quarta-feira, junho 16, 2021

Suspeito é preso no RN por comércio clandestino de remédio usado em casos graves de Covid

Um homem foi preso em Mossoró, nesta quarta (16), por suspeita de vender clandestinamente um medicamento por vezes prescrito por médicos em casos graves de Covid. A mulher dele também é suspeita de participação no esquema. A droga, cujo valor médio é de R$ 850, estaria sendo vendida por R$ 2.500 pelo casal.


Operação do MPRN combate comércio clandestino de remédio usado em casos graves de Covid — Foto: Cedida


A prisão faz parte de uma operação do Ministério Público Estadual. O medicamento tem como princípio ativo o tocilizumabe. No momento da prisão foram encontradas caixas do medicamento e ainda remédios com validade vencida na casa do suspeito.


O homem é farmacêutico e a mulher trabalha em uma farmácia. Para o MPRN, as atividades profissionais dos dois seriam utilizadas no comércio ilegal do tocilizumabe por terem o conhecimento técnico (temperatura, acondicionamento, prescrição etc) e contatos com fornecedores (agentes públicos ou privados).


Conforme chegou ao conhecimento do MPRN, nos casos de Covid-19 severa, evoluindo para hipoxemia (queda do oxigênio sanguíneo) refratária, alguns médicos têm utilizado a droga tocilizumabe para conter o avanço da doença, diminuir o risco de intubação orotraqueal e, em último caso, a morte do paciente.


Além de reduzir o risco de morte em pacientes hospitalizados com Covid em estado grave, a droga pode também diminuir o tempo de internação e a necessidade de ventilação, segundo constatou um estudo preliminar da Universidade de Oxford.



Os suspeitos, segundo o que já foi apurado pelo MPRN, aguardavam o momento adequado para abordar as possíveis vítimas, aproveitando-se da alta demanda causada pela pandemia para conseguirem vender os medicamentos a preços elevados. Esta alta demanda pela medicação desencadeou a escassez do medicamento, tanto na iniciativa privada quanto no Sistema Único de Saúde (SUS).


O MPRN ressalta que diante do atual cenário de pandemia, do forte apelo emocional da doença e do extenso acometimento populacional, as famílias dos pacientes não poupam esforços para adquirir a medicação.


O material apreendido será periciado pelo MPRN. Os remédios deverão ser enviados para a Unidade de Central de Agentes Terapêuticos (Unicat) do Governo do Estado ou para a Secretaria de Saúde de Mossoró, onde serão cadastrados.


Fonte: G1

Leia Mais ››

Criminosos explodem cofre e roubam dinheiro de posto de combustíveis na região Agreste potiguar

Criminosos atacaram um posto de combustíveis e destruíram parte do prédio ao usarem explosivos para abrir um cofre, na madrugada desta quarta-feira (16).


O caso aconteceu em Riachuelo, na região Agreste potiguar e foi registrado pelo Centro Integrado de Operações de Segurança Pública (Ciosp) por volta das 4h, após ser acionado pela equipe da Polícia Militar no município.


Segundo a polícia, criminosos fortemente armados chegaram ao local em pelo menos três veículos, renderam pessoas que estavam no posto e usaram explosivos para acessar dinheiro guardado no posto.


Destroços deixados no posto de combustíveis após assaltantes usarem explosivos para abrir cofre em Riachuelo, RN — Foto: Redes sociais


Caminhoneiros que dormiam no posto de combustíveis registraram imagens dos destroços deixados pela explosão. O valor roubado não foi divulgado.



Os criminosos fugiram logo em seguida, deixando explosivos no local. O Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), sediado em Natal, foi acionado para recolher os artefatos.


A polícia fez buscas na região e encontrou dois veículos que teriam sido usados na ação criminosa: um modelo versa de cor prata e uma caminhonete que foi incendiada pelos assaltantes. Nenhum suspeito foi preso.


Fonte: G1

Leia Mais ››

RN registra 286.956 casos confirmados e 6.517 mortes por Covid

O Rio Grande do Norte contabiliza 286.956 casos confirmados de Covid desde o início da pandemia. São 6.517 mortes provocadas pela doença no estado. Outros 1.377 óbitos estão sob investigação. Os dados estão no boletim epidemiológico da Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) desta quarta-feira (16).


Na comparação com o boletim do dia anterior, foram 9 mortes a mais registradas.


O RN tem ainda 110.128 casos suspeitos e 549.354 casos descartados de Covid. Os casos inconclusivos, tratados como "Síndrome Gripal não especificada", seguem em 131.928.


A Sesap informa também que 830 pessoas estão internadas por causa da Covid no RN - 604 na rede pública e 226 na rede privada (apenas 8 dos 10 hospitais privados atualizaram os dados, de acordo com a Sesap). Com 362 pacientes, a taxa de ocupação dos leitos críticos (semi-intensivo e UTIs) é de 74,8% na rede pública; com 134 internados, a rede privada tem 87,5% de ocupação.


Números do coronavírus no RN

286.956 casos confirmados

6.517 mortes

110.128 casos suspeitos

549.354 casos descartados


Fazendo upload: 743424 de 913563 bytes.
RN tem 286.956 casos confirmados de Covid — Foto: Anastácia Vaz


Fonte: G1

Leia Mais ››

RN tem chuvas 30% abaixo da média esperada de fevereiro a maio, diz Emparn

O Rio Grande do Norte teve chuvas 30,4% abaixo da média esperada para o período de fevereiro a maio de 2021. A informação é da unidade instrumental de Meteorologia da Empresa de Pesquisa do Rio Grande do Norte (Emparn).


RN tem chuvas 30,4% abaixo do esperado de fevereiro a maio, diz Emparn — Foto: Bruno Andrade


A expectativa era de uma média de chuvas em torno de 526,2 milímetros, porém, o volume médio observado foi de 369,2 mm no período.


