terça-feira, setembro 22, 2020

MP diz que Flávio Bolsonaro pode ter cometido crime de desobediência ao faltar acareação

O Ministério Público Federal do Rio afirmou que o senador Flávio Bolsonaro pode ter cometido crime de desobediência por não ter comparecido à acareação com o empresário Paulo Marinho, na segunda-feira (21), no Rio.


O procurador do Ministério Público Federal do Rio Eduardo Benones não aceitou os argumentos da defesa do senador Flávio Bolsonaro, do Republicanos, para faltar à acareação com Paulo Marinho, empresário e suplente do senador.


Primeiro, o senador alegou que estava com Covid, como consta no documento do dia 3 de setembro: “seria temerária em razão do requerente ter contraído infecção pelo Sars-CoV-2; estaria impedido de tomar parte na acareação, a fim de que a saúde dos circunstantes fosse resguardada”.


Mas o procurador observou que “a petição veio desacompanhada de atestado médico pertinente” e concluiu que não poderia aceitar um argumento sobre uma possibilidade futura: “Admitir a não realização de ato investigatório futuro sob a mera alegação de impossibilidade de comparecimento por motivo de saúde não contemporânea seria perfilhar a prevaricação”, ou seja, seria uma omissão do procurador.


O senador anunciou nas suas redes sociais que estava curado da Covid no dia 6 de setembro, duas semanas antes da acareação. Além disso, na segunda, Flávio Bolsonaro cumpriu agenda em Manaus e postou fotos dele em um programa de TV.



Nesta terça (22), o procurador do caso acionou a Procuradoria-Geral da República e disse que não foi informado pela assessoria do senador sobre a agenda oficial de Flávio Bolsonaro em Manaus. O procurador apontou “não comparecimento injustificado em ato de acareação” e, por isso, a suposta configuração do crime de desobediência pelo senador.


No documento à PGR, o procurador também criticou o pedido da defesa de Flávio Bolsonaro, de que a acareação fosse feita no gabinete no Senado e que o procurador estava “convidado". “Desrespeito institucional. Não se trata de um ato cerimonial ou de solenidade pública. O MPF não tem que ser convidado, muito menos ser colocado na posição de ‘recusar’ o dito ‘convite.’”


A acareação faz parte das investigações sobre a suspeita de vazamento da operação Furna da Onça, em 2018. Paulo Marinho disse que ouviu de um amigo de Flávio que um delegado da Polícia Federal vazou informações da operação e relaciona o fato à demissão de Fabrício Queiroz, então assessor de Flávio Bolsonaro, que era deputado estadual na época. Flávio Bolsonaro não é investigado e vem negando as informações do empresário Paulo Marinho.


O Jornal Nacional entrou em contato com a assessoria de Flávio Bolsonaro, mas não recebeu nenhuma declaração do senador sobre esse assunto.


Na quarta-feira passada, o desembargador Fábio Dutra, da 1ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio, negou recurso da TV Globo e manteve a liminar que proíbe a emissora de divulgar informações e documentos sob segredo de Justiça de outro inquérito, o da rachadinha, conduzido pelo Ministério Público do Rio.


A 33ª Vara Cível do Tribunal concedeu a liminar no dia 4 de setembro ao senador do Republicanos Flávio Bolsonaro, o principal investigado do inquérito.


A Globo afirma que a decisão judicial foi um cerceamento à liberdade de informar, uma vez que a investigação é de interesse de toda a sociedade. A Globo está avaliando as providências legais cabíveis.


Fonte: G1

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Brasil registra alta de mortes por Covid-19 em 7 estados e passa de 138 mil; foram 809 em 24 horas

O consórcio de veículos de imprensa divulgou novo levantamento da situação da pandemia de coronavírus no Brasil a partir de dados das secretarias estaduais de Saúde, consolidados às 20h desta terça-feira (22).


O país registrou 809 mortes pela Covid-19 confirmadas nas últimas 24 horas, chegando ao total de 138.159 óbitos desde o começo da pandemia. Com isso, a média móvel de novas mortes no Brasil nos últimos 7 dias foi de 707 óbitos, uma variação de 4% em relação aos dados registrados em 14 dias.


Em casos confirmados, já são 4.595.335 brasileiros com o novo coronavírus desde o começo da pandemia, 35.252 desses confirmados no último dia. A média móvel de casos foi de 30.148 por dia, uma variação de 7% em relação aos casos registrados em 14 dias.


MÉDIA MÓVEL: veja como estão os casos e mortes no seu estado

PANDEMIA NAS CIDADES: consulte casos e mortes em cada município do Brasil

No total, 7 estados apresentaram alta de mortes: RJ, AM, AP, BA, MA, PE e RN. É o maior número de estados com crescimento de mortes desde 22 de agosto, há exato um mês.


O AM estava em queda e, agora, registra alta nas mortes. Já AP, BA, MA, PE estavam estáveis e também passaram a apresentar crescimento nos óbitos.



Os estados de SP, GO e RO apresentaram alta ontem, mas agora voltaram à estabilidade de mortes. Já o DF e o MS estavam em estabilidade e agora apresentam queda.


Brasil, 22 de setembro

Total de mortes: 138.159

Registro de mortes em 24 horas: 809

Média de novas mortes nos últimos 7 dias: 707 por dia (variação em 14 dias: 4%)

Total de casos confirmados: 4.595.335

Registro de casos confirmados em 24 horas: 35.252

Média de novos casos nos últimos 7 dias: 30.148 por dia (variação em 14 dias: 7%)

(Antes do balanço das 20h, o consórcio divulgou dois boletins parciais, às 8h, com 137.367 mortes e 4.560.361 casos; e às 13h, com 137.445 mortes e 4.566.123 casos confirmados.)


