sábado, setembro 24, 2022

Putin troca general encarregado de logística e determina 10 anos de prisão para soldado que se recusar a lutar

A Rússia anunciou, neste sábado (24), a substituição de seu mais alto comandante militar para questões logísticas. Além disso, o presidente Vladimir Putin assinou uma lei que endurece a pena de soldados que se recusarem a combater (veja mais abaixo) . Os anúncios coincidem com um momento de dificuldades para Moscou em sua tentativa de invadir a Ucrânia.


Veículo militar russo em Luhansk, no leste da Ucrânia, passa diante de cartaz pedindo votos para a anexação da região. — Foto: AP


"O general Dmitri Bulgakov foi dispensado de suas funções como vice-ministro da Defesa", informou o Ministério da Defesa em um comunicado.

Bulgakov será substituído pelo coronel-general Mikhail Mizintsev, que dirigia o Centro de Controle da Defesa Nacional e, a partir de agora, assume como "responsável pelo fornecimento material e técnico das Forças Armadas".


Prisão para soldados

A nova lei assinada por Putin neste sábado diz que os soldados russos que se recusarem a lutar, desertar, desobedecer ou se render ao inimigo podem agora enfrentar uma prisão de até 10 anos, informou a agência de notícias AFP.

A lei já havia sido aprovada pelas casas do Parlamento durante a semana.


Na última quarta-feira (21), o presidente russo anunciou a convocação de cerca de 300 mil reservistas para lutarem nos fronts, em reação à blitz de forças da Ucrânia que recuperou importantes territórios no leste do país.


A decisão do Kremlin foi motivo de manifestações internas, que foram reprimidas com milhares de detenções. A procura por voos para o exterior também aumentou consideravelmente, assim como surgiu uma extensa fila de carros na fronteira entre a Rússia e a Geórgia. Segundo informações do jornal inglês "The Guardian", a espera para concluir a travessia podia durar até 20 horas.


Durante o discuso em que mobilizou suas tropas, Putin também acenou para a possibilidade de utilização dos armamentos nucleares russos.


Vladimir Putin, durante pronunciamento em que anunciou a convocação de 300 mil reservistas, em 21 de setembro de 2022. — Foto: Reuters


"Isto não é um blefe", declarou. "Vários representantes do alto escalão de países da Otan falam da possibilidade e admissibilidade de usar armas de destruição em massa contra a Rússia. Falam até de ameaça nuclear. Quero dizer a quem diz isso que nosso país possui uma variedade de armas de destruição, algumas mais modernas até que as dos países da Otan."


Manifestante russo é preso por protestos contra a invasão da Ucrânia — Foto: Denis Kaminev/Reuters


Quem é Mikhail Mizintsev?


General russo MIkhail Mizintsev durante evento em 2019 — Foto: CC BY 4.0/WikiCommons


Apelidado como açougueiro de Mariupol pela mídia ocidental, Mizintsev, de 60 anos, ocupou vários cargos de alto escalão no Estado-Maior durante sua carreira militar.


Ele é alvo de sanções ocidentais por seu papel no cerco de Mariupol, uma cidade portuária no sudeste da Ucrânia conquistada em maio pelas tropas russas.


Segundo o portal britânico "Independent", sua carreira foi alavancada por suas funções em operações na Síria. Ele teria sido um dos organizadores na "Batalha de Aleppo", um extenso combate que durou de 2012 até 2016 e deixou mais de 30 mil mortos, segundo dados do centro de documentações da Síria.


Região destruída da cidade de Kharkiv em 24 de setembro de 2022 — Foto: Yasuyoshi CHIBA / AFP


Fonte: g1

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Datafolha: 3 em cada 4 beneficiários do Auxílio Brasil usam o dinheiro para comprar comida

Dados da mais recente pesquisa Datafolha, divulgados neste sábado (24), apontam que três em cada quatro beneficiários do programa Auxílio Brasil do governo federal utilizam o dinheiro principalmente para comprar comida (76%).


Foto ilustrativa de frutas em feira livre — Foto: Marcelo Brandt/G1


Outros 11% responderam que o principal uso do benefício é para pagar dívidas; 6% para comprar remédios; 2% para comprar gás; e 5% deram outras respostas.


Dos entrevistados, 24% declararam receber diretamente ou morar com alguém que recebe o Auxílio Brasil (eram 23% na pesquisa anterior de 15 de setembro); já 7% disseram receber ou morar com alguém que recebe o Vale Gás do governo federal (eram 8%).


Quantidade de comida em casa

O Datafolha também perguntou aos entrevistados se eles consideram que a quantidade de comida em casa nos últimos meses foi suficiente para sua família. Um em cada quatro entrevistados responderam que a quantidade de alimentos é insuficiente (27%).


Os que afirmam que consideram suficiente foram 57%; e os que disseram que a comida é mais que que suficiente, 16%.


A parcela de eleitores que avaliam que a comida é insuficiente recuou em relação a julho, quando atingiu 33%.


A pesquisa ouviu 6.754 pessoas, entre 20 e 22 de setembro, em 343 municípios. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos, dentro do nível de confiança de 95%. O código da pesquisa na Justiça Eleitoral é: BR-04180/2022.


Fonte: g1

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Usuários recebem SMS de inteligência artificial do Governo do Paraná com apoio a Bolsonaro e ameaça ao STF

Usuários do Paraná Inteligência Artificial (PIÁ), ferramenta de comunicação do governo estadual, disseram ter recebido uma mensagem de texto com apoio ao presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL). As mensagens, recebidas no fim da noite de sexta-feira (23), também fazem ameaça ao Supremo Tribunal Federal (STF).