“O período chuvoso no RN foi marcado pela presença do Fenômeno La Niña no Oceano Pacífico, associados às condições do Oceano Atlântico, com temperaturas quentes na bacia tropical norte e frias na bacia tropical sul, dificultou a ocorrência de chuvas no Estado. Como resultado deste cenário observaram-se desvios negativos em todas as regiões do Rio Grande do Norte”, avaliou o chefe da unidade, o meteorologista, Gilmar Bristot.


Municípios localizados na Costa Branca, Região da Borborema, Trairí, Mato Grande e todo o Litoral Leste, foram os locais com maiores déficits.


RN tem chuvas 30,4% abaixo do esperado no períodos chuvoso em 2021 — Foto: Reprodução/Emparn


A Emparn ressalta que o inverno no hemisfério sul começa na próxima segunda-feira (21), às 00h32. Para a região do Nordeste do Brasil o período é marcado com a maior ocorrência de chuvas na faixa litorânea e o início do período seco no interior do estado e a diminuição das temperaturas nas regiões serranas.


Gilmar Bristot avalia que a previsão é de que ocorram chuvas abaixo do normal no início da estação (junho) como já vem sendo constatado pelas análise, devendo ocorrer maiores volumes a partir da última semana de junho.


“As atuais condições apresentadas pelo Oceano Atlântico Sul não estão favoráveis para uma maior ocorrência de chuvas no momento devido a intensidade e posição do sistema de Alta Pressão que tem oscilado muito devido ao não estabelecimento ainda do período mais frio no hemisfério Sul, o que tem mantido a condição de vento soprando de sul (vento mais frio e seco). A expectativa é que as condições de chuva deverão normalizar na última semana de junho, julho e agosto”, completou.


Previsão de volume médios de chuvas para o período de junho a setembro de 2021.


Oeste- 85,1 mm

Central- 73,0 mm

Agreste- 226,9 mm

Leste- 506,5 mm


Fonte: G1

Leia Mais ››

Filme potiguar concorre à Palma de Ouro no Festival de Cannes

Um filme potiguar concorre pela primeira vez à Palma de Ouro no Festival de Cannes, integrando a Seleção Oficial de Curtas-Metragens da edição de 2021."Sideral", novo trabalho do diretor Carlos Segundo em parceria com a Casa da Praia Filmes, é um dos dois representantes brasileiros na competição oficial de um dos mais importantes festivais de cinema do mundo.


Filme 'Sideral' concorre à Palma de Ouro em Cannes — Foto: Divulgação


Filmado nas cidades de Natal, Ceará-Mirim e Parnamirim, "Sideral" é uma ficção que se desenvolve no futuro, em torno do histórico dia do lançamento do primeiro foguete tripulado brasileiro na Base Aérea de Natal e como isso afeta a vida de Marcela, Marcos e seus dois filhos.


"Sideral é um filme que passeia de forma sutil por diferentes temas, podendo ainda ser considerada uma obra tragicômica. O filme transita entre os campos poético e realista, conseguindo com isso convergir elementos técnicos e estéticos de uma forma muito singular. É uma obra que só poderia ter sido realizada aqui no Rio Grande do Norte", conta Carlos Segundo, que é professor titular no curso de Audiovisual da UFRN.


Com produção brasileira de Mariana Hardi e Pedro Fiuza, através da Casa da Praia Filmes, "Sideral" é um filme genuinamente natalense com equipe e elenco de profissionais potiguares, estrelado por Priscilla Vilela e Enio Cavalcante.



"É um orgulho imenso sermos selecionados no mais importante festival de cinema do mundo, produzindo com recursos locais, além de equipe técnica e artística formada por pessoas que já trabalham no mercado do audiovisual potiguar e que têm construído suas carreiras aqui. É um atestado do nosso potencial, capacidade e sustentabilidade", conta Mariana.


Para Pedro Fiuza, a indicação do filme à Palma de Ouro também é um marco histórico e uma chance de reflexão sobre investimentos em arte e cultura: "Em meio a uma pandemia e frente a várias crises, foi possível realizar o filme, evidenciando a importância da Lei Aldir Blanc e do investimento em cultura no país. Isso nos mostra que o Rio Grande do Norte e o Brasil têm toda a qualidade profissional e artística e que, se reconhecidos por políticas públicas e pela sociedade, também serão reconhecidos internacionalmente. Estamos fazendo história com essa seleção inédita para o RN, mas nossa obra não tem fronteiras artísticas e por isso podemos dizer que também somos o Brasil todo em Cannes".


O Festival de Cannes acontece entre os dias 6 e 17 de julho de 2021, no Palais des Festival, na cidade de Cannes, na França.


Fonte: G1

Leia Mais ››

Brasil volta a registrar média móvel acima de 2 mil mortes diárias por Covid

Fazendo upload: 95398 de 95398 bytes.


O Brasil registrou 2.673 mortes por Covid-19 nas últimas 24 horas, totalizando nesta quarta-feira (16) 493.837 óbitos desde o início da pandemia. Com isso, a média móvel de mortes nos últimos 7 dias chegou a 2.007 --voltando a bater a marca de 2 mil pela 1ª vez desde o dia 10 de maio. Em comparação à média de 14 dias atrás, a variação foi de +8% e indica tendência de estabilidade nos óbitos decorrentes do vírus.


É o 29º dia seguido de estabilidade na comparação com duas semanas atrás. Isso significa que o ritmo atual das mortes por Covid tem se assemelhado mais a um platô do que a uma queda ou a um aumento na curva, e isso em patamar bastante elevado.


Os números estão no novo levantamento do consórcio de veículos de imprensa sobre a situação da pandemia de coronavírus no Brasil, consolidados às 20h desta quarta. O balanço é feito a partir de dados das secretarias estaduais de Saúde.