Estados

Subindo (7 estados): RJ, AM, AP, BA, MA, PE e RN

Em estabilidade, ou seja, o número de mortes não caiu nem subiu significativamente (10 estados): PR, RS, MG, SP, GO, MT, PA, RO, TO e PI

Em queda (9 estados + DF): SC, ES, DF, MS, AC, RR, AL, CE, PB e SE

Essa comparação leva em conta a média de mortes nos últimos 7 dias até a publicação deste balanço em relação à média registrada duas semanas atrás (entenda os critérios usados pelo G1 para analisar as tendências da pandemia).


Fonte: G1

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Governo assina protocolo para instalação de usina eólica no mar do RN

A governadora Fátima Bezerra assinou nesta terça-feira (22) um protocolo de intenções para instalação do primeiro parque de geração de energia eólica no mar (offshore) do Rio Grande do Norte.



Praia de São Miguel do Gostoso está no projeto para instalação de usina eólicas no mar — Foto: Augusto César Gomes


A assinatura aconteceu após um encontro com os diretores da Bi Energia. A empresa está à frente do projeto para produzir 3,1 megawatts por ano numa área de 300 quilômetros quadrados na costa dos municípios de Touros, São Miguel do Gostoso e Pedra Grande.


“O Rio Grande do Norte reafirma cada vez mais sua vocação para a produção de energia eólica, setor no qual lideramos a produção nacional. Não é à toa que temos aumentado a nossa capacidade, inclusive através de investimentos como esse que estamos tratando. E temos uma capacidade extraordinária de ampliar isso”, disse a governadora Fátima Bezerra.


O projeto assinado pelo governo do RN prevê a instalação de 52 aerogeradores de 12 megawatts de potência, duas subestações elétricas - uma no mar, para elevação da tensão, e uma em terra. As torres instaladas no mar terão sinalização para evitar colisões com navios e barcos e sinalização luminosa para alertar aviões que não seguem as rotas tradicionais.


Segundo o governo do RN, o projeto do parque eólico marítimo também não vai interferir nas áreas de atuação de comunidades pesqueiras, como a Colônia de Pescadores Z - 36 João Baracho Sobrinho e a Colônia de Pescadores Cajueiro, além de áreas quilombolas.



A empresa Bi Energia mantém operações também no Ceará. No estado vizinho, opera um parque eólico marítimo com 59 torres num investimento de 1 bilhão de euros.


Fonte: G1

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RN registra 67.459 casos confirmados e 2.355 mortes por Covid-19

O Rio Grande do Norte tem 67.459 casos confirmados de Covid-19 desde o início da pandemia. Foram registradas 2.355 mortes pela doença em todo o estado. Os dados estão no boletim epidemiológico da Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) desta terça-feira (22). Outros 312 óbitos estão sob investigação.


Em relação ao boletim do dia anterior, são três mortes e 242 casos confirmados a mais (veja no gráfico acima).


O RN tem ainda 32.475 casos suspeitos da doença e outros 134.012 descartados. O número de confirmados recuperados segue em 39.924, enquanto os inconclusivos, que agora são tratados como "Síndrome Gripal não especificada", subiram para 52.762.


De acordo com a Sesap, 206 pessoas estão internadas por causa da Covid-19 no estado, sendo 157 na rede pública e 49 na rede privada. A taxa de ocupação dos leitos críticos (semi-intensivo e UTIs) é de 42,75% na rede pública e de 20,2% na rede privada.


O boletim da Sesap também aponta que foram realizados 168.311 testes para coronavírus no estado, sendo 81.952 RT-PCR (conhecidos também como Swab) e 86.359 sorológicos.


Números do coronavírus no RN

67.459 casos confirmados

2.355 mortes

39.924 confirmados recuperados

32.475 casos suspeitos

134.012 casos descartados





Fonte: G1

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Mulher dá à luz em voo e bebê ganha passagens de graça pelo resto da vida pela companhia aérea

 Uma mulher deu à luz em um voo que saiu do Cairo com destino a Londres, na quinta-feira (17). Por uma rede social, a companhia aérea EgyptAir informou que o bebê que nasceu nas alturas irá ganhar passagens áreas gratuitas para conhecer todos os destinos oferecidos pela empresa pelo resto da vida.




Segundo a companhia, a iemenita Hiyam Nasr Naji Daaban começou a ter contrações durante o voo, o piloto tentou fazer um pouso de emergência, mas a mulher deu à luz antes do avião aterrissar. O parto foi realizado por um médico que estava no avião e não houve complicações.


"O piloto, Rushdi Zakaria, presidente da Holding Company for Egypt, parabenizou a passageira Hiyam Nasr Naji Daaban, de nacionalidade iemenita, por sua segurança e concedeu a seu filho recém-nascido uma passagem vitalícia gratuita".


Fonte: G1

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Mundo tem recorde de novos casos de Covid em uma semana, e mortes registram queda, diz OMS

O mundo registrou um novo recorde de casos de Covid-19 na semana passada, com quase dois milhões de registros entre 14 e 20 de setembro, de acordo com os dados divulgados nesta terça-feira (22) pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Todas as regiões do mundo, com exceção da África, registraram aumento de contágios.



Restaurante em Londres, no Reino Unido, nesta segunda-feira (21) — Foto: Kirsty Wigglesworth/AP Photo


"De 14 a 20 de setembro, registramos quase dois milhões de novos casos da Covid-19, o que representa um aumento de 6% na comparação com a semana precedente e o maior número de casos desde o início da epidemia", informou a OMS.

Por outro lado, o número de mortes diminuiu 10% no mesmo período na comparação com a semana precedente.


"No mesmo período, o número de mortes diminuiu 10% e foram registrados 37.700 óbitos", afirmou a OMS.


Estados Unidos e Brasil são, respectivamente, os países que registram os maiores números de mortes, com mais de 5 mil óbitos cada um na semana passada.


Mais de 31,1 milhões de casos e mais de 962 mil mortes foram registrados em 235 países desde que a Covid-19 foi detectada, no fim do ano passado na China.


