quinta-feira, maio 28, 2020

Eduardo Bolsonaro será denunciado ao Conselho de Ética por articular golpe

Partidos de oposição estão preparando um requerimento para que Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) seja acionado no Conselho de Ética devido à declaração que fez durante transmissão, na noite de quarta-feira (27). Em uma transmissão ao vivo, o filho do presidente afirmou que  não é mais uma questão de "se" vai haver uma ruptura institucional no país, mas "quando" e "como" isso vai acontecer. O deputado admitiu que discute o asssunto com outros deputados e autoridades.

Eduardo Bolsonaro dá banana a deputadas

A declaração de Eduardo foi recebida por deputados de oposição como golpista. "Filhote de fascista. Ele é um filhote de fascista que fica propagando o medo na população", afirmou David Miranda (Psol-RJ) ao Congresso em Foco.

Para o congressista, a família Bolsonaro deseja implantar uma ditadura no país. "O Brasil não está em 1964, o Brasil está em 2020. Temos informação, temos a internet, temos os meios de comunicação", disse David. "Eles querem implantar uma ditadura no país. Mas nós sabemos em que lado vamos estar. Podemos até ser presos, mas não deixaremos de lutar", afirmou.

Miranda sustenta que o processo que já existe contra Eduardo Bolsonaro no Conselho de Ética precisa tramitar, o que não tem acontecido devido à pandemia de covid-19. Essa denúncia que já existe foi apresentado após o deputado ter defendido um novo AI-5 no país. A denúncia foi subscrita pelo Psol, Rede Sustentabilidade, PT e PCdoB.

O vice-líder do PCdoB na Câmara, Márcio Jerry (MA), defende a abertura de um novo processo no Conselho contra Eduardo. “O núcleo familiar-miliciano de Jair Bolsonaro desrespeita e agride o Brasil, xinga outros poderes, debocha da democracia. Não há espaço para meio termo: são criminosos. E com essa fala de Eduardo há mais razões para chamarmos ele ao Conselho de Ética da Câmara”, disse Jerry.

O Congresso em foco teve acesso à minuta da nova denúncia, que deve ser apresentada ainda nesta quinta-feira (28).

"Ainda ontem, quarta-feira (27.05.2020), dia da deflagração da operação acima mencionada, o Deputado Federal Eduardo Bolsonaro, ora Representado, criticou os inquéritos em curso no Supremo Tribunal Federal (STF) e afirmou que é necessário punir o ministro Alexandre de Moraes. O Representado afirmou 'quando chegar ao ponto que o presidente não tiver mais saída e for necessário uma medida enérgica ele é que será tachado como ditador'", diz o documento que será protocolado.

Durante uma conversa com o blogueiro Allan dos Santos, um dos alvos de ação da Polícia Federal no âmbito do inquérito das fake news - que investiga o uso de notícias falsas, ofensas e ameaças -, Eduardo atacou os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), defendeu que o inquérito seja arquivado e que o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, seja punido.

“Eu até entendo quem tenha uma postura mais ‘moderada’, vamos dizer, para não tentar chegar em um momento de ruptura, um momento de cisão ainda maior, um conflito ainda maior. Eu entendo essas pessoas que querem evitar esse momento de caos, mas, falando bem abertamente, opinião do Eduardo Bolsonaro, não é mais uma opinião de ‘se’ [vai acontecer o golpe], mas de ‘quando’ isso vai ocorrer” afirmou Eduardo

No documento que será apresentado, os partidos afirmam que os fatos levam os poderes a tomarem as "providências cabíveis". "Todos esses fatos trazidos à baila deixam claro que há, em curso, uma articulação orientada pelo Representado e por aliados do Presidente da República, na tentativa de deflagrar uma ruptura institucional, com graves consequências para a democracia brasileira. É fundamental que os poderes constituídos tomem as providencias cabíveis para punir os responsáveis pelos atentados contra o Estado Democrático de Direito".

A denúncia também relembra o fato ocorrido no dia 29 de outubro de 2019, quando Eduardo disse no Plenário que a história poderia se repetir e um Regime Militar poderia novamente se instaurar no país.

Outro ponto citado, é quando Eduardo Bolsonaro afirmou, em entrevista à jornalista Leda Nagle, que “se a esquerda brasileira radicalizar”, uma resposta pode ser "via um novo AI-5".

Os partidos já iniciaram pressão em cima do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para reabrir os trabalhos do Conselho de Ética, para que o processo possa tramitar.