Usuários recebem SMS de inteligência artificial do Governo do Paraná com apoio a Bolsonaro e ameaça ao STF — Foto: Reprodução/Imagens cedidas


Por nota, o Governo do Paraná afirmou que "o fato aconteceu a partir de uma empresa terceirizada" Algar Telecom, e que a Companhia de Tecnologia da Informação e Comunicação do estado (Celepar) notificou a responsável.


Não foram dados detalhes sobre quantos usuários receberam as mensagens. O g1 tenta contato com a empresa.


Mais tarde, a Celepar também enviou uma nota afirmando que a companhia e o governo estadual foram vítimas do caso. Leia, abaixo, os posicionamentos na íntegra.


"Em nenhum momento a Celepar teve ciência, autorizou ou enviou qualquer tipo de mensagem", cita trecho.


Um morador de Ponta Grossa ouvido pelo g1 foi uma das pessoas que recebeu a mensagem. Ele contou que o conteúdo chegou até ele às 23h56 da última sexta-feira (23). O número que enviou a mensagem é o mesmo que dá informações sobre protocolos abertos no PIÁ.


A mensagem diz:


"Vai dar Bolsonaro no primeiro turno! Senao, vamos a rua para protestar! Vamos invadir o congresso e o STF! Presidente Bolsonaro conta com todos nos!!".


Usuários recebem SMS de inteligência artificial do Governo do Paraná com apoio a Bolsonaro e ameaça ao STF — Foto: Reprodução/Foto Autorizada


O homem, que é advogado de trânsito, disse ter feito uma denúncia para o Ministério Público Eleitoral (MPE) sobre o caso.


"Para mim é muito comum receber mensagens deste número, com serviços do Detran, confirmando protocolo de recursos, agendamentos por conta do trabalho. Até pelo horário, minha surpresa em receber uma mensagem atípica deste número, de cunho político ideológico. Não obstante, uma mensagem de teor agressivo, antidemocrático, incitando ódio às instituições", disse fonte ao g1.

Procurado, o Tribunal Superior Eleitoral disse também ter tomado ciência do caso e ter feito um encaminhamento para o MPE pela da parceria do Programa de Enfrentamento à Desinformação da Justiça Eleitoral.


A reportagem aguarda retorno do Ministério Público para comentar o caso.


Já a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) disse ter iniciado investigações para apurar os "responsáveis pelo disparo em massa de mensagens SMS irregulares".


Paraná Inteligência Artificial

Chamado de PIÁ, a plataforma de inteligência artificial do Governo do Paraná oferece serviços de órgãos estaduais aos moradores. Por ele, por exemplo, é possível consultar a pontuação na CNH, faturas de água e energia elétrica e agendar atendimento em diversos órgãos públicos.


Ele é desenvolvido pela Celepar, responsável por oferecer soluções tecnológicas dentro do governo estadual.


'Repúdio'

Sobre o caso, o governo estadual também disse que repudia "qualquer tentativa de uso político ou manifestação antidemocrática.


"O Governo do Estado do Paraná repudia qualquer tentativa de uso político ou manifestação antidemocrática e determinou à Celepar apuração célere junto a seus parceiros para responsabilização desse fato lamentável. O fato ocorreu a partir de uma empresa terceirizada e ela já foi notificada pela Celepar."


A Celepar afirmou, também, que fez boletins de ocorrência da situação. Veja a íntegra da nota:


"As mensagens de cunho político enviadas por SMS foram feitas a partir de uma empresa terceirizada, a Algar Telecom, sem qualquer iniciativa e envolvimento da Celepar e do Governo do Estado. Em nenhum momento a Celepar teve ciência, autorizou ou enviou qualquer tipo de mensagem.


O caso é grave e os responsáveis serão penalizados na forma da lei. Os órgãos policiais e eleitorais já foram acionados em todas as esferas e os boletins de ocorrência realizados para fins de investigação.


A Celepar notificou a empresa terceirizada para que preste os esclarecimentos de acordo com os parâmetros contratuais e repudia qualquer tentativa de uso político, eleitoreiro ou manifestação antidemocrática a partir de suas plataformas de serviços e trabalha ativamente para combater esse tipo de atitude.


A Celepar e o Governo do Estado foram vítimas desse crime."


Fonte: g1

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Mendonça libera reportagens do UOL sobre compra de imóveis em dinheiro vivo pela família Bolsonaro



O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) André Mendonça decidiu liberar as reportagens do portal UOL sobre a compra de 51 imóveis em dinheiro vivo pela família do presidente Jair Bolsonaro (PL).


Mais cedo, o portal acionou o STF contra a decisão do desembargador Demétrius Gomes Cavalcanti, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal. Ele tinha determinado a retirada das reportagens que tratavam das negociações.


A medida vale até que a reclamação do site seja julgada pelo Supremo. Na decisão, Mendonça apontou que a censura a qualquer pretexto não encontra amparo na Constituição.


"No Estado Democrático de Direito, deve ser assegurado aos brasileiros de todos os espectros político-ideológicos o amplo exercício da liberdade de expressão. Assim, o cerceamento a esse livre exercício, sob a modalidade de censura, a qualquer pretexto ou por melhores que sejam as intenções, máxime se tal restrição partir do Poder Judiciário, protetor último dos direito e garantias fundamentais, não encontra guarida na Carta Republicana de 1988", escreveu André Mendonça.


O ministro afirmou ainda que a Justiça assegura outros caminhos para discutir direitos individuais, sem a necessidade de supressão da liberdade de expressão e de imprensa.


