quinta-feira, fevereiro 03, 2022

Operação Sinal Fechado: Justiça condena acusados de participar de esquema no Detran-RN entre 2008 e 2010

A Justiça do Rio Grande do Norte publicou nesta quinta-feira (3) a condenação contra sete pessoas por participar de uma fraude no Departamento Estadual de Trânsito (Detran), revelada pela Operação Sinal Fechado. A ação foi deflagrada pelo Ministério Público em 2011.


Central de Atendimento ao Detran em Natal RN — Foto: Divulgação


Outros nove denunciados foram absolvidos pela Justiça.

Segundo a Justiça Estadual, essa é a terceira e última sentença relacionada à Operação Sinal Fechado, porque os fatos foram fracionados ao longo do processo. Essa etapa é relacionada à contratação do Consórcio Inspar. A nova decisão é do juíz da 9° Vara Criminal de Natal, Bruno Montenegro Ribeiro Dantas, e tem 458 páginas.



Na primeira sentença da Justiça, seis pessoas foram condenadas. Na segunda, nove.


A operação foi iniciada em diligências realizadas pelo MPRN a respeito de suspeitas de fraude e corrupção no Detran. Um dos alvos foi a contratação de uma empresa para realização de inspeção veicular ambiental.


A investigação descobriu um esquema para obter vantagens indevidas a partir dessa licitação, entre os anos de 2008 e 2010.


Nas outras decisões, a Justiça já condenou os réus apontados como integrantes de fraude com um instituto e com a empresa Planet.


Foram condenados:


Edson Cézar Cavalvante da Silva: Dois anos de reclusão, 3 três anos de detenção e 185 dias-multa, iniciando o cumprimento de pena em regime semiaberto.

José Gilmar de Carvalho Lopes: Pena de 19 anos e 10 meses de reclusão e pagamento de 494 dias-multa em regime fechado.

Lauro Maia: 10 anos e 06 meses de reclusão e a pagamento de 370 dias-multa iniciando a pena em regime fechado.

Luiz Antônio Tavolaro: 3 anos de reclusão, 3 anos de detenção e 185 dias-multa em regime semiaberto.

Marcus Vinícius Furtado da Cunha: 5 anos e dois meses de reclusão e 137 dias-multa em regime semiaberto.

Maria Selma Pinheiro: 2 anos e quatro meses de detenção e 68 dias-multa em regime aberto.

George Anderson Olímpio da Silveira: 2 anos e oito meses de reclusão e 66 dias-multa, iniciando em regime semiaberto.

Em nota, a defesa de Lauro Maia disse que recebeu com surpresa e irresignação o conteúdo da sentença. A nota diz que "por acreditar firmemente na inocência do seu cliente, manejará o competente recurso para que o Tribunal possa reanalisar o caso".


O g1 não conseguiu contato com a defesa dos demais condenados até a última atualização desta reportagem.


Papéis no esquema

O advogado Lauro Maia e o empresário José Gilmar de Carvalho Lopes, também conhecido como Gilmar da Montana, foram condenados a cumprir pena em regime fechado.


Lauro é filho da ex-governadora Wilma Maria de Faria e, segundo a denúncia, usava da influência política para se beneficiar do esquema.


Na sentença, o juiz disse que Lauro exercia "papel fundamental no esquema criminoso, manejava, como força motriz de sua esfera de influência, os laços de filiação com a ex-governadora Wilma de Faria, a qual não precisava ir à luz do dia no decorrer das negociações escusas, justamente pela atuação do seu filho, (...), rotulado como 'testa de ferro' daquela ex-mandatária. Não raras vezes, o acusado Lauro Maia expedia ordens informais, de modo oficioso e em nome da ex-governadora, aproveitando-se da verticalidade constatada entre o governo do RN e o Detran-RN para viabilizar, ao seu livre talante, o esquema fraudulento".


Já sobre Gilmar da Montana, o juiz disse disse que ele exercia "influência política e empresarial, intermediou contatos e aderiu às fraudes constatadas, visando obter vantagem financeira para si e em conluio com os outros réus. Não obstante, utilizou-se também da empresa Montana, pela qual era responsável, como base para as tratativas e instrumento para ocultar pagamentos e consolidar o esquema de corrupção".


Operação Sinal Fechado

A denúncia inicial do Ministério Público do RN citava mais de 30 envolvidos no esquema, inclusive políticos como a ex-governadora Wilma de Faria (já falecida), que é mãe de Lauro Maia.


Na época de deflagração, a operação resultou na prisão preventiva de várias pessoas, apreensão de documentos, computadores e sequestro de bens dos envolvidos.


As investigações indicaram favorecimento indevido, a partir do esquema fraudulento, de membros do Judiciário, Governo do Estado, políticos, empresários e lobistas. O advogado George Olímpio foi apontado como mentor do esquema.


George Olímpio firmou acordo de delação premiada em 31 de maio de 2017, quando prestou depoimento à 3° Vara Criminal em Natal. Ele confessou os crimes pelos quais era investigado. A pena dele foi reduzida na sentença, em razão dessa contribuição à Justiça.


Segundo o Ministério Público, a organização criminosa criou um edital próprio de licitação direcionando-o para a vitória do Consórcio INSPAR. Com a fraude, a quadrilha teria um faturamento de R$ 1 bilhão em 20 anos.


O esquema ainda envolveria pagamento de propinas a políticos, como ex-governadores, senadores, entre outros.


