potiguar, o principal queijo comprado nos supermercados, a mussarela, vem do Pará, Goiás e Minas Gerais, de acordo com a Assurn/RN. Os queijos de manteiga e coalho, em compensação, são produzidos nas cidades do seridó do RN. O maior fornecedor de carnes é a JBS, segundo  Geraldo Paiva Júnior. “Maior parte é trazida do Mato Grosso e Goiás”, explicou. 

No ponto comercial de Antônio Ricardo Borges, na Ceasa, todas as 30 variedades de alimentos são trazidos de fora do Rio Grande do Norte. Um dos itens mais procurados, o morango vem prioritariamente do sul de Minas Gerais. Os produtos mais caros, no entanto, são a maçã verde e a pêra, que vêm do Chile e Argentina. A nível nacional, o produto mais caro é a tangerina. “A qualidade do morango depende de três itens fundamentais, que são a altitude, o solo e o clima”, explicou Borges, que vende produtos para grandes supermercados até donas de casa. 

Agricultura familiar 
No Rio Grande do Norte, a agricultura familiar concentra cerca de  91,3 mil agricultores, considerando apenas os assistidos pela Emater. Os principais arranjos produtivos são a horticultura, mandiocultura, cajucultura irrigada e de sequeiro, fruticultura irrigada, concentrada no polo Mossoró-Assu. O setor movimentou em concessão de crédito, pelo Banco do Nordeste, em 2016, R$ 136 milhões em financiamento. 
O diretor técnico da Ceasa, Hagaci Virgínio, avaliou que maior parte dos produtos vem de fora do RN. Produtos básicos como batata inglesa e cenoura vêm de São Paulo, Mato Grosso e Bahia. O tomate produzido no Rio Grande do Norte não é suficiente para atender a população, sendo necessário trazer de Pernambuco, Paraíba e Ceará. O feijão também vem de fora. “O frete fira em torno de R$ 3 reais o km, o que encarece os produtos”, disse Hagaci.

Principais produtos comprados no RN pela Ceasa por região

As principais regiões fornecedoras de alimentos para o RN atualmente são o Vale do Açu, Litoral Nordeste, Baixa Verde e Mossoró. Veja: 

Vale do Açu

Banana Pacovan  -  302.278 kg

Manga Leite -    179.000 kg

Melão Japonês -   333.600 kg

Mamão Formosa  -   629.600 kg

Litoral sul

Abacate -   620 kg

Melancia Redonda  -  58.150 kg

Batata Doce -   6.930 kg

Macaíba

Abóbora Leite  -  85.950 kg

Batata Doce -   1.313.230 kg

Mamão Formosa  -  246.348 kg

Natal

Banana Pacovan   - 19.000 kg

Abacaxi -  20.550 kg

Melancia Redonda  -  15.000 kg

Litoral Nordeste

Abacaxi -   890.545 kg

Abóbora Leite -   388.950 kg

Banana Pacovan  -  1.422.723 kg

Batata Doce - 1.250.788 kg

Manga Tommy - Atkins  -  900 kg

Agreste Potiguar

Abacaxi -   298.375 kg

Batata Doce -  427.600 kg

Borborema Potiguar

Maracujá  -   643.200 kg

Baixa Verde

Mamão Formosa  -  223.450 kg

Tomate Santa Adelia  -  301.850 kg

Melão Japonês -   140.900 kg

Mossoró

Melão Japonês-  2.073.900 kg

Cebola Pera Nacional  -  242.000 kg

Cebola Branca (Canaria)   -  275.000 kg

Serra de Santana

Maracujá  -  15.440 kg

Seridó Oriental

Tomate Santa Adelia  -  331.800 kg

Fonte: Tribuna do Norte
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Mortes por câncer triplicam no Rio Grande do Norte

Principal causa de morte em 10% dos municípios brasileiros, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o câncer ocasionou o triplo de mortes no Rio Grande do Norte, comparando os anos de 2000 e 2016. O número de mortes causadas pela doença no Estado saltou de 1.214, em 2000, para 3.280, em 2016, um aumento de 37% em 16 anos, maior, porém não tão distante, do aumento da média nacional, que foi de 31%. Os números, do Ministério da Saúde, retratam uma realidade já prevista pelos especialistas: até 2030, calcula-se que o câncer será a principal causa de óbitos entre os brasileiros, superando os problemas vasculares, que atualmente lideram a lista.