Mendonça disse também que o STF tem reiteradas decisões que asseguram a plena liberdade de imprensa no país. Segundo o ministro, não há espaço no país para censura.


"No referido julgamento, reiterou-se a plena liberdade de imprensa como categoria jurídica proibitiva de qualquer tipo de censura, bem assim, a imposição, ao Poder Judiciário, do dever de dotar de efetividade os direitos fundamentais de imprensa e de informação."


Retirada de reportagens

O desembargador Demétrius Gomes Cavalcanti acolheu um pedido do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). Na decisão que ordenou a retirada das reportagens do UOL, o magistrado disse entender que os textos, escritos pelos jornalistas Juliana Dal Piva e Thiago Herdy, se basearam em uma investigação anulada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).


Em novembro de 2021, também após recurso de Flávio Bolsonaro, o STJ anulou todas as decisões de primeira instância nas investigações de supostas rachadinhas – confiscos de parte dos salários dos servidores – no gabinete do parlamentar. Alguns dos imóveis comprados pela família Bolsonaro e citados nas reportagens do UOL também eram citados nessa investigação que foi anulada.


Mais cedo, o UOL já havia informado que cumpriria a decisão, mas via censura no caso e recorreria na Justiça. 


O que dizem as reportagens?

As reportagens consideravam o patrimônio do presidente, dos três filhos mais velhos, da mãe, de cinco irmãos e duas ex-mulheres no Distrito Federal e nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo. Segundo o texto, são 107 imóveis, dos quais 51 foram comprados com dinheiro vivo. Em valores corrigidos pela inflação, o montante equivale hoje a quase R$ 26 milhões, de acordo com a reportagem.


A lista de imóveis inclui propriedades que foram citadas nas investigações sobre um suposto esquema de "rachadinhas" envolvendo o senador Flávio Bolsonaro, quando ele era deputado estadual no Rio de Janeiro, entre 2003 e 2018.


Um dia após a divulgação das reportagens, o presidente Jair Bolsonaro se irritou ao ser questionado sobre a compra de imóveis com dinheiro vivo. "Qual é o problema de comprar com dinheiro vivo algum imóvel? Não sei o que está escrito na matéria. Qual o problema? Investiga, meu Deus do céu, investiga", afirmou.


A reportagem do UOL, publicada em agosto, afirmava que consultou mais de mil páginas de documentos de cartórios de imóveis e registros de escritura, e que percorreu 12 cidades para checar endereços e a destinação dada às propriedades, além de consultar processos judiciais.


Segundo o texto, a aquisição de parte dos imóveis em dinheiro foi confirmada em declarações dos próprios integrantes da família Bolsonaro. De acordo com a reportagem, "as compras registradas nos cartórios com o modo de pagamento 'em moeda corrente nacional' totalizaram R$ 13,5 milhões. Em valores corrigidos pelo IPCA, este montante equivale, nos dias atuais, a R$ 25,6 milhões".


A reportagem do UOL também afirma que, do total de 107 imóveis que compõem o patrimônio dos familiares do presidente, ao menos 25 foram comprados em situações que suscitaram investigações do Ministério Público do Rio de Janeiro e do Distrito Federal.


Um dos imóveis adquiridos por uma das ex-mulheres de Bolsonaro foi uma mansão no Lago Sul, em Brasília, avaliada em R$ 3,2 milhões. Em agosto do ano passado, o UOL revelou que Ana Cristina Valle e o filho Jair Renan moravam lá. Na época, Ana Cristina disse que a casa era alugada. Este ano, ela incluiu o imóvel na declaração de bens à Justiça Eleitoral com valor menor: R$ 829 mil.


Reações

A decisão do desembargador do TJDFT gerou reações entre as entidades que representam o jornalismo. Em nota, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal (SJPDF) repudiou a medida.


"A censura imposta às matérias vai contra a liberdade de imprensa, que a própria Justiça deveria proteger, e ataca, mais uma vez, um dos mais importantes pilares da democracia", diz o comunicado.


A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) considerou "gravíssima" a decisão. De acordo com a entidade, o ato foi "um ataque a toda imprensa brasileira".


Para a associação, é "de interesse de toda a sociedade brasileira ter conhecimento sobre transações suspeitas envolvendo familiares do presidente – entre eles, três parlamentares". A Abraji afirmou ainda que, em um contexto eleitoral, "a liminar é ainda mais grave, pois impede o escrutínio público, cerceia o debate e impede o exercício livre da imprensa".


Fonte: g1

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Mendonça nega pedido de senador para investigar Bolsonaro por compra de imóveis



O ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou neste sábado (24) um pedido do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) para investigar o presidente Jair Bolsonaro e pessoas ligadas a ele pela compra de imóveis em dinheiro vivo.


“Não há elementos probatórios suficientes (justa causa) para autorizar a deflagração da persecução criminal”, diz o ministro na decisão.


O pedido foi feito com base em reportagem do portal UOL que considerava o patrimônio do presidente, dos três filhos mais velhos, da mãe, de cinco irmãos e duas ex-mulheres no Distrito Federal e nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo.


Segundo o texto, são 107 imóveis, dos quais 51 foram comprados com dinheiro vivo. Em valores corrigidos pela inflação, o montante equivale hoje a quase R$ 26 milhões, de acordo com a reportagem.


Mendonça afirmou que a representação de Randolfe, que também pedia bloqueio de contas e busca e apreensão, baseou-se apenas em matéria jornalística, “sem que tenham sido apresentados indícios ou meios de prova minimamente aceitáveis que corroborem as informações”.