Veja a sequência da última semana na média móvel:


Quinta (10): 1.764

Sexta (11): 1.912

Sábado (12): 1.961

Domingo (13): 1.997

Segunda (14): 1.970

Terça (15): 1.980

Quarta (16): 2.007

De 17 de março até 10 de maio, foram 55 dias seguidos com essa média acima de 2 mil. No pior momento desse período, a média chegou ao recorde de 3.125, no dia 12 de abril.


Seis estados aparecem com tendência de alta nas mortes: AP, PR, PB, AM, RJ, BA.


Em casos confirmados, desde o começo da pandemia 17.629.714 brasileiros já tiveram ou têm o novo coronavírus, com 85.861 desses confirmados no último dia. A média móvel nos últimos 7 dias foi de 72.051 novos diagnósticos por dia. Isso representa uma variação de +10% em relação aos casos registrados em duas semanas, o que indica tendência de estabilidade também nos diagnósticos.



Assim como nos óbitos, os casos seguem em estabilidade, em um patamar elevado, há um longo período. Chegamos a 50 dias seguidos em que a curva de novos diagnósticos tem apontado ritmo estável, sem queda ou aumento considerável.


Fonte: G1

Leia Mais ››

Psicóloga comemora vacina contra a Covid, mas descobre ao ver vídeo que imunizante não foi aplicado

A psicóloga Laura da Silva Santos Alves comemorou, assim como muitas pessoas, quando tomou a vacina contra a Covid na segunda-feira (14), em Sorocaba (SP). Mas a euforia durou pouco. Logo depois de postar a foto com a carteirinha de vacinação nas redes sociais, ela foi ver o vídeo que sua mãe gravou do momento tão aguardado e percebeu que foi mais uma vítima da "vacina de vento".


Psicóloga comemora vacina contra a Covid, mas descobre ao ver vídeo que imunizante não foi aplicado — Foto: Arquivo pessoal


No vídeo é possível ver que a funcionária da saúde coloca a agulha, puxa o êmbolo para cima e tira a agulha em seguida, sem injetar o imunizante.


Além de não aplicar a vacina, a funcionária também erra o nome do imunizante. "É a 'astragênica', tá? Pode ser que dê algum tipo de reação", avisa. O cartão de vacinação que a psicóloga recebeu traz a grafia errada do imunizante.


Em um post nas redes sociais, a psicóloga chegou a comemorar a aplicação da vacina. "Chegou meu dia! Vacinada", escreveu.


Ao G1, Laura disse que se sentiu enganada. “Foi como um ‘balde de água fria’, pois estava extremamente ansiosa para a vacina, tanto que o intuito de gravar era por estar feliz”, diz.


Após perceber que a dose não havia sido aplicada, a psicóloga retornou ao local para reclamar, onde soube que a responsável pela aplicação já não estava mais no local.


Ela conversou, então, com a supervisora da profissional para explicar o que aconteceu. “Me pediram desculpas e aplicaram a dose. Uma das responsáveis me mostrou a seringa vazia informando que realmente aplicou e falou que iam reforçar isso com os alunos”, conta.


Psicóloga comemora vacina contra a Covid, mas descobre em vídeo que imunizante não foi aplicado — Foto: Reprodução


Em nota, a Prefeitura de Sorocaba informou que houve uma falha na aplicação, feita por uma estagiária de uma escola técnica de enfermagem, e que a Corregedoria Geral do Município (COR) vai intervir na investigação em uma ação para profissionais da Saúde.


Segundo o Executivo, um processo de apuração foi aberto para verificar qual foi o motivo do erro na aplicação. A escola técnica também foi notificada para apurar o caso.


Não foi informado se a estagiária aplicou a vacina da mesma forma em todos os moradores que atendeu no dia em questão, ou se foi um caso isolado.


A prefeitura informou que se um morador desconfiar que não recebeu a vacina da maneira correta deve fazer uma reclamação por meio do canal 156 ou pelo site da Prefeitura. Também é possível registrar a ocorrência pelo WhatsApp da Ouvidoria Geral do Município, pelo número: (15) 99129-2426, das 8h às 17h.


Fonte: G1

Leia Mais ››

Ministério da Saúde diz que vai receber 15 milhões de doses da vacina da Pfizer em julho

Fazendo upload: 181402 de 181402 bytes.


O Ministério da Saúde informou nesta quarta-feira (16) diz que vai receber , em julho, 15 milhões de doses da vacina da Pfizer contra a Covid-19. De acordo com a pasta, a previsão inicial era de que 8 milhões de doses chegassem no próximo mês, mas, após conversas com a farmacêutica, o Brasil vai receber uma quantidade maior.


O anúncio ocorre dois dias após uma reunião entre executivos da farmacêutica e representantes do governo, entre eles o presidente Jair Bolsonaro. Acompanhado de ministros, Bolsonaro conversou por videoconferência com o presidente da farmacêutica para a América Latina, Carlos Murillo.


A Pfizer é a empresa que teve ofertas de venda de vacinas contra Covid-19 rejeitadas pelo governo desde o segundo semestre de 2020. O governo afirma que o laboratório estabelecia condições "draconianas" nos contratos. A principal queixa de Bolsonaro e do então ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, era a de que a Pfizer não se responsabiliza por eventuais efeitos colaterais da vacina.


Cronograma atual

O governo federal assinou dois contratos com a Pfizer, cada um para a compra de 100 milhões de doses. A projeção de entregas de vacinas Covid-19 do Ministério da Saúde, atualizada semanalmente, da última quarta-feira (9) previa o seguinte cronograma de entrega de doses da Pfizer até o final de 2021:


Primeiro contrato:


12 milhões de doses em junho de 2021;

8 milhões de doses em julho de 2021;

76 milhões de doses em agosto e setembro de 2021.