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Tratamento: “Tenho fé que vou me curar”, confia Maria Mendes

A tendência de aumento dos casos de câncer no país, no entanto, não é o único fator responsável pelos números do RN. No Estado, apenas cinco municípios realizam o exame de biópsia, fundamental para o diagnóstico da doença. Além disso, muitos ainda enfrentam dificuldades por depender do transporte fornecido pelas prefeituras para ir à capital ou a cidades mais próximas para realizar o tratamento da doença. De acordo com a médica oncologista Andrea Ferreira, a realidade dos moradores do interior, em especial, os mais pobres, ainda é um obstáculo para o tratamento e o diagnóstico precoce.

“É uma realidade que persevera ao longo dos anos. O que a gente pode perceber é que o cenário atual é um pouco melhor, mediante a própria consciência das pessoas. A informação vem chegando, e quando as pessoas se deparam com a possibilidade de estarem com uma doença mais grave, como o câncer, se juntam com familiares para buscar fazer exames particulares”, afirma a médica. 

A recusa vem, principalmente, em nível municipal. De acordo com ela, o tempo de espera para exames fundamentais no diagnóstico de alguns tipos de câncer, como a colonoscopia, podem demorar até um ano para serem liberados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). “Dependendo do lugar, ele sequer consegue fazer o exame. Já avisam logo a ele que não vai ser liberado pela Prefeitura”, completa. 

Quando Maria Mendes, de 71 anos, começou a sentir as primeiras dores na região do quadril, atribuiu à osteoporose, doença que já possuía. Foi ao médico e, após alguns exames, teve a dose da medicação para os ossos aumentada. As dores, no entanto, não pararam. “Foi aumentando cada vez mais, até que um dia eu fui fazer o preventivo e comecei a sangrar. Falei para a minha médica: isso não pode ser normal”, conta a idosa, natural de Assu, município da região  Central do Estado. A família se mobilizou para tentar conseguir um exame particular. Mesmo assim, somente quase um ano depois do início das dores, Maria teve o diagnóstico: câncer no colo de útero. 

Atualmente, fazendo tratamento na Liga Contra o Câncer, em Natal, Maria vive na Casa de Apoio Irmã Gabriela, criada para pacientes que, como ela, vivem no interior e não possuem família na capital onde possam ficar para fazer o tratamento. Para ela, ainda restam 33 sessões de radioterapia pela frente. “Tenho fé que vou me curar. Foi uma luta para que alguém pudesse me dizer o que eu tinha e começar o tratamento. Mas não sangro mais, a dor diminuiu”.

Se diagnosticado nos estágios iniciais, o câncer no colo do útero tem entre 80% e 90% de chances de cura. De acordo com os especialistas, o diagnóstico precoce aumenta consideravelmente as chances de cura de um paciente, além de poder proporcionar um tratamento menos invasivo. Na Liga Contra o Câncer, no entanto, que atende a cerca de 85% dos pacientes com a doença no Estado, menos da metade dos casos vindos do interior (45%) chegam ao tratamento em fase inicial. Na capital, o número é de pouco mais da metade dos casos (55%).

O aumento no número de óbitos por câncer no RN não tem um fator único responsável. Ao longo dos últimos anos, vem-se intensificando o acompanhamento tanto de pacientes em tratamento, como dos próprios diagnósticos. “O que acontecia, em especial no interior, é que as pessoas morriam e ninguém sequer sabia o porquê. Muitas vezes, não era dado sequer o diagnóstico, e isso fazia com que os números do passado fossem defasados”, afirma a oncologista.

Atualmente, explica ela, quando um de seus pacientes falta uma consulta ou dia de tratamento, a Liga, automaticamente, entra em contato para descobrir o porquê dele ter faltado. “Às vezes, o paciente pode ter inclusive falecido. É importante fazer esse acompanhamento, porque isso nos dá uma proximidade maior dos números com a realidade”, completa. 