Fonte: g1

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Comitê Científico do Consórcio Nordeste pede que estados cancelem feriados de carnaval e proíbam festas particulares para conter Covid

O Comitê Científico do Consórcio Nordeste emitiu um documento com recomendações para frear a disseminação da Covid-19. Entre as medidas estão o cancelamento dos feriados de carnaval, proibição de festas particulares e shows de qualquer natureza que possam gerar aglomerações.


Comitê do Consórcio Nordeste pede cancelamento dos feriados de carnaval — Foto: Aldo Carneiro/Pernambuco Press


O Consórcio Nordeste, criado em 2019, reúne os nove estados da região para integrar políticas públicas de desenvolvimento econômico e social. O Comitê Científico integra esse colegiado, que, desde 18 de janeiro, é presidido pelo governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB).


No entanto, no estado, ainda não foram tomadas medidas para evitar essas aglomerações. Até o dia 15 de fevereiro, está em vigor um protocolo que permite a realização de eventos com até 3 mil pessoas.


Em Pernambuco, o Ministério Público (MPPE), o Conselho Regional de Medicina (Cremepe) e o Sindicato dos Médicos (Simepe) já tinham recomendado ao governo que evitasse festas e aglomerações.


Festa no Clube Português, no Recife, foi encerrada no domingo (30) — Foto: Procon-PE/Divulgação


No domingo (30), foram registradas aglomerações em eventos. Uma festa no Clube Português, no Recife, foi encerrada. A Polícia Militar dispersou público que participava de uma "prévia carnavalesca" nas ladeiras de Olinda.


Na quarta (2), Pernambuco bateu novo recorde de infectados pela Covid-19, desde o início da pandemia, em março de 2020. Foram confirmados mais 7.806 casos da Covid-19 e 23 mortes provocadas pela doença.


Documento

O boletim do Comitê Científico do consórcio, que reúne as recomendações, foi publicado na quarta-feira (2).


Segundo o colegiado, a manutenção dos feriados de carnaval pode estimular as pessoas a irem às ruas, "promovendo aglomerações".


Isso, segundo o comitê, poderá resultar no agravamento do quadro da pandemia e consequente prolongamento do que chama de "terceira onda" da Covid no Brasil.


Da mesma forma, o Comitê Científico pede que os governos e prefeituras proíbam festas privadas de carnaval e shows, porque esses eventos "intensificariam a transmissão do vírus, como ocorreu no réveillon".


A entidade afirmou que conhece as dificuldades políticas e prejuízos econômicos de adotar a proibição, mas afirma que "o mais importante no momento é salvar vidas. E vidas não têm preço".


Segundo o comitê, após o término da pandemia, novos feriados extraordinários poderiam ser criados pelos governos para compensar a suspensão das festividades afetadas pela situação sanitária atual.


Outras medidas

O Comitê Científico também emitiu outras duas recomendações aos governos: intensificar a vacinação e manter medidas legais que obrigam o uso de máscaras, em especial em lugares fechados ou com aglomerações.


O órgão afirma que, embora cerca de 70% da população brasileira esteja com o ciclo vacinal completo, esse percentual ainda não é suficiente para assegurar estabilidade nos casos de Covid.


"Nos últimos dois meses, o ritmo de vacinação ficou mais lento, causado em parte pela falta de procura por parte da população", diz o documento.


Por isso, os governos devem intensificar campanhas para incentivar a vacinação e desmentir notícias falsas, as fake news.


Além disso, os estados precisam, segundo o documento, adotar estratégias de vacinação utilizando a rede de saúde da família do Sistema Único de Saúde (SUS), com agentes comunitários participando da busca por pacientes e ampliando postos de vacinação em locais de grande circulação de pessoas.


Por fim, o Comitê Científico pede que os gestores incentivem o uso de máscaras tipo N95 ou PFF2, que devem ser fornecidas por empresas ou setor público, para serem utilizadas em locais fechados ou com grandes aglomerações.


Esse tipo de máscara oferece quase 100% de proteção contra a Covid-19 e estudos apontam que, se as pessoas que utilizarem estiverem vacinadas, o risco de contrair a doença é ainda menor.


Estado

Durante entrevista coletiva, nesta quinta (3), o secretário estadual de Saúde, André Longo, falou sobre a recomendação do Comitê Científico do Consórcio Nordeste.


O gestor disse que "Pernambuco tem medidas restritivas em vigor, mas que, infelizmente têm tido descumpridas".


Ele apontou "casos emblemáticos", como os da festa do Clube Português e de aglomeração em Olinda. "Os eventos controlados têm um menor risco, caso as regras sejam cumpridas", afirmou.


O secretário afirmou que o comitê estadual avaliará, na segunda (7), se antecipará alguma medida em relação ao decreto que está em vigor e o "comportamento das atividades sociais nesse período carnavalesco”.


Fonte: g1

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RN recebe mais de 117 mil doses da vacina da Janssen para uso prioritário como terceira dose

A Secretaria Estadual de Saúde Pública do RN (Sesap) recebeu, nesta quinta-feira (3), mais 117.950 doses de vacina da Janssen contra a Covid-19.


RN recebe mais de 117 mil doses da vacina da Janssen — Foto: Assecom/Governo do RN


As doses serão distribuídas aos municípios e destinadas prioritariamente à aplicação da dose de reforço (D3). De acordo com a Sesap, por falta de doses da vacinada da Pfizer, os imunizantes AstraZeneca e Janssen serão usados para a terceira dose.