“Especificamente em relação ao presidente da República, a reportagem não traz indicativo sequer de que tenha havido aquisição pessoal de imóvel, tampouco de que tenha havido alguma ilicitude por ele perpetrada, do que resulta absolutamente precária qualquer ilação no sentido de que os apontados imóveis sejam produto de crime”, afirmou.


Fonte: g1

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Verbas para a Saúde em 2023 encolhem e perdem transparência com emendas do orçamento secreto, dizem especialistas



O orçamento da Saúde deve ficar ainda mais escasso e desigual em 2023. Um cenário que, segundo especialistas, pode dificultar o atendimento de demandas represadas pela pandemia, como exames e cirurgias eletivas, e agravar problemas crônicos do sistema público, que sofre com longas filas, carência de profissionais e falta de leitos.


A proposta de orçamento do próximo ano, enviada pelo Ministério da Economia ao Congresso Nacional no fim de agosto, prevê R$ 149,9 bilhões para despesas nessa área estratégica. É o menor valor desde 2019 e apenas R$ 39 milhões acima do mínimo estabelecido por lei, que obriga, ao menos, que os montantes sejam corrigidos pela inflação do período anterior.


Além da perda de verbas, ainda há o temor pela perda de qualidade do gasto. Isso porque quase R$ 10 bilhões das chamadas emendas de relator, conhecidas como “orçamento secreto”, foram utilizados para compor o valor mínimo necessário em Saúde para 2023, o que, segundo analistas, prejudicará o planejamento das ações do setor (veja mais abaixo nesta reportagem).


Restrição de gastos

De acordo com levantamento da Associação Brasileira de Economia da Saúde (ABrES), uma sociedade civil sem fins lucrativos, a regra do teto, que impediu aumento real (acima da inflação) das despesas na área, retirou R$ 36,9 bilhões do SUS entre 2018 e 2022. E deve retirar outros R$ 22,7 bilhões em 2023.


Antes do teto, que começou a vigorar em 2017, o governo deveria aplicar 15% da receita corrente líquida em ações de Saúde. Por esse critério, seria uma despesa mínima de R$ 172,6 bilhões em 2023. Montante superior aos R$ 149,9 bilhões previstos na peça orçamentária do próximo ano.


Uso de emendas

De acordo com boletim conjunto das Consultorias de Orçamentos da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, para alcançar os R$ 149,9 bilhões em despesa com Saúde (mínimo exigido pela regra do teto de gastos), o governo considerou que R$ 9,7 bilhões de emendas impositivas (individuais e de bancada) e R$ 9,9 bilhões de emendas de relator-geral (orçamento secreto) serão alocadas nesta área.


As consultorias lembram que, de acordo com a Constituição, metade do montante das emendas individuais (R$ 5,9 bilhões) tem destinação assegurada a essa área. Quanto às emendas de bancada estadual, embora não haja normativo que vincule essa destinação, a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2023 autoriza que até metade da reserva prevista para essas emendas (R$ 3,8 bilhões) seja carimbada para a Saúde.



Já para o caso das emendas de relator, não há qualquer regra que obrigue a destinação para a Saúde. Essas emendas ficaram conhecidas como “orçamento secreto” devido à falta de transparência e equidade na distribuição dos recursos.


Dados da Associação Brasileira da Economia da Saúde (ABrES) mostram que, somente durante o governo Bolsonaro, o percentual de participação das emendas parlamentares no orçamento da Saúde quase triplicou.


E, enquanto as emendas parlamentares ganham espaço no orçamento da Saúde, programas fundamentais da pasta encolhem. Na comparação com 2022, o valor das emendas de relator cresceu 22% e o das impositivas, 13%.



Já as verbas para as seguintes ações do Ministério da Saúde tiveram queda:


↓ 61,2% estruturação da rede cegonha;

↓ 59% Farmácia Popular;

↓ 59% Saúde indígena;

↓ 56% Saúde e formação em Saúde;

↓ 46,4% controle do câncer;

↓ 36,8% Programa Nacional de Imunizações.

Os dados foram compilados pela ABrES e comparam orçamento 2022 com a proposta orçamentária de 2023 enviada pelo governo ao Congresso.


O que dizem analistas

Especialistas em orçamento e Saúde consultados pela GloboNews e pelo g1, avaliam que contar com as emendas parlamentares, em especial as de relator, para compor o mínimo de gastos com a Saúde fragiliza o planejamento da área, além de afetar a transparência e controle das despesas.


A procuradora do Ministério Público de Contas de São Paulo Élida Graziane afirma que recurso destinado via emendas “não é uma alocação que passa pelo crivo técnico da real prioridade do setor”.


"Isso quebra o planejamento que os prefeitos e os governadores fizeram. Porque o parlamentar, quando ele manda uma emenda que seja de relator ou mesmo a emenda impositiva, ele não se preocupa com o planejamento sanitário, ele não se preocupa com aquilo que é a real necessidade de cada estado, de cada município, com o levantamento de risco epidemiológico, as necessidades de saúde da população”, afirmou.



Gil Castello Branco, fundador da Associação Contas Abertas, avalia que há o risco de perda de qualidade na execução das despesas com Saúde.


"A aplicação do mínimo constitucional da Saúde precisa obedecer, pela Constituição, uma série de quesitos, como perfil epidemiológico, socioeconômico e populacional de estados e municípios. A destinação do RP 9 [código das emendas de relator] tem perfil político e eleitoreiro e dificilmente seguiria esses requisitos.”

Desigualdade na aplicação de recursos

Adriano Massuda, médico sanitarista e professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV Saúde), acrescenta que há o risco de aumentar a desigualdade no sistema de Saúde, que já sofre com distorções. Ele afirma que a falta de método na distribuição dos recursos faz que alguns locais tenham, por exemplo, equipamentos ociosos, enquanto outras regiões ficam desassistidas.