Segundo contrato:


100 milhões de doses no quarto trimestre de 2021.

As remessas entregues até esta segunda-feira foram distribuídas em lotes:


29 de abril: 1 milhão de doses

5 de maio: 628.290 mil doses

12 de maio: 628.290 mil doses

19 de maio: 629.460 mil doses

26 de maio: 629.460 mil doses

1º de junho: 936 mil doses

2 de junho: 936 mil doses

3 de junho: 527.670 mil doses

8 de junho: 526.500 mil doses

9 de junho: 936 mil doses

10 de junho: 936 mil doses

Governo não quis comprar

A Pfizer ofereceu 70 milhões de doses ao Brasil em agosto de 2020, que poderiam começar a ser entregues em dezembro do mesmo ano. Mas o governo brasileiro não quis. Só depois, em março de 2021, no auge da pandemia, foi firmado um contrato.


A recusa das primeiras ofertas da Pfizer é um ponto da atuação do governo avaliado pela Comissão Parlamentar de Inquérito do Senado que investiga as ações e omissões do governo no combate à pandemia de Covid-19.


Veja o que foi dito até aqui da cronologia dos contatos entre a Pfizer e o governo federal:


15 de agosto de 2020: foi nessa data que, segundo a Pfizer, a farmacêutica ofereceu 70 milhões de doses ao Brasil, com primeiras remessas previstas para dezembro.

12 de setembro de 2020: cúpula do governo brasileiro, inclusive o presidente Jair Bolsonaro, recebe uma carta da Pfizer, com oferta de doses, segundo o ex-secretário de Comunicação da Presidência, Fabio Wajngarten.

9 de novembro de 2020: Wajngarten toma conhecimento da carta e descobre que ela está há dois meses sem resposta. O ex-secretário, conforme contou à CPI, decide procurar representantes da empresa.

9 de novembro de 2020: No mesmo dia em que respondeu a Pfizer, segundo Wajngarten, ele foi até Bolsonaro para colocar o presidente da República em contato com presidente da Pfizer no Brasil. O ministro da Economia, Paulo Guedes, estava presente a essa reunião. Guedes, de acordo com Wajngarten, conversou rapidamente com a Pfizer por telefone e defendeu a vacinação.

17 de novembro de 2020: Wajngarten relata que, nesse dia, teve uma reunião com o presidente da Pfizer no Brasil, Carlos Murillo e a diretora de Comunicação da empresa.

7 de dezembro: nova reunião de Wajngarten com representantes da Pfizer. Desta vez, segundo o ex-secretário, a empresa mostrou a caixa em que as doses são acondicionadas na temperatura necessária para não perderem a validade.

7 de janeiro de 2021: a Pfizer divulga uma nota em que revela que, em agosto de 2020, ofereceu a venda de 70 milhões de doses ao governo brasileiro, mas o contrato foi recusado pelo país.

Março de 2021: no auge da pandemia e do colapso na saúde pública, o governo anuncia assinatura do contrato com a Pfizer para o fornecimento de 100 milhões de doses, distribuídas pelos próximos meses.


Fonte: G1

Leia Mais ››

Com cataratas irreconhecíveis, Rio Iguaçu está 'doente' e vê mata nativa minguar



O Iguaçu (rio grande, na língua tupi) mais parecia um "imirim" (rio pequeno, no mesmo idioma) para quem visitou suas famosas cataratas nos últimos dias.


Segundo a Companhia Paranaense de Energia (Copel), a vazão da água perto das quedas foi de 308 mil litros por segundo, ou um quinto do fluxo normal, nos dias 9 e 10 de junho. Foi o menor índice de 2021


É o segundo ano seguido em que a atração, reconhecida como patrimônio natural da humanidade pela Unesco, fica irreconhecível. Em abril de 2020, a vazão nas quedas foi ainda menor que a atual, chegando a 259 mil litros por segundo.


Meteorologistas atribuem o baixo fluxo principalmente à falta de chuvas no Paraná, estado onde ficam as nascentes do Iguaçu e que é atravessado por ele até sua foz, em Foz do Iguaçu, onde ele deságua no rio Paraná.


Segundo o Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar), desde fevereiro, quase todo o estado tem tido chuvas abaixo da média histórica.


Como as precipitações só tendem a voltar em outubro, reservatórios de hidrelétricas na bacia têm retido água para garantir alguma reserva para os próximos meses, o que também vem reduzindo a vazão do rio a jusante. Há seis hidrelétricas de grande porte no Iguaçu.


Fazendo upload: 605894 de 605894 bytes.


Mas especialistas afirmam que, embora a chuva não esteja ajudando, o Iguaçu é hoje um rio "doente" e nunca esteve tão vulnerável à variação pluviométrica.


Segundo o MapBiomas, plataforma que monitora o uso do solo no Brasil, entre 1985 e 2019, a região da bacia do Iguaçu perdeu 21,3% de sua vegetação nativa, formada principalmente pela Mata Atlântica.


E na sub-bacia que abarca as cabeceiras do rio, nos arredores de Curitiba, resta hoje apenas 7,2% da vegetação original, segundo Malu Ribeiro, diretora de Políticas Públicas da ONG SOS Mata Atlântica.


"O Iguaçu é um rio doente e que, para se recuperar, precisa de mata ciliar", ela afirma à BBC News Brasil.

Ribeiro explica que a Mata Atlântica, quando preservada, atenua o impacto de secas e temporais sobre os rios. A floresta retém no solo a umidade acumulada no período chuvoso, garantindo que as nascentes continuem a jorrar mesmo na estiagem.


Porém, quando as árvores são removidas e substituídas por lavouras ou pastagens, o solo deixa de segurar a umidade. Isso faz com que, na estiagem, as nascentes próximas gerem menos água ou até sequem.