“Essa orientação partiu do Ministério da Saúde e é importante destacar que os estudos comprovam a eficácia da utilização desses imunizantes para a dose de reforço, de modo a garantir a ampla proteção das pessoas. Ainda temos no RN um número expressivo de pessoas que poderiam ter ido tomar essa dose de reforço e não procuraram as unidades de saúde. É importante que as pessoas façam a adesão para ficarem totalmente protegidas contra a covid-19”, explicou Kelly Lima, coordenadora de Vigilância em Saúde da Sesap.


O Ministério informou a falta de vacina da Pfizer e que, assim que receberem doses do imunizante, prontamente irá encaminhá-las aos estados. A Sesap informou que continuará a aplicar a vacina da Pfizer, Janssen e AstraZeneca como dose de reforço, com o objetivo de garantir um maior número de pessoas totalmente protegidas no estado.


Imunização

De acordo com a plataforma RN + Vacina, 87% dos potiguares já receberam a primeira dose da vacina contra o coronavírus, correspondendo a 2.769.785 pessoas vacinadas; 77% da população já está totalmente vacinada, ou seja, 2.451.861 pessoas; e 27% da população já recebeu a terceira dose do imunizante, o que corresponde a 876.560 pessoas.


Já em relação aos adolescentes entre 12 e 17 anos, 84% dos jovens já receberam a primeira dose de imunizante (267.,663 pessoas) e 58% já estão totalmente vacinados (186.223 pessoas). Quanto às crianças entre 5 e 11 anos, 17% já receberam a primeira dose (59.550 crianças).


Fonte: g1

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Relatório aponta risco de queda de estrada às margens de falésia no litoral sul do RN

Um relatório elaborado por pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) aponta situação de risco em pelo menos quatro áreas de falésias entre os município de Tibau do Sul e Nísia Floresta, no litoral Sul potiguar.


Imagem usada em relatório mostra ônibus em estrada na beira de falésia e sinais de erosão no RN — Foto: Projeto Falésias/UFRN


A situação que mais preocupou os pesquisadores foi o risco de desmoronamento de uma rodovia estadual - a RN-063 - que fica na borda de uma falésia em Barra de Tabatinga, em Nísia Floresta.


"Em alguns pontos, a estrada está a 7 metros da borda", diz o pesquisador que coordenou os estudos, o geógrafo da UFRN Rodrigo Freitas.


O relatório aponta que o trecho demanda "ações urgentes para controle da erosão".


Falésias no RN — Foto: Sérgio Henrique Santos/Inter TV Cabugi


Ele ressaltou que a erosão natural sofrida pelas falésias já causou a destruição de uma estrada em João Pessoa, o que também poderia acontecer no trecho do Rio Grande do Norte.


"As obras para recuperação (em João Pessoa) serão muito caras. Se tivessem sido feitas ações preventivas antes seria mais barato e possível manter a feição das falésias", considera.


Relatórios

O relatório divulgado no início de 2022 é o segundo de um total de três que o Projeto Falésias vai entregar ao Ministério do Desenvolvimento Regional. O relatório final está previsto para março de 2022.


De acordo com o professor, é esse último relatório que vai apontar as principais ações a serem adotadas, quem seriam os responsáveis por elas e inclusive estimativas de custos.


Ele também ressalta que parte das medidas depende da análise de outros especialistas e mudanças em planos diretores dos municípios, o que está sendo estudado pelas próprias prefeituras.


O estudo foi encomendado após a tragédia que vitimou um casal, o filho de sete meses e o cachorro da família em Pipa, no dia 17 de novembro de 2020.


Parte de falésia desabou e deixou 3 mortos de uma mesma família em Pipa — Foto: Arquivo pessoal


As análises aprofundaram pontos já levantados no primeiro estudo e levaram em conta fatores como chuvas, marés, volume de areia, altura das ondas nos trechos avaliados, entre outras medidas que atuam no processo de erosão.


Segundo Freitas, o trabalho foi feito por meio de visitas, uso de drones, equipamentos de laser, radar, além de medidores de radiação e GPS de precisão.


Problemas detectados

Segundo o relatório, foram encontradas alterações como fraturas, voçorocas - marcas de erosões provocadas pela chuva - formação de reentrâncias e cicatrizes de colapso de blocos em várias áreas na praia do centro, em Pipa, além das praias de Cacimbinhas, Baia dos Golfinhos, e em Barra de Tabatinga.


Uma das situações críticas apontadas pelos pesquisadores foi a da estrada da Barra de Tabatinga, onde foram constatadas 15 de ocorrências voçorocas em menos de 100 m².


De acordo com o relatório, as voçorocas apresentam rápido avanço. Uma delas apresentou recuo de 1 metro em 10 meses de monitoramento.


Um dos motivos seria a drenagem pluvial da rodovia RN-063, que direciona a água da chuva para a borda da falésia, o que favorece a erosão. O relatório aponta necessidade de uma obra de drenagem no trecho.


"A equipe do Projeto Falésias considera que, no momento, a área localizada entre a RN-063 e as falésias de Barra de Tabatinga, onde está instalado um intenso processo de voçorocamento, demanda ações urgentes para controle da erosão. O escoamento das águas pluviais está sendo direcionando para a borda da escarpa, podendo ocorrer o comprometimento da via, caso ocorra um evento de precipitação elevada e intensifique as erosões", diz o relatório.