"Eu já vi acontecer casos em que em uma UPA você teve a situação de ter três aparelhos de raio-X destinados por emenda parlamentar, porque não se leva em conta o que há de presente naquela região, do ponto de vista de infraestrutura, de equipamentos", citou.


Ligia Bahia, médica e professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) demonstra a mesma preocupação. "A gente pode precisar de um equipamento de ressonância nuclear magnética num determinado hospital. Mas esse não é o hospital da preferência desse ou daquele parlamentar. Então vai ocorrer esse investimento, mas não necessariamente num lugar que deveria ser priorizado", lamenta.



"Esses recursos, que já são escassos, precisam ser alocados da melhor maneira possível. Nós não podemos admitir mais no país que a gente tenha desperdícios na Saúde. E esses recursos alocados por meio de emenda é a fórmula para ter desperdício, para ter corrupção, e são coisas que a gente tem que evitar", afirma Adriano Massuda.

Cenário fiscal

Já sobre a regra do teto de gastos, a procuradora de Contas Élida Graziane explica que a área de Saúde tem custos maiores do que a inflação oficial do país, medida pelo IPCA. Ela cita como fatores de pressão adicional equipamentos e medicamentos comprados em dólar, expansão da demanda pelo SUS e envelhecimento da população.


“E nada disso é levado em conta. Uma regra que aprimore o teto certamente deveria levar em conta essa perspectiva de que a área da Saúde tem demandas muito peculiares. Uma inflação própria”, defende Graziane.


José Roberto Afonso, professor do Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP) e especialista em contas públicas, vê a necessidade de se reconstruir as instituições fiscais brasileiras.


“Você coloca um teto de gastos na Constituição e se aprova sucessivas emendas constitucionais ignorando esse teto. Tem uma Lei de Responsabilidade Fiscal, que está em vigor, todos tecem louvores à lei, mas, na prática, a gente vê uma sucessão de desrespeitos ao princípio, à cultura de responsabilidade fiscal”, afirma.


Nesse cenário, Afonso defende a consolidação das regras em uma única lei, com o objetivo de “harmonizar e dar consistência e coerência” a essa legislação, e um amplo debate nacional sobre as prioridades do país. “Nós estamos com problemas de financiamento na Saúde, na educação, na segurança pública, na previdência, em várias áreas. Mas não temos um debate sobre onde estamos e para onde queremos ir e sobre as nossas prioridades, já que não é possível atender tudo ao mesmo tempo.”


Ele também destaca que cerca de 85% da despesa do governo brasileiro na área da Saúde é realizada por estados e municípios: “Então, essa discussão da saúde pública é, antes de tudo, uma discussão da federação brasileira.”


Procurados para comentar a reportagem, os Ministérios da Economia e da Saúde não se manifestaram.


Diante do progressivo aumento das despesas obrigatórias e da análise de que o teto de gastos tende a levar a uma "inviabilidade administrativa e política" nos próximos anos, tanto o governo do presidente Jair Bolsonaro quanto os candidatos mais bem posicionados nas pesquisas já se articulam para alterar as regras.


O candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, tem falado em acabar com o teto de gastos, enquanto a equipe econômica de Jair Bolsonaro (PL) realiza estudos para a troca do teto de gastos por metas para a dívida pública como principal âncora das contas públicas.



Ciro Gomes (PDT) defende a revogação do teto, e Simone Tebet (MDB) prega a permanência do teto de gastos "com uma nova roupagem". A emedebista propôs, inclusive, a criação de um estado de emergência, com gastos fora do teto, para zerar as filas do SUS.


Fonte: g1

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Jorge arrasta uma multidão em carreata na cidade de Apodi



A sexta-feira (23) do candidato a deputado estadual Jorge do Rosário (Avante) foi dedicada à cidade de Apodi, no Oeste do Rio Grande do Norte. Jorge comandou uma grande carreata que reuniu centenas de veículos e uma multidão de pessoas.


A movimentação começou no distrito de melancias e seguiu para Apodi. Acompanhado da candidata a deputada federal Saúde Paiva, Jorge percorreu as ruas da cidade e recebeu o apoio dos apodienses.


"Acredito que Jorge vai tirar a mesma quantidade de votos que Souza tirou aqui em Apodi", disse Arlindo Viera, que estava na carreata.


Arlindo se referia a expressiva votação que o Deputado Souza, que apoia Jorge do Rosário, obteve em Apodi.


“Eventos como o de hoje demonstram o apoio do povo ao nosso projeto, que é um projeto para todo o RN”, disse Jorge do Rosário.


Neste Sábado Jorge fará outros eventos de campanha na região da Costa Branca.

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TSE nega pedido do PDT sobre gastos de Bolsonaro com viagens de campanha

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O ministro Raul Araújo, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), negou o pedido do PDT para obrigar o presidente Jair Bolsonaro (PL) a divulgar gastos com viagens de campanha em aviões da Força Aérea Brasileira (FAB).


O uso das aeronaves militares e de veículos oficiais para eventos de campanha é prerrogativa do presidente. A lei exige, no entanto, que os gastos sejam reembolsados pelo partido ou coligação.


A decisão do TSE que diz que não há elementos mínimos para abrir uma apuração e que as campanhas já são obrigadas a prestar contas à Justiça Eleitoral. O ministro afirma que eventuais irregularidades "poderão ser confrontadas com os dados contábeis a serem divulgados no prazo regulamentar previamente definido".