Em coletiva durante a tarde, Maia demonstrou que está disposto a reabrir o colegiado. “Os militares têm responsabilidade e sabem seu papel, que não é o papel que é muitas vezes defendido pelo deputado Eduardo Bolsonaro. E acredito que, sim, no momento que o Conselho de Ética voltar a funcionar certamente todos esses casos vão avançar e, claro, o deputado terá todo o direito de responder, de fazer sua defesa, de dar sua explicação. Mas nós vamos esperar mais algumas semanas pra restabelecer o Conselho de Ética e aí é o caminho adequado para esses debates”, disse o presidente da Câmara.

fonte: Congresso em Foco
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Moro diz que fake news não têm nada a ver com liberdade de expressão

O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro afirmou na tarde de hoje que "ameaças e notícias falsas" não têm nada a ver com liberdade de expressão, em clara referência à operação da Polícia Federal contra bolsonaristas, acusados de propagação de fake news nas redes sociais, ocorrida ontem. Alguns dos envolvidos, como o próprio empresário Luciano Hang, dono das lojas Havan, têm declarado o seu direito constitucional à liberdade de expressão.

                                 Moro acusa Bolsonaro de interferência política na PF                              -                                 CAROLINA ANTUNES/PR
Moro acusa Bolsonaro de interferência política na PF
Imagem: CAROLINA ANTUNES/PR

Moro também demonstrou preocupação com a manutenção do estado de direito e com as famílias de vítimas em decorrência da covid-19.

"Campanhas difamatórias contra adversários, ameaças e notícias falsas não têm a ver com liberdade de expressão. Um debate que não pode tirar o foco do que importa agora: defender o estado de direito e a vida. Meu respeito à democracia, ao Judiciário e às famílias de vítimas da covid", afirmou.

Moro se refere a operações deflagradas pela corporação ontem, quando a PF cumpriu mandados de busca e apreensão em cinco estados e no Distrito Federal relacionados ao inquérito das fake news, que é conduzido pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal). Entre os alvos estão pessoas próximas ao presidente Jair Bolsonaro.

O ex-ministro se tornou alvo de ataques nas redes sociais desde que pediu demissão do cargo, em abril. Moro acusa Bolsonaro de tê-lo ameaçado de demissão por causa da resistência à troca no comando da Polícia Federal, durante a reunião ministerial ocorrida no dia 22 de abril. O vídeo desta reunião teve o sigilo retirado pelo ministro Celso de Mello, do STF (Supremo Tribunal Federal), relator de inquérito que apura a suposta interferência de Bolsonaro.

Moro: "Defesa do estado de direito"

Ao dizer que um debate sobre fake news não pode ser mais importante do que a "defesa do direito do estado de direito e da vida", Moro reage às declarações feitas por Jair Bolsonaro mais cedo.

"As coisas têm limite. Ontem foi o último dia e peço a Deus que ilumine as poucas pessoas que ousam se julgar mais poderosas que outros que se coloquem no seu devido lugar, que respeitamos. E dizer mais: não podemos falar em democracia sem Judiciário independente, Legislativo independente para que possam tomar decisões. Não monocraticamente, mas de modo que seja ouvido o colegiado. Acabou, porra!", afirmou o presidente da República em pronunciamento hoje pela manhã.

Também afirmou ter em mãos as "armas da democracia" e disse que "ordens absurdas não se cumprem".

Fonte: Uol
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Será o fim do beijo para cumprimentar? Pandemia ameaça um dos rituais mais tradicionais da França

Quem já foi à França deve ter se deparado com o ritual obrigatório da “bise”: os dois, três ou até cinco beijos no rosto trocados como forma de cumprimento. A tradição não acontece apenas em situações informais: comum no âmbito profissional, até mesmo o presidente Emmanuel Macron respeita esse hábito em seus encontros com chefes de Estado. Mas, em tempos de coronavírus, essa regra de saudação está ameaçada.

Emmanuel Macron cumprimenta a chanceler alemã Angela Merkel com um beijo no rosto durante a cúpula do G7 celebrada em Biarritz em agosto de 2019 — Foto: Francois Mori/pool via AFP/Arquivo
Emmanuel Macron cumprimenta a chanceler alemã Angela Merkel com um beijo no rosto durante a cúpula do G7 celebrada em Biarritz em agosto de 2019 — Foto: Francois Mori/pool via AFP/Arquivo

“La bise”, o beijo de cumprimento na bochecha, é uma regra seguida em toda a França e serve para todas as ocasiões, informais ou não. Todos os dias, os colegas de trabalho se saúdam seguindo o ritual. Homens também trocam beijos, que variam de quantidade em relação à região do país, indo de dois até cinco. Esse hábito também é utilizado para agradecer ou felicitar alguém por algo.

A tradição chegou a incomodar alguns chefes de Estado. Na época em que Nicolas Sarkozy era presidente da França (2007-2012), a chanceler alemã Angela Merkel não escondia seu constrangimento de ter que ceder suas bochechas aos beijos do francês. No entanto, a líder parece ter se acostumado com a tradição e atualmente cumprimenta Emmanuel Macron sem demonstrar contrariedade.