Os pesquisadores também consideram necessária a construção de outra estrada para desvio de veículos pesados na região.


Ações preventivas

De acordo com o pesquisador, os poderes públicos não deveriam considerar as áreas de falésias como áreas urbanas, ao pensar em soluções.


"Não tem como colocar um muro de arrimo e tirar a feição natural da falésia. Elas são os principais ativos naturais paisagísticos do Rio Grande do Norte. Praias existem em outros estados, o que diferencia o litoral do RN são as falésias. Não dá para simplesmente passar a cerca e isolar. Elas são pontos turísticos", considera.


De acordo com o pesquisador, o trabalho de prevenção nos próximos anos deve se concentrar no monitoramento, plano de sinalização, orientação de operadores do turismo, divulgação de informações, entre outras ações a serem implementadas pelo poder público. Os pesquisadores também pediram a retirada de prédios construídos e já interditados nas bordas de falésias em Barra de Tabatinga.


"De forma geral, as medidas apontadas para solucionar o contexto de riscos nas áreas de falésias do distrito de Pipa e Barra de Tabatinga estão especialmente concentradas em ações de ordenamento e gestão do território. A demanda por obras de engenharia está relacionada à retificação da drenagem em trechos da RN-003 e RN-063, execução do sistema integrado de drenagem pluvial da Av. Baía dos Golfinhos, em Pipa, e a pavimentação de via alternativa para desvio de fluxo de veículos pesados, em Barra de Tabatinga", diz o relatório.


Fonte: g1

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Brasil tem 8 estados e DF com situação crítica nas UTIs, indica Fiocruz

O Brasil registrou, de 24 a 31 de janeiro, 8 estados e o Distrito Federal com ocupação crítica nos leitos de UTI para Covid-19, informou a Fiocruz em boletim divulgado nesta quinta-feira (3). É um novo aumento em relação à semana passada, quando 6 estados, além do DF, estavam nessa situação.


Taxa de ocupação (%) de leitos de UTI Covid-19 para adultos (boletim de 03/02/22) — Foto: Fiocruz


A ocupação crítica significa uma taxa de 80% ou mais dos leitos ocupados. A situação atual é a pior desde a semana que terminou em 21 de junho de 2021, quando 14 estados e o DF estavam nessa situação.


No boletim, a fundação pontuou, entretanto, que o cenário da pandemia não é o mesmo registrado entre março e junho de 2021. Isso porque, mesmo com o acréscimo de leitos que ocorreu na maioria dos estados recentemente (veja detalhes mais abaixo), a disponibilidade atual de leitos intensivos é bem menor.



Em entrevista ao g1, a pesquisadora Margareth Portela, do Observatório Covid-19/Fiocruz, reforçou esse ponto:


"Nossa grande referência sobre ocupações de UTI acaba sendo de março a junho do ano passado. Foi o maior pico. O que vivemos hoje é muito diferente, mas não podemos menosprezar os problemas que podemos ter", alertou.

O que a pesquisadora tem observado é que os estados estão aumentando leitos conforme a demanda. "De uma forma geral, os estados vêm acrescentando 20 leitos, 30 leitos na outra semana. A minha impressão é que os gestores estão gerenciando e respondendo à necessidade", disse.


Situação crítica

A pior taxa de ocupação dos leitos de UTI está em Mato Grosso do Sul, com 103% dos leitos ocupados. Veja a lista dos estados em situação crítica:


Mato Grosso do Sul (103%)

DF (97%)

Goiás (91%)

Pernambuco (88%)

Piauí (87%)

Mato Grosso e Rio Grande do Norte (86%)

Espírito Santo (83%)

Amazonas (80%)

A Fiocruz já vinha alertando para o aumento da ocupação dos leitos de UTI para síndrome respiratória aguda grave (SRAG) ou Covid-19 há pelo menos três semanas.


Acréscimo de leitos


Profissionais de saúde trabalham em UTI do Hospital Municipal Dr. Ernesto Che Guevara, em Maricá (RJ), no dia 26 de janeiro. — Foto: Bruna Prado/AP


A nota da Fiocruz também observa que houve aumento do número de leitos de UTI para síndrome respiratória aguda grave (SRAG) e/ou Covid-19 em pelo menos 15 UFs.


Na semana de 24 a 31 de janeiro, foram os seguintes aumentos:


Alagoas (de 162 para 172, acréscimo de 10 leitos)

Acre (de 20 para 30, acréscimo de 10 leitos)

Amazonas (de 86 para 109, acréscimo de 23 leitos)

Bahia (de 580 para 594, acréscimo de 14 leitos)

Ceará (de 328 para 419, acréscimo de 91 leitos)

Distrito Federal (de 56 para 78, acréscimo de 22 leitos)

Mato Grosso (de 201 para 257, acréscimo de 56 leitos)

Mato Grosso do Sul (de 143 para 156, acréscimo de 13 leitos)

Minas Gerais (de 2.120 para 2.151, acréscimo de 31 leitos)

Pará (de 195 para 212, acréscimo de 17 leitos)

Paraná (de 594 para 641, acréscimo de 47 leitos)

Pernambuco (de 991 para 1.106, acréscimo de 115 leitos)

Piauí (de 151 para 164, acréscimo de 13 leitos)

Rio Grande do Norte (de 127 para 149, acréscimo de 22 leitos)

Rondônia (de 113 para 125, acréscimo de 12 leitos)

A fundação afirmou não ter tido acesso aos dados de São Paulo e Paraíba.