"A obrigatoriedade do fornecimento de informações atinentes às movimentações financeiras dos partidos e dos candidatos por meio de relatórios financeiros e da prestação de contas parcial, bem como da divulgação de tais dados por este Tribunal Superior, em página do site oficial especialmente destinada para essa finalidade, mitiga, sobremaneira, o aventado perigo de dano", diz um trecho da decisão.


Fonte: Tribuna do Norte

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Juíza manda levantar sigilo do Imposto de Renda de Ciro Gomes



A Justiça de São Paulo determinou a quebra do sigilo das declarações de Imposto de Renda do candidato a presidente Ciro Gomes (PDT) nos últimos dois anos e o bloqueio de R$ 185 mil das contas do pedetista.


As decisões da juíza Mônica Di Stasi, da 3.ª Vara Cível de São Paulo, foram tomadas em uma ação por danos morais movida pelo senador José Serra (PSDB-SP). Ciro foi condenado a pagar indenização por dizer que “faltava escrúpulo e ética” ao tucano. A declaração foi dada em entrevista na campanha de 2002, quando os dois foram adversários na corrida ao Planalto.


A condenação é de 2004. Na ocasião, a juíza disse que as críticas de Ciro “foram além de um mero exercício de liberdade constitucional” e “afetaram negativamente a honra” de Serra.


“Num momento de amadurecimento da democracia brasileira, em que cada vez mais se espera dos candidatos o autêntico debate de idéias ou propostas para o bem comum (…), a conduta do réu é incompatível com o direito-dever de informar, mormente pelo cunho genérico e peremptório de que revestidas suas afirmações”, diz um trecho da sentença.


Fonte: Tribuna do Norte

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RN corre risco de perder mais R$ 8,6 milhões para a Saúde

A Caixa Econômica Federal confirmou, por intermédio de sua assessoria de imprensa, que a falta de documentações necessárias para análise e aprovação das operações, impediram o prosseguimento de contratos envolvendo recursos provenientes de emendas parlamentares, como é o caso de verbas direcionadas pelo senador Styvenson Valentim (Podemos) para melhorias no Hospital Walfredo Gurgel, em Natal, que chegam a R$ 8,672 milhões.


Recursos estavam assegurados ao Walfredo no orçamento, mas governo deixou de entregar documentação


“As documentações não foram entregues pelo tomador dos recursos, em sua completude, conforme exigências da legislação vigente, impedindo o prosseguimento dos contratos, os quais tiveram sua vigência encerrada em 30 de agosto de 2022”, informou a Caixa.


A Caixa esclareceu que “atua na condição de Mandatária da União (prestadora de serviço), contratada pelos Ministérios para operacionalizar transferências voluntárias por meio de Contratos de Repasse do Orçamento Geral da União (OGU) para estados, municípios e Distrito Federal, seguindo os regramentos estabelecidos pelo Ministério Gestor do Programa e a legislação aplicável (Decreto 6170/2007, Portaria Interministerial nº 424/2016)”.


Segundo a Caixa, as operações objeto de interesse foram assinadas em 30 dezembro de 2019, com cláusulas suspensivas, tendo como gestor o Ministério da Saúde.


A Caixa informou, ainda, que os contratos previam o prazo de 24 meses para atendimento às cláusulas suspensivas e apresentação da documentação necessária até o dia 30 de dezembro de 2021 e que, em decorrência da pandemia do coronavírus (Covid-19), a União editou a Portaria 134/2020 autorizando a prorrogação das referidas cláusulas suspensivas até o dia 27 de agosto de 2022.


No início da semana, o senador Styvenson Valentim, que concorre à eleição de governador do Estado ao lado de outros nove candidatos, lamentou a perda de recursos para a área da saúde, apresentando em rede social, na internet, os cinco contratos que tiveram vigência indeferida na Caixa. O contrato de maior valor referia-se ao repasse de R$ 4 milhões para ampliação do centro cirúrgico do HWG, unidade de referência no atendimento de politraumatismo do Rio Grande do Norte, além de outra emenda de R$ 1,50 milhão para reforma de centro cirúrgico.


“O Hospital Tarcísio Maia nunca viu uma reforma, passaram quase três anos com dinheiro guardado na conta do Estado e não foi feita nenhuma reforma, isso é desumano”, acusou Styvenson Valentim.


Styvenson Valentim lamenta que o Hospital Walfredo Gurgel tenha “perdido pelo pé” recursos para reformas do pronto-socorro, ala de queimados “e melhorar o ambiente do hospital”.


Governo

Em nota, nesta semana, a Secretaria de Estado da Saúde Pública disse que não houve perda de recursos direcionados por emenda parlamentar para reformas nos hospitais Monsenhor Walfredo Gurgel e Regional Tarcísio Maia. A nota foi divulgada após o senador Styvenson fazer as primeiras denúncias sobre a perda de recursos das emendas de bancada destinadas ao Walfredo Gurgel. O posicionamento foi antes da Caixa Econômica confirmar que o governo não entregou a documentação em tempo hábil para que os recursos fossem liberados, mas trata do mesmo assunto, uma vez que a questão foi abordado pelo parlamentar e respondida pela administração estadual. 


A Secretaria Estadual de Saúde Pública afirmou, nesta nota, que a gestão estadual investiu aproximadamente de R$ 3 milhões em recursos próprios para confecção dos projetos exigidos pela Caixa Econômica Federal, que faz a intermediação dos recursos, entregando a documentação dentro do prazo estipulado.


No momento, a Secretaria Estadual de Saúde Pública informa que aguarda uma decisão judicial em que questiona uma alegação do banco relativa à burocracia de prazos que estaria impedindo a liberação das verbas para as obras.