Por trás dos números
A série “Por trás dos números” traz, nesta última semana do mês de outubro, o tema do câncer. A partir deste domingo (21), tem início a primeira das sete reportagens sobre o tema, apresentando os números da doença e as dificuldades de acesso ao tratamento no Rio Grande do Norte. Ao longo da semana, entrevistaremos pessoas que estão em tratamento ou que conseguiram superar uma das doenças mais mata no Brasil.

Fonte: Tribuna do Norte
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50 novos casos de câncer infantil no RN

Normalmente mais agressivos que o câncer em adultos, o câncer infantil possui, também, maiores chances de cura: de acordo com dados do Hospital Infantil Varela Santiago, principal centro de referência em oncologia pediátrica no Estado, a taxa de sobrevivência alcança os 76%. “Ele deve passar mais um ano em tratamento, porque vai fazer a radioterapia. Mas os avanços já foram muito grandes, e a gente percebe na própria disposição dele”, afirma Rafaela. 

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Rafaela Pereira acompanha tratamento de seu filho José Rodrigo, de 2 anos, no Varela Santiago. Ele me dá forças, diz a mãe 

Diferentemente dos cânceres que costumam atingir os adultos, o infantil é causado, principalmente, por fatores genéticos – porém não hereditários. “Ele é um câncer mais agressivo, e não é passível daquela prevenção que temos para o adulto em relação aos hábitos alimentares, hábitos de vida, consumo do álcool... A melhor forma de prevenção é o diagnóstico precoce”, afirma a oncologista pediátrica Luciana Corrêa.
Mundialmente, a maior parte dos casos de câncer infantil são de leucemia. "As leucemias são responsáveis por 25% dos tumores na infância", explica a médica. As leucemias são seguidas pelos tumores no sistema nervoso central, como os de José Rodrigo, que representam cerca de 20% dos tumores e, depois, os linfomas e os tumores abdominais e ósseos.

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Luciana Corrêa: melhor prevenção é o diagnóstico precoce 

A qualidade da assistência em saúde nos municípios é um fator determinante para o diagnóstico precoce. “O grande problema está na acessibilidade do paciente do serviço básico de saúde até o oncologista. É aí que está o calcanhar de aquiles que muitas vezes impede o diagnóstico precoce”, afirma Luciana Corrêa. As deficiências existentes na rede básica, em especial a falta de pediatras que possam atender os pacientes e encaminhá-los aos oncologistas nos primeiros sinais de suspeita de câncer, muitas vezes determinam a capacidade de dar um diagnóstico precoce e aumentar as chances de sucesso no tratamento. 
No Varela, a maior parte dos pacientes que estão em tratamento vêm da capital. Apesar de não haver estudos que comprovem uma relação direta entre a dificuldade de acesso ao sistema de saúde no interior e o número de pacientes encaminhados ao Hospital, o diretor do centro de oncologia pediátrica  do Varela Santiago, Wilson Cleto de Medeiros Filho, afirma que isso pode indicar que muitos sequer chegam a receber o diagnóstico. “O aumento do câncer infantil é de 1% ao ano, em valores reais. Aqui, não fazemos o diagnóstico de todas as crianças, mas na nossa concepção, muitas ainda ficam sem diagnóstico”, afirma.

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Wilson Cleto: muitas crianças ficam sem diagnóstico no RN 

“Talvez isso seja um reflexo da qualidade de assistência em saúde. Em Natal, é possível que a facilidade de acesso seja melhor do que no interior, onde sabemos que há uma série de dificuldades como a falta de médicos, por exemplo”, completa Wilson. 
Números
50 é a média de novos casos diagnosticados anualmente de câncer infantil no RN;

12, 5 mil é a estimativa de novos casos de câncer infantil para o Brasil em 2019;

2.750 desses casos devem acontecer no Nordeste;

80% são as chances de cura estimadas para os cânceres que acometem crianças e adolescentes, quando diagnosticados precocemente.

Quem
Essa é a terceira reportagem da série “Por trás dos números” que traz, nesta última semana do mês de outubro, o tema do câncer. No último domingo (21), teve início a primeira das sete reportagens sobre o tema, apresentando os números da doença e as dificuldades de acesso ao tratamento no Rio Grande do Norte. Ao longo da semana, entrevistaremos pessoas que estão em tratamento ou que conseguiram superar uma das doenças mais matam no Brasil.

Fonte: Tribuna do Norte
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