Em dois estados, por outro lado, houve queda no número de leitos: Espírito Santo (384 para 363, diminuição de 21 leitos) e Santa Catarina (523 para 464, diminuição de 59 leitos). Ambos os estados entraram na zona de alerta (Espírito Santo em nível crítico e Santa Catarina, em nível intermediário).


Alerta intermediário

10 estados ficaram com nível de alerta intermediário (acima de 60% e abaixo de 80%) nas taxas de ocupação dos leitos:


Tocantins (78% de ocupação)

Santa Catarina (76% de ocupação)

Pará e Bahia (74% de ocupação)

São Paulo e Paraná (72% de ocupação)

Amapá e Alagoas (69% de ocupação)

Ceará (67% de ocupação)

Rio de Janeiro (62% de ocupação)

O Amazonas saiu da lista de alerta intermediário para ir para alerta crítico, assim como Mato Grosso. Rondônia e Roraima saíram da zona de alerta.


Amapá, Bahia, Ceará, Pará, Paraná, Rio de Janeiro, São Paulo e Tocantins já estavam com alerta intermediário na semana passada. Alagoas e Santa Catarina, que estavam fora da zona de alerta na semana passada, entraram.


Fora da zona de alerta

8 estados ficaram fora da zona de alerta (ocupação abaixo de 60%) na semana de 24 a 31 de janeiro:


Maranhão: 59%

Rondônia: 58%

Acre: 57%

Rio Grande do Sul: 54%

Roraima: 52%

Paraíba: 41%

Sergipe e Minas Gerais: 37%

Com exceção de Rondônia e Roraima, todos os outros estados já estavam fora da zona de alerta na semana passada.


Ocupação nas capitais e interiorização

Entre as 25 capitais com taxas de ocupação divulgadas, 13 ficaram na zona de alerta crítico até 31 de janeiro:


Campo Grande: 109%

Brasília: 97%

Rio de Janeiro: 95%

Cuiabá: 92%

Goiânia: 91%

Natal (estimado): 89%

Belo Horizonte: 86%

Teresina: 83%

Macapá: 82%

Maceió: 81%

Manaus, Fortaleza e Vitória: 80%

Na semana anterior, haviam sido 9 capitais em situação crítica. A Fiocruz apontou para uma tendência de interiorização dos casos provocados pela variante ômicron do coronavírus. Margareth Porela, do Observatório Covid-19 da fundação, caracterizou essa tendência como preocupante.


"É o mesmo ciclo inicial da Covid – primeiro estoura em capitais, como São Paulo, Rio de Janeiro, Fortaleza, Recife, e vai interiorizando. As capitais seguem com números altos, mas com estabilidade ou caindo", explicou.


"Esse movimento de interiorização preocupa, porque significa que a Covid-19 está avançando e pode avançar para regiões que têm coberturas vacinais mais baixas, pessoas menos protegidas de formas graves. Além disso, são lugares com menos recursos assistenciais", observou Portela.

As outras 9 capitais com dados divulgados estão na zona de alerta intermediário (de 60% a 80% de ocupação):


Porto Velho e Recife (apenas leitos públicos municipais): 77%

São Paulo: 75%

Palmas: 72%

Curitiba: 71%

Rio Branco: 70%

Salvador e Florianópolis: 68%

São Luís: 64%

Boa Vista, João Pessoa e Porto Alegre ficaram fora da zona de alerta (com 52%, 58% e 55% de ocupação, respectivamente).


Fonte: g1

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Justiça aceita denúncia do MP e cantor Eduardo Costa vira réu por estelionato

A Justiça aceitou a denúncia do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) contra o cantor Eduardo Costa por estelionato. Agora, ele é réu no processo. A informação foi confirmada pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) nesta quinta-feira (3).


Eduardo Costa e a casa em Capitólio — Foto: Reprodução


De acordo com a denúncia do MPMG contra o sertanejo e o cunhado e sócio dele, Gustavo Caetano Silva, os dois negociaram o imóvel em Capitólio, no Sul de Minas, omitindo a informação de que o terreno era alvo de ações judiciais, obtendo "vantagem ilícita". Veja outros detalhes do caso mais abaixo.


"Preenchidos os pressupostos processuais e as condições para o exercício da ação penal, não estando inepta a denúncia e presente a justa causa, recebo a denúncia, nos termos do art. 395, do CPP", disse o juiz José Xavier Magalhães Brandão, em decisão publicada na última segunda-feira (31).

O magistrado também determinou "a citação pessoal dos acusados e se for o caso, por carta precatória, para apresentarem resposta à acusação no prazo de 10 (dez) dias".


A TV Globo entrou em contato com a defesa de Eduardo Costa, mas não havia obtido retorno até a última atualização desta reportagem.


Relembre o caso


Eduardo Costa em Capitólio (foto de 2015) — Foto: Reprodução/Redes sociais


As investigações começaram em 2017. Segundo a Polícia Civil, Eduardo Costa negociou o imóvel em Capitólio em troca de uma casa, de propriedade de um casal, na Região da Pampulha, em BH, avaliada em R$ 9 milhões.


Na época, a polícia afirmou que o imóvel em Capitólio valia entre R$ 6,5 milhões e R$ 7 milhões. No entanto, de acordo com a denúncia do MPMG, o terreno foi avaliado em R$ 5,6 milhões. A diferença de valores seria paga pelo cantor com uma lancha, um carro de luxo e uma moto aquática.