Covid nos continentes

As Américas concentram metade dos casos registrados no mundo e 55% do total das mortes acumuladas. Na semana passada, contudo, a região registrou uma queda de 22% no número de óbitos. A explicação para a diminuição nas mortes está na redução em países como Colômbia, México, Equador e Bolívia, de acordo com a OMS.


O sudeste da Ásia, que registra 35% dos novos casos, superou a marca de 100 mil vítimas fatais desde o início da pandemia.


Na África, houve queda de 12% no número de casos e de 16% no número de mortes na semana passada.


Fonte: G1

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Cantora Vanusa piora e passa a respirar por aparelhos

A cantora Vanusa, que está internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital dos Estivadores, em Santos, no litoral de São Paulo, foi entubada após apresentar piora no quadro respiratório nesta terça-feira (22), dia em que a artista completa 73 anos de idade.



Vanusa, em foto de julho de 2012 — Foto: Iwi Onodera/EGO


Segundo o Complexo Hospitalar dos Estivadores, a cantora apresentou piora nas últimas seis horas, está entubada e em ventilação mecânica. Ela está na UTI da unidade desde 12 de setembro, quando deu entrada para tratamento de uma pneumonia.


Após a internação na UTI, a cantora ainda apresentou um quadro de anemia. No último sábado (19), o boletim médico divulgado pelo hospital informou uma piora no quadro clínico de Vanusa, mas, na ocasião, ela permanecia sem uso de aparelhos para respirar.


Nas redes sociais, o filho da cantora, o produtor Rafael Vannucci, comentou o estado de saúde da mãe. "Nem sempre temos boas notícias, mas sempre temos fé em Deus e gratidão aos fãs e médicos que estão cuidando de minha mãe com tanto carinho", escreveu na publicação.


Internação

No dia 5 de setembro, Rafael informou que a mãe foi hospitalizada por problemas respiratórios e retenção de líquidos por conta de não conseguir ir ao banheiro. Segundo ele, o estado dela era estável e tranquilo. Porém, a cantora continuaria hospitalizada, porque precisava tomar antibióticos por via subcutânea (abaixo da pele).



No dia 10, Rafael visitou a mãe no hospital e informou ao G1 que o quadro de saúde dela era estável e estava evoluindo. Segundo ele, Vanusa estava lúcida, evoluindo no tratamento, mas não tinha previsão de alta médica.


Na ocasião, Rafael explicou que a cantora estava internada em uma clínica em Santos. Com a pandemia do novo coronavírus, ela passou a morar com a filha Amanda. Após boatos, o filho também quis explicar que a mãe apresenta escaras pelo corpo e também sofre com problemas nos dentes, mas que ela não pode fazer tratamento por recomendação médica.



Rafale Vanucci visitou a mãe Vanusa, que está internada em um hospital público de Santos — Foto: Gabriel Gatto/G1


Demência

Rafael também falou, na última quinta-feira (17), sobre o estado mental da mãe. Segundo ele, a cantora sofre de demência e a família já tentou manter enfermeiros em casa para cuidar dela. Porém, após diversas tentativas, ela acabou sendo levada para uma clínica em Santos, já que uma das filhas mora próximo à cidade e o local é de uma amiga da família.


"A demência no idoso é uma coisa normal, que acontece. Temos casos de outros artistas que estão passando por isso. É uma doença muito difícil. A família que passa por ela sabe dizer o que é isso. Conhecer uma mulher, uma guerreira, uma artista, que sempre lutou pelos direitos das mulheres, do público que amava ela, uma mulher que sempre foi feminista. Não é fácil ver ela definhar em uma cama", disse Rafael.


Fonte: G1

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Traficante Elias Maluco é encontrado morto na prisão

O traficante Elias Pereira da Silva, conhecido como Elias Maluco, foi encontrado morto na tarde desta terça-feira (22) na Penitenciária Federal de Catanduvas, na região oeste do Paraná, segundo informações do Departamento Penitenciário (Depen).


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Elias Maluco, condenado pelo assassinato do jornalista Tim Lopes. — Foto: Reprodução/ TV Globo


De acordo com o Depen, a Polícia Federal (PF) foi chamada para fazer perícia no local. O Instituto Médico-Legal (IML) também foi acionado, mas informou que só fará a retirada do corpo após a perícia.


Elias Maluco foi preso em setembro de 2002 e, em 2005, foi condenado a 28 anos e seis meses de prisão pela morte do jornalista Tim Lopes.


Em 2013, foi sentenciado a mais 10 anos, sete meses e 15 dias de prisão, desta vez pelo crime de lavagem de dinheiro. A mulher e a sogra dele também foram condenadas pelo mesmo crime.


Desde então, Elias Maluco ficou em presídios federais de segurança máxima.


Em 2019, Elias teve um pedido de habeas corpus concedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF), mas permaneceu preso.


Segundo o Depen, a família foi comunicada da morte pelo Serviço Social do Presídio Federal de Catanduvas.


Ainda de acordo com o departamento, a Polícia Federal foi chamada para fazer a perícia no local.


Tim Lopes

Elias Maluco foi preso no dia 19 de setembro de 2002. Ele foi condenado pelo assassinato do jornalista Tim Lopes, morto em junho daquele ano enquanto fazia uma reportagem sobre abuso de menores em um baile funk da favela Cruzeiro.


O traficante ficou conhecido pelos métodos bárbaros com que matava pessoas.


O corpo de Tim Lopes foi carbonizado numa fogueira de pneus conhecida como micro-ondas e só pôde ser reconhecido após exame de DNA. Outras seis pessoas foram condenadas por participação no crime.


Fonte: G1

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Sindicatos acatam decisão judicial e decretam fim da greve dos Correios

Um dia após o TST (Tribunal Superior do Trabalho) determinar o fim da greve dos Correios, a maioria dos sindicatos filiados à Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect) decretou o fim da greve e encerrou a paralisação iniciada há 35 dias.