Já na época úmida, as chuvas não conseguem infiltrar no solo desmatado e tendem a escorrer direto para os rios, causando erosão e enchentes.



Em 2018, Ribeiro participou de uma expedição que percorreu todo o curso do Iguaçu para analisar a qualidade da água e o impacto do desmatamento e da construção de hidrelétricas na bacia.


Ela diz que o rio está poluído em praticamente toda sua extensão, principalmente por causa de agrotóxicos, e que a qualidade da água é ruim até mesmo no Parque Nacional do Iguaçu, a maior área protegida da bacia.


Líderes de desmatamento

Imagens do satélite Landsat/Copernicus mostram a intensa destruição da floresta na bacia do Iguaçu nas últimas décadas. Em nenhum lugar a transformação foi tão avassaladora quanto em Rio Bonito do Iguaçu, no centro do Paraná.


Em 1984, uma densa e extensa floresta protegia a margem direita do Iguaçu no município. De lá para cá, só sobraram fragmentos de mata em topos de morros e em faixas estreitas que acompanham cursos d'água.


Rio Bonito do Iguaçu foi o município brasileiro que mais desmatou a Mata Atlântica entre 1985 e 2015, segundo a SOS Mata Atlântica. Só ali foram destruídos 24,9 mil hectares de floresta, o que equivale a quase o município de Fortaleza inteiro.


A Mata Atlântica se estende por 17 Estados brasileiros. Cinco dos dez municípios que mais destruíram o bioma entre 1985 e 2015 ficam no Paraná.



E a destruição não parou. Em partes do Estado, como na própria Rio Bonito do Iguaçu, o noticiário lembra o de partes da Amazônia, com registros frequentes de prisões de madeireiros e de apreensão de toras extraídas ilegalmente.


Em todo o Brasil, a Mata Atlântica já perdeu 87,6% de sua cobertura original.


Conservação como empecilho

Para Clóvis Borges, diretor executivo da ONG SPVS (Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental), sediada em Curitiba, prevalece entre boa parte da elite política e econômica do Paraná a visão de que "a conservação é um empecilho ao desenvolvimento".


A destruição das florestas paranaenses teve um grande impulso a partir da Primeira Guerra Mundial (1914-1919), quando o Brasil enfrentava dificuldades para importar madeira.


Várias famílias de imigrantes europeus passaram a se dedicar à extração de araucárias, também conhecidas como "pinheiros-do-paraná" por abundarem na região. Muitas cidades no Paraná e em Santa Catarina nasceram e cresceram graças à atividade madeireira.


Em 2001, porém, segundo um estudo da Universidade Federal do Paraná (UFPR), só restava no Estado 0,8% da área original ocupada pelas matas de araucárias.


Ironicamente, o Paraná quase levou à extinção o pinheiro-do-paraná.


"Salvo o Parque Nacional do Iguaçu e a região costeira, o Paraná é um estado devastado", diz Clóvis Borges.

Nos últimos dias, cresceram temores de que mesmo a proteção do parque nacional esteja sob risco.


Em 9 de junho, deputados federais do Paraná conseguiram fazer com que um Projeto de Lei que permitiria a reabertura de uma estrada dentro da unidade tramite em regime de urgência, modalidade que acelera a análise da proposta.


A estrada foi fechada em 1986 por uma decisão judicial e, desde então, foi recoberta pelas matas.


Autor da proposta, o deputado Vermelho (PSD-PR) diz que a estrada existia antes da criação do parque e que a obra seguirá boas práticas ambientais. Apoiadores da proposta dizem que moradores que viajam entre Serranópolis e Capanema economizarão 180 quilômetros se a estrada for reaberta.



Já Clóvis Borges afirma que a tentativa de reabrir a estrada reflete uma "impertinência cultural".


Segundo ele, há 30 anos políticos paranaenses agem para desmontar órgãos ambientais estaduais em benefício de um "ruralismo canhestro".


Ele lembra que congressistas paranaenses estiveram entre os principais defensores das mudanças no Código Florestal aprovadas em 2012 - mudanças que, entre outros pontos, afrouxaram as exigências de preservação ao longo de cursos d'água.


Antes da mudança, a legislação exigia a restauração e conservação de margens de rios, riachos e nascentes. Com o novo código, muitos proprietários rurais ficaram dispensados da exigência.


Para Clóvis Borges, a bacia do Iguaçu só será recuperada quando proprietários rurais forem remunerados por conservar o ambiente.


Ele diz que já há formas de calcular o valor que uma área protegida gera ao evitar emissões de carbono e proteger as águas, por exemplo.


"Agora falta conversar com as partes beneficiadas e cobrar delas para que paguem ao proprietário, porque ele só vai proteger se for pago", ele diz.


Malu Ribeiro, da SOS Mata Atlântica, também propõe soluções. "É importante estabelecer áreas públicas e privadas prioritárias para a restauração e ampliá-las, compensando os donos".


Ela diz ainda que o Brasil deve investir em outras fontes de energia para não depender tanto de hidrelétricas e termelétricas.


"É importante investir em energias limpas e renováveis, como eólica e solar, para que quando tivermos problemas climáticos não haja um conflito entre o setor elétrico e a preservação."


"As cataratas são um patrimônio da humanidade, não dá para ficar compartimentando ainda mais o rio", defende.


Fonte: BBC

Leia Mais ››

Palmas é única capital a vacinar apenas grupos prioritários contra Covid

Palmas é a única capital brasileira que permanece com a vacinação contra a Covid apenas para grupos prioritários: pessoas acima dos 60 anos ou, então, que tenham comorbidades, segundo levantamento do G1 feito nesta quarta-feira (16).


Idosa é vacinada contra a Covid em Campo Grande (MS), no sábado (12) — Foto: Prefeitura de Campo Grande/Reprodução


Após a divulgação do levantamento, a prefeitura anunciou que vai ampliar a imunização para moradores de 59 anos sem comorbidades. A ampliação será a partir da quinta-feira (17) e a aplicação será com agendamento prévio, em 15 unidades de saúde.