Somente ao tentar registrar o imóvel de Capitólio, de cerca de 4 mil metros quadrados, o casal soube que ele era alvo de uma ação civil pública do Ministério Público Federal (MPF) e de uma ação de reintegração de posse com pedido de demolição de construção ajuizada por Furnas Centrais Elétricas.


O MPF pedia a retirada de todas as construções existentes em uma faixa de 100 metros, a partir da margem do Lago de Furnas, do imóvel.


O que dizem os citados

Em 2018, ao prestar depoimento no Departamento Estadual de Investigação de Fraudes, em Belo Horizonte, o sertanejo afirmou que não agiu com má-fé e que o casal sabia das condições do terreno.


Cantor Eduardo Costa virou réu por estelionato — Foto: Reprodução/Redes sociais


Na mesma época, o advogado dos compradores, Arnaldo Soares Alves, negou que os clientes soubessem que o imóvel era alvo de ações judiciais.


Em novembro do ano passado, quando a denúncia do MPMG foi distribuída, a defesa do casal relatou que Eduardo Costa confirmou, em juízo, que os advogados dele de São Paulo redigiram o contrato de negociação. Segundo Alves, no documento constava que todos os bens dados pelo cantor para o pagamento "estavam livres e desembaraçados de qualquer ônus".


A TV Globo entrou em contato com a defesa de Eduardo Costa, nesta quinta-feira (3), mas não havia obtido retorno até a última atualização desta reportagem. A assessoria de imprensa do cantor também foi procurada. Já a defesa de Gustavo Caetano Silva não foi localizada.


Fonte: g1

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Trabalhadora doméstica é resgatada após 39 anos em situação análoga à escravidão na Paraíba

Uma mulher, que atuava como trabalhadora doméstica, foi resgatada após passar 39 anos em situação análoga à escravidão, em Campina Grande, no Agreste da Paraíba. O resgate da vítima, de 57 anos, aconteceu na quarta-feira (2), durante uma operação deflagrada pela auditoria-fiscal do Grupo Especial de Fiscalização Móvel (GEFM), Polícia Federal (PF) e Defensoria Pública da União (DPU).


Trabalhadora é resgatada após 39 anos em situação análoga à escravidão na Paraíba — Foto: Grupo Especial de Fiscalização Móvel (GEFM)/Divulgação


A auditora-fiscal do trabalho Lidiane Barros informou que a mulher foi tirada da cidade paraibana de origem, Cuité, aos 18 anos, pelo empregador e a família dele.


“Cuidava dos patrões idosos, limpava a casa, arrumava e cozinhava, além dos cuidados com a matriarca da família que ficou acamada e com dificuldades de locomoção. Ainda, a empregada vivia um processo de coação psicológica que a levava a aceitar as condições indignas de trabalho com afirmações de que ela teria responsabilidades com os idosos por ser uma pessoa considerada da família”, descreveu a auditora.


A carga de trabalho da vítima aumentou ainda mais há pelo menos cinco anos, quando ela passou a ser responsabilizada pelo cuidado de cerca de 100 cães adotados pelos patrões. Essas atividades eram feitas todos os dias da semana, inclusive aos domingos e feriados.


A jornada da trabalhadora iniciava por volta das 7h e se encerrava após a meia-noite por causa do alto número de cachorros e da obrigação de limpar toda a casa e espaços destinados ao abrigo dos animais, além de alimentá-los.


Trabalhadora resgatada tinha que limpar fezes e urina de pelo menos 100 cachorros — Foto: Grupo Especial de Fiscalização Móvel (GEFM)/Divulgação


As atividades diárias também envolviam limpar e lavar os canis, limpar fezes e urinas dos cachorros tanto na parte externa, quanto dentro da casa.


Apesar da mulher receber salário mensal, 13º e férias, ela não usufruía de descanso semanal remunerado, feriado e das férias de 30 dias. Apesar de ter folgas eventuais nos feriados de São Pedro e Réveillon, nunca pôde ficar mais de quatro dias fora das funções.


Segundo a auditora, este foi o primeiro caso de resgate em trabalho doméstico na Paraíba. A operação foi realizada a partir de uma denúncia feita Disque Direitos Humanos – por meio de ligação ao número 100 – sobre a possível exploração de trabalho.


Adoecimento no trabalho e condições precárias de moradia

A trabalhadora possuía um adoecimento das unhas das mãos, que segundo o relato dela, teve início “quando começou a pegar sabão, água sanitária e ficar muito com a mão na água”. Ainda aos auditores, ela contou que sente coceira, dor e inchaço nas unhas.


Segundo a fiscalização, o problema nas unhas junto a coceiras pelo corpo da trabalhadora, pode ser enquadrado como adoecimento em virtude do trabalho, já que tem contato diário com urina, fezes e vômitos dos aproximadamente 100 animais do canil e dentro da casa, explica a auditora que coordenou a ação fiscal.


A trabalhadora resgatada também disse que costumava dormir em um quarto com cama e armário, mas foi apurado durante a operação pelo Grupo que o colchão em que ela dormia foi destinado às cachorras em trabalho de parto. Por isso, ela teria passado a dividir um colchão de solteiro com a idosa da qual cuidava.


Trabalhadora resgatada mostra problema de saúde nas unhas — Foto: Grupo Especial de Fiscalização Móvel (GEFM)/Divulgação


Após o resgate mulher voltou para cidade natal

Ainda na quarta-feira, a equipe de fiscalização levou a trabalhadora resgatada para casa de familiares no interior do estado.