Segundo a nota, a prorrogação de prazos contratuais é da rotina ordinária das contratações públicas.


A solicitação judicial é para que o prazo seja estendido apenas para que a Caixa analise a documentação, situação de praxe na relação histórica entre a instituição e o Governo do Estado no que diz respeito a convênios e contratos, visto que o contrato em si estava vigente quando a Sesap apresentou toda a documentação prevista e, mesmo assim, houve negativa pela Caixa Econômica Federal, apesar das devidas justificativas apresentadas pela Sesap, contrariando inclusive a forma anterior de atuação da Caixa Econômica Federal. “E isso foi o que ensejou a medida judicial requisitada pelo Governo”, aponta a nota da Sesap.


A situação foi informada à bancada federal pela Secretaria por meio de ofício (Ofício nº 2305/2022/SESAP) ao líder dos parlamentares potiguares, em resposta ao Ofício n° 179/2022 — GSSTYVEN.


Governo também perdeu recursos para tomógrafos 


O coordenador da bancada federal do Rio Grande do Norte, deputado Benes Leocádio (União Brasil), informou, no início da semana, que o Governo do Estado deixou de adquirir três tomógrafos para a rede pública hospitalar, com recursos de emenda de bancada ao Orçamento da União (OGU) de 2021, no montante de R$ 6 milhões, por não atender exigências do Ministério da Saúde.  


Os equipamentos seriam instalados nos hospitais Santa Catarina, em Natal; Deoclécio Marques Lucena, em Parnamirim; e Nelson Inácio dos Santos, em Assu.


Resposta

A Secretaria Estadual da Saúde Pública (Sesap) afirmou, em nota, que apresentou várias propostas e atendeu a todos os pedidos do Ministério da Saúde para a compra dos três tomógrafos, “mas por desconhecimento da realidade do quadro da saúde do Estado e morosidade do MS em responder as seguidas comunicações da Sesap, o investimento terminou não sendo efetivado”.


Segundo a Sesap, em 8 de julho de 2021, a bancada federal comunicou que estava destinando os recursos para a compra dos tomógrafos, tendo a Secretaria de Saúde apresentado a primeira proposta no mês seguinte e recebendo a primeira devolutiva do Ministério da Saúde só em 7 de dezembro daquele ano.


A Sesap informou que ao longo do processo, seguidas vezes fez os esclarecimentos necessários, justificando com os serviços prestados e as vidas salvas nas unidades hospitalares durante a pandemia de coronavírus.


Em uma das respostas, o Ministério da Saúde chegou a alegar que haveria excesso de tomógrafos na Região Metropolitana de Natal (RMN).

A Sesap expôs que “lamenta a morosidade por parte do Ministério da Saúde, além dos seguidos pedidos conflitantes que dificultaram as respostas, não se sabendo por fim, o que queria efetivamente para a devida aprovação do processo, impedindo que o benefício de novos equipamentos de tomografia chegasse ao povo potiguar”.


A Sesap reforçou, na nota, “sua abertura para o trabalho em conjunto com os órgãos federais e os representantes do Rio Grande do Norte no Congresso Nacional, como tem feito ao longo desses anos”.


NÚMEROS

6 milhões de reais foram incluídos no orçamento para compra de tomógrafos, mas o Governo do Estado perdeu.

3 hospitais seriam beneficiados com as aquisições de tomógrafos, mas o governo não cumpriu as exigências.


Fonte: Tribuna do Norte

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Vereador e empresários são denunciados por fraudes em licitações na Câmara Municipal de Macau

O Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) denunciou o presidente da Câmara Municipal de Macau, Givagno Patrese, e quatro empresários por supostos crimes de peculato, frustração do caráter competitivo de licitação e associação criminosa.


Operação do MP na Câmara Municipal de Macau — Foto: MP/Divulgação


A atuação do grupo foi alvo da operação Banner, deflagrada no dia 1º de setembro deste ano com o objetivo foi desbaratar o suposto esquema de desvios de recursos públicos na Casa Legislativa. O presidente da Câmara permanece preso preventivamente.


Segundo o MP, o grupo denunciado promoveu fraudes em pelo menos cinco procedimentos licitatórios da Câmara Municipal de Macau. Os crimes teriam sido cometidos por meio da promoção de "ilusória competição entre participantes", para desviar recursos.


O advogado de defesa do vereador, Alexandre Souza, disse que teve acesso à denúncia no fim da manhã desta sexta-feira e vai preparar a defesa do cliente. De acordo com ele, a prioridade, no momento, é batalhar pela liberdade do vereador.


Investigação

As investigações do MPRN que culminaram na deflagração da operação Banner foram iniciadas em julho de 2021. Uma denúncia anônima apontava a realização de quatro procedimentos de dispensa de licitação em favor de uma empresa de comunicação.


Ainda de acordo com o MP, o proprietário dessa empresa foi o maior fornecedor da campanha do vereador, atual presidente da Câmara Municipal, sendo responsável por 61,56% dos recursos.


As investigações do MP constataram que, apenas em 2021, a Câmara Municipal de Macau firmou cinco dispensas de licitação e um pregão presencial com a empresa do principal fornecedor da campanha do presidente da Casa Legislativa.


Além disso, por serem muito divergentes entre si, chamou a atenção do MPRN os objetos de contratação, contemplando o fornecimento de aparelhos de ar-condicionado, películas, serviços gráficos, equipamentos de áudio para gravação, gêneros alimentícios e material de expediente.