“O beijo faz parte dos rituais de interação. Ele é cheio de códigos”, explica o antropólogo francês David Le Breton, em entrevista à France Info. “Ele é sempre acompanhado de uma série de gestos. Podemos deixar uma certa distância ou nos inclinar, guardar as mãos nos bolsos ou nos abraçar”, indica.

Distância social prejudicou a bise
No entanto, com as recomendações do governo francês durante a pandemia para que os cidadãos evitem o contato físico e respeitem a distância social, a bise teve de ser deixada de lado, seja entre chefes de Estado, colegas de trabalho, amigos ou familiares. Muitos já sentem saudades do ritual, que consideram caloroso e convivial.

“Faz muita falta, sinto pena de ter que renunciar a isso”, afirma a estudante Mélodie Ricaud, de Montpellier, no sudeste da França, onde as pessoas se cumprimentam com três beijos na bochecha. A jovem diz que a pandemia a obrigou a adotar o “namastê”, saudação com as mãos unidas na altura do rosto.

Fatima Boulamaat, que vive no bairro popular de Petit Bard, também em Montpellier, recorreu à tradição de seus ancentrais para saudar os amigos. “Cumprimento os amigos como minha avó marroquina o fazia, colocando a mão direita sobre o coração e olhando diretamente nos olhos das pessoas, para que sintam meu carinho”, explica.

Para outros franceses, o fim da bise – um cumprimento às vezes considerado constrangedor, exagerado ou desnecessário – é um alívio.

“Uma das coisas positivas desta epidemia é o fim dos beijos. Odeio esse costume. Quando eu me afastava rápido para evitar uma boca babando na minha bochecha, as pessoas se ofendiam”, diz a francesa Cécile em um post no Twitter.

A internauta Elise tem a mesma opinião. “Eu acho isso muito estranho. É um contato direto com gente que você não conhece. Você é obrigada a obedecer só porque é um código social”, reitera.

Mudanças de hábitos devido ao coronavírus
A crise do coronavírus provavelmente vai alterar algumas tradições. A pandemia já mudou muitas formas dos franceses se cumprimentarem e as relações físicas.

Um homem corre em frente à Torre Eiffel, em Paris, completamente vazia após o presidente francês Emmanuel Macron anunciar que a partir do meio-dia da terça-feira (17) as pessoas poderão deixar o local onde vivem apenas para as atividades necessárias, como como comprar comida, ir trabalhar ou fazer caminhadas devido à epidemia do novo coronavírus (COVID-19) — Foto: Thibault Camus/AP
Um homem corre em frente à Torre Eiffel, em Paris, completamente vazia após o presidente francês Emmanuel Macron anunciar que a partir do meio-dia da terça-feira (17) as pessoas poderão deixar o local onde vivem apenas para as atividades necessárias, como como comprar comida, ir trabalhar ou fazer caminhadas devido à epidemia do novo coronavírus (COVID-19) — Foto: Thibault Camus/AP

“As pessoas se deram conta que algumas doenças se transmitem pela saliva. Corremos o risco atualmente de colocarmos na balança o custo de um beijo sistemático em relação a seu benefício social”, afirma à France Info a especialista em economia experimental Marie-Claire Villeval, pesquisadora do Centro Nacional de Pesquisa Científica. Desde o início do confinamento na França, ela estuda as consequências do distanciamento social sobre o comportamento das pessoas.

Segundo a pesquisadora, se o corpo é percebido como uma fonte de “alegria, compartilhamento ou prazer”, a epidemia poderia acentuar o aspecto “perigoso” das pessoas, devido à transmissão de doenças. “Antes da crise atual, deformávamos de maneira excessiva o aspecto positivo do corpo. Talvez será o contrário no futuro. É sempre uma questão de equilíbrio”, avalia.

O uso da máscara amorteceu essas mudanças, analisa Marie-Claire Villeval. “Sabemos ler uma emoção ou uma intenção no olhar, mas o sorriso condiciona a interpretação da sinceridade. Com a máscara, isso não existe mais. Vai ser preciso encontrar novos parâmetros”, reitera.

Para David Le Breton, a sobrevivência do beijo vai depender em parte da duração da pandemia. O ritual pode ser retomado quando a ameaça do vírus terminar. “Nas relações muito fortes, familiares ou entre amigos, a bise não vai desaparecer”, sublinha.

Com a popularização dos gestos recomendados pelas autoridades durante a pandemia para evitar o contato físico, outras práticas começaram a substituir o beijo. Como o cumprimento em que os cotovelos ou os pés de tocam.

“Há vários gestos que permitem mostrar que queremos saudar uma pessoa. O sorriso, por exemplo, diz mais do que um beijo convencional, quando, automaticamente, oferecemos nossa bochecha. O sorriso implica em uma pequena doação de si mesmo muito além da bise”, conclui o antropólogo, em entrevista à France Info.