Após o resgate, o empregador foi notificado para quitar a rescisão e fazer o pagamento de todos os direitos que não foram garantidos a ela durante o trabalho.


A trabalhadora também terá direito ao recebimento de três parcelas do Seguro-Desemprego especial do Trabalhador Resgatado, no valor de um salário-mínimo cada.


O patrão também será autuado por submeter a trabalhadora doméstica a uma condição análoga à escravidão.


A Defensoria Pública da União está representando a trabalhadora e vai propor um acordo ao empregador para pagamento de todas as verbas rescisórias devidas e um valor a título de dano moral individual para reparar toda a exploração de trabalho e danos à saúde física e mental da empregada.



Não sendo aceito a proposta, ingressará com as outras medidas judiciais. Além disso, está acompanhando a empregada junto aos órgãos de serviço social e de saúde para garantir atendimento médico e psicológico.


A assistência social de Cuité prestou o acolhimento necessário à trabalhadora, a qual recebeu atendimento médico e da assistência social.


Veja como denunciar

Denúncias de trabalho análogo ao de escravo podem ser feitas de forma anônima no Sistema Ipê.


Fonte: g1

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Condenada por mandar cortar pênis do ex, médica é investigada por agredir e torturar marido em Tremembé, SP

Uma médica de 41 anos é investigada por agredir e torturar o marido em Tremembé (SP). A suspeita é de Minas Gerais, onde chegou a ser presa e condenada por mandar cortar o pênis do ex-noivo em 2002.


A Polícia Civil abriu investigação após receber uma denúncia de que um homem vinha sendo vítima de agressão. Nas redes sociais, a médica Myriam Priscila de Rezende Castro compartilhava uma rotina de humilhações e agressões ao homem, que geralmente parecia estar sob efeito de remédios


Nesta quarta-feira (2), a Polícia Civil cumpriu mandado de busca e apreensão no imóvel, que fica no bairro Flor do Vale. No local, o homem foi encontrado ferido, assim como as duas crianças, filhas da médica. A polícia não detalhou os ferimentos nelas. A médica não estava no imóvel (leia mais abaixo).


Na casa, os policiais encontraram marcas de sangue no chão, que a vítima, que é estudante de veterinária, disse ser dele, de agressão sofrida no dia anterior.


À polícia, o homem confirmou que ele e as crianças eram vítimas de agressão e que se mantinha na relação por dependência financeira. Ele ainda confirmou ser ele a pessoa exposta nas imagens pela médica.


Homem era agredido por médica em Taubaté — Foto: Reprodução


Animais congelados

A Polícia Civil informou ainda que a casa tinha péssimas condições de higiene, com fezes de animais pelo chão. No local eram mantidos 15 cães, sendo 5 filhotes, uma cobra, ratos, um coelho e uma porca.


Em um freezer ainda foram encontrados uma ave, um coelho e um cachorro congelados.


Médica mantinha vários animais na casa em situação de maus tratos — Foto: Divulgação/Polícia Civil


Médica não foi encontrada

A médica Myriam Priscila não foi encontrada no imóvel no momento da ação da Polícia Civil. Ela realiza atendimento em Guaratinguetá, Lorena, Paraty e São José dos Campos.


A suspeita vai responder por lesão corporal, tortura, maus tratos a animais, matar espécies da fauna nativa. No imóvel, a polícia também encontrou uma idosa que vivia com a família, em péssimas condições. Por isso, a médica também vai responder por ferir o estatuto do idoso.


Crimes anteriores

A médica chegou a ser condenada a seis anos de prisão em 2013 por mandar cortar o pênis do ex-noivo em Minas Gerais. O crime aconteceu em 2002 depois que o homem decidiu encerrar o relacionamento poucos dias antes do casamento.


A médica então contratou um grupo de homens que foi pago para mutilar o homem. Ela foi presa no interior de São Paulo. Durante o cumprimento da pena, engravidou de gêmeos e obteve regime domiciliar. A pena já foi totalmente cumprida.


Fonte: g1

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Gilberto Barros é condenado por homofobia e multado em R$ 32 mil por comissão do governo de SP

O apresentador Gilberto Barros foi condenado por homofobia e multado pela Secretaria da Justiça e da Cidadania do estado de São Paulo no valor de R$ 32 mil devido a comentários feitos em um programa no seu canal no YouTube.


Gilberto Barros — Foto: Reprodução/ Facebook


Durante a exibição do programa, o apresentador chegou a fazer comentários homofóbicos e incitar violência contra a população LGBTQIA+.


Entre as frases, disse: "Você lembra a hora que eu acordava para trabalhar na Rádio Globo, quando cheguei a São Paulo, em 1984? Tinha que acordar às 2h30 e ainda presenciar, no lugar onde guardava o carro, beijo de língua de dois bigodes. Porque tinha uma boate gay lá na frente".


E emendou: "Não tenho nada contra, mas eu também vomito. Sou gente, gente. Naquela época ainda, imagina chegando do interior. Hoje em dia, se quiser fazer na minha frente faz, apanha os dois, mas faz".


A denúncia foi feita pelo jornalista William de Lucca, e o processo foi instaurado baseado na Lei Estadual 10.948/2001, que prevê punição a "toda manifestação atentatória ou discriminatória praticada contra cidadão homossexual, bissexual ou transgênero", praticadas por pessoas físicas e jurídicas.