Empresas suspeitas

Nessas licitações, a empresa vencedora participou dos certames com as mesmas empresas concorrentes, sagrando-se vencedora em todas elas.



O MP também apurou que a empresa vencedora dos contratos tem como sede imóvel residencial, sem qualquer aspecto visível que denote a existência de personalidade jurídica.


Da mesma maneira, nas duas empresas que sempre perderam as licitações também não existem sinais indicativos de que fossem realmente pessoas jurídicas.


Para o MP, o vereador e os empresários investigados na operação Banner se associaram criminosamente para desenvolver um esquema de fraude a procedimentos licitatórios no Município de Macau, para fins de desviar verbas públicas e lhes proporcionar a percepção de vantagens indevidas.


O MP ainda apura a possibilidade do cometimento dos mesmos crimes em outros municípios potiguares.


Fonte: g1

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Mais de 900 kg de óleo são recolhidos de praias do RN em nove dias, diz Idema

Cidades do litoral potiguar recolheram quase uma tonelada de óleo que voltou a aparecer nas praias do Rio Grande do Norte ao longo de pouco mais de uma semana. Somente em Nísia Floresta, no Litoral Sul, foram recolhidos 500 kg de óleo.


Defesa Civil usa caneta para demonstrar tamanho de pelota encontrada em praia de Natal — Foto: Defesa Civil de Natal


Os dados foram solicitados pelo g1 e divulgadas pelo Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente (Idema) do Rio Grande do Norte na manhã desta sexta-feira (23). Segundo o órgão, as primeiras confirmações oficiais da ocorrência ocorreram no dia 15 de setembro.


São 924,7 kg de óleo recolhidos em oito municípios. As informações foram repassadas pelas coordenadorias de Defesa Civil de cada cidade ao órgão estadual.



Segundo o Idema, os dados devem ser atualizados ao longo dos próximos dias. Até a publicação desta matéria, o instituto ainda aguardava a contabilização do material recolhido em Ceará-Mirim, na Grande Natal.


Baía Formosa - 164kg

Canguaretama - 45kg

Tibau do Sul - 32kg

Nísia Floresta - 500kg

Parnamirim - 26kg

Natal - 40kg

Extremoz - 46kg

Rio do fogo - 71,7kg

Secretário adjunto de Meio Ambiente e coordenador da Defesa Civil de Nísia Floresta, município mais atingido, Bismark Pereira Sátiro afirmou que as manchas atingem as praias de Pirangi, Búzios, Tabatinga, Camurupim, Barreta e Malembá desde a semana passada.


Pelotas de petróleo foram encontradas no litoral do RN — Foto: Divulgação


Desde então, uma equipe de cerca de 15 pessoas percorre as praias recolhendo o material.


"Continuamos monitorando e recolhendo material, que segue aparecendo, mas agora em bolotas menores, que dificultam o trabalho, porque passam pelo ciscador. Então é preciso recolher com as mãos, mas com o devido material de proteção", afirmou.


Ainda de acordo com Bismark, o material recolhido está sendo armazenado em bombonas de plástico, em um espaço da estação de transbordo do município e protegido do sol e da chuva. A prefeitura aguarda orientação dos órgãos ambientais para definir a destinação do material.


Segundo Iracy Wanderley, subcoordenadora de Planejamento e Educação Ambiental do Idema, amostras do óleo foram recolhidas e entregues à Marinha do Brasil para passar por análises clínicas.


O 3º Distrito Naval de Natal confirmou que enviou amostras do óleo na semana passada para o Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira, localizado no Rio de Janeiro, e informou que deve se pronunciar sobre o caso após o resultado dos testes. Não foi dado prazo para isso.


As autoridades querem saber se o óleo recolhido neste ano no Rio Grande do Norte é o mesmo que sujou as praias potiguares e de todos os estados do Nordeste em 2019. Naquele ano foram recolhidas 34 toneladas de óleo somente nas praias do estado, que foram destinadas à produção de cimento em uma fábrica.



"Os municípios deverão recolher e armazenar esse material, enquanto continuar surgindo, para que seja definida uma destinação depois. A responsabilidade de limpeza, na verdade, é do responsável pelo derramamento desse óleo, mas como ainda não foi descoberto, os municípios executam esse trabalho", explicou.


Óleo recolhido de praia em Natal — Foto: Defesa Civil de Natal


Óleo no Nordeste

Manchas de óleo voltaram a sujar praias da região Nordeste desde agosto deste ano. No último dia 10 de setembro, o 3º Distrito Naval da Marinha emitiu uma nota em que afirmou que a maior parte dos resíduos achados em outros estados como Pernambuco e Bahia é de um "novo incidente" e não tem relação com as manchas que sujaram a costa da região em 2019.



Ainda de acordo com o comunicado, a suspeita levantada pelos investigadores é de que o material tenha sido lançado no mar após lavagens de tanques de um navio petroleiro. As análises clínicas apontaram que os resíduos são de petróleo produzido no Golfo do México.


"A partir das análises de amostras de resíduos de óleo até agora efetuadas, há indicação de que houve um novo evento, cuja hipótese mais provável aponta para um incidente envolvendo petróleo cru, proveniente do descarte de água oleosa lançada ao mar, após a lavagem de tanques de navio petroleiro, em alto mar", diz a nota.


No entanto, em algumas praias da Bahia, pesquisadores encontraram o mesmo óleo de 2019, que acreditam ter se desprendido de rochas.


Em dezembro de 2021, a Polícia Federal concluiu uma investigação sobre o desastre ambiental de 2019 e disse que o óleo tinha sido derramado de um navio grego. Os proprietários da embarcação foram indiciados.


Fonte: g1

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