As outras 25 capitais dos estados e Brasília, no Distrito Federal, imunizam de acordo com faixa etária. Mesmo após a ampliação, Palmas seguirá sendo a capital com a idade mais alta para a imunização.


Até segunda-feira (14), Porto Velho também não havia aberto a vacinação por idades. A imunização de pessoas com 55 anos ou mais sem comorbidades começou nesta quarta.


São Luís, no Maranhão, é a capital que vacina a faixa etária mais jovem: quem tiver 24 anos ou mais já pode receber a primeira dose, segundo a prefeitura. As pessoas com 60 anos ou mais representam 11,5% da população maranhense, ante 15% da média nacional.


O Ministério da Saúde liberou a imunização de pessoas sem comorbidade no fim de maio e definiu que deve ocorrer em ordem decrescente de idade: primeiro as mais velhas, depois as mais novas.


Em alguns locais, como Fernando de Noronha (PE), a vacinação já alcançou as pessoas de 18 anos. Há cidades, como Betim (MG), que imuniza adolescentes de 12 a 14 anos com a vacina da Pfizer - a decisão contraria orientação do Ministério da Saúde, que indica vacinação de adultos - ou seja, a partir de 18 anos.


Fonte: G1

Leia Mais ››

Contra orientação do Ministério da Saúde, Betim começa a vacinar adolescentes antes de terminar adultos

A Prefeitura de Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, começou a vacinar estudantes de 12 a 14 anos contra a Covid-19 a partir desta quarta-feira (16).


Vacinação de adolescentes de 12 a 14 anos começou em Betim, na Grande BH, mesmo não sendo esta a prioridade neste momento, segundo o Ministério da Saúde — Foto: Tiago Philip / Divulgação


Para especialistas ouvidos pelo G1, vacinar adolescentes contra a Covid-19 antes de concluir a imunização das pessoas com 18 anos ou mais é uma estratégia equivocada.


Fila no primeiro dia de vacinação de alunos adolescentes, com 12 a 14 anos, em Betim, na Grande BH — Foto: Tiago Philip / TV Globo


Procurado pelo G1 para comentar a iniciativa de Betim, o Ministério da Saúde disse que a ampliação da vacinação para adolescentes acima de 12 anos ainda está "em discussão".


E reforçou que, neste momento, "a prioridade é vacinar todos os grupos prioritários estipulados pelo Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19 e imunizar toda a população acima de 18 anos" -- o que não foi feito ainda em Betim.


Disse ainda que "a orientação é para que estados e municípios sigam o que é recomendado pelo Ministério da Saúde", embora os gestores locais tenham autonomia.


A Organização Mundial da Saúde (OMS) também é contra a vacinação de crianças no atual momento e diz que os países ricos deveriam adiar seus planos de imunizar crianças e doar as vacinas para o resto do mundo.


'Vai ser a primeira da família'


Marilene levou a filha Isabella para se vacinar em Betim, na Grande BH — Foto: Vagner Tolendato/TV Globo


A dona de casa Marilene Pereira, de 33 anos, e a filha Isabella Pereira dos Santos, de 12, foram as primeiras da fila na Escola Municipal Jorge Afonso Defensor, no bairro Marimbá. Para elas, a imunização é muito importante.


"Eu vou me vacinar e gostaria que todas [as crianças se vacinassem", diz Isabella.


Isabella e a mãe, Marilene foram as primeiras da fila na Escola Municipal Jorge Afonso Defensor, em Betim — Foto: Reprodução/TV Globo


E a mãe completou:


"Por isso hoje eu madruguei [na fila] porque eu acho importante. Ela [Isabella] vai ser a primeira da família. A minha vez ainda nem chegou, mas eu agradeço muito ter chegado a hora dela", destaca Marilene.

A medida foi anunciada em Betim após a chegada de 6.047 doses de vacinas da Pfizer, que recebeu autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para ser usada em pessoas a partir de 12 anos.


Outras regiões

A cidade de Cacoal (RO) também já começou a vacinar adolescentes acima de 12 anos, desde esta segunda-feira (14). Mas, por lá, está liberada a imunização apenas de jovens com comorbidades.


A TV Globo apurou a situação em todas as secretarias estaduais de Saúde do Brasil e, até o momento, todas que responderam disseram que não têm conhecimento de nenhuma cidade vacinando adolescentes. As respostas que chegaram até a última atualização desta reportagem são de: Minas Gerais, São Paulo, Santa Catarina, Maranhão, Sergipe, Goiás, Paraná, Piauí, Pernambuco, Mato Grosso, Amapá, Mato Grosso do Sul e Bahia. O Ministério da Saúde disse que "nenhum município ou estado informou sobre o início da vacinação em adolescentes de 12 a 14 anos".


Em coletiva de imprensa na manhã desta terça, o secretário de Saúde, Fábio Baccheretti, disse que a vacinação desse grupo não está liberada ainda pelo Ministério da Saúde e que "não há previsão de imunização deste grupo em todo estado".



"Betim tomou uma decisão de forma isolada, não podemos prever vacinação de criança e adolescente antes de o Ministério da Saúde decidir", disse ele.


Restante da população não foi vacinado

A Prefeitura de Betim ainda não vacinou toda a população acima de 18 anos. Atualmente, a cidade está imunizando pessoas com 59 anos, pessoas com deficiência permanente e pessoas de 40 a 49 anos com comorbidade.


O secretário municipal de Saúde de Betim, Augusto Viana, disse à TV Globo que, após a Anvisa autorizar a vacinação de adolescentes com doses da Pfizer, a prefeitura realizou uma "discussão interna" e optou por imunizar os estudantes de 12 a 14 anos.