A defesa de Gilberto Barros chegou a argumentar que ele convive "diariamente" e tem "laços de amizade com pessoas das mais diversas orientações sexuais". Argumentou ainda que não se dirigiu a uma pessoa em especifico e que estava se referindo em outros épocas. A Comissão Especial de Discriminação em Razão de Orientação Sexual, que analisa as denúncias, rejeitou os argumentos do apresentador.


Segundo a comissão, as falas de Gilberto durante o programa evidenciam natureza LGBTfóbica, extrapolando os limites de liberdade de expressão, além de estimular a violência física contra a população LGBTQIA+.


O g1 procurou o apresentador para comentar sobre o caso, mas, até a última atualização desta reportagem, não teve retorno.


Condenações da comissão

As punições da Comissão Especial de Discriminação em Razão de Orientação Sexual ou Identidade de Gênero vão desde advertência, passando por pagamento de multa até a cassação de licença estadual de funcionamento de uma empresa, por exemplo.


A comissão foi instaurada em 2001, com base na lei estadual. Ela é formada por cinco integrantes da secretaria. A denúncia é feita pela ouvidoria, pela própria secretaria ou outro órgão a encaminha para a comissão. Como não se trata de um processo judicial, não há a necessidade de registro de boletim de ocorrência.


Quando a pessoa relata o fato, um expediente é gerado e, a partir daí, o coordenador da comissão verifica se é o caso de tentar uma mediação antes da abertura do processo. No caso de Gilberto Barros, não houve mediação.


Fonte: g1

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Vacinação de Safadão: Justiça tranca investigação de crime contra saúde pública, mas mantém apuração de peculato e corrupção

A Justiça do Ceará manteve a investigação do Ministério Público do Ceará (MPCE) pelos crimes de peculato e corrupção passiva no caso da vacinação do cantor Wesley Safadão, sua mulher Thyane Dantas e a produtora Sabrina Tavares. A apuração relativa ao crime de infração de medida sanitária preventiva, no entanto, vai ser arquivada por decisão do tribunal estadual de Justiça.


Thyane Dantas, mulher de Wesley Safadão, foi vacinada em Fortaleza mesmo estando fora da faixa etária e sem agendamento. — Foto: Reprodução/Instagram


A desembargadora Francisca Adelineide Viana havia suspendido a investigação em novembro do ano passado após a defesa do cantor entrar com um habeas corpus.


Nesta quarta-feira (2), a 2ª Câmara Criminal do órgão, que reúne quatro desembargadores, julgou o mérito e definiu que a investigação pode continuar, caso seja esse o entendimento do MPCE.



De acordo com decisão do colegiado de desembargadores, o trio e os servidores envolvidos no caso podem continuar sendo investigados pelos crimes de peculato e corrupção passiva. Ambos são crimes contra a administração pública.


Esses tipos penais são específicos a funcionários públicos. Contudo, há entendimentos em tribunais brasileiros que imputam esses crimes a pessoas que não atuam no serviço público. Nesses casos, o crime pôde ser voltado ao investigado que não é servidor, mas teria atuado com funcionários públicos e sabia que eles trabalhavam em funções públicas.


Veja trecho do acórdão que trata sobre esta decisão:


"Crimes contra a administração Pública. Peculato-desvio e corrupção passiva. Atipicidade das condutas não demonstrada. Fatos que se amoldam, em tese, aos tipos penais imputados. Delitos cometidos por servidores públicos ou equiparados. Desvio de doses de imunizante em proveito alheio. Prática de ato de ofício com infração a dever funcional cedendo a pedido ou por influência de outrem. Pacientes que não são funcionários públicos. Agentes que, contudo, teriam supostamente concorrido na condição de partícipes. Possibilidade, em tese, conforme aplicação do art. 30 do código penal. Comunicabilidade das condições de caráter pessoal elementares do crime. Indemonstrada manifesta atipicidade. Contornos fáticos concretos que devem ser estabelecidos, sendo o caso, em eventual denúncia"


A assessoria de imprensa do cantor disse, em nota, que "o Tribunal, no entanto, autorizou o MP cearense a prosseguir com a apuração da conduta dos servidores, com base no artigo 312 do Código Penal, que prevê o crime de peculato". A defesa afirmou que irá recorrer desta decisão ao Superior Tribunal de Justiça (STJ).


Investigação trancada


Wesley Safadão foi vacinado contra a Covid-19 nesta quinta-feira (8), em Fortaleza. — Foto: Instagram/ Reprodução


Os desembargadores mandaram trancar a apuração contra o trio pelo crime de infração de medida sanitária preventiva. Segundo a decisão, os desembargadores consideraram que "os fatos não se amoldam ao tipo penal".


Conforme o acórdão, para que o crime fosse considerado contra a saúde pública, seria necessário que "a conduta colocasse em risco um número indeterminado de pessoas, diante da possibilidade de propagação de doença sanitária".

A Justiça considerou que a conduta é "moralmente reprovável", mas o fato "não constitui crime". Com o trancamento da ação, o Ministério Público não pode dar andamento na investigação contra o trio por este crime.


Além disso, o TJCE também mandou trancar a investigação que estava sendo feita pela Polícia Civil do Ceará. O colegiado de desembargadores entendeu que havia duplicidade, uma vez que a apuração do Ministério Público já estava mais avançada e era mais abrangente.


Fonte: g1

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