Fonte: G1
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PIS/Pasep: termina nesta sexta prazo de saque do abono salarial 2019-2020

Termina nesta sexta-feira (29) o pagamento do abono salarial PIS-Pasep do calendário 2019-2020, ano-base 2018, para os trabalhadores da iniciativa privada e do serviço público. O PIS é pago na Caixa Econômica Federal, e o Pasep, por meio do Banco do Brasil.

Calendário PIS-Pasep 2019-2020 foi alterado — Foto: Reprodução/TV Globo
Calendário PIS-Pasep 2019-2020 foi alterado — Foto: Reprodução/TV Globo

O governo decidiu em abril, por meio de resolução, antecipar em um mês o prazo limite para os saques do abono salarial do calendário 2019-2020. O calendário original teve início em julho do ano passado e previa prazo final até 30 de junho.

Segundo o governo, a antecipação ocorreu para auxiliar na proteção às pessoas de baixa renda durante o estado de calamidade pública causado pela pandemia de Covid-19.

Na mesma resolução foi publicado também o calendário de pagamento do abono salarial 2020-2021.

Segundo a Caixa Econômica, 19,6 milhões de trabalhadores, do total de 21,8 milhões aptos, receberam o PIS até o último balanço do banco. O total pago foi de R$ 17 bilhões, e há ainda disponíveis R$ 1,3 bilhão para saque.

Incluindo o PIS e o Pasep, 22,05 milhões de trabalhadores sacaram o benefício, totalizando R$ 19,24 bilhões pagos, informou o Ministério da Economia.

O governo anunciou em março que irá transferir os valores não sacados do PIS/Pasep para o FGTS, para permitir novos saques. A medida faz parte do pacote de ajuda para minimizar os impactos da crise do coronavírus. O governo estima um impacto de R$ 21,5 bilhões.


Qual o valor e quem tem direito?
O valor do abono pode chegar a 1 salário mínimo (R$ 1.045) e é associado ao número de meses trabalhados no exercício anterior. Portanto, quem trabalhou um mês no ano-base 2018 receberá 1/12 do salário mínimo. Quem trabalhou 2 meses receberá 2/12 e assim por diante. Só receberá o valor total quem trabalhou o ano-base 2018 completo.

Tem direito ao abono salarial quem recebeu, em média, até dois salários mínimos mensais com carteira assinada e exerceu atividade remunerada durante, pelo menos, 30 dias em 2018. É preciso ainda estar inscrito no PIS/Pasep há pelo menos cinco anos e ter os dados atualizados pelo empregador na Relação Anual de Informações Sociais (Rais).

Para saber se tem direito e como sacar
Para sacar o abono do PIS, o trabalhador que possuir Cartão do Cidadão e senha cadastrada pode se dirigir aos terminais de autoatendimento da Caixa ou a uma casa lotérica. Se não tiver o Cartão do Cidadão, pode receber o valor em qualquer agência da Caixa, mediante apresentação de documento de identificação.

Informações sobre o PIS também podem ser obtidas pelo telefone 0800-726-02-07 da Caixa. O trabalhador pode fazer uma consulta ainda no site www.caixa.gov.br/PIS, em Consultar Pagamento. Para isso, é preciso ter o número do NIS (PIS/Pasep) em mãos.

Os servidores públicos que têm direito ao Pasep precisam verificar se houve depósito em conta. Caso isso não tenha ocorrido, precisam procurar uma agência do Banco do Brasil e apresentar um documento de identificação. Mais informações sobre o Pasep podem ser obtidas pelo telefone 0800-729 00 01, do Banco do Brasil.

Fonte: G1
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Covid mata mais jovens no Brasil

A mortalidade por Covid-19 entre os jovens brasileiros é quase dois terços superior à verificada nos países ricos, revela uma análise feita com exclusividade para o G1 pelo demógrafo francês Christophe Guilmoto, do Instituto de Pesquisa para o Desenvolvimento (IRD) da Universidade de Paris. Proporcionalmente, há também mais mulheres entre as vítimas brasileiras do novo coronavírus, embora em todos os países a maioria dos mortos seja masculina.

nterro em Manaus de Denis Queiroz da Silva, 34 anos, vítima da Covid-19. A Amazônia, região de perfil mais jovem, é uma das regiões mais atingidas pela pandemia no Brasil — Foto: Bruno Kelly/Reuters
nterro em Manaus de Denis Queiroz da Silva, 34 anos, vítima da Covid-19. A Amazônia, região de perfil mais jovem, é uma das regiões mais atingidas pela pandemia no Brasil — Foto: Bruno Kelly/Reuters

Em estudo preliminar divulgado semana passada no repositório MedRxiv, Guilmoto analisou a mortalidade de doença em 19 países, responsáveis por quase 80% do total de mortos no planeta. Para nove deles – oito na Europa, além dos Estados Unidos –, investigou as mortes por sexo e por faixa etária. A pedido do G1, ele incluiu em sua análise os dados brasileiros das mortes por Covid-19, distribuídos por sexo e faixa etária segundo as informações disponíveis no Portal da Transparência do Registro Civil.

Para concluir que a doença mata mais jovens, não basta calcular, para cada país, a proporção de jovens sobre o total de mortos. Não basta dizer que 6% dos mortos brasileiros têm menos de 35 anos, ante menos de 1% dos americanos. É preciso levar em conta que, num país com mais jovens como o Brasil, é esperado que jovens morram em maior proporção do que num país onde a pirâmide etária abriga uma fatia maior de idosos.

O certo é comparar não quantos jovens ou idosos há no total de mortos, mas a mortalidade pela Covid-19 nas diferentes faixas etárias, como faz Guilmoto. No Brasil, até os 35 anos, a doença mata aproximadamente 5,9 pessoas por milhão (6,5 homens por milhão e 5,2 mulheres por milhão). Nos demais nove países analisados por ele, nessa mesma faixa etária, a Covid-19 mata 3,5 pessoas por milhão (4,7 homens por milhão e 2,4 mulheres por milhão). A mortalidade pela Covid-19 entre os jovens brasileiros é, portanto, 65,4% superior à registrada nos países ricos.

Para analisar as diferentes causas de morte, os demógrafos avaliam o impacto que anos a mais de vida representam nos índices de mortalidade. “Uma medida simples é saber em quantos anos a mortalidade é multiplicada por 10”, diz Guilmoto. “Na minha amostra, são exatamente 20 anos. Quer dizer que eu tenho dez vezes menos risco de morrer de Covid do que quem tem 20 anos a mais.”

No Brasil, onde a pandemia tem matado mais jovens que nos demais países, a situação é um pouco diferente. Os idosos ainda são, é claro, as principais vítimas da doença – e morrem em proporção maior do que morreriam na ausência do novo coronavírus. Mas não na mesma proporção do que morrem nos países ricos. Aqui, a mortalidade por Covid-19 decuplica não a cada 20 anos a mais de vida, mas a cada 30, como mostram os gráficos abaixo.

Gradiente etário de mortalidade por Covid-19 para homens e mulheres — Foto: Editoria de Arte/G1
Gradiente etário de mortalidade por Covid-19 para homens e mulheres — Foto: Editoria de Arte/G1
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A inclinação do gráfico, chamada “gradiente etário da mortalidade”, é a medida correta de quão letal é uma doença para as diferentes faixas de idade. “A taxa de mortalidade geral no Brasil decuplica em 40 anos, então o gradiente da Covid – quase 30 anos – continua acentuado, mas bem menos que noutros países”, afirma Guilmoto.

Ele calculou ainda as diferenças na mortalidade entre os sexos, também levando em conta faixas etárias. Em todos os países, a Covid-19 mata mais homens que mulheres. Na Europa e nos Estados Unidos, essa proporção é superior ao dobro para todas as faixas etárias entre os 30 e os 85 anos. No Brasil, há novamente um abrandamento na curva. Embora a mortalidade masculina ainda seja bem maior, ela só alcança o dobro na faixa em torno dos 55 anos, como mostra o gráfico a seguir:

Razão de mortalidade por Covid-19 entre os sexos — Foto: Editoria de Arte/G1
Razão de mortalidade por Covid-19 entre os sexos — Foto: Editoria de Arte/G1
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Não há supresa na diferença menor entre os sexos por aqui. “A mortalidade feminina por doença cardiovascular costuma ser maior no Brasil”, afirma o epidemiologista Paulo Lotufo, da Faculdade de Medicina da USP. Como, entre tantas outras condições, as doenças cardíacas são um dos fatores de risco para a morte por Covid-19, as brasileiras são em tese mais vulneráveis. “No México também se observa isso”, diz Lotufo. É uma explicação que, naturalmente, ainda precisará ser investigada.

A mortalidade maior entre os jovens, em contrapartida, permanece um enigma. Várias hipóteses poderiam explicá-la:

A primeira – e mais óbvia – são problemas nos dados. “Idosos em geral morrem de ‘razões indiretas’, como comorbidades. Os óbitos podem passar despercebidos ao radar da Covid”, diz Guilmoto. Apenas quando houver um cálculo preciso do “excesso de mortes por todas as causas” provocado pela doença (o excedente em relação à média histórica) será possível estimar a mortalidade com precisão – e também filtrar os efeitos indiretos gerados por outras condições, como doenças cardíacas, diabetes ou obesidade;
Outra possibilidade é uma diferença no risco de infecção dos jovens e adultos, devida a características específicas da população e da sociedade brasileiras. “Talvez. Mas por que então no Brasil?”, pergunta Guilmoto. Uma resposta possível é que os jovens brasileiros estariam mais expostos por viver em áreas de alta densidade habitacional, como favelas ou cortiços;
Uma terceira hipótese, elaboração mais sofisticada da segunda, envolve a história peculiar da infecção em cada país. O vírus anda por caminhos diferentes, segue o trajeto onde encontra menor resistência, mas só ao final da pandemia será possível avaliar o quadro real dos grupos etários mais atingidos. No Brasil, Guilmoto se diz surpreso com o avanço da doença pela Amazônia, região de baixa densidade habitacional e população mais jovem. As áreas com população mais velha, como os estados do Sul ou o interior paulista, só agora começam a ser atingidas em cheio;
A quarta hipótese deriva da terceira. Talvez, supõe Guilmoto, o problema não esteja no Brasil, mas nos países ricos, onde idosos vivem desprotegidos. Na Europa e nos Estados Unidos, o vírus soube explorar as vulnerabilidades dos asilos e casas de repouso. No Brasil, Lotufo afirma que há um controle bem mais rígido sobre a população idosa que vive nessas instituições. O próprio hábito de manter os idosos todos juntos num mesmo lugar – foco potencial de infecção – é bem mais comum naqueles países. Por aqui, há resistência a interná-los, entre outros motivos porque as aposentadorias que recebem são importantes para o sustento da família;
A quinta hipótese é levantada por Lotufo: a mortalidade maior resulta do isolamento menor entre jovens e adultos, fruto de uma ideia falsa disseminada sobre os “grupos de risco”. “Conceitos cientificamente descabidos, como um tal de ‘isolamento vertical’, serviram para passar a ideia de que quem estava sob risco eram só velhinhos e diabéticos”, diz ele. “A mensagem que se transmitiu ao resto da população foi de liberação. Houve uma afirmação errônea, foi terrível a quantidade de pessoas na frente de luta, na saúde, na segurança e nos transportes, que tombaram vítimas dessa ilusão.”

Quais dessas hipóteses estão corretas? Não sabemos. "Vivemos há dois meses numa espécie de nevoeiro epistêmico", diz Guilmoto. “Estou certo de que os pesquisadores brasileiros logo saberão nos explicar.”

Fonte: G1
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Número baixo de mortes por coronavírus na Rússia não convence

Com 370 mil casos registrados do novo coronavírus, atrás apenas dos EUA e do Brasil, o baixo número de mortes na Rússia -- cerca de 4 mil, que equivalem à taxa ínfima de 27 para cada milhão de pessoas -- leva a crer que o governo esteja maquiando os dados e que a situação é bem mais grave do que as estatísticas oficiais revelam. Nos EUA, a taxa de letalidade é de 305 por milhão; no Brasil, 116.

Médica descansa em hospital de Moscou que trata de pacientes com Covid-19 nesta segunda-feira (25) — Foto: Maxim Shemetov/Reuters
Médica descansa em hospital de Moscou que trata de pacientes com Covid-19 nesta segunda-feira (25) — Foto: Maxim Shemetov/Reuters

Uma pesquisa realizada em meados de maio pelo site de notícias Meduza corrobora a suspeita de que, apesar do alto índice de infecção, o governo russo encobre os mortos: um em cada três médicos que estão na linha de frente da pandemia disse ter sido orientado a mudar o relato de óbito, rotulando, por exemplo, de outra forma a pneumonia causada pela Covid-19.
Ou seja, nem todas as mortes decorrentes do novo coronavírus são descritas como tal. Pacientes infectados acabaram tendo como causa da morte acidentes vasculares, câncer ou falência de órgãos.

Os jornais “Financial Times” e “The New York Times” estimam que o número de mortes na Rússia é 70% maior do que o indicado pelas autoridades, baseado no levantamento de óbitos em Moscou e São Petersburgo em relação ao último ano. O governo rebate e atribui os dados à desinformação.

O novo coronavírus, porém, cerca o Kremlin, infectando integrantes do alto escalão, como o primeiro-ministro Mikhail Mishustin e o porta-voz da presidência, Dimitry Peskov. Desafia, pela primeira vez em duas décadas, o presidente Vladimir Putin, que tenta encontrar a saída para tirar o país da quarentena o mais rapidamente possível.

O governo anuncia afrouxamento das restrições enquanto sobe o número de novos casos por dia: somente nesta quarta-feira, eram 8.338. Em regiões como a do Daguestão, no sul da Rússia, a situação é considerada catastrófica. Críticos dizem que o sistema de saúde do país não é capaz de assegurar o baixo índice de mortalidade relatado pelas autoridades.

Putin prometeu bônus aos profissionais de saúde que estão na linha de frente da pandemia, mas a categoria diz não ter recebido nada até agora. A lista online de médicos e enfermeiros mortos pela Covid-19 soma mais de 250 nomes. Três profissionais que denunciaram equipamentos inadequados caíram do alto de prédios, elevando ainda mais a desconfiança em relação ao governo.

O governo russo reforça suas estatísticas e se gaba da baixa taxa de letalidade, sob o argumento de que o número é baseado em autópsias que consideram a Covid-19 apenas quando é a principal causa da morte.

Sem transparência, o método russo não convence. Cada vez mais, a condução de Putin na pandemia do novo coronavírus é comparada ao desastre nuclear de Chernobyl, na Ucrânia em 1986, encoberto pelo então regime soviético.

Fonte: G1
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Bolsonaro tem reprovação de 43% e aprovação de 33%, diz Datafolha

Pesquisa Datafolha divulgada pelo jornal "Folha de S.Paulo" nesta quinta-feira (28) mostra os seguintes percentuais de aprovação e reprovação do governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido):

Bolsonaro tem reprovação de 43% e aprovação de 33%, diz Datafolha ...

Ótimo/bom: 33%
Regular: 22%
Ruim/péssimo: 43%
Não sabe/não respondeu: 2%
O levantamento ouviu 2.069 pessoas maiores de idade na segunda-feira (25) e na terça-feira (26). As entrevistas foram feitas por telefone. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais.

A pesquisa foi feita em meio à crise da pandemia do novo coronavírus, poucos dias após a divulgação pelo Supremo Tribunal Federal de vídeo de reunião ministerial de 22 de abril. A gravação faz parte de inquérito que investiga suposta interferência do presidente da República na Polícia Federal.

A reprovação de 43% dos entrevistados é o valor mais baixo, segundo os levantamentos Datafolha feitos desde o início do mandato de Bolsonaro.


Na pesquisa anterior do Datafolha, feita em 27 de abril e divulgada no dia seguinte, os resultados foram, segundo a Folha:

Ótimo/bom: 33%
Regular: 26%
Ruim/péssimo: 38%
Não sabe/não respondeu: 3%
O levantamento do Datafolha do início de abril, feito entre os dias 1º e 3, mostrava um cenário parecido com o último, mas a reprovação do presidente era maior:
Ótimo/bom: 33%
Regular: 25%
Ruim/péssimo: 39%
Não sabe/não respondeu: 2%

Fonte: G1
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'Ordens absurdas não se cumprem', diz Bolsonaro sobre operação da PF contra fake news

O presidente Jair Bolsonaro disse nesta quinta-feira (28) que "ordens absurdas não se cumprem", em referência à operação da Polícia Federal contra fake news, deflagrada na quarta, que cumpriu mandados de buscas e apreensões em endereços de empresários e blogueiros. Os alvos são aliados do presidente.

Ordens absurdas não se cumprem', diz Bolsonaro sobre operação da ...

A operação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, relator no Supremo Tribunal Federal (STF) do inquérito que investiga a produção e disseminação de informações falsas e ofensas à Corte.

"Nunca tive a intenção de controlar a Polícia Federal, pelo menos isso serviu para mostrar ontem [quarta]". Mas obviamente, ordens absurdas não se cumprem. E nós temos que botar um limite nessas questões”, afirmou Bolsonaro a jornalistas na saída da residência oficial do Palácio da Alvorada. "Não foi justo o que aconteceu no dia de ontem", completou.
Bolsonaro disse ainda que tem as "armas da democracia nas mãos" e afirmou que não haverá um outro dia igual à quarta-feira.

Repito, não teremos outro dia igual ontem. Chega! Chegamos no limite. Estou com as armas da democracia na mão. Eu honro os meus compromissos no juramento que fiz quando assumi a Presidência da República.
Ele criticou decisões monocráticas (tomadas por um só ministro), como foi o caso do despacho de Moraes que autorizou a operação contra as fake news. Para ele, o Legislativo e o Judiciário devem ser independentes, mas defendeu que decisões sejam tomadas pelo colegiado (conjunto de ministros ou parlamentares). Bolsonaro usou um palavrão para dizer que "acabou" a tomada monocrática de decisões.

"Não podemos falar em democracia sem um Judiciário independente, sem um Legislativo também independente, para que possam tomar decisões, não monocraticamente por vezes, mas as questões que interessam ao povo como um todo, que tomem, mas de modo que seja ouvido o colegiado. Acabou, porra! Me desculpem o desabafo. Acabou! Não dá para admitir mais atitudes de certas pessoas individuais, tomando de forma quase que pessoal certas ações", afirmou o presidente.
Bolsonaro também disse que, na opinião dele, os alvos da operação da quarta não são bandidos nem marginais.

“Trabalhamos ontem quase que o dia todo voltando para uma causa. Com dor no coração, ouvindo reclamos daqueles que tiveram sua propriedade privada violada, que não são bandidos, não são marginais, não são traficantes. Muito pelo contrário, são cidadãos, chefes de família, homens, mulheres, que foram surpreendidos com a Polícia Federal, que estava cumprindo ordens, batendo em sua casa", afirmou o presidente.

Gabinete do ódio
No despacho que autorizou a operação, Moraes escreveu que há provas que apontam para a possibilidade de o gabinete do ódio ser uma associação criminosa.

Gabinete do ódio é como políticos ouvidos no inquérito chamaram o grupo que produz e dissemina fake news pelas redes sociais. Para Moraes, o conteúdo produzido representa um risco para independência entre os poderes e as instituições democráticas.


"As provas colhidas e os laudos técnicos apresentados no inquérito apontaram para a existência de uma associação criminosa dedicada à disseminação de notícias falsas, ataques ofensivos a diversas pessoas, às autoridades e às Instituições, dentre elas o Supremo Tribunal Federal, com flagrante conteúdo de ódio, subversão da ordem e incentivo à quebra da normalidade institucional e democrática", escreveu o ministro.

Fonte: G1
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Enem 2020 tem 6,1 milhões de inscritos, afirma Inep

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) informou nesta quinta-feira (28) que 6,1 milhões de pessoas se inscreveram no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020. O prazo para pagamento da taxa de inscrição termina nesta quinta-feira. Sem essa validação, a inscrição não é concluída. Por isso, o número total de candidatos que farão a prova poderá variar.

Enem 2020 será adiado por causa da pandemia no coronavírus — Foto: André Melo Andrade/Myphoto Press/Estadão Conteúdo
Enem 2020 será adiado por causa da pandemia no coronavírus — Foto: André Melo Andrade/Myphoto Press/Estadão Conteúdo

A prova, originalmente marcada para novembro, está sem data definida. Os dias deverão ser escolhidos em uma enquete com os participantes (leia mais abaixo).

Enem em tempos de pandemia: o que muda na preparação dos jovens para a prova de 2020
De acordo com os dados do Inep, dos 6.121.363 inscritos, 6.020.263 se cadastraram para fazer a prova impressa e 101.100 para a versão digital. Este será o primeiro ano que o Enem terá uma versão digital.

Do total de inscritos, 65% concluíram o ensino médio em anos anteriores, 23% são concluintes e 12% são treineiros, ou seja, estudantes que não terminaram o ensino médio mas fazem a prova para conhecê-la e "treinar".
O Inep informou que 81,7% dos concluintes são de escolas públicas, número 11,2% maior do que o registrado em 2019. Esses dados são indicados pelos próprios participantes na hora da inscrição.

O acesso dos estudantes de escolas públicas à inscrição do Enem era uma preocupação do Conselho Nacional dos Secretários Estaduais de Educação (Consed), que solicitou ao Inep a prorrogação do prazo de inscrição.

Com aulas suspensas em todos os estados, o Consed afirma que a maior parte das redes estaduais haviam alcançado, até a semana passada, um número inferior de inscrições se comparado ao total de estudantes concluintes do ensino médio da rede pública. Isso porque, segundo a entidade, parte dos estudantes que deveriam se inscrever no Enem pertencem a famílias em situação de vulnerabilidade social, sem acesso regular à internet.

Prazo para pagar inscrição termina nesta quinta-feira
Os estudantes inscritos têm até esta quinta (28) para fazer o pagamento da taxa de inscrição. O valor é de R$ 85. O boleto deve ser pago em agências bancárias, casas lotéricas, correios ou pela Internet. Sem isso, a inscrição não será validada.

Data da prova será escolhida em enquete
Na última quarta-feira (20), o Inep, responsável pela prova, e o Ministério da Educação (MEC) informaram que a data do exame, marcada inicialmente para novembro, será estendida "de 30 a 60 dias em relação ao que foi previsto nos editais".

A nova data será escolhida pelos candidatos em uma enquete na Página do Participante.

A decisão ocorreu depois de o governo enfrentar questionamentos judicias cobrando o adiamento da prova por causa dos efeitos da pandemia da Covid-19, que levaram escolas a suspender as aulas presenciais. O debate sobre o adiamento da prova chegou ao Congresso: na terça-feira (19), o Senado aprovou projeto que adia Enem, e o texto seguiu para avaliação da Câmara dos Deputados.

Fonte: G1
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Auxílio emergencial: o que fazer quando se recebe um código não solicitado? Como conferir se o CPF foi usado em uma fraude?

Se você não solicitou o auxílio, você deve ignorar a mensagem. Embora exista a possibilidade de que alguém simplesmente cometeu um erro de digitação quando informou o número de telefone no cadastro, a Caixa Econômica Federal explicou ao blog que "o recebimento de código não solicitado é um método de ataque comum para levar o usuário a clicar ou ligar para os agentes fraudulentos".

Golpistas usam dados de outras pessoas para solicitar