"Existem já algumas orientações de que este público é o que mais está sofrendo do ponto de vista de não ter acesso ao ensino de forma presencial. O município já vem avançando para termos o retorno às atividades escolares de forma gradual e, no nosso entendimento, este público, nós temos condições de levar para a sala de aula com segurança e planejamento", afirmou.


Secretário municipal de Saúde de Betim, Augusto Viana — Foto: Reprodução TV Globo


Segundo ele, nesta segunda-feira (14), a cidade concluiu a vacinação de todos os trabalhadores da educação. A expectativa é de que os estudantes vacinados, do 7º ao 9º ano do ensino fundamental, retornem às salas de aula das escolas municipais de forma integral a partir de julho. Os demais devem voltar, de maneira semipresencial, a partir de agosto.


As escolas privadas que já se adequaram aos protocolos municipais já podem retomar as atividades presenciais. Até o momento, duas voltaram. Os pedidos de outras 11 instituições de ensino estão em análise na prefeitura.


Questionado sobre por que a prefeitura optou por vacinar adolescentes, em vez de priorizar os adultos por ordem decrescente de idade, o secretário disse que o grupo com idade a partir de 12 anos é um dos principais vetores do vírus.


"Nós estamos procurando cumprir esse protocolo do mais velho para o mais novo, mas, ao mesmo tempo, vários estudos apontam cientificamente que este é o grupo de maiores vetores, os adolescentes são os grandes vetores. Estamos dando um passo no sentido de procurar imunizar os principais vetores do vírus", pontuou Viana.


Ele ainda criticou o plano nacional de vacinação contra a Covid-19 e destacou que a cidade tem as próprias "percepções" do que está "sofrendo no dia a dia".


"O que temos de novidade que a ciência já nos apresentou é a possibilidade de imunizar adolescentes a partir de 12 anos, que são um dos principais vetores. No nosso entendimento, tem que ter vacina para todo mundo e, dentro desta escassez de vacinas, devemos ter capacidade de manuseá-las", concluiu.

Vacinação é só para alunos

Na primeira etapa, segundo a prefeitura de Betim, serão vacinados alunos dos 7°, 8° e 9° ano do ensino fundamental. A expectativa é vacinar 19 mil estudantes, sendo 13.519 da rede municipal. Um cadastro será aberto ao longo da semana para que escolas estaduais e privadas façam adesão dos alunos.


Nesta primeira semana, receberão o imunizante apenas alunos de escolas da rede municipal, seguindo o cronograma abaixo:


Quarta-feira (16): bairros Icaivera, Citrolândia, Vianópolis e Petrovale

Quinta-feira (17): regiões PTB e Teresópolis

Sexta-feira (18): região Norte de Betim

A vacinação será realizada a partir das 8h nas próprias escolas municipais de cada localidade.


Fonte: G1

Leia Mais ››

No mais curto depoimento à CPI, Witzel acusa governo e é atacado por filho de Bolsonaro

Fazendo upload: 207279 de 207279 bytes.


No mais curto depoimento (três horas e 20 minutos) desde o início do funcionamento da CPI da Covid, o ex-governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel afirmou nesta quarta-feira (16) aos senadores da comissão parlamentar de inquérito que houve “sabotagem” e “perseguição” por parte do governo federal contra os gestores estaduais durante a pandemia.


Ele também fez críticas ao governo e ao presidente Jair Bolsonaro em relação à montagem de hospitais de campanha, à abertura de leitos, à entrega de equipamentos, como ventiladores pulmonares, à demora para adoção do auxílio emergencial.


Wilson Witzel foi confrontado pelo senador Flavio Bolsonaro (Patriota-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro, que não é integrante da CPI. O senador contestou as acusações de Witzel ao governo e atacou o ex-governador, acusando-o de ser responsável por mortes, de mentir à comissão e de usar a CPI como "palanque político" (leia mais abaixo).


O depoimento foi encurtado pelo próprio Witzel (vídeo abaixo). Protegido por um habeas corpus obtido no Supremo Tribunal Federal (STF), ele podia falar o que quisesse e por quanto tempo quisesse. O ministro Nunes Marques concedeu o HC porque Witzel é investigado por fatos em análise na CPI e não pode ser eventualmente obrigado a produzir provas contra si mesmo.


No início da tarde, sob o argumento de que a audiência estava descambando para ofensas, Witzel resolveu parar de falar, embora ainda houvesse uma lista de senadores inscritos para perguntar. "Ele acabou de me comunicar que quer se retirar da sessão, e a gente não pode fazer absolutamente nada", disse o presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM).


O ex-governador, porém, disse ter informações “graves” e prometeu voltar à CPI, caso seja feita uma reunião reservada. O requerimento de convocação dessa reunião deve ser votado na próxima sexta-feira (18).


Governadores 'à mercê da desgraça'

No depoimento, Witzel afirmou que não houve diálogo entre o governo federal e os estados durante a pandemia – e que, em sentido oposto, houve um esforço para se sabotar as medidas sanitárias que vinham sido empreendidas nos estados.


“O presidente deixou os governadores à mercê da desgraça que viria", afirmou.


"O único responsável pelos 450 mil mortos que estão aí tem nome, endereço e tem que ser responsabilizado, aqui, no Tribunal Penal Internacional, pelos fatos que praticou”, afirmou o ex-governador.

Witzel disse ainda que o governo criou uma “narrativa estrategicamente pensada” para fragilizar os governadores, que defendiam as medidas de isolamento


“Foi a narrativa de que ‘os governadores vão destruir os empregos’, porque sabia o senhor presidente da República que o isolamento social traria consequências graves à economia. E eu avisei a ele. O senhor presidente precisa liderar, sentar na cadeira de presidente, e não ficar fazendo motociata, carreata, porque o que nós vimos no Rio de Janeiro foi vergonhoso”, afirmou.