Agência dos Correios na 412 Sul, em Brasília, nesta terça-feira (18) — Foto: Brenda Ortiz/G1


Segundo a federação, os sindicatos que ainda estão em assembleia, como o do Paraná e o da Bahia, devem seguir a orientação da Fentect para retomada das atividades.


Em nota, a entidade afirma que a decisão do TST – que aprovou um reajuste de 2,6% para os trabalhadores – não contempla a categoria. "No entanto, sabemos que muitas lutas virão pela frente como a batalha contra a privatização dos Correios, que já está na ordem do dia", diz a Fentect, que aponta ainda que vai recorrer da decisão.


Também nesta terça-feira, os Correios afirmaram, em nota, que a maior parte dos funcionários que havia aderido à greve retornou ao trabalho, o que corresponde a 92,7% dos trabalhadores da estatal.


Fonte: G1

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Câmara aprova emendas do Senado, e mudanças no Código de Trânsito seguem para sanção


A Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (22) parte das modificações feitas pelo Senado no projeto que altera trechos do Código de Trânsito Brasileiro (CTB). Com isso, as novas regras vão à sanção do presidente Jair Bolsonaro.


Uma das mudanças aumenta para até 10 anos o prazo máximo de validade da Carteira Nacional de Habilitação (CNH). O texto foi enviado ao Congresso Nacional pelo governo Jair Bolsonaro, mas nem todos os pontos defendidos pelo presidente foram aprovados.


A Câmara já tinha aprovado a matéria no fim de junho, mas teve que analisá-la novamente já que o Senado fez alterações na proposta.


Entre as mudanças aprovadas no Congresso estão:


aumento do número de pontos para suspensão, em razão de multas, da Carteira Nacional de Habilitação (CNH);

obrigatoriedade do uso de cadeirinha para o transporte de crianças de até 10 anos que ainda não atingiram 1,45 metro;

regras para a circulação de motocicletas entre os veículos quando o trânsito estiver parado ou lento.

Uma das principais mudanças propostas pelos senadores também foi acolhida na Câmara. A emenda prevê que em casos de lesão corporal e homicídio causados por motorista embriagado, mesmo que sem intenção, a pena de reclusão não pode ser substituída por outra mais branda, que restringe direitos.


Atualmente, a legislação diz que a prisão pode ser substituída por penas restritivas de direitos se o crime for culposo (sem intenção).


Desta forma, se um motorista embriagado ou sob efeito de drogas pratica lesão corporal e até homicídio, sua condenação pode ser convertida em uma pena alternativa.


Pontos da proposta original enviada pelo governo, como a retirada da multa para quem transportar criança sem a cadeirinha, ficaram de fora da versão aprovada por deputados e senadores.


O projeto é tratado como prioridade pelo governo. Em junho do ano passado, o próprio presidente Jair Bolsonaro foi pessoalmente à Câmara para entregar o texto.


Ponto a ponto do projeto

Validade da CNH


O projeto amplia o prazo para a renovação da renovação da CNH e dos exames de aptidão física e mental, de acordo com as seguintes situações:


10 anos para condutores com menos de 50 anos;

5 anos para condutores com idade igual ou superior a 50 anos e inferior a 70 anos;

3 anos para condutores com 70 anos ou mais.

O texto prevê, ainda, que, em caso de indícios de deficiência física ou mental ou de progressividade de doença que diminua a capacidade de condução, o perito examinador pode diminuir os prazos para a renovação da carteira.


Atualmente, o Código de Trânsito prevê a renovação a cada cinco anos para a maioria dos motoristas e a cada três anos para condutores com mais de 65 anos.


Já o texto enviado pelo governo previa a renovação dos exames a cada 10 anos e, para pessoas acima de 65 anos, a cada cinco anos.


Exame de aptidão


O texto determina, ainda, que os exames de aptidão física e mental sejam realizados por médicos e psicólogos peritos examinadores, com a titulação de especialista em medicina do tráfego ou em psicologia de trânsito, respectivamente. A legislação atual não deixa explícita essa exigência, e os requisitos constam apenas em resoluções do Contran.



Pela proposta, os exames devem ser avaliados "objetivamente" pelos examinados, o que subsidiará a fiscalização sobre o profissional credenciado feita pelos órgãos de trânsito em colaboração com os conselhos profissionais.


Pontuação da CNH


O projeto também prevê limites diferentes de pontuação na carteira de motorista, antes da suspensão, no prazo de 12 meses:


40 pontos para quem não tiver infração gravíssima;

30 pontos para quem possuir uma gravíssima;

20 pontos para quem tiver duas ou mais infrações do tipo.

Os motoristas profissionais terão 40 pontos de teto, independentemente das infrações cometidas. Esses condutores podem participar de curso preventivo de reciclagem quando atingirem 30 pontos. A legislação atual prevê a suspensão da carteira sempre que o infrator atingir 20 pontos.


O projeto original do governo previa uma ampliação geral, de 40 pontos para todos os motoristas, independentemente da vinculação por infração criada pelo relator.


Avaliação psicológica


O relator incluiu, também, a exigência de avaliação psicológica quando o condutor:


se envolver em acidente grave para o qual tenha contribuído;

ser condenado judicialmente por delito de trânsito;

estiver colocando em risco a segurança do trânsito, por decisão da autoridade de trânsito.

Cadeirinha


O projeto aprovado determina também a obrigatoriedade do uso da cadeirinha para crianças de até 10 anos que ainda não atingiram 1,45 m de altura. A cadeirinha deve se adequar à idade, peso e altura da criança.


Pelo texto, o descumprimento desta regra ocasionará uma multa correspondente a uma infração gravíssima.


A proposta original do governo previa que a punição para o descumprimento fosse apenas uma advertência por escrito, sem a multa. Pela proposta do Executivo, endurecida pelo relator, a cadeirinha seria necessária para crianças de até 7 anos e meio.


Exames toxicológicos


Sobre a renovação da carteira de habilitação, o texto também mantém a obrigatoriedade de exames toxicológicos para motoristas das categorias C, D e E.



O fim da obrigatoriedade do exame era um dos pontos polêmicos do texto e foi alvo de críticas de parlamentares e entidades ligadas ao setor.


Segundo a proposta, quem tem idade inferior a 70 anos também terá que se submeter ao exame a cada dois anos e meio, independentemente da validade da CNH. Objetivo é impedir que eventual mudança do prazo da carteira implique em alteração na periodicidade do exame.


Motos


O projeto estabelece regras para a circulação de motocicletas, motonetas e ciclomotores quando o trânsito estiver parado ou lento.


Pelo texto, os motociclistas devem transitar com velocidade compatível com a segurança dos pedestres e demais veículos nessas situações.


A proposta cria ainda uma “área de espera” para motociclistas junto aos semáforo. O projeto diz que haverá uma área delimitada por duas linhas de retenção, destinada exclusivamente à espera destes veículos próximos aos semáforos, imediatamente à frente da linha de retenção dos demais veículos.


Recall


O projeto torna o recall das concessionárias – convocação de proprietários para reparar defeitos constatados nos veículos – uma condição para o licenciamento anual do veículo a partir do segundo ano após o chamamento.


Segundo o relator, são frequentes os casos de descumprimento do procedimento, colocando em risco a segurança dos condutores desses veículos e de outras pessoas.


Cadastro positivo


A proposta cria o Registro Nacional Positivo de Condutores (RNPC), em que serão cadastrados os condutores que não tenham cometido infração de trânsito sujeita a pontuação nos últimos 12 meses.


O cadastro positivo vai possibilitar que estados e municípios concedam benefícios fiscais e tarifários aos condutores cadastrados.


Inicialmente, o relatório previa que, na Semana Nacional de Trânsito, comemorada em setembro, haveria um sorteio no valor de 1% do montante arrecadado com as multas para premiar os motoristas do cadastro. Contudo, o deputado Juscelino Filho retirou essa parte ao acolher uma emenda de plenário.



Escolas de trânsito


O projeto prevê a criação de “escolas públicas de trânsito” para crianças e adolescentes com aulas teóricas e práticas sobre legislação, sinalização e comportamento no trânsito.


Consulta pública


As propostas de normas regulamentares a serem editadas pelo Contran deverão ser submetidas a consulta pública antes da entrada em vigor. O objetivo é dar mais transparência às decisões do conselho.


Multas administrativas


O parecer propõe a isenção de pontos na carteira de motorista em algumas situações de infrações de natureza administrativa, por exemplo:


conduzir veículo com a cor ou característica alterada;

conduzir veículo sem os documentos de porte obrigatório;

portar no veículo placas em desacordo com as especificações e modelos estabelecidos pelo Contran;

deixar de atualizar o cadastro de registro do veículo ou de habilitação do condutor.

Penalidade de advertência


O texto define, ainda, que para infrações leves ou médias deve ser imposta a penalidade de advertência por escrito, em vez de multa, se infrator não tiver cometido nenhuma outra infração nos últimos 12 meses.


Atualmente, a legislação já permite essa possibilidade se a autoridade de trânsito "entender esta providência como mais educativa" e desde que o motorista não tenha cometido a mesma infração nos últimos 12 meses.


Faróis


O texto determina a obrigatoriedade de manter os faróis acesos durante o dia, em túneis e sob chuva, neblina ou cerração, e à noite.


O Senado fez uma alteração, mantida na Câmara, para restringir a obrigatoriedade do uso de faróis baixos durante o dia em rodovias de pista simples apenas àquelas situadas fora dos perímetros urbanos.


Ao acolher essa mudança, Juscelino Filho diz que o uso de faróis nas cidades "poderia ter efeito contrário, ao equiparar todos os demais veículos aos ônibus e às motos, que hoje já são obrigados a transitar com farol acesso, para serem diferenciados e melhor percebidos no trânsito urbano."



Outros pontos


Veja outros pontos do projeto:


Reprovação de exame: o projeto revoga dispositivo que determinava que o exame escrito sobre legislação de trânsito ou de direção veicular só poderia ser refeito 15 dias depois da divulgação do resultado, em caso de reprovação;

Capacete sem viseira: a proposta altera trecho do Código de Trânsito que trata da obrigatoriedade do uso do capacete, retirando a menção sobre a viseira - o que, atualmente, é considerado infração gravíssima. O não uso viseira no capacete ou dos óculos de proteção ganhou um artigo separado na lei, tornando-se infração média;

Aulas à noite: o projeto também retira a obrigatoriedade de que parte das aulas de direção sejam feitas à noite;

Policiais legislativos: o texto prevê que os policiais legislativos da Câmara dos Deputados e do Senado, mediante convênio com o órgão ou entidade de trânsito local, poderão autuar os motoristas em caso de infração cometida nas adjacências do Congresso Nacional quando estiverem comprometendo os serviços ou colocando em risco a segurança das pessoas ou o patrimônio do Legislativo. Os autos de infração serão encaminhados ao órgão competente.


Fonte: G1

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Rússia registrará 2ª vacina contra a Covid até 15 de outubro, diz agência

A Rússia espera registrar uma segunda vacina em potencial contra a Covid-19 até 15 de outubro, informou nesta terça-feira (22) a agência de notícias TASS com base em dados do Rospotrebnadzor, o órgão regulador de segurança do consumidor da Rússia.



A foto, do dia 6 de agosto, mostra a vacina desenvolvida na Rússia contra a Covid-19, a primeira a ser registrada em todo o mundo contra a doença. — Foto: Handout / Russian Direct Investment Fund / AFP/Arquivo


A vacina foi desenvolvida pelo Instituto Vector, da Sibéria, que concluiu o estágio inicial de testes em humanos na semana passada. O estudo de Fase I injetou a imunização em cinco voluntários, com a possibilidade de ampliação dos testes em até 100 voluntários com idades entre 18 e 60 anos.


A imunização desenvolvida pelo instituto é feita a partir de uma tecnologia criada inicialmente para o Ebola. Ela é composta por fragmentos de proteínas (peptídeos) do vírus que são capazes de estimular o sistema imune a induzir uma resposta protetora.


A Rússia registrou em agosto sua primeira candidata a vacina, desenvolvida pelo Instituto Gamaleya, de Moscou. Os testes em estágio avançado desta candidata com pelo menos 40 mil pessoas estão em andamento.


Mais de 180 vacinas em potencial estão sendo desenvolvidas em todo o mundo para tentar deter a pandemia de coronavírus. Ao menos nove estão na terceira e última fase de testes em humanos, de acordo com dados da OMS – quatro na China, três dos Estados Unidos, uma do Reino Unido e uma da Rússia.


Etapas para a produção de uma vacina

Para se produzir uma vacina, leva tempo. A mais rápida desenvolvida até o momento foi a vacina contra a caxumba, que precisou de cerca de quatro anos até ser licenciada e distribuída para a população.


Antes de começar os testes em voluntários, a imunização passa por diversas fases de experimentação pré-clinica (em laboratório e com cobaias). Só após ser avaliada sua segurança e eficácia é que começam os testes em humanos, a chamada fase clínica – que são três:


Fase 1: é uma avaliação preliminar da segurança do imunizante, ela é feita com um número reduzido de voluntários adultos saudáveis que são monitorados de perto. É neste momento que se entende qual é o tipo de resposta que o imunizante produz no corpo. Ela é aplicada em dezenas de participantes do experimento.

Fase 2: na segunda fase, o estudo clínico é ampliado e conta com centenas de voluntários. A vacina é administrada a pessoas com características (como idade e saúde física) semelhantes àquelas para as quais a nova vacina é destinada. Nessa fase é avaliada a segurança da vacina, imunogenicidade (ou a capacidade da proteção), a dosagem e como deve ser administrada.

Fase 3: ensaio em larga escala (com milhares de indivíduos) que precisa fornecer uma avaliação definitiva da sua eficácia e segurança em maiores populações. Além disso, feita para prever eventos adversos e garantir a durabilidade da proteção. Apenas depois desta fase é que se pode fazer um registro sanitário.


Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para se fazer um ensaio clínico no Brasil, é preciso da aprovação do Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep), órgão vinculado ao Ministério da Saúde. Os voluntários são recrutados pelos centros de pesquisa.


Fonte: G1

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INSS prorroga suspensão da prova de vida por mais um mês

O governo decidiu manter suspensa, até o final de outubro, a exigência de recadastramento anual de aposentados e pensionistas, a chamada prova de vida do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).



Por lei, todos os aposentados e pensionistas do INSS precisam comprovar que estão vivos para continuarem recebendo benefício. — Foto: JN

A suspensão da prova de vida havia sido determinada em março, quando tiveram início no Brasil as medidas de isolamento social para conter a disseminação da Covid-19, e depois foi prorrogada até 30 de setembro.


A lei prevê que, todos os anos, beneficiários do INSS precisam comprovar ao governo que estão vivos. A medida evita fraudes e pagamento indevido dos benefícios. Essa comprovação é sempre presencial e pode ser feita em uma agência do INSS, em embaixadas e consulados ou na casa de aposentados e pensionistas com dificuldade de locomoção.


Procuração


Os beneficiários do INSS que precisarem fazer a prova de vida podem fazê-lo por meio de uma procuração. Antes da pandemia, essa procuração deveria ser feita presencialmente em cartório e registrada no INSS. Agora, ela pode ser feita pela internet, sem precisar ir ao cartório nem registrar no INSS.


O INSS autorizou os bancos a realizarem comprovação de vida para aposentados e pensionistas por representante legal que não esteja cadastrado no INSS quando se tratar de beneficiários com idade igual ou superior a 60 anos. Anteriormente, era necessário realizar o cadastro para atuar como procurador.


A regra vale por 120 dias a partir de 27 de julho e se aplica em casos de viagem, doença contagiosa ou impossibilidade de locomoção do beneficiário com mais de 60 anos. A medida tem como principal objetivo a proteção de aposentados e pensionistas por causa da pandemia de Covid-19.


A realização da comprovação de vida por terceiros só será realizada por meio de procuração. E, nos casos em que houver dúvida quanto à legitimidade de qualquer documento apresentado, ele poderá ser rejeitado. E caberá ao INSS solicitar os documentados apresentados, caso entenda necessário.


O INSS poderá, a qualquer tempo, solicitar os documentos apresentados, autenticados ou não, caso entenda necessário, em especial após a cessação do atual estado de emergência epidêmico.


A chamada prova de vida tem que ser feita uma vez por ano na instituição bancária em que o aposentado ou pensionista recebe o benefício. Quem não faz a comprovação no prazo, tem o pagamento bloqueado, suspenso ou cessado. O procedimento é obrigatório e tem como principal objetivo evitar fraudes e pagamentos indevidos.


Os documentos que ficam dispensados de autenticação para serem apresentados na prova de vida são os seguintes: certidões de nascimento, casamento ou óbito; documento de identificação; formulários de Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP); documentos apresentados para solicitação de pagamento até o óbito; fechamento de vínculo empregatício; alteração de dados cadastrais; cadastramento de Pensão Alimentícia; desistência de benefício; documentos do grupo familiar para fins de pedido de benefícios assistenciais; instrumentos de mandatos para cadastramento de procuração; documentos médicos (atestado médico ou declaração emitida pelo profissional médico competente) para comprovação da moléstia contagiosa ou impossibilidade de locomoção para fins de inclusão de procuração, termo de tutela, de curatela, guarda e o comprovante de andamento do processo judicial de representação civil.


Fonte: G1

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Federação de trabalhadores dos Correios orienta sindicatos a suspenderem greve

Um dia após o TST (Tribunal Superior do Trabalho) determinar o fim da greve dos Correios, a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect) orientou os sindicatos filiados a encerrarem a paralisação e retornarem ao trabalho. Segundo a federação, os sindicatos afiliados devem realizar assembleias na noite desta terça-feira para decidir individualmente os rumos da paralisação — iniciada há 35 dias.



Adesivos com o nome greve foram retirados das agências dos Correios em Alagoas — Foto: Alysson Guerrero/Arquivo Pessoal


Em nota, a entidade afirma que a decisão do TST – que aprovou um reajuste de 2,6% para os trabalhadores – não contempla a categoria. "No entanto, sabemos que muitas lutas virão pela frente como a batalha contra a privatização dos Correios, que já está na ordem do dia", diz a Fentect, que aponta ainda que vai recorrer da decisão.


Também nesta terça-feira, os Correios afirmaram, em nota, que a maior parte dos funcionários que havia aderido à greve retornou ao trabalho, o que corresponde a 92,7% dos trabalhadores da estatal.


Greve não abusiva

Na decisão de segunda-feira, o TST afirmou que a greve não foi abusiva. Com isso, metade dos dias de greve será descontada do salário dos empregados. A outra metade deverá ser compensada.



Relatora do processo, a ministra Kátia Arruda votou contra a declaração da greve como abusiva – o que levaria ao desconto integral das horas não trabalhadas.


A magistrada disse que a paralisação foi a única solução encontrada pelos trabalhadores, diante do fato de que a empresa tinha retirado praticamente todos os direitos adquiridos da categoria.


“É a primeira vez que julgamos uma matéria em que uma empresa retira praticamente todos os direitos dos empregados”, afirmou.


Cláusulas do acordo coletivo

De acordo com a Fentect, a paralisação foi deflagrada depois que os trabalhadores foram surpreendidos com a revogação do atual Acordo Coletivo, que estaria em vigência até 2021.


Em agosto, o Supremo Tribunal Federal (STF) manteve a decisão do então presidente da Corte, Dias Toffoli, e suspendeu 70 das 79 cláusulas do acordo coletivo de trabalho dos trabalhadores dos Correios.


O pedido da suspensão foi feito pelos Correios. A empresa argumentou que não teria como manter as altas despesas, e que precisaria "discutir benefícios que foram concedidos em outros momentos e que não condizem com a realidade atual de mercado".


O acordo coletivo havia sido estendido até o fim de 2021 por decisão do TST em outubro do ano passado.


No julgamento do dissídio, o TST decidiu manter as nove clausulas oferecidas pelos Correios durante a negociação salarial – que incluem a oferta de plano de saúde e auxílio-alimentação – e outras 20 cláusulas sociais, que não representam custos extras aos Correios.



As outras 50 cláusulas do antigo acordo coletivo de trabalho foram canceladas.


Na sessão, Kátia Arruda contestou os argumentos dos Correios sobre problemas financeiros, e apontou que a estatal registrou lucro no primeiro semestre. Segundo a ministra, a empresa também tem lucrado com a pandemia da Covid-19, que resultou em aumento na demanda por entregas.


A ministra disse ainda que os Correios demonstraram “absoluta resistência” durante as negociações do atual acordo coletivo. "A meu ver, não houve negociação coletiva, porque a meu ver não houve qualquer tipo de cessão dos Correios para atender parcialmente às reivindicações da categoria”, disse.


"A Empresa de Correios e Telégrafos entendeu que não deveria haver nenhum benefício para os trabalhadores, que são o maior capital que ela possui", prosseguiu.


O que dizem os Correios

Em nota, os Correios afirmaram que, desde o mês de julho, buscaram negociar os termos do acordo coletivo “em um esforço para fortalecer as finanças da empresa e preservar sua sustentabilidade”.


“Ficou claro que é imprescindível que acordos dessa natureza reflitam o contexto em que são produzidos e se ajustem à legislação”, informou a empresa.


Fonte: G1

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Estudo preliminar sugere que Manaus pode ter alcançado imunidade de rebanho contra a Covid-19, com até 66% da população infectada

Cientistas brasileiros estimaram, em um estudo ainda não publicado em revista científica, que Manaus pode ter alcançado a imunidade de rebanho contra o novo coronavírus (Sars-CoV-2), com até 66% da população manauara tendo desenvolvido anticorpos para o vírus. Os cientistas alertam, entretanto, que chegaram à conclusão depois de analisar amostras de um banco de doadores de sangue, que não necessariamente representa toda a população da cidade.



Paciente é transportado em Manaus, uma das cidades mais atingidas pelo coronavírus — Foto: Bruno Kelly/Reuters


A pesquisa, que ainda precisa passar por revisão de outros cientistas, é de 34 autores de várias faculdades da USP, incluindo a Faculdade de Medicina, da Universidade de Oxford, no Reino Unido, e da Escola de Saúde Pública de Harvard, nos Estados Unidos, além de outras instituições no Amazonas, em São Paulo e nos EUA. A versão prévia do estudo foi divulgada em um repositório on-line na segunda-feira (21).


O percentual de 66% é o máximo considerado pelos cientistas; o mínimo da população que desenvolveu anticorpos é calculada por eles em 44%. A estimativa inferior não considera as pessoas que podem tê-los desenvolvido, mas que tiveram resultados de testes negativos (os falsos negativos) ou em quem os anticorpos foram detectados, mas, depois, não mais. (Já se sabe que os anticorpos para o Sars-CoV-2 podem desaparecer depois de um tempo).


Para os pesquisadores, a elevada taxa de mortalidade em Manaus e a rápida queda no número de novos casos sugere que a capital do Amazonas pode ter alcançado a imunidade de rebanho – situação na qual um número suficiente de pessoas em um determinado lugar já foi infectado ou imunizado contra uma doença e consegue evitar a circulação dela.


No caso do sarampo, por exemplo, é necessário que 95% da população esteja vacinada para se alcançar a imunidade de rebanho para a doença. Na pesquisa da Covid em Manaus, os autores alertam que não há consenso sobre qual deve ser o percentual mínimo de pessoas infectadas para que a imunidade de rebanho seja alcançada para a Covid-19.


"Imunidade de rebanho é o valor em que você tem um número de pessoas que já pegaram a doença que faz com que o número de casos caia – não quer dizer que as outras pessoas não vão pegar a infecção", explica a pesquisadora Ester Sabino, autora sênior do estudo e professora da Faculdade de Medicina da USP.

Quando a imunidade de rebanho acontece, mesmo aquelas pessoas que não podem ser vacinadas – no caso de doenças para as quais existe uma vacina – ficam protegidas.



No caso de Manaus, lembra Sabino, a percentagem encontrada ainda deixa, teoricamente, 30% da população manauara vulnerável ao vírus.


"As pessoas podem se infectar? Podem, mas provavelmente vai ser em formato menor. Mas isso depende de quanto tempo dura essa imunidade. Hoje, a chance de ter uma grande epidemia como a que teve no começo do ano é pouco provável", avalia a cientista.

Sabino explica, ainda, que o percentual estimado na pesquisa é compatível com modelos iniciais da pandemia – que apontavam que, para que começasse a haver queda nas contaminações, era necessário que entre 60% e 70% de uma população tivesse contato com o vírus.


Cautela



26 de junho - Funcionário do cemitério Parque Tarumã, em Manaus, em meio ao surto de Covid-19. — Foto: Bruno Kelly/Reuters


Mas Sabino também lembra que, se houvesse uma tentativa de alcançar a imunidade de rebanho de forma geral e os números de Manaus fossem vistos em São Paulo, por exemplo, a capital paulista possivelmente teria três vezes mais mortes do que tem hoje.


"Se em São Paulo tivesse acontecido a mesma coisa, e se corrigisse pela faixa etária [dos moradores], teriam morrido três vezes mais pessoas", afirma a cientista da USP. A população de São Paulo é mais velha do que a de Manaus.

O consórcio de veículos de imprensa – do qual o G1 faz parte –, que levanta os dados sobre mortes e casos de coronavírus no Brasil, aponta que a cidade de São Paulo tinha, até segunda-feira (21), 12,3 mil mortes causadas pela Covid-19. Já Manaus registrava 2,46 mil mortes.



A população paulistana é, entretanto, quase 7 vezes maior que a manauara, mas o número de mortes em São Paulo não chega a ser 7 vezes maior que em Manaus – e, sim, 5.


O epidemiologista Fernando Barros, professor das universidades federal e católica de Pelotas, no Rio Grande do Sul (UFPel e UCPel, respectivamente), que não participou do estudo, avalia que o índice encontrado em Manaus não indica imunidade coletiva na cidade.


"Se Manaus tivesse imunidade de população, não ia ter uma segunda onda como alguns dados de hospital estão indicando", pondera. "Pode ser 66% [porcentagem com os anticorpos], mas continua havendo gente suscetível e indo para o hospital", afirma Fernando Barros.

"Por enquanto, não tem nenhum lugar, nem no Brasil nem no mundo, em que se possa dizer que a população tenha ficado imune", diz Barros. Quanto maior a prevalência [de anticorpos], menos o vírus circula, a infecção diminui, mas a gente não sabe se ela vai parar", pondera.


"Se as pessoas que estavam em distanciamento saírem para a rua, não dá para dizer se não vão se contaminar. É um jogo difícil – a circulação diminui, as pessoas se sentem seguras, saem para a rua, a infecção aumenta. É isso o que está acontecendo na Europa", lembra.


Limitações

Os pesquisadores avaliaram 6.316 amostras de sangue da Fundação Hospitalar de Hematologia e Hemoterapia do Amazonas, colhidas entre os dias 7 de fevereiro e 19 de agosto.


Na prévia do artigo, os cientistas ponderam que os doadores de sangue representam uma amostra limitada da população de Manaus: em primeiro lugar, crianças e idosos não podem doar.


Essa dúvida, sobre o nível de representatividade do estudo, é levantada também pelo professor Fernando Barros, das universidades em Pelotas.


"A dúvida sempre é: esses doares representam a população de Manaus? Doadores de sangue são pessoas jovens, tem muito doador de sangue de serviço público – bombeiro, policial, trabalhadores de saúde. Não se sabe se essa população não tem uma prevalência maior [de anticorpos] que a população geral de Manaus", lembra.



Doação de sangue em hospital do Amazonas — Foto: Girlene Medeiros / G1 AM


Na pesquisa, os cientistas avaliaram a presença de anticorpos do tipo IgG para o coronavírus. Ig é a sigla para imunoglobulina, um tipo de anticorpo produzido pelo sistema imunológico contra um agente invasor. Nesse caso, de classe G – que identifica se um paciente teve infecção anterior, pelo menos 3 semanas antes do exame, e está possivelmente imunizado.


Medidas para conter disseminação

A queda dos novos casos em Manaus não está relacionada, apenas, à possível imunidade coletiva, ponderam os pesquisadores. Eles reforçam que "medidas não farmacológicas", como o distanciamento social e o uso de máscaras, podem também ter contribuído para o controle da epidemia no Amazonas.


Mas Ester Sabino avalia que as medidas para conter a disseminação do vírus, que foram semelhantes em Manaus e em São Paulo, não foram tão eficazes na capital amazonense.


"Aparentemente, no papel, pelo menos, foram muito parecidas, mas depende de como a população compreende", avalia. "Não consegue entender só pelas medidas por que não funcionou. No papel, é muito parecida com São Paulo, é muito difícil saber. As pessoas provavelmente ficaram em casa, mas circularam próximo de casa", diz.


Fonte: G1

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