domingo, outubro 10, 2021

Torcedores do América-RN apedrejam ônibus e hotel e entram em confronto com jogadores do Campinense

Torcedores do América-RN atacaram com pedras o ônibus e invadiram o hotel onde estavam os jogadores do Campinense, após o duelo entre as equipes neste sábado (9) na Arena das Dunas, pela Série D. Vídeos amadores (veja acima) gravados do lado de fora e de dentro do hotel, que fica próximo ao estádio, em Natal, registraram a confusão.


O jogo terminou empatado por 0 a 0 e as equipes voltam a se enfrentar no próximo sábado (16) em duelo que vale vaga na Série C.


Nos vídeos, é possível ver pelo menos três torcedores do América-RN arremessando pedras em direção ao ônibus em que os jogadores do Campinense viajaram e que estava estacionado em frente ao hotel, além de jogarem também nas janelas do prédio.


Os vídeos também mostram o momento em que os torcedores invadiram o saguão do hotel e entraram em confronto com os jogadores do Campinense.


A Polícia Militar do Rio Grande do Norte confirmou que efetuou a prisão e conduziu alguns dos torcedores para a Central de Flagrantes, onde foi registrada a ocorrência.


O Campinense informou que os jogadores jantaram no hotel após a partida e os ataques aconteceram no momento em que a delegação se dirigia ao ônibus para retornar a Campina Grande (PB), cidade do clube. Segundo o clube, jogadores e comissão inicialmente recuaram, mas os torcedores insistiram no ataque e houve revide da delegação.


Ônibus em que jogadores do Campinense chegaram foi apedrejado — Foto: Divulgação/PM


O que dizem os clubes

Em nota, o América-RN manifestou "seu total repúdio aos atos de violência e vandalismo". O clube disse que entende "que toda e qualquer rivalidade deve ter como limite o campo de jogo e que fora dele o respeito e a civilidade precisam imperar para segurança de todos e o bem da sociedade".


"Práticas como esta, de atentado contra a integridade física das pessoas, causando imensos prejuízos, além de estarem em completo desalinho às normas e valores desta instituição, construídos ao longo de uma trajetória de 106 anos, também são criminosas e não têm espaço no futebol e nem na sociedade civil", escreveu em nota o América-RN.


O clube disse se solidarizar com toda delegação do Campinense-PB e lamentou as ocorrências "que não representam a forma pacífica e hospitaleira do povo potiguar".


O Campinense também emitiu uma nota de repúdio pelas agressões sofridas pelo elenco. "Na saída para o ônibus, nossos jogadores foram surpreendidos com o ônibus apedrejado e alguns membros de uma organizada da equipe potiguar com pedras e garrafas de vidro nas mãos, para agredir nossa delegação".


De acordo com a nota oficial do clube, "a delegação recuou, mas eles insistiram no confronto, entraram no saguão do hotel, e os jogadores revidaram com o objetivo de se defender".

O Campinense diz que a diretoria conseguiu chamar a polícia, que conduziu um dos agressores até a Central de Polícia, onde foi registrada a ocorrência.


"Reafirmamos nosso compromisso com a segurança e a integridade de todos os nossos jogadores e colaboradores, por isso, ainda iremos tomar outras medidas cabíveis sobre o ocorrido", escreveu em nota o clube.


O que dizem as federações

A Federação Norte-Rio-Grandense de Futebol (FNF) também emitiu uma nota de repúdio "em relação aos atos praticados por marginais travestidos de torcedores".


"É lamentável que pessoas assim ainda façam parte do universo do futebol, cometendo atos criminosos, manchando o nome de instituições centenárias e do próprio esporte", disse a nota.


A FNF disse que já entrou em contato com o Ministério Público e "irá formalizar requerimento para que todas medidas necessárias sejam adotadas para que os autores de tais atos sejam identificados e exemplarmente punidos, de forma dura e efetiva, dentro do que estabelece a legislação penal e o Estatuto do Torcedor".



A FNF se solidarizou com o Campinense e "pedimos desculpas, em nome dos torcedores de bem do Rio Grande do Norte, que são a imensa maioria e que também repudiam atos covardes e criminosos como os praticados por essa minoria de vândalos infiltrados em meio as torcidas".


A Federação Nacional dos Atletas Profissionais de Futebol (FENAPAF) também manifestou "irrestrita solidariedade à delegação" do Campinense. "Causa asco e incredulidade as absurdas agressões desferidas por marginais que de nada tem de torcedores", cita a nota.


"É preciso punir esses criminosos e a violência por eles gerada, que afronta os direitos universais e gera ao nosso futebol uma vergonha mundial", reforça a nota. A federação diz ainda que vai exigir respostas e "não esperaremos alguém morrer para que só então algo seja feito".


Fonte: G1

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Denúncias de violação aos direitos das crianças e adolescentes aumentam 68% no RN em 2021

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Denúncias aumentaram comparado a 2020 — Foto: Ascom/ISD

As denúncias de violação dos direitos humanos de crianças e adolescentes no Rio Grande do Norte cresceram 68% de janeiro a setembro de 2021 comparado ao segundo semestre de 2020.


O dado foi compilado pelo Instituto Santos Dumont (ISD), com base no Painel de Dados da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos, órgão vinculado ao Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos.


Ao todo, foram 1.577 denúncias envolvendo crianças e adolescentes no período analisado com, pelo menos, 6.067 violações registradas.


Esse dado ainda é considerado subnotificado, mas é superior às denúncias relativas ao descumprimento dos direitos básicos de idosos e mulheres, e não tem sua aplicação resumida aos maus-tratos.


De acordo com a psicóloga e doutora em Ciências da Saúde, Carla Glenda Silva, que atua no acolhimento de crianças e mulheres vítimas de violência sexual no Centro de Educação e Pesquisa em Saúde Anita Garibaldi (Anita), vinculado ao ISD, em Macaíba, os casos de violência sexual contra crianças e adolescentes estão cada vez mais comuns.


“Os números cresceram pelo fato da denúncia ou comunicação do fato envolvendo crianças ou adolescentes ser obrigatória aos órgãos de proteção. Quando essa denúncia não é feita ao Conselho Tutelar, por exemplo, geralmente é feita de forma anônima", disse.



"Mas os números ainda são subnotificados, pois muitas pessoas ainda sentem medo de denunciar. Esse número, das crianças e adolescentes, ainda não corresponde à realidade”.

A pandemia, que obrigou a população mundial a realizar o isolamento social como uma das medidas mais efetivas de combate ao coronavírus, é uma das possíveis causas do aumento dos registros de denúncias, acredita a psicóloga.


“A pandemia pode ter provocado a ocorrência de mais casos, pois as pessoas passaram a ficar mais tempo juntas em casa. Geralmente, quem comete uma violência sexual, já foi violentado da mesma forma antes", explicou.


"Houve um aumento na procura pelos serviços de acolhimento psicológico. Mas as famílias ainda resistem à denúncia, na maioria dos casos. O agressor, dificilmente, é uma pessoa de fora do núcleo familiar ou do convívio diário da criança ou do adolescente”.

O promotor de Defesa da Infância e Juventude, Manoel Onofre de Souza Neto, do Ministério Público do RN (MPRN), diz que fechamento das escolas, que funcionavam como um canal de oferecimento de denúncias contra os supostos agressores, prejudicou o trabalho de enfrentamento dos casos.


“A pandemia trouxe, no caso dos crimes sexuais, uma situação preocupante. As crianças e adolescentes estão mais tempo em casa, onde ocorrem a maioria dos casos de violência sexual. Esses casos tiveram um decréscimo, mas depois voltaram a ter uma nova dinâmica”, analisa o promotor.


Diagnóstico

O MPRN produziu um relatório, resultado de uma pesquisa quantitativa e qualitativa, acerca da estrutura e de atuais condições de atendimento a crianças e adolescentes vítimas e/ou testemunhas de violência sexual no Município de Natal.


Foi realizado um mapeamento dos serviços de atendimento no referido município por meio de entrevistas por contatos telefônicos, WhatsApp e/ou presenciais, com posterior sistematização e análise dos dados coletados, com o objetivo de conhecer a realidade da rede de proteção local, com vistas a construir estratégias coletivas e integradas para uma melhor gestão e atuação entre todos os aparelhos sociais que a compõem.



Os responsáveis pelo relatório apontam que no “que se refere ao fluxo em geral, foi possível observar entraves estruturantes para a política de atendimento infanto-juvenil, como insuficiência de pessoal, tecnologias/sistemas da informação, capacitações, comunicação e a falta de clareza em relação aos papéis e responsabilidades compartilhados.


Mas também desafios no que concerne às metodologias de abordagem e atendimento de crianças e adolescentes em situação de violência sexual; ao número reduzido de programas e projetos voltados para esse público na área governamental, mas, principalmente, não governamental; e à fragilidade no atendimento terapêutico, no acompanhamento da saúde mental e no serviço de perícia especializada”.


Para mitigar as deficiências atuais, o MPRN aponta a necessidade “da formulação de uma política de educação permanente para todos os atores das políticas intersetoriais (assistência social, educação, saúde, conselhos de direitos e tutelares, agentes de segurança e outros); clara definição dos fluxos e protocolos de procedimentos para a melhoria na sistemática dos atendimentos; publicização formal para o atendimento intersetorial; os dados estatísticos devem ser melhor trabalhados pelos serviços em geral”.


Enfatizou, ainda, que “mostra-se imperante a necessidade da retomada da discussão e da formulação do Plano Municipal de Enfrentamento à Violência Sexual em Natal/RN, como um instrumento balisador e orientador das políticas públicas envolvidas, em termos de mobilização e comunicação”, com a posterior criação de um Centro Integrado em que a vítima pudesse ser atendida em sua plenitude.


Violação dos direitos humano


(Período: 1 de janeiro de 2021 / 29 de setembro de 2021)

Crianças e adolescentes


1.577 denúncias

6.067 violações

Idosos


1.220 denúncias

4.990 violações

Violência doméstica e familiar contra a mulher


938 denúncias

4.247 violações

Período: 1 de julho de 2020 / 31 de dezembro de 2020

Crianças e adolescentes


936 denúncias

2.364 violações

Idosos


863 denúncias

2.401 violações

Violência doméstica e familiar contra a mulher



655 denúncias

2.056 violações

*Fonte: Painel de Dados da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos, órgão vinculado ao Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos.


Disque 100

O Disque 100 é um serviço gratuito para denúncias de violações de direitos humanos. Qualquer pessoa pode fazer uma denúncia pelos serviços, que funcionam 24h por dia, incluindo sábados, domingos e feriados. Além de cadastrar e encaminhar os casos aos órgãos competentes, a Ouvidoria recebe reclamações, sugestões ou elogios sobre o funcionamento dos serviços de atendimento.


O Instituto Santos Dumont é uma Organização Social vinculada ao Ministério da Educação (MEC) e engloba o Instituto Internacional de Neurociências Edmond e Lily Safra e o Centro de Educação e Pesquisa em Saúde Anita Garibaldi, ambos em Macaíba. A missão do ISD é promover educação para a vida, formando cidadãos por meio de ações integradas de ensino, pesquisa e extensão, além de contribuir para a transformação mais justa e humana da realidade social brasileira.


Fonte: G1

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MPF denuncia grupo criminoso que contrabandeava cigarros para o RN por lavagem de dinheiro

O Ministério Público Federal (MPF) ofereceu uma nova denúncia contra oito pessoas que integravam um esquema criminoso de contrabando de cigarros para o interior do Rio Grande do Norte. O esquema foi desbaratado pela Operação Smoke Route, em junho de 2020.


Carga apreendida pela polícia em 2020 — Foto: PFRN/Divulgação


Em março deste ano, a Justiça Federal condenou 12 pessoas pelo contrabando e comércio ilegal dos produtos no interior do estado.


Nessa nova ação penal, o MPF quer a condenação de oito integrantes da organização criminosa por lavagem de dinheiro.

Segundo o órgão, para ocultar a origem criminosa dos recursos, o grupo movimentou R$ 245 milhões (entre 2018 e 2020) fazendo uso de 88 contas bancárias, muitas das quais em nome de laranjas e de empresas de fachada ou fictícias.


A investigação do Ministério Público Federal (MPF) também apontou que os integrantes do esquema fracionavam os valores a serem depositados ou transferidos das contas.


A intenção dos acusados era fugir da atenção dos órgãos de fiscalização. Os investigados também adquiriram imóveis e bens em nome de terceiros.



Operação Smoke Route

A Operação Smoke Route investigou um esquema de comércio de cigarros estrangeiros de importação proibida pela lei brasileira.


Em 11 de junho de 2020, uma diligência na zona rural de Umarizal, no interior do RN, que tinha o objetivo de localizar uma suposta carga de cigarros contrabandeados, apreendeu 68.100 pacotes de marcas originárias do Paraguai, Coreia do Sul, Singapura e Alemanha, que estavam em situação irregular perante a Anvisa e a Receita Federal.


Os produtos foram avaliados em R$ 3,4 milhões. Foram apreendidos também documentos e dois veículos.

O chefe da organização criminosa, cujo funcionamento se assemelhava à de uma “verdadeira máfia familiar”, segundo o Ministério Público Federal, ainda está foragido. Outros dois líderes do grupo continuam presos preventivamente.


A nova ação penal irá tramitar na Justiça Federal, em Pau dos Ferros (RN).


Fonte: G1

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MPF denuncia ex-secretário adjunto de Natal e empresário em operação que investiga compra de respiradores superfaturados

O Ministério Público Federal (MPF) apresentou denúncia contra o ex-secretário adjunto de Saúde de Natal, Vinícius Capuxu de Medeiros, e o empresário Wender de Sá. A denúncia do órgão é pelos crimes de peculato qualificado, dispensa ilegal de licitação e fraude à execução de contrato administrativo.


Ventiladores pulmonares adquiridos pela Secretaria Municipal de Saúde de Natal — Foto: Divulgação/CGU


Os dois são investigados na Operação Rebotalho, que apura a compra superfaturada de respiradores pulmonares por parte da Secretaria de Saúde de Natal durante a pandemia da Covid.


Vinícius Capuxu disse à Inter TV Cabugi que, orientado pelos advogados de defesa, não irá se manifestar sobre o assunto. A Inter TV Cabugi e o g1 não conseguiram contato com o empresário Wender de Sá.


De acordo com o MPF, os dois direcionaram ilegalmente a contratação da empresa para o fornecimento de 20 respiradores pulmonares usados ou seminovos, que destinados ao combate à pandemia da cCvid-19 na capital potiguar, por R$ 2,1 milhões.


A investigação do Ministério Público Federal aponta que os equipamentos, no entanto, se mostraram praticamente inservíveis. Eles tinha mais tempo de fabricação e de uso do que a vida útil, que é de 10 anos.


Alguns equipamentos, segundo a investigação, nunca funcionaram, e muitos apresentaram características suspeitas de serem clandestinos ou fruto de falsificação.


Mesmo assim, os preços pagos pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) estavam muito acima dos praticados no mercado, apontou o MPF.

Além da denúncia, o MPF ingressou com uma ação por improbidade, na qual os dois são réus, além de duas empresas - uma associada a Wander de Sá, empresa que recebeu indiretamente parte dos valores pagos pelo contrato (R$ 1,268 milhão). Ao todo, o prejuízo ao Sistema Único de Saúde foi estimado em, pelo menos, R$ 1.433.340, segundo o MPF.


Crimes

Os dois envolvidos poderão responder pelos crimes de peculato qualificado e dispensa ilegal de licitação. O empresário também por fraude à execução de contrato administrativo.


Na denúncia, o MPF requer ainda o ressarcimento dos danos, a perda de cargo, função pública ou mandato eletivo eventualmente exercidos pelos réus, bem como a perda ou suspensão temporária dos direitos políticos.


Já a ação de improbidade pode resultar na condenação de ambos, bem como das empresas, ao ressarcimento do dano e à proibição de contratar com o poder público, ou mesmo receber benefícios ou incentivos fiscais, entre outras sanções.


Para garantir o ressarcimento dos danos, o MPF pediu o sequestro de bens dos denunciados, mas só foram localizados menos de R$ 6 mil nas contas dos envolvidos. Um pedido complementar requer a indisponibilização de veículos e imóveis para assegurar o valor necessário.


Operação foi deflagrada no dia 1 de julho — Foto: Kleber Teixeira/Inter TV Cabugi


Direcionamento

As duas ações do MPF apontam que a empresa foi escolhida por Vinícius Capuxu antes mesmo de instaurado o procedimento de dispensa de licitação. A investigação do órgão indica que a proposta da empresa é de 11 de maio de 2020 - a dispensa foi autorizada três dias depois, pelo próprio secretário adjunto.


O MPF cita na denúncia que a assessoria jurídica da secretaria só se manifestou a favor da dispensa no dia 19 de maio do destacara necessidade de complementar a estimativa de preços, recomendação que nunca foi cumprida. O parecer foi acatado pelo secretário adjunto no dia 21 de maio. Um dia antes, porém, ele já havia assinado o termo de dispensa.


Segundo o Ministério Público Federal, em nenhum momento foi apresentada especificação técnica detalhada dos produtos que a secretaria pretendia adquirir, o que impediu a participação de outros concorrentes na licitação.


O projeto básico simplificado foi elaborado a partir da proposta apresentada pela própria empresa e com valores estimados com base no preço oferecido por Wender de Sá (R$ 2,16 milhões).


Além disso, as notas fiscais foram emitidas em 27 de maio, um dia antes do contrato ser assinado. Nesse mesmo dia, Vinícius Capuxu se encontrou com Wender de Sá na sede da empresa, no município de Aparecida de Goiânia (GO).


Outra empresa do ramo declarou, durante as investigações do MPF, que teria coberto qualquer oferta, mas não teve acesso ao modelo e às especificações dos aparelhos, nem mesmo após um pedido formal.


Falsificações

A investigação do MPF também indica que vários dos equipamentos eram mercadorias de origem clandestina e com sinais de falsificação. Seis possuíam números de série adulterados, não tendo sido reconhecidos como autênticos pela suposta fabricante, "o que constitui forte indicativo de que foram roubados, furtados ou de qualquer outro modo desviados de seu destino regular”, cita a denúncia.



A empresa forneceu ainda aparelhos de outras marcas, que não foram mencionadas no procedimento de dispensa e nem no contrato, diz o MPF. Duas delas apontaram que os aparelhos vendidos à Prefeitura do Natal haviam sido comercializado anteriormente para outros hospitais, não havendo “qualquer dado que esclareça como tais produtos chegaram às mãos" da empresa, "o que leva a que se questione a própria licitude de sua aquisição para revenda”.


De acordo com o Ministério Público Federal, em 26 de junho Vinícius Capuxu recebeu mensagem eletrônica de uma das fabricantes, alertando que um dos ventiladores pulmonares fornecidos pela empresa continha etiqueta não original, entre outras irregularidades. O ex-secretário adjunto, contudo, autorizou o pagamento dos equipamentos, sem tomar qualquer providência para analisar a denúncia da fabricante.


Imprestáveis

Os ventiladores eram extremamente antigos, com vida útil bastante limitada. Segundo o MPF, constavam “bens que já haviam se tornado imprestáveis em decorrência do longo tempo de uso e que foram remanufaturados, o que em momento algum foi objeto de expressa menção" na proposta da empresa.


Cinco desses respiradores, que foram encaminhados ao Hospital Municipal de Natal, chegaram a ser devolvidos à Secretaria Municipal de Saúde por serem inadequados para o tratamento de pacientes com Covid-19.


A direção hospitalar relatou, entre outros problemas nos equipamentos, a não aferição do estado da ventilação mecânica, a impossibilidade de reposição de peças e que um deles já foi recebido com a carcaça quebrada. No documento de devolução, a direção destacou: “precisamos ter ventiladores mecânicos que não quebrem nem necessitem de manutenção com frequência, pois podemos colocar os pacientes em risco de morte”.


De acordo com a Controladoria-Geral da União (CGU), praticamente todos tinham mais de dez anos de fabricação e uso, considerado o limite de vida útil. Dois deles já haviam sido vendidos a um terceiro como “bens em desuso, sem funcionamento regular”. Outro foi “desativado por descontinuidade”, tendo sido entregue a depósito de materiais “obsoletos” da Secretaria Estadual de Saúde de Minas Gerais. A maioria passou a maior parte do tempo sofrendo reparos, com dificuldade até mesmo em se conseguir as peças de reposição.



Sobrepreço

A denúncia ainda apresenta que os respiradores foram comprados superfaturados. Enquanto cobrou da Prefeitura do Natal R$ 108 mil por cada respirador, a empresa havia vendido aparelhos semelhantes, entre março e abril daquele ano, por preços que variavam entre R$ 28 mil e R$ 60 mil.


Notas fiscais de devolução de dois dos equipamentos defeituosos entregues à SMS indicavam o valor de R$ 5 mil cada.


Na mesma época, a Secretaria Estadual de Saúde do RN adquiriu respiradores, novos, por R$ 107 mil cada e registrou, no portal da transparência, o pagamento de ventiladores também novos - e de especificações técnicas superiores - por R$ 53 mil a unidade.


Para o MPF, “quem estava por trás de todo o procedimento era de fato o então secretário adjunto”. Um diálogo do secretário de Natal, George Antunes, registrado na denúncia, que foi obtido através de quebra de sigilo, aponta isso, segundo o MPF:: “O pior, o pior (…) é que eu não queria comprar esse negócio, sabe? Foi aquele secretário sdjunto que ficou insistindo nesse negócio”.


Rebotalho

A operação foi deflagrada em 1º de julho deste ano e as investigações contaram com a quebra de sigilos fiscal, bancário e telefônico dos suspeitos, além de interceptações telefônicas e do cumprimento de mandados de busca e apreensão, somados a relatórios da CGU.


Fonte: G1

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Rio Grande do Norte não registra mortes por Covid há quatro dias, diz Sesap

O Rio Grande do Norte não registra mortes por Covid há quatro dias. A Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) informou neste sábado (9) que é a primeira vez que isso acontece desde o início da pandemia, em 2020.


Sesap diz que resultado se deve à adesão da população à vacinação — Foto: Kleber Teixeira/Inter TV Cabugi


Para a Sesap, o resultado se deve à vacinação da população, além das medidas de enfrentamento à pandemia adotadas pelo governo ao longo da pandemia.


Segundo o RN Mais Vacina, até a manhã deste sábado, 4.003.786 de doses de vacina haviam sido aplicadas no estado. A plataforma destaca que 2.438.589 pessoas receberam pelo menos a primeira dose; 1.480.357 pessoas receberam as duas doses, e 57.003 receberam dose única.


Os dados que destacam os quatro dias seguidos sem mortes por Covid no estado foram extraídos do boletim epidemiológico emitido pela Sesap.


Fonte: G1

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Lacen vai passar a sequenciar genomas para identificar variantes do coronavírus no RN

O Laboratório Central do Rio Grande do Norte (Lacen) vai começar a fazer a vigilância genômica dos casos de Covid do estado a partir de novembro. Foi o que garantiu a coordenadora da Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado da Saúde Pública do RN (Sesap), Kelly Lima, em coletiva nesta sexta-feira (8).


Sequenciamento de genomas de Covid — Foto: Secretaria de Estado da Saúde/Divulgação


"Nós conseguimos a compra dos equipamentos pra realizar a vigilância genômica aqui no estado e é de fundamental importância para que nós consigamos bloquear possíveis casos de novas variantes aqui no estado, porque teremos o resultado em tempo oportuno", explicou.


"Hoje nós encaminhamos essas amostras para a Fiocruz e isso demora cerca de 10 dias pra que a gente consiga o resultado. Então, a partir desse equipamento e da qualificação dos nossos profissionais, nós iremos fazer a vigilância aqui no estado do RN e vamos saber todas as variantes que estão circulando aqui no estado".

Segundo a Sesap, atualmente o estado tem 44 casos confirmados da variante Delta, que foi identificada pela primeira vez no estado em agosto.


Durante a coletiva, representantes da pasta também comemoraram a melhora na situação da pandemia no estado, citando os números menores números de casos e de mortes registrados em setembro desde o primeiro pico da pandemia, além do Hospital Giselda Trigueiro, referência para Covid, ter chegado a mais de 30 dias sem registrar mortes pela doença.



Apesar disso, a coordenadora de Vigilância em Saúde pediu para a população manter os cuidados sanitários e que os empresários e organizadores dos eventos que têm sido liberados mantenha a fiscalização, com cobrança de uso de máscara e comprovantes de vacinação.


"A ideia é que todos possam colaborar nesse momento, desde os empresários, também as pessoas que estão realizando eventos, até a população e os municípios com a fiscalização efetiva de que os protocolos serão seguidos. O uso da máscara e o comprovante da vacinação pra que a gente consiga garantir a proteção de todos nesses eventos que estão acontecendo", falou Kelly.


Fonte: G1

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Sesap vai criar plataforma para paciente acompanhar fila de cirurgias eletivas no RN; estimativa é de 1,5 mil por mês

Após abrir um novo edital com chamamento público para prestadoras de serviço na quinta-feira (7), a Secretaria de Estado da Saúde Pública do RN (Sesap) estima realizar mais de 1,5 mil cirurgias eletivas por mês para reduzir a fila de pacientes no estado. Atualmente, são cerca de 13 mil em espera. Além disso, a pasta anunciou que vai criar um plataforma pública para que os pacientes possam acompanhar essa fila.


Kelly Lima, Cipriano Maia e Lyane Ramalho Sesap RN Rio Grande do Norte — Foto: Julianne Barreto/Inter TV Cabugi


As novidades foram explicadas pela secretária-adjunta de Saúde, Lyane Ramalho, em coletiva realizada nesta sexta-feira (8) pela Sesap. Na coletiva, também foi anunciado que o RN vai sequenciar os genomas de coronavírus.


A adjunta explicou que a plataforma será nos moldes do Regula RN, para dar transparência à fila das cirurgias eletivas. A própria população terá acesso.


"Acho que uma das coisas que mais angustia a população é não saber como que está a fila. Então a gente quer trabalhar não só com a transparência, mas com a equidade do acesso. A ideia de que nós estamos nas cirurgias em todas as regiões de saúde, da primeira a oitava região", disse.

"E que está sendo ofertado para seu João, lá de Japi e para Dona Maria, aqui de Natal, de forma igual e sem nenhum tipo de privilégio".



Em relação à meta, um número semelhante já havia sido apontado pela pasta no fim de agosto, mas não conseguiu ser atingido. O fato também foi admitido pela secretária-adjunta.


"A meta por semana é de 350 a 400, de forma que a gente faça 1,5 mil por mês. Com esse novo edital a gente pretende aumentar essa meta. E essa meta a gente persegue em cada serviço", explicou Lyane.


Segundo a Sesap, a pandemia gerou uma demanda reprimida por causa da suspensão de cirurgias no último ano.


A secretária-adjunta pontuou que alguns tipos de procedimento têm passado por turbulências. "Alguns serviços estão com algumas dificuldades de anestesista, de insumos e a gente está trabalhando serviço a serviço", falou.


Segundo Lyane, a fila já teve uma diminuição, saindo de 18 mil para 13 mil pessoas em espera. "Nosso grande objetivo é cada vez mais diminuir essa fila que começou lá atrás em 18 mil. Hoje nós sabemos que está em torno de 13 mil, 12 mil pessoas esperando e queremos cada vez mais diminuir".


De acordo com ela, pelo menos cinco municípios já se mostraram interessados em aderir ao programa de cirurgias eletivas do governo do RN. "Nós estamos extremamente animados porque vários municípios já estão querendo inclusive se juntar ao programa", disse Lyane.


Fonte: G1

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Brasil tem 601 mil mortos por Covid; média móvel é de 437 vítimas por dia, a menor desde novembro

O Brasil registrou neste domingo (10) 167 mortes por Covid-19 nas últimas 24 horas, com o total de óbitos chegando a 601.047 desde o início da pandemia. Com isso, a média móvel de mortes nos últimos 7 dias ficou em 437 --a menor registrada desde 13 de novembro de 2020 (quando estava em 403). Em comparação à média de 14 dias atrás, a variação foi de -17% e aponta queda.


Os números estão no novo levantamento do consórcio de veículos de imprensa sobre a situação da pandemia de coronavírus no Brasil, consolidados às 20h deste domingo. O balanço é feito a partir de dados das secretarias estaduais de Saúde.


Evolução da média móvel de óbitos por Covid no Brasil nos últimos 14 dias. A variação percentual leva em conta a comparação entre os números das duas pontas do período — Foto: Editoria de Arte/G1


Veja a sequência da última semana na média móvel:


Segunda (4): 498

Terça (5): 479

Quarta (6): 464

Quinta (7): 438

Sexta (8): 457

Sábado (9): 447

Domingo (10): 437

Em 31 de julho, o Brasil voltou a registrar média móvel de mortes abaixo de 1 mil, após um período de 191 dias seguidos com valores superiores. De 17 de março até 10 de maio, foram 55 dias seguidos com essa média móvel acima de 2 mil. No pior momento desse período, a média chegou ao recorde de 3.125, no dia 12 de abril.



Seis estados (AM, SE, RO, PB, CE, PI) apresentam alta de mortes. Seis (AC, AP, CE, RN, RO e RR) não registraram novos óbitos neste domingo. AC também não registrou novos casos. Em RO, houve redução de 1 morte do total, após revisão.


Em casos confirmados, desde o começo da pandemia, 21.573.883 brasileiros já tiveram ou têm o novo coronavírus, com 8.564 desses confirmados no último dia. A média móvel nos últimos 7 dias foi 15.458 novos diagnósticos por dia. Isso representa uma variação de -17% em relação aos casos registrados em duas semanas, o que indica queda nos diagnósticos.


Em seu pior momento a curva da média móvel nacional chegou à marca de 77.295 novos casos diários, no dia 23 de junho deste ano.


Fonte: G1

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Vacinação contra Covid: 99,1 milhões de brasileiros estão totalmente imunizados; 70% da população tomou ao menos uma dose

O Brasil tem 99.189.553 pessoas que tomaram a segunda dose ou a dose única de imunizantes contra Covid-19, o que equivale a 46,5% da população com o esquema vacinal completo, segundo dados do consórcio de veículos de imprensa divulgados às 20h deste domingo (10).


Os que tomaram a primeira dose e estão parcialmente imunizados são 149.368.880 pessoas, o que corresponde a 70,02% da população. Já a dose de reforço foi aplicada em 2.344.769 de pessoas.


Somando a primeira dose, a segunda, a única e a de reforço, são 250.903.202 doses aplicadas desde o começo da vacinação, em janeiro de 2021.


De ontem para hoje, foram aplicadas um total de 299.911 doses de vacinas contra Covid-19.


Os estados com maior porcentagem da população totalmente imunizada (com segunda dose ou dose única) até este domingo são: São Paulo (60,88%), Mato Grosso do Sul (60,06%) e Rio Grande do Sul (52,98%).


O levantamento é resultado de uma parceria do consórcio de veículos de imprensa, formado por G1, "O Globo", "Extra", "O Estado de S.Paulo", "Folha de S.Paulo" e UOL. Os dados de vacinação passaram a ser acompanhados a partir de 21 de janeiro.


Brasil, 10 de outubro

Total de pessoas que estão parcialmente imunizadas (que receberam apenas uma das doses necessárias): 149.368.880 (70,02% da população)

Total de pessoas que estão totalmente imunizadas (que receberam duas doses ou dose única): 99.189.553 (46,5% da população)

Total de doses aplicadas: 250.903.202 (85,04% das doses distribuídas para os estados)

23 estados e o DF divulgaram dados novos: AC, AP, MA, RR, SC, SE, PE, AM, DF, GO, RO, MS, AL, PB, RN, MT, PR, SP, TO, RJ, ES, BA, PI, RS

3 estados não divulgaram dados novos: CE, MG, PA


Vacinação nos estados


Vacinação contra Covid nos estados neste domingo (10) — Foto: Arte/g1


Total de vacinados, segundo os governos, e o percentual em relação à população do estado:


AC - 1ª dose: 467.520 (51,55%); 2ª dose + dose única: 265.367 (29,26%); dose de reforço: 0

AL - 1ª dose: 2.121.629 (63,04%); 2ª dose + dose única: 1.224.641 (36,39%); dose de reforço: 25024

AM - 1ª dose: 2.559.019 (59,93%); 2ª dose + dose única: 1.621.737 (37,98%); dose de reforço: 21124

AP - 1ª dose: 468.839 (53,42%); 2ª dose + dose única: 222.962 (25,41%); dose de reforço: 1942

BA - 1ª dose: 10.058.307 (67,12%); 2ª dose + dose única: 6.101.090 (40,71%); dose de reforço: 163216

CE - 1ª dose: 6.293.467 (68,11%); 2ª dose + dose única: 4.082.977 (44,19%); dose de reforço: 19267

DF - 1ª dose: 2.221.995 (71,81%); 2ª dose + dose única: 1.366.352 (44,16%); dose de reforço: 37851

ES - 1ª dose: 2.914.722 (70,94%); 2ª dose + dose única: 1.953.473 (47,55%); dose de reforço: 144309

GO - 1ª dose: 4.883.529 (67,76%); 2ª dose + dose única: 2.877.831 (39,93%); dose de reforço: 52704

MA - 1ª dose: 4.115.201 (57,53%); 2ª dose + dose única: 2.575.935 (36,01%); dose de reforço: 0

MG - 1ª dose: 15.089.981 (70,47%); 2ª dose + dose única: 9.111.366 (42,55%); dose de reforço: 165982

MS - 1ª dose: 1.928.966 (67,94%); 2ª dose + dose única: 1.705.109 (60,06%); dose de reforço: 209701

MT - 1ª dose: 2.311.069 (64,79%); 2ª dose + dose única: 1.385.760 (38,85%); dose de reforço: 16725

PA - 1ª dose: 4.490.453 (51,16%); 2ª dose + dose única: 2.861.431 (32,6%); dose de reforço: 0

PB - 1ª dose: 2.825.380 (69,59%); 2ª dose + dose única: 1.621.303 (39,93%); dose de reforço: 40089

PE - 1ª dose: 6.568.234 (67,89%); 2ª dose + dose única: 3.941.822 (40,74%); dose de reforço: 86780

PI - 1ª dose: 2.127.043 (64,67%); 2ª dose + dose única: 1.176.224 (35,76%); dose de reforço: 2986

PR - 1ª dose: 8.327.396 (71,8%); 2ª dose + dose única: 5.799.035 (50%); dose de reforço: 0

RJ - 1ª dose: 12.240.542 (70,09%); 2ª dose + dose única: 7.601.257 (43,53%); dose de reforço: 0

RN - 1ª dose: 2.440.183 (68,53%); 2ª dose + dose única: 1.543.017 (43,33%); dose de reforço: 28748

RO - 1ª dose: 1.139.956 (62,8%); 2ª dose + dose única: 657.697 (36,23%); dose de reforço: 14169

RR - 1ª dose: 331.817 (50,84%); 2ª dose + dose única: 164.509 (25,2%); dose de reforço: 1407

RS - 1ª dose: 8.379.828 (73,08%); 2ª dose + dose única: 6.075.049 (52,98%); dose de reforço: 174186

SC - 1ª dose: 5.289.755 (72,08%); 2ª dose + dose única: 3.314.272 (45,16%); dose de reforço: 0

SE - 1ª dose: 1.633.172 (69,84%); 2ª dose + dose única: 976.343 (41,75%); dose de reforço: 26098

SP - 1ª dose: 37.146.511 (79,63%); 2ª dose + dose única: 28.401.313 (60,88%); dose de reforço: 1099587

TO - 1ª dose: 994.351 (61,86%); 2ª dose + dose única: 561.611 (34,94%); dose de reforço: 12868


Quantas doses cada estado recebeu até 10 de outubro

AC: 1.015.363

AL: 4.513.715

AM: 5.440.080

AP: 1.103.690

BA: 20.831.143

CE: 13.136.568

DF: 4.603.471

ES: 6.021.350

GO: 9.683.820

MA: 9.026.875

MG: 30.683.114

MS: 4.209.455

MT: 4.849.311

PA: 11.179.475

PB: 5.104.223

PE: 13.471.920

PI: 4.519.205

PR: 16.346.290

RJ: 20.510.601

RN: 5.031.060

RO: 2.039.088

RR: 843.703

RS: 17.574.106

SC: 10.057.794

SE: 3.137.975

SP: 67.967.190

TO: 2.131.045

As informações sobre população prioritária e doses disponíveis são do Ministério da Saúde.


As estimativas populacionais são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).


Consórcio

O consórcio de veículos de imprensa foi formado em junho de 2020, em resposta a uma decisão do presidente Jair Bolsonaro de, na ocasião, restringir acesso a dados sobre a pandemia. Os boletins informam, atualmente, o número de pessoas mortas por coronavírus, a quantidade de contaminados e a média móvel, indicador segundo o qual é possível verificar em quais estados a pandemia do novo coronavírus está aumentando, diminuindo ou em estabilidade.


Fonte: G1

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Novo ensino médio começa em 2022 de forma desigual pelo país

Com a entrada em vigor do novo ensino médio a partir de 2022, escolas públicas e privadas deverão implementar mudanças no 1º ano dessa etapa do ensino. A começar pela carga horária, que sobe de 4 para 5 horas diárias. Mas essa revolução será sentida de maneira desigual a depender de onde o estudante vive.


Veja os principais pontos do novo ensino médio:


Sabe aquele modelo tradicional de aprender só sobre matemática na aula de matemática, só sobre português na aula de português? Não será mais assim: as disciplinas precisarão “se conversar”, em vez de ficarem separadas em “gavetinhas” distintas.

O tempo de permanência na escola aumentará de 4 para 5 horas diárias. O objetivo é que a carga horária cresça progressivamente para haver mais colégios em tempo integral (com 7 horas diárias).

Cada estudante poderá montar seu próprio ensino médio, escolhendo as áreas nas quais se aprofundará. A intenção é que sejam três anos de estudo com: conhecimentos básicos de cada disciplina + conteúdos focados nos objetivos pessoais e profissionais dos alunos.

Foi criado o chamado “projeto de vida”: um componente transversal que será oferecido nas escolas para ajudar os jovens a entender suas aspirações.

Atenção: nenhuma disciplina vai sumir do currículo. Pelo contrário: todas elas deverão ser oferecidas seguindo as diretrizes da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) - um documento que estabelece as habilidades e matérias que precisam ser ensinadas a todos.

As mudanças acima são regulamentadas por uma lei aprovada em 2017 – ou seja, as redes de ensino tiveram 4 anos para se preparar até a estreia, marcada para o início do ano que vem.


O início, entretanto, vai variar de um estado para outro.


Em Alagoas, por exemplo, uma parte dos alunos do 1º ano do ensino médio já poderá escolher em quais áreas vai se aprofundar. No Rio de Janeiro, por outro lado, as disciplinas eletivas só começarão a ser implementadas em 2023.


Outra diferença está no número de profissionais: o governo de São Paulo vai contratar 10 mil novos professores para dar conta das mudanças, enquanto Goiás não tem a intenção de aumentar o corpo docente.


Especialistas alertam também para as disparidades no investimento feito pelo estados para preparar os professores para o novo ensino médio. E lembram que a qualidade do ensino à distância durante a pandemia varia muito de um estado para o outro, o que faz com que ela tenha tido impacto diferente no conhecimento adquirido pelos alunos.


“É algo preocupante em termos de desigualdade”, afirma Lucas Fernandes Hoogerbrugge, líder de relações governamentais do Todos Pela Educação.


“Quando a reforma foi aprovada, havia um projeto do governo federal para apoiar a implementação dessas mudanças. Mas o que a gente vive hoje é a total falta de coordenação do Ministério da Educação. Com isso, os estados que estavam mais ‘prontos’ avançaram, e os que não tinham debate tão amadurecido ficaram para trás”.

Apenas em setembro deste ano, o Ministério da Educação lançou o programa Itinerários Formativos, para dar apoio financeiro às escolas. “Depois de 2 anos de ausência, agora o MEC está se colocando mais na pauta do ensino médio”, diz Carlos Lordelo, coordenador do observatório do Movimento Pela Base (MPB).


O g1 procurou o MEC, mas a pasta não se manifestou até a publicação desta reportagem.


Veja, abaixo, mais detalhes sobre como vai funcionar o novo ensino médio e a situação pelo país.


Currículos: nem todos os estados decidiram o que oferecer aos alunos

Cada estado é responsável pela elaboração do seu currículo: precisa definir como vai colocar em prática a BNCC (aquela parte obrigatória, com os conteúdos de todas as disciplinas) e que tipo de conhecimento vai oferecer na parte flexível das aulas (quando os jovens escolhem que trilha ou itinerário a seguir).



As redes teriam de fazer consultas públicas, formular uma proposta e entregá-la ao Conselho Estadual de Educação, que, após debates, chegaria à versão final e homologaria o documento.


A partir de 2022, novo ensino médio passa a ser implementado de forma progressiva em Ribeirão Preto (SP) — Foto: Reprodução/EPTV


Em outubro de 2021, a dois meses do fim do ano letivo, essas etapas foram concluídas em 16 estados, segundo Movimento Pela Base. Bahia, Maranhão e Rio Grande do Norte sequer entregaram a proposta aos conselhos.


“É um ponto de atenção importante, porque o currículo é a espinha dorsal do ensino médio. Ele vai conversar com a formação dos professores, com os materiais didáticos e com as avaliações, em um sistema coerente”, diz Loredo.

Segundo ele, os docentes precisam saber com antecedência como o estado vai trabalhar determinada aprendizagem prevista na BNCC.


“Resta um tempo curto para definir isso e formar professores nessa nova perspectiva”, completa.


O g1 entrou em contato com as secretarias de educação dos três estados acima para saber o motivo do atraso, mas não recebeu resposta até a última atualização desta matéria.


Acre, Alagoas, Ceará, Goiás, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Tocantins enviaram a proposta aos conselhos e aguardam resposta.


Nem todos os estados terão itinerário formativo em 2021

Aquela parte específica do currículo, que pode ser escolhida pelo jovem, é chamada de itinerário formativo.



Cada estado deve definir um leque de opções dentro de cinco "guarda-chuvas" principais: linguagens, matemática, ciências humanas, ciências da natureza e ensino técnico.


E cada estado vai definir como administrar isso: no Rio de Janeiro, por exemplo, os alunos, com exceção das escolas integrais, vão ter apenas conteúdos da BNCC em 2022. As escolhas de itinerários formativos só vão valer a partir de 2023.


Já em Goiás, os estudantes poderão escolher os itinerários formativos já em 2022, e terão à disposição 17 opções (veja no gráfico abaixo). Um aluno do estado poderá, portanto, escolher uma trilha integrada, como “viagem ao redor de mama Gaia”, e usar nela 1.200 horas de aula das 3.000 que terá ao longo dos 3 anos de ensino médio.


— Foto: Arte: g1


Pernambuco oferecerá 16 trilhas formativas nas áreas de conhecimento, além das de formação técnica profissional (veja no infográfico abaixo).


Uma delas é “desenvolvimento social e sustentabilidade”, na qual o estudante será estimulado a compreender e propor alternativas inovadoras para problemas locais relacionados a meio ambiente e sociedade.


— Foto: Arte: g1


“Há prós e contras de colocar o itinerário no começo do ensino médio: a vantagem é já mostrar para o aluno que será tudo diferente, que ele vai poder escolher o que estudar. A desvantagem é que, se obrigar que o jovem faça sua opção logo de cara, ele pode se frustrar por não saber ainda o que quer”, explica Lordelo.


Oferta de itinerários deve ser menor fora dos grandes centros

É importante entender que as escolas não são obrigadas a oferecer todos os itinerários do “cardápio” do estado - até porque isso exigiria mais espaço e contratação de funcionários.


Elas podem, por exemplo, escolher apenas duas áreas para ofertar. E aí entra mais uma questão de desigualdade: jovens de cidades pequenas, com menos recursos, terão um leque mais reduzido de opções para escolher.


Segundo o Censo Escolar mais recente, divulgado em 2020, 48% das cidades do Brasil têm apenas uma escola regular com ensino médio – são casos em que o jovem terá de se conformar com os poucos itinerários oferecidos no seu próprio colégio.


É uma situação bem diferente da de um adolescente da capital paulista, onde o número maior de instituições de ensino públicas com essa etapa (679) possibilita o oferecimento de uma lista mais extensa de itinerários.


“É mais um risco de agravamento de desigualdades. Uma cidade com apenas uma escola de ensino médio vai ter muito mais dificuldade de ofertar itinerários diversificados. E são justamente regiões mais vulneráveis, com professores com menos formação”, explica Anna Helena Altenfelder, presidente do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec).


“É possível que os alunos da zona rural, por exemplo, não se beneficiem tanto da reforma do ensino médio como os das regiões centrais.”

Nem todos os estados reforçarão corpo docente

A oferta de novos itinerários formativos e a reestruturação do currículo fizeram com que alguns estados contratassem novos professores. É claro que isso depende da disponibilidade orçamentária e do tamanho da rede.



São Paulo, por exemplo, contará com 10 mil novos docentes; Alagoas selecionará 3 mil. Já Goiás prevê “continuar a trabalhar com os professores da rede pública estadual”.


“O importante é que haja um bom planejamento das capacidades de oferta e demanda de aulas. O trabalho dependerá dessa organização”, afirma Lordelo.


Formação de professores

Mesmo nos estados que não implementarão os itinerários formativos ainda em 2022, como o Rio de Janeiro, a mudança na organização do ensino médio será sentida pelo início da BNCC (só para refrescar a sua memória: é aquele novo documento que coloca uma base de conteúdos a serem ensinados).


“Os professores serão mobilizados para trabalhar de maneira interdisciplinar, com projetos que integrem mais disciplinas. Isso é uma novidade grande, e eles precisam receber a formação adequada”, diz Altenfelder, do Cenpec.


Segundo o levantamento do Movimento Pela Base, três estados ainda não iniciaram os planos de formação docente: Ceará, Pará e Paraná. Já Distrito Federal, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Sergipe declaram que já finalizaram essa etapa. Nos demais, os cursos estão em andamento.


“Nós estamos inseguros”, conta Miriam Isabel Pretto, professora da rede estadual gaúcha.

“Conheço a BNCC na teoria, mas precisaria de mais formação. É uma política imposta de cima para baixo, para tornar o ensino médio atraente, mas tudo está muito distante da nossa realidade.”


Em São Paulo, Mara Cristina de Almeida, diretora estadual da Apeoesp, o sindicato dos professores estaduais, também sente que não recebeu o preparo adequado.


“A formação que recebemos foi muito superficial. É um cenário de desmotivação e insegurança. Eu precisaria de uma redução de jornada para conseguir preparar novas aulas de maneira decente”, afirma.

Ao g1, a rede estadual do RS afirmou que foram feitas 299 "maratonas" com professores, e que a formação deles continuará após o currículo ser homologado. Já a secretaria de SP disse que tem proporcionado formações mensais, de forma on-line e presencial. Nos próximos meses, segundo o órgão, a rede paulista preparará os docentes com materiais didáticos e aprofundamento dos itinerários formativos.



Para Hoogerbrugge, do Todos pela Educação, é preciso haver uma orientação permanente. “A formação de professor não se faz em um ano: precisa de um período para que ele se aproprie da BNCC, entenda o que ela traz. As redes devem se programar para planos de formação contínua.”


Segundo a secretaria de educação do Piauí, por exemplo, a pandemia dificultou a implementação de cursos aos docentes.


“As atividades de formação com oficinas e interações presenciais ficaram prejudicadas”, afirma a Seduc, em nota.


Leila Perussolo, secretária de educação em Roraima e uma das articuladoras do novo ensino médio na rede do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), ressalta que a experiência prática vai mostrar os desafios das mudanças.


“O dia a dia, nesse processo de imersão, ajudará o professor a entender como deverá romper com o que estava consolidado até então. Não é só uma formação teórica de sentar e estudar. Precisa vivenciar.”


Impactos da pandemia

Os alunos que ingressarão no 1º ano do ensino médio em 2022 ficaram sem aulas presenciais durante todo o 8º ano do ensino fundamental e em boa parte do 9º. Haverá defasagens, evidentemente, que precisarão ser compensadas.


“Precisaremos respeitar o que era previsto para a reforma do ensino médio, mas sem desconsiderar a pandemia. Teremos de formular um currículo transitório com base no que foi feito durante os últimos meses”, diz Perussolo.


E aí entra mais um componente de desigualdade: o novo projeto escolar vai começar para todos em 2022, mas de pontos de partida totalmente diferentes.


A Fundação Getúlio Vargas (FGV) e o Departamento de Ciência Política da Universidade de São Paulo (USP) criaram o Índice de Educação à Distância para avaliar a atuação das redes estaduais no ensino remoto durante a pandemia.


O estudo deixou claro que desigualdades regionais foram agravadas neste período: enquanto houve estados que rapidamente se mobilizaram para desenvolver planos de educação remota, outros demoraram meses para apresentar as primeiras iniciativas.



“Estados mais ricos foram, em média, os que apresentaram os melhores planos”, afirma a publicação.

Foram considerados critérios de:


transmissão dos conteúdos (internet, TV e rádio);

formas de acesso (se houve iniciativas de conexão à internet ou de distribuição de materiais);

supervisão dos alunos (se foram ou não acompanhados pelas escolas)

e cobertura das atividades (quais etapas foram atendidas).

De março a outubro de 2020, o cenário foi insatisfatório: a nota média dos planos estaduais foi de 2,38 (de 0 a 10). A falta de coordenação nacional do MEC é uma das justificativas apresentadas pelas redes.


Fonte: G1

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