Segundo ele, a “ideia do governo federal era a contaminação de rebanho”.


Perseguição e sabotagem

Witzel reiterou que também fez parte da narrativa federal que os governadores se aproveitaram da pandemia “para fazer desvios de dinheiro público” – a CPI também apura supostas fraudes em verbas federais enviadas a estados e municípios para o enfrentamento ao coronavírus.


O ex-governador sofreu impeachment no ano passado. Ele é réu em processo que apura corrupção e lavagem de dinheiro em contratos da Saúde durante a pandemia. O caso tramita no Superior Tribunal de Justiça (STJ).


“Por trás do meu impeachment estão aqueles que se aliaram a esse discurso de perseguição aos governadores. E eu só fui o primeiro porque, depois de mim, outros governadores foram atingidos por essas investigações superficiais, rasas, e que agora estão fragilizando os governos estaduais. Esse é um objetivo de enfraquecimento do estado democrático de direito, e nós não podemos permitir isso”, disse.


Witzel também relatou que não houve ajuda federal na montagem de hospitais de campanha e na aquisição de equipamentos e fez críticas à demora na concessão do auxílio emergencial.


Segundo ele, houve “sabotagem” durante a pandemia.


“Eu pedi ao presidente que ele me entregasse os hospitais federais para que eu pudesse administrar os hospitais pelo estado. Eu queria construir 1,5 mil leitos de hospitais da campanha, que foram sabotados. Então, a conclusão a que eu chego é que não me deram os leitos e ainda sabotaram os hospitais de campanha exatamente para criar o caos”, afirmou.


Bate-boca e sessão reservada

Durante a audiência, Witzel e o senador Flavio Bolsonaro (Patriota-RJ), trocaram farpas e acusações 


Os dois eram aliados durante a eleição de 2018 – Flavio Bolsonaro participou da campanha do então candidato ao governo fluminense. Ao longo do mandato, porém, houve um rompimento entre os políticos.


Flavio Bolsonaro disse que fazia "questão de desmascarar" Witzel e questionou fala do ex-governador de que é "perseguido". Mencionou acusações contra Witzel, disse que o ex-governador estava mentindo, que usava a CPI como "palanque político" e que "tem a mão suja de sangue entre esses quase 500 mil mortos".


"Esse, sim, é o culpado. E vem aqui e cria um monte de narrativa mentirosa. E eu faço questão de desmascarar porque ele foi eleito mentindo, enganando a população do Rio de Janeiro, e se revelou depois que sentou naquela cadeira de governador", declarou ao senador.

Em meio ao bate-boca, senadores afirmaram que Witzel estava sendo intimidado pelo filho do presidente da República.


Audiência reservada

Vice-presidente da CPI, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) propôs a realização de uma audiência reservada. O pedido deve ser votado na próxima sexta-feira (18).


De acordo com o blog do jornalista Valdo Cruz no G1, a cúpula da CPI avalia que uma diligência seria melhor que uma reunião a portas fechadas porque, caso contrário, senadores que não têm cadeira na comissão – como Flavio Bolsonaro (Patriota-RJ) – poderiam participar.


Witzel demonstrou interesse em retornar à CPI, se houver uma sessão sigilosa. Ele disse que, em uma sessão reservada, faz “questão” de apresentar novos elementos, entre eles o motivo do rompimento entre ele e a família Bolsonaro e a suposta interferência do presidente da Polícia Federal. O ex-governador disse ter conhecimento de “fatos graves”.


'Novo caminho' na investigação

Após o depoimento do ex-governador do Rio, a cúpula da CPI se reuniu para tratar das próximas etapas na comissão.


Segundo Omar Aziz, presidente do colegiado, na próxima sexta-feira, a comissão deve votar um requerimento para realizar uma reunião secreta, a portas fechadas, com Wilson Witzel.


"Sexta-feira vamos votar vários requerimentos e um deles é essa sessão secreta com o ex-governador Wilson Witzel", declarou Aziz.


O presidente da CPI disse ainda que a comissão votará pedidos de quebras de sigilo de organizações sociais que atuam na área da saúde no Rio de Janeiro.


Vice-presidente da comissão, Randolfe Rodrigues (Rede-AP) declarou que as medidas são necessárias após o depoimento de Witzel nesta quarta-feira, que abriu um "novo flanco na investigação".


"As informações que ele trouxe à CPI abriram um novo caminho da investigação. Nós descobrimos, com o depoimento de Witzel, que as medidas contra a Covid-19 tiveram a atuação não só de parlamentares, mas tiveram a participação também da milícia. Descobrimos que tem uma atuação miliciana em hospitais do Rio de Janeiro. E ele declinou para nós o conjunto de 5 organizações sociais que, no dizer do ex-governador, são empresas que têm dono e que lucram com as mortes de cariocas", afirmou Randolfe Rodrigues.


Relator da CPI, Renan Calheiros disse que as declarações dadas por Witzel são "importantes" para a investigação.


"Imagina o quanto é preocupante um depoente vir aqui e dizer que essa rede pública enorme [de hospitais federais do Rio], que não tem em nenhum outro estado do Brasil, tem um dono, uma pessoa permanentemente a se beneficiar dela", afirmou.


Em um ataque ao senador Flavio Bolsonaro (Patriota-RJ), o emedebista disse ainda que a reunião desta quarta-feira foi marcada por um "reencontro" da CPI com a milícia. Renan já chamou o filho do presidente da República de miliciano.


"Foi um reencontro com as milícias, haja vista a presença do senador Flavio Bolsonaro, novamente, agredindo, falando mal da comissão, das pessoas e desta vez acompanhado por deputados federais que provocavam, fazendo postagens contra a CPI", disse Renan Calheiros.


Fonte: G1

Leia Mais ››