quarta-feira, abril 10, 2024

Câmara mantém prisão de deputado Chiquinho Brazão por suposto envolvimento no assassinato de Marielle Franco

Votação em plenário — Foto: Reprodução


A Câmara dos Deputados decidiu nesta quarta-feira (10) manter a prisão preventiva do deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), acusado de ser um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco (Psol-RJ) em 2018.


Foram 277 votos "sim" e 129 "não". Eram necessários, no mínimo, 257 votos (maioria absoluta dos deputados) para seguir a recomendação do parecer, aprovado mais cedo pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa, que recomendou manter preso o parlamentar.


Chiquinho foi preso preventivamente no último dia 24 de março. O irmão dele, o conselheiro Domingos Brazão, do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro (TCE-RJ), também foi detido.


A decisão foi tomada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, e referendada pela 1ª Turma da Corte.


A Constituição prevê, no entanto, que prisões de parlamentares no exercício do mandato têm de ser submetidas aos plenários da Câmara (em casos que envolvem deputados) ou do Senado (em casos que envolvem senadores).


A decisão tomada pelo plenário nesta quarta frustrou um movimento, que ganhou força nos últimos dias, de rejeitar a prisão do parlamentar.


Siglas de centro articularam, ao longo desta quarta, uma mobilização para esvaziar o plenário e impedir que a votação alcançasse o mínimo necessário, em uma repetição do que ocorreu com a análise da prisão do deputado Wilson Santiago (PTB-PB) em 2020.



À época, 101 deputados deixaram de comparecer à sessão. O placar, então, foi favorável a Santiago, que conseguiu 233 votos para reverter a prisão, contra 170.


O relator da análise da prisão, deputado Darci Matos (PSD-SC), votou pela manutenção da prisão.


"Sem dúvida alguma, após esse episódio pontual, nós temos que aprofundar o debate sobre as prerrogativas dos parlamentares, mas entendo que as prerrogativas dos parlamentares são prerrogativas para proteger a atuação parlamentar e elas têm que vir na preservação dos interesses coletivos e não individuais", afirmou.


Prisão preventiva

As mobilizações pela derrubada da prisão ganharam corpo com um discurso de defesa das prerrogativas parlamentares, encampado majoritariamente por partidos de centro.


No caso Chiquinho Brazão, a tônica contra o avanço do Judiciário sobre o Legislativo foi baseada em uma controvérsia jurídica a respeito da prisão do parlamentar.


A Constituição prevê que congressistas somente podem ser detidos em flagrante e por crimes inafiançáveis. Ao decidir deter Chiquinho, o ministro Alexandre de Moraes adotou, no entanto, o instrumento da prisão preventiva (sem prazo para acabar), interpretando que os requisitos necessários para essa medida a validam como prisão em flagrante.


“A presença dos requisitos autorizadores da prisão preventiva afasta a afiançabilidade do crime, permitindo a prisão em flagrante do parlamentar”, escreveu Moraes.



Na CCJ, a defesa de Chiquinho Brazão utilizou dessa controvérsia para defender a soltura do deputado.


O advogado Cleber Lopes ainda apelou aos deputados com o argumento de que a medida poderia ser aplicada contra qualquer membro da Casa em diferentes investigações, como as que tratam de desvios de emendas.


“Eventualmente, a malversação ou uma acusação, decorrente de uma delação, de que determinado parlamentar desviou uma emenda para município tal pode gerar prisão preventiva também. Não é só homicídio. Se relativizarmos a regra, poderemos ter prisões decretadas em série contra parlamentares que foram alvos de delações premiadas”, declarou.


O discurso, apesar de feito pela defesa de Chiquinho, resumiu o temor de parlamentares de diversos espectros políticos.


Duas das maiores bancadas da Casa, PL (95 deputados) e União Brasil (55 deputados) defenderam, por exemplo, rejeitar a prisão com os mesmos argumentos.


Defesa

O advogado de Chiquinho Brazão Cleber Lopes falou no plenário durante mais de 15 minutos. Segundo ele, a prisão "extrapola os limites da dignidade da pessoa humana".

"Essa prisão atenta contra a dignidade da pessoa humana, um dos postulados da Constituição da República. É público e notório que a prisão do parlamentar está embasada única e exclusivamente em uma delação premiada", argumentou.



O parlamentar, desde a diplomação só pode ser preso em flagrante delito de crime inafiançável. Não há estado de flagrância. O problema é que temos uma prisão preventiva decretada ao arrepio da Constituição. Entraremos para a história ou por cumprir a Constituição ou não cumprir a Constituição", completou.


Caso Marielle

Marielle Franco e Anderson Gomes foram assassinados a tiros, em uma emboscada no Centro do Rio, em 14 de março de 2018.


As investigações foram marcadas por trocas de delegados e promotores, e poucos avanços. Em 2023, a Polícia Federal passou a apurar o caso.


Até março deste ano, somente haviam sido apontadas as participações de Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz, ex-policiais militares acusados de serem os executores do atentado.


O ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, o Suel, também foi apontado como responsável por levar o carro utilizado na emboscada para um desmanche.


Depois de seis anos do crime, uma delação premiada de Lessa ajudou os investigadores a preencher as lacunas que faltavam na resolução dos assassinatos.


A Polícia Federal concluiu que a morte da vereadora foi encomendada por Domingos e Chiquinho Brazão. Também identificou que o delegado Rivaldo Barbosa, então chefe da Polícia Civil do Rio na época do crime, atuou no planejamento e para atrapalhar investigações.


Rivaldo, que também foi preso no mês passado, e os irmãos Brazão negam envolvimento com as execuções.


Em sua delação, Ronnie Lessa indicou que a morte de Marielle foi arquitetada pelos irmãos Brazão como reação à atuação da vereadora contra um esquema de loteamentos de terra em áreas de milícia na Zona Oeste do Rio, reduto eleitoral de Domingos e Chiquinho.


Fonte: g1

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31º Homicidio Mossoró 2024: Homem de 20 anos é executado com mais de 10 tiros após ter casa invadida no Conjunto Nova Mossoró



Um crime com características de execução foi registrado por volta das 02h00min desta madrugada de quarta feira 10 de abril de 2024, na Rua Palmeiras Futebol Clube no Conjunto Nova Mossoró. A vítima foi identificada como David Nicolas da Costa Vilela de 20 anos.


De acordo com a Polícia Militar, o jovem que estava em casa dormindo com uma mulher, quando homens não identificados, invadiram o imóvel e o executaram com tiros de pistolas calibres 9mm e 380. David ainda tentou correr, mas foi morto no quinta da casa.


As janelas de vidro da frente e do quarto, onde estava a vítima foram quebradas a tiros. A Polícia acredita que os criminosos pularam o muro da frente da casa, haja visto que não havia sinais de arrombamento no portão de entrada.


Segundo a equipe do Itep, ao menos 12 perfurações foram visualizadas no corpo da vítima, mas pela quantidade de cápsulas recolhidas, cerca de 20, no local é possivel que tenha ocorrido mais disparos, o que será possivel identificar no exame de necropsia.


Ainda não há informações sobre a motivação do crime. Consta no site do Tribunal de Justiça do RN, dois processos contra David Nicolas da Costa Vilela, sendo um por porte ilegal de arma de fogo e outro por violência doméstica contra a mulher (lesão corporam e ameaça).


A Polícia Civil através da DHPP acompanhou o perícia e tenta coletar informações para criar a linha de investigação. Após a perícia o corpo de david Nicolas, foi recolhido para exames no IML do Itep. Mossoró contabiliza 31 homicidios no ano de 2024.




Fonte: Fim da Linha

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Polícia Federal investiga fraude que causou prejuízo de R$ 2,7 milhões aos Correios

Viatura da Polícia Federal no Rio Grande do Norte — Foto: PF/Divulgação


A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quarta-feira (10) uma operação que investiga a compra e venda de etiquetas para postagem de encomendas originadas em contratos fraudulentos na plataforma Correios Fácil, dos Correios.


Segundo a corporação, 69 contratos fraudados foram identificados, gerando prejuízo superior a R$ 2,7 milhões à empresa estatal.


A Operação Fake Tags cumpre dois mandados de busca e apreensão nas cidades de Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul, e Ipatinga, em Minas Gerais, expedidos pela 9ª Vara da Justiça Federal em Caicó, no Rio Grande do Norte.


Na prática, o grupo criminoso fazia contratos com o Correio Fácil - uma plataforma dos Correios para empresas que trabalham com entregas - como as de vendas online. Porém, os responsáveis usavam dados de empresas falsas, que sequer existiam.


Eles recebiam as etiquetas para realização das entregas, mas as vendiam para outras empresas a preços abaixo do mercado. Na data do faturamento, após a prestação do serviço, os Correios não conseguiam localizar a empresa informada no contrato, para receber o pagamento.


"No Rio Grande do Norte foi cometido grande fluxo da fraude por pequenos comerciantes das cidades de Serra Negra do Norte e Caicó, o que chamou a atenção da Área de Segurança Corporativa dos Correios que passou a monitorar a irregularidade e realizou a retenção de 215 objetos postais no centro de distribuição em Natal, com volume aproximado de 16m³ de mercadorias postadas de forma ilegal", informou a PF.


Um suspeito em Três Lagoas foi apontado como responsável pela formalização de ao menos três contratos fraudulentos elaborados a partir do uso de dados de empresas inexistentes.


As investigações também apontaram que uma mulher de Ipatinga é suspeita de participação no crime e agia intermediando e promovendo a venda das etiquetas para pessoas em diversos pontos do país. No Rio Grande do Norte, foram identificados outros dois intermediários que vendiam as etiquetas fraudadas na cidade de Caicó.


De acordo com a PF, os levantamentos também identificaram diversos comerciantes que usaram o artifício para diminuir o custo com frete e remeter seus produtos a clientes de outras partes do país.


"Ao explorar a fraude, o grupo conseguia colocar mercadorias no fluxo postal e as faturas vinculadas aos contratos não eram pagas, restando prejuízo para os Correios", informou a PF.


Durante a investigação, a Polícia Federal conseguiu vincular quase 70 contratos fraudados ao grupo investigado. Os suspeitos poderão responder pelo crime de estelionato qualificado, cuja pena máxima pode ultrapassar seis anos de reclusão, além de multa.


"Os Correios seguem colaborando com as investigações e reforçam que mantêm estreita parceria com os órgãos de segurança para prevenir crimes contra os serviços postais", informou a empresa, por meio de nota.


Fonte: g1

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Casos prováveis de dengue no RN em 2024 ultrapassam os registrados em todo o ano de 2023

Aedes aegypti é reconhecido por sua coloração escura com listras brancas ao longo do corpo e pernas; ele é menor que outros mosquitos comuns e é diurno — Foto: GETTY IMAGES via BBC


Em pouco mais de três meses, o Rio Grande do Norte já registrou mais notificações de casos prováveis de dengue em 2024 do que em todo o ano passado, segundo dados dos boletins e painéis epidemiológicos publicados pela Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap).


Até esta terça-feira (9), o estado teve 13.397 casos notificados de dengue em 2024. Ao longo de todos os meses de 2023, a Sesap havia registrado 12.048 ocorrências.


Do total de casos do ano passado, no entanto, 2.430 foram confirmados por meio de exames clínicos e laboratoriais e outros 4.131 foram descartados. Neste ano, 2.023 foram já foram confirmados e 2.382 descartados.


Quando comparadas somente as primeiras 14 semanas epidemiológicas, o Rio Grande do Norte teve um crescimento de 438,8% e mais do que quintuplicou número de casos de dengue registrados entre janeiro e o início de abril, na comparação com 2023.


Foram 11.015 casos nas primeiras semanas de 2024, contra 2.044 no mesmo período do ano passado, quando considerada a retirada dos exames negativos. Nas primeiras 14 semanas de 2022, o estado havia registrado 3.161 casos.


Segundo a Sesap, nenhuma morte por dengue foi registrada desde o início de 2024, no estado. Em 2023 ocorreram três, ao longo de todo o ano.



Notificações de Zika também ultrapassam 2023

Assim como a Dengue, o Rio Grande do Norte também já registrou mais casos prováveis de Zika em 2024 do que ao longo de 2023. Foram 1.473 entre janeiro e o início de abril, contra 1.399 ao longo de todo o ano passado.


Ao longo de 2023, o estado teve 187 casos confirmados e 541. Até esta terça-feira (9), foram 116 casos confirmados por meio de exames clínicos ou laboratoriais e 372 descartados.


O número de notificações de chikungunya em 2024 cresceu 154% nas primeiras 14 semanas de 2024, no Rio Grande do Norte, na comparação com o mesmo período do ano passado, mas não chegou a ultrapassar o total de ocorrências registradas ao longo do ano de 2023. Até terça-feira (9), foram registradas 2.897 casos suspeitos em 2024, enquanto em todo o ano passado foram 3.610.


Fonte: g1

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RN registra 3,2 mil pedidos de aposentadoria de servidores, mas estima desistência de 80% após ministro suspender decisão do TCE

Sede do Ipern em Natal (Arquivo) — Foto: Divulgação


O Instituto de Previdência Estadual do Rio Grande do Norte (Ipern) registrou mais de 3,2 mil pedidos de aposentadoria até o início de abril, após o Tribunal de Contas do Estado (TCE) estabelecer um prazo para que os servidores não concursados, mas que têm estabilidade, se aposentem pela previdência própria do serviço público.


A decisão do TCE determinou que os estabilizados que não se aposentassem até o dia 25 de abril pela previdência dos servidores públicos do estado e dos municípios potiguares deveriam entrar na previdência comum, administrada pelo INSS.


Com isso, o número de pedidos registrados na previdência dos servidores estaduais aumentou quase quatro vezes em comparação com a média.



Porém, com a nova decisão do ministro Nunes Marques, que suspendeu a validade do acórdão do TCE até o julgamento da questão no Supremo Tribunal Federal, o Ipern estima que aproximadamente 2,5 mil servidores, ou 80% dos servidores que abriram o processo de aposentadoria, devem cancelar o procedimento.


Além da falta de pessoal para processar todos os pedidos, o presidente do Ipern, Nereu Linhares, ressalta que a aposentadoria de tantos servidores ao mesmo tempo aumentaria os prejuízos financeiros do órgão, que já opera com um déficit de R$ 100 milhões por mês.


"O impacto de elevação da despesa do Ipern e no déficit é esperado. A diferença é que esse crescimento está sob controle, então o Ipern tem a previsão paulatina do aumento, a gente já tem de 80 a 100 aposentadorias por semana. Se isso acontecesse como estava sendo alardeado, a gente perderia o controle desse aumento, com uma explosão de mais de R$ 30 milhões, da noite para o dia, na folha de pagamento do Ipern", afirmou.


Márcia Guedes é uma das servidoras que abriu o processo de aposentadoria neste ano por causa da decisão do Tribunal de Contas do Estado. Ela entrou no serviço público estadual em 1986, quando tinha 18 anos de idade e não desejava parar de trabalhar, mas teve medo de não conseguir se aposentar pelo Ipern.


"Para uma pessoa como eu, e acho que muitos outros colegas, a gente ainda não se vê preparado para a aposentadoria, porque a gente está crescendo, está buscando sempre conhecimentos para prestar serviço à sociedade", explicou.

Com a suspensão do acórdão do TCE, a servidora desistiu do processo e cancelou o pedido de agendamento para a aposentadoria. "Hoje eu durmo em paz. Eu estava angustiada, não me via aposentada. Era como se eu estivesse sendo tolhida nas minhas ações, e acho que ainda tenho muito para dar", disse.


"O Ipern acredita que pelo menos dentre esses servidores que agendaram, pelo menos 80% vai pedir desistência. Os servidores que procurarem a gente vai fazer o cancelamento. E, a partir da semana que vem, aquele servidor que não procurou, nós vamos fazer a notificação", pontuou Nereu Linhares.


Fonte: g1

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MP junto ao TCU pede fim de contratos da União com empresa de Musk



O Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União entrou com representação naCorte que controla as contas do governo com o pedido de que eventuais contratos do poder público com as empresas de Elon Musk sejam extintos.


Em representação assinada pelo subprocurador-geral Lucas Furtado, o MP pede esclarecimentos ao Governo Federal sobre a existência de contratos com a empresa Starlink, de propriedade de Elon Musk, também dono da rede X (antigo Twitter). A empresa oferece serviço de internet via satélite.


Furtado considera que Musk “afrontou a soberania do Estado Brasileiro ao afirmar que não se submeteria às ordens judiciais emanadas do Supremo Tribunal Federal, em clara violação ao Estado de Direito”.


E ainda seguiu: “Caso haja confirmação da existência desses contratos, deve o TCU determinar a sua imediata extinção, por conta da violação à soberania nacional defendida pelo Sr. Elon Musk”.


Como contexto, Furtado ressaltou que “nos últimos dias, veículos de comunicação do Brasil e do mundo repercutiram o embate entre o empresário Elon Musk, dono do X (o antigo Twitter), e a Justiça brasileira, em especial o Ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. Em meu entendimento, não pode haver qualquer relação do Governo Brasileiro, em todas as suas instâncias, com a empresa do Sr. Elon Musk”, ressaltou.


Para o subprocurador-geral, “o Brasil não pode viver de migalhas se quiser ser respeitado e providências urgentes devem ser adotadas a esse respeito. Como bem colocado pelo Ministro Pimenta, o governo brasileiro não pode permitir uma “ingerência externa” que busque se sobrepor à Constituição do país. Ademais, não pode tolerar a utilização da rede social X, controlada por Musk, por indivíduos procurados pela Interpol para repetir crimes pelos quais já estão sendo investigados”, completou.


Fonte: Metrópoles

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RJ: polícia acha R$ 175 mil em carro e motorista diz que é de deputado

Divulgação/PMERJ


A Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (PMERJ) encontrou, na última sexta-feira (5/4), cerca de R$ 175 mil em dinheiro dentro de um carro estacionado na calçada da Avenida Brasil, na altura do bairro de Guadalupe, na zona norte da capital fluminense.


Em nota enviada ao Metrópoles, a PMERJ informou que, durante o patrulhamento do Batalhão de Rondas Especiais e Controle de Multidão (Recom) na região, os policiais notaram um carro de luxo, um Range Rover Velar, parado na calçada. Assim, decidiram abordá-lo.


No carro, os PMs acharam uma bolsa com os R$ 175 mil. De acordo com a polícia, os envolvidos não conseguiram explicar a origem do dinheiro.


Além disso, o motorista, identificado como Luiz Eduardo Cunha Gonçalves, alegou ser assessor do deputado federal Gutemberg Reis (MDB-RJ). A informação é do site Tempo Real RJ.


Os envolvidos na ocorrência foram encaminhados até a 31ª DP (Ricardo de Albuquerque) para prestar esclarecimentos. Depois disso, todos foram liberados e o caso está sob responsabilidade da 27ª DP (Vicente de Carvalho).


O que diz o deputado Gutemberg Reis

Procurada pelo Metrópoles, a assessoria de Gutemberg Reis informou que Luiz Eduardo já prestou serviços freelancer durante a campanha eleitoral, na área de marketing. Também reforçou que, no momento, ele não tem qualquer vínculo empregatício ou de trabalho com o deputado.


“O dinheiro apreendido não é do deputado, que, por sua vez, soube do ocorrido pela imprensa”, destaca a nota.


A defesa do parlamentar ressaltou que ainda não acessou todo o material do caso, como os depoimentos dos abordados.


Fonte: Metrópoles

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Avião vindo da Bolívia faz pouso forçado em MT após interceptação da FAB

Avião faz pouso forçado em Rondolândia — Foto: Reprodução


Um avião bimotor fez um pouso forçado em Rondolândia, a 1.600 km de Cuiabá, após ser interceptado pela Força Aérea Brasileira (FAB), nesta quarta-feira (10). Os tripulantes colocaram fogo na aeronave e fugiram do local.


A aeronave, suspeita de transportar drogas, saiu da Bolívia e foi identificada perto de Rondônia. Dois aviões de defesa aérea A-29 Super Tucano foram acionados para fazer a interceptação.


O piloto foi orientado a mudar de rota e fazer pouso obrigatório em Cacoal (RO). Após descumprir a ordem, foi dado um tiro de aviso.


Em seguida, o avião fez um pouso forçado em um terreno de difícil acesso nas proximidades do município de Rondolândia.


A aeronave, modelo Seneca, matrícula PT-RQY, não tinha permissão para voar, pois estava com o certificado de aeronavegabilidade vencido, conforme a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).


Fonte: g1

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Energia de usina nuclear Angra 3 pode aumentar contas de luz em 2,9% por ano, diz governo

Tribunal de Contas vê perspectiva de aumento na conta de energia pela construção da usina de Angra 3. — Foto: TV Globo/ Reprodução


A energia que será gerada pela usina nuclear de Angra 3 pode aumentar a conta de luz em 2,9% por ano. Os cálculos são da estatal Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e da Aneel e constam em relatório do Tribunal de Contas da União (TCU).


Nesta quarta-feira (10), a Corte de Contas determinou que o governo considere o custo da energia ao tomar a decisão sobre a continuidade das obras de Angra 3.


Ao todo, segundo a EPE, a usina nuclear deve custar R$ 43 bilhões aos consumidores. O valor já considera a contratação de outras fontes de energia no lugar de Angra 3 – ou seja, a usina nuclear é mais cara que todas as outras fontes em R$ 43 bilhões.



Segundo o relator do processo, ministro Jorge Oliveira, esse custo é a média das simulações da EPE, cujos cenários apontam para despesas de até R$ 77 bilhões, pagas pelos consumidores.


"Independentemente de potenciais externalidades positivas do empreendimento para a política nuclear nacional, os encargos aos consumidores serão muito mais altos em caso de continuidade da construção de Angra 3 do que de abandono do Projeto", disse Oliveira.

O ministro destaca, contudo, que o custo da tarifa não é o único fator a ser considerado. "A tomada de decisão não se baseia apenas no custo da tarifa, que pode vir a ser projetada para os consumidores, mas também a um viés estratégico a ser definido pelo poder Executivo."


Por que a energia é tão cara?

Os custos de conclusão das obras de Angra 3 serão pagos no valor de venda da energia ao mercado regulado – ou seja, aos consumidores das distribuidoras, como o consumidor residencial e rural, além de comércios e empresas menores.



Em 2019, a Eletronuclear contratou o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para estruturar um modelo de financiamento para a conclusão das obras. O banco também analisa uma estratégia de reestruturação das dívidas de Angra 3.


O banco concluiu que o melhor modelo seria a contratação de serviços de engenharia para a conclusão das obras e de financiamento no mercado – a ser remunerado pela tarifa de energia. Contudo, o modelo ainda não foi finalizado, segundo o TCU.


De acordo com o tribunal, seriam necessários mais R$ 19,4 bilhões para concluir a usina. Já o custo de abandono das obras é estimado em R$ 13,6 bilhões.


ANgra 3 em construção — Foto: Eletronuclear


Construção desde 1981

Angra 3 está em construção desde 1981, mas as obras sofreram várias interrupções por questões financeiras, rescisão de contratos e suspeitas de corrupção.


Em 2020, a estatal Eletronuclear aprovou a retomada do chamado “caminho crítico” da usina – conjunto de obras necessárias para sua conclusão dentro do prazo, previsto para 2029. A usina está com mais de 60% das obras físicas finalizadas.


No ano passado, a área técnica do TCU constatou que as obras da usina nuclear estavam em “ritmo bastante reduzido”, com possíveis impactos sobre o cronograma de conclusão do empreendimento.


A conclusão depende da operação de financiamento em estudo pelo BNDES, uma vez que o banco precisa propor uma tarifa de energia que possa pagar o empréstimo.


A tarifa, por sua vez, deve ser aprovada pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) –composto por ministros do governo e pelo presidente Lula. Cabe ao governo decidir se deve continuar as obras ou abandonar o projeto de Angra 3.


Na sessão desta quarta-feira (10), os ministros do TCU chegaram a falar em "descaso" por parte do governo.


"A cada mês que passa, o custo de manutenção da obra paralisada, aguardando a definição de sua continuidade ou não, já é um fato muito relevante. Mais de R$ 2 bilhões [por] ano de custo de obra parada", disse Oliveira.


Fonte: g1

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'Pessoas de bem sabem que liberdade de expressão não é liberdade de agressão, de misoginia e de defesa da tirania', diz Moraes no STF



O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta quarta-feira (10), no início da sessão da Corte, que tem certeza de que "as pessoas de bem sabem que liberdade de expressão não é liberdade de agressão".


A abertura da sessão desta quarta foi destinada a comentar os ataques do empresário Elon Musk ao Judiciário. Além de Moraes, abordaram o tema também o presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso, e o decano da Corte, ministro Gilmar Mendes.


Musk, dono da rede social X (antigo Twitter), fez posts nos últimos dias com ataques ao ministro Alexandre de Moraes e ameaçando reativar perfis na plataforma bloqueados pela Justiça brasileira.


Como relator de inquéritos que investigam atentados contra a democracia e disseminação de conteúdo falso para minar as instituições, Moraes determinou, no curso dos últimos anos, que o X suspendesse contas de usuários investigados.


"Tenho absoluta convicção de que o Supremo Tribunal Federal, a população brasileira, as pessoas de bem sabem que liberdade de expressão não é liberdade de agressão. Sabem que liberdade de expressão não é liberdade para a proliferação do ódio, do racismo, misoginia, homofobia. Sabem que liberdade de expressão não é liberdade de defesa da tirania", afirmou Moraes.


Falas do decano e do presidente

Quem falou primeiro foi o decano, Gilmar Mendes, ministro há mais tempo no tribunal.


Os ataques do empresário ao ministro suscitaram no governo e no Congresso a volta do debate sobre o projeto de Lei da Regulação das Redes Sociais. Gilmar ressaltou a necessidade de regulação.


Gilmar Mendes disse que as redes ainda têm servido de ambiente para ataques de pessoas inconformadas com o fato de a democracia prevalecer no país.


"O inconformismo contra a prevalência da democracia continua a se manifestar na instrumentalização criminosa das redes sociais. Sem pretender pessoalizar o debate nem fatos concretos que podem ser objeto de deliberação por parte do tribunal, acredito que as manifestações veiculadas na rede social X, antigo Twitter, apenas comprovam a necessidade que o Brasil, de uma vez por todas, regulamente de modo mais preciso o ambiente virtual, como de resto ocorre com grande parte dos países democráticos europeus", afirmou o ministro.


Na fala, Gilmar disse que o atual marco civil da internet, que disciplina o setor, “tem se revelado muitas vezes inapropriado a impedir abusos de toda sorte”, e defendeu uma regulação mais clara.


“Nesse sentido, há muito tempo estou convicto que, apenas com a elaboração de uma nova legislação, será possível estabelecer com mais segurança os direitos e deveres de todos aqueles que se disponham a atuar na internet, sem que haja espaço para agressões, mentiras, golpismos e outros males que têm assolado o país nos últimos anos”, argumentou.


Barroso, presidente do ST, concordou com a necessidade de regulação urgente:


"Os incentivos para a difusão do mal são comercialmente mais interessantes do que a divulgação da verdade, da notícia certa", afirmou.

O ministro afirmou que o mundo inteiro passa por esse desafio.


"O mundo inteiro vive neste momento essa tensão trazida pela desinformação, agravada pela deep fake'. Temos a necessidade de preservar as instituições democráticas", completou.


Fonte: g1

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Lula diz que programa de financiamento habitacional pra famílias de renda média será lançado na próxima semana

Presidente Lula anuncia construção de 112 mil unidades do programa Minha Casa, Minha Vida — Foto: EBC/Reprodução


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta quarta-feira (10) que o governo vai lançar, na semana que vem, um programa de financiamento habitacional para famílias de renda média.


A declaração foi durante cerimônia no Palácio do Planalto, para anúncio da construção de 112 mil unidades do Minha Casa Minha Vida em áreas rurais e urbanas. O investimento previsto é de R$ 11,6 bilhões.


"Não tem casa para o cara que ganha R$ 7 mil. Vamos lançar semana que vem um programa de financiamento, um programa de crédito habitacional, para que as pessoas possam comprar uma casa um pouco melhor", disse.



"Tem cara que não quer casa de 40 metros quadrados ou 50. Tem cara que quer mais de 80, uma de 90 [metros quadrados]. Vamos fazer um projeto para atender essa gente. Também já falei para o [ministro da Casa Civil] Rui Costa, já falei pro [ministro da Fazenda, Fernando] Haddad, nós precisamos agora criar um programa de reforma de casa".


Aumento da oferta de crédito

A versão atual do Minha Casa, Minha Vida é voltada a facilitar o financiamento de moradias a famílias residentes em áreas urbanas, com renda mensal bruta de até R$ 8 mil, e famílias de áreas rurais com renda bruta anual de até R$ 96 mil.


O ministro das Cidades, Jader Filho, afirmou que o governo ainda discute internamente e com os bancos uma série de medidas para estimular o crédito habitacional.


"Vamos lembrar que R$ 8 mil [mensal de renda] está dentro do Minha Casa Minha Vida, no faixa 3. Esse está coberto. O que a gente precisa discutir é daí para frente. Temos que aumentar o crédito", disse o ministro.


O ministro não detalhou o plano citado por Lula, mas defendeu que o Banco Central reduza de 20% para 15% a alíquota dos depósitos compulsórios. Esse dinheiro que os bancos não utilizam e que fica como garantia de segurança das operações financeiras.



Jader e a vice-presidente da Habitação da Caixa, Inês Magalhães, explicaram que o governo defende destinar para o crédito imobiliário os 5% dos depósitos compulsórios que seriam liberados caso o Banco Central aceite a sugestão.


"Em qualquer situação, a Caixa, se houver a questão do compulsório, a Caixa está absolutamente pronta, mesmo que os bancos não queriam, para operar", disse Jader.


Desde o ano passado, Lula afirma que pretende fazer um programa habitacional para pessoas com renda média. Em junho de 2023, durante o extinto programa "Conversa com o Presidente", o petista citou famílias que recebem até R$ 12 mil por mês.


"Nós precisamos fazer não apenas o Minha Casa, Minha Vida para as pessoas mais pobres. Precisamos fazer o Minha Casa, Minha Vida para a classe média. O cara que ganha R$ 10 mil, R$ 12 mil, R$ 8 mil esse cara também quer ter uma casa e esse cara quer ter uma casa melhor", disse.


Minha Casa, Minha Vida

Segundo o governo, os projetos anunciados nesta quarta beneficiarão 440 mil pessoas de comunidades quilombolas, povos indígenas e famílias organizadas pelos movimentos de luta por moradia.


O governo informou que haverá prioridade para grupos considerados vulneráveis, como mulheres chefes de família e famílias de áreas de risco.



O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou da cerimônia de anúncio da escolha dos projetos, realizada no Palácio do Planalto.


Lula recriou em fevereiro do ano passado o Minha Casa Minha Vida, programa de habitação do governo, que tem a meta de contratar 2 milhões de unidades durante o mandato do petista, que se encerra em dezembro de 2026. As medidas são coordenadas pelo Ministério das Cidades.


Rural e Entidades

O anúncio desta quarta-feira contemplou as modalidades Rural e Entidades do Minha Casa Minha Vida. Foram selecionadas propostas de construção de moradias feitas por entidades que são habilitadas pelo governo federal.


O governo selecionou mais de 75 mil moradias rurais em 1.274 municípios com recursos para produção e melhorias das unidades.


Essa seleção será dedicada aos beneficiários da Faixa Rural 1 do programa (renda anual até R$ 31.680).


Na modalidades entidades, o governo selecionou propostas para 37 mil moradias em 269 municípios.


A categoria viabiliza financiamento subsidiado a famílias com renda mensal de até R$ 2.640, organizadas de forma associativa por meio de entidades privadas sem fins lucrativos.


Fonte: g1

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Cidade onde fugitivos de Mossoró pegaram barco tem pequenos portos e é rota comum de pescadores ao Pará

Barcos pesqueiros no rio Jaguaribe, em Fortim, município onde a embarcação com os criminosos começou a ser monitorada — Foto: Leonardo Igor/g1 Ceará


A cidade turística onde os fugitivos de Mossoró embarcaram rumo ao Norte do país, Icapuí, no Ceará, tem pelo menos cinco pequenos portos de onde as embarcações saem para uma tradicional atividade do lugar, a pesca. O g1 percorreu esses portos e ouviu de pescadores que viagens marítimas para o Pará são comuns por lá e podem custar mais de R$ 15 mil.


Os moradores da cidade se disseram surpresos com a notícia de que uma das praias paradisíacas do local foi ponto de fuga dos dois criminosos.


Para chegar ao Pará, onde foram capturados, Deibson do Nascimento e Rogério Mendonça viajaram em um barco pesqueiro durante seis dias partindo do Ceará. Ambos fazem parte da mesma facção criminosa, o Comando Vermelho. Uma fonte da Polícia Federal informou à TV Verdes Mares que tanto o barco quanto o condutor da embarcação são de Icapuí.


De acordo com esta fonte, o barco saiu da cidade em direção ao Pará e começou a ser rastreado no município de Fortim, a cerca de 75 quilômetros de Icapuí, local a partir do qual a PF detectou um "sinal de monitoramento".


Baixa fiscalização marítima


Icapuí, na divisa com o Rio Grande do Norte, é um dos principais pontos turísticos do Ceará — Foto: Leonardo Igor/g1 Ceará


Icapuí é conhecida como a "terra da lagosta". A pesca do crustáceo acontece não só na região marítima da cidade, já que os pescadores, muitas vezes, navegam até o Pará para a atividade.


O fluxo de saída de barcos no município é descentralizado, os vários pequenos portos no município são áreas sem estruturas como píer ou cais, mas reúnem várias embarcações que desses pontos partem para o mar.


Por lá, a fiscalização da Capitania dos Portos, cuja sede mais próxima fica a cerca de 55 quilômetros de distância, no município de Aracati, acontece esporadicamente. As visitas para vistorias em Icapuí, segundo os pescadores, não são frequentes.


No entanto, o trabalho da Capitania é de fiscalização sobre as condições físicas do barco, a habilitação dos pescadores, a quantidade de tripulantes, entre outros pontos. Isto é, não envolve o "policiamento" da área litorânea, como a busca por criminosos ou por drogas.


O g1 questionou a Capitania dos Portos se a Polícia Federal, em algum momento, pediu ajuda para reforçar as buscas pelos fugitivos nos portos ou no mar. Em nota, a Capitania não respondeu diretamente a este questionamento, e reforçou que "quando solicitada, apoia outros órgãos governamentais em operações interagências contra ilícitos".



De Baraúna a Icapuí

Do município de Baraúna, no Rio Grande do Norte, onde se concentraram as buscas da polícia, até o município de Icapuí, no território cearense, de onde os criminosos teriam partido, eles precisaram percorrer cerca de 57 quilômetros - não se sabe se a pé de ou de carro.


Baraúna foi a cidade onde os dois foram vistos pela última vez pela população, quando tentaram invadir um galpão na zona rural na madrugada do dia 3 de março.


A região entre Baraúna e Icapuí é predominantemente rural e não está distante do litoral - o município está a cerca de 1 hora de carro das praias de Tibau, já na divisa com o Ceará. A partir de Baraúna, é possível chegar a Icapuí de carro, tanto pela BR-304, quanto pela CE-261, através de Tibau.


Durante os 50 dias de buscas, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) montou barreiras em dois pontos da BR-304, rodovia que corta Icapuí e concentra o maior fluxo de passagem de caminhões.


Porém, segundo policiais militares de Icapuí afirmaram ao g1, durante as buscas por Deibson e Rogério não houve nenhum pedido das autoridades responsáveis pela operação para que a Polícia Militar do Ceará fizesse ou ajudasse a fazer buscas nos portos ou embarcações do município.



Os mesmos policiais disseram também que não houve pedido para que Polícia Rodoviária Estadual (PRE) reforçasse as buscas nas vias menores que cortam Icapuí, entre elas a CE-261, que vai até a cidade de Tibau, na divisa com o Rio Grande do Norte.


"As blitze que tiveram foram as que são realizadas ordinariamente", explicou um dos responsáveis pelo policiamento de Icapuí. "Nosso efetivo não foi mobilizado para essa operação. [...] Nós permanecemos atuando no nosso serviço ordinário relativo ao policiamento ostensivo, realizando abordagens, fazendo prisões e apreensões".


A fonte da Polícia Federal com quem a TV Verdes Mares conversou afirmou que, nos últimos anos, o trecho de mar entre Ceará e Rio Grande do Norte tem atraído atenção das autoridades pelo uso por parte de criminosos como uma rota para transportar drogas e cigarros contrabandeados.


O g1 questionou a Secretaria da Segurança Pública se houve mobilização por parte de forças de segurança estaduais para fiscalizar as estradas e portos de Icapuí a pedido da Polícia Federal. Sobre este tópico, a secretaria orientou que a reportagem procurasse a Polícia Federal sobre o assunto.


Sobre a mobilização geral em torno da busca pelos fugitivos, a secretaria afirmou que a Polícia Militar do Ceará "participou das diligências e reforçou as abordagens na divisa entre o Ceará e o Rio Grande do Norte". O g1 questionou em quais cidades houve este reforço, e não obteve resposta até agora.



O g1 questionou a Polícia Federal se houve pedido para que as forças estaduais fizessem buscas nos portos de Icapuí ou fiscalizassem as vias menores. A PF respondeu que "não se manifesta sobre investigações em andamento".


O g1 também questionou a Polícia Federal sobre a recorrência de fiscalizações e operações na região para conter outros crimes, e aguarda resposta.


Vários pequenos portos


Praia de Tremembé, em Icapuí, um dos pontos mais próximos do Rio Grande do Norte, pode ter sido oponto de partida dos fugitivos. — Foto: Leonardo Igor/g1 Ceará


Em Icapuí, existem pelo menos cinco pontos principais de concentração de onde os pescadores se lançam ao mar para pesca ou para passeios turísticos. Um deles é a Praia de Tremembé, a apenas 14 quilômetros do Rio Grande do Norte, considerado um dos pontos mais próximos e de onde os criminosos podem ter partido.



Apesar da proximidade, na pequena vila de pescadores de Tremembé ninguém acredita que a fuga se deu ali. "Pra gente foi uma surpresa quando falaram isso aí. A gente nunca tinha ouvido falar disso”, contou ao g1 uma moradora do local. Ela não quis se identificar por questões de segurança.


“Aqui é uma vila, começa ali e termina aqui, uma bola. Se alguém sai pro mar pra Areia Branca [Rio Grande do Norte], a gente sabe”, concordou Ronaldo, pescador que estava no local.


Rota para o Pará é comum na região


Porto da Barra Grande é o maior de Icapuí — Foto: Leonardo Igor/g1 Ceará


A Barra Grande é o ponto de Icapuí onde estão concentrados os barcos de maior porte, com capacidade para até seis tripulantes, que podem passar até um mês em alto mar. O local é uma avenida onde o mangue encontra o mar, no qual os barcos ficam atracados à beira da pista. É considerado o maior "porto" da cidade.



No local, todos os pescadores com os quais a reportagem conversou foram céticos com a possibilidade de um deles ter levado os criminosos ao Pará. No entanto, também confirmaram que a rota para o Pará é comum entre os pescadores.


O município, disseram, é conhecido como terra da lagosta não só por ter muita lagosta no mar, mas porque os pescadores vão aonde for necessário para pescar o crustáceo. Por isso, muitas embarcações pesqueiras do lugar, com capacidade para passar um mês em alto mar, chegam a viajar até a Bahia ou até o Pará.


“Tem barco por aqui que pesca no Pará, vem de lá pra cá, vai daqui pra lá. Na pesca da lagosta, quando aqui está fraco, os barcos descem para pescar lá. Quando lá tá fraco, eles vêm pra cá”, explicou ao g1 o carpinteiro Ismael, que trabalha no conserto dos barcos pesqueiros região.


Outro pescador com quem a reportagem conversou concordou, mas ressaltou que o trajeto também não seria barato: de Icapuí ao Pará seriam necessários entre R$ 12 mil e R$ 15 mil somente de combustível.


Pelo tamanho dos barcos pesqueiros da região e a capacidade de carregar suprimentos, não seria necessário parar em nenhum porto até a Ilha de Mosqueiro, no Pará, local onde os dois criminosos desembarcaram após a viagem de seis dias pelo mar.


Embarcações pesqueiras saem do porto da Barra Grande, no Icapuí, e podem passar até um mês em alto mar — Foto: Leonardo Igor/g1 Ceará


Fugitivos tinham rede de apoio no Ceará

Segundo investigação da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado no Ceará (Ficco), foram detectadas no Ceará diversas movimentações que indicam que eles contavam com auxílio de membros de uma facção criminosa. Três pessoas suspeitas de participação nesta rede foram presas no estado (veja mais detalhes abaixo).


Prisões no Ceará

No dia 8 de março, Nícolas Rodrigues Alves foi preso pela Ficco em Fortaleza. Nicolas seria um dos chefes do grupo criminoso em Aquiraz, cidade da região metropolitana da capital cearense, e apontado como o responsável por dar apoio a Rogério e Deibson. Ele é natural do Rio Grande do Norte, mas atuava no Ceará.


Na última segunda-feira (1º), um homem identificado como João Victor Xavier da Cunha foi capturado pela Ficco em uma pousada na Praia do Futuro, em Fortaleza. Ele é natural de Baraúna, no Rio Grande do Norte, mas também tinha atuação na facção criminosa no Ceará. João Victor estaria como responsável por prestar ajuda a Rogério e Deibson após da prisão de Nicolas.


Segundo a Ficco, tanto João Victor quanto Nícolas auxiliavam os foragidos com esconderijos e suprimentos. Os dois seguem presos e estão à disposição da 8ª Vara Federal, em Fortaleza.


Em Aracati, próximo a Icapuí, uma jovem de 21 anos também foi presa suspeita de dar apoio aos dois foragidos. Ela foi detida em flagrante com 24,5 kg de droga e uma pistola no dia 21 de março, quando a Polícia Federal cumpriu nove mandados de busca e apreensão como parte da operação que tentava recapturar os fugitivos.



Fuga


Rogério Mendonça e Deibson Nascimento estavam foragidos desde 14 de fevereiro, quando abriram passagem por um buraco em uma luminária do presídio e cortaram duas cercas de arame usando ferramentas de uma obra que ocorria no local para escapar.


Foi a primeira fuga na história do sistema penitenciário federal desde a criação, em 2006.


As buscas envolveram helicópteros, drones, cães farejadores e outros equipamentos tecnológicos sofisticados, além de mais de 600 homens, incluindo a Força Nacional e equipes de elite da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal.


As buscas se concentraram, desde o início, nas áreas rurais das cidades de Mossoró e Baraúna, cidades ligadas pela estrada RN-015, onde fica o presídio, que ficam próximas à divisa com o Ceará.


Fonte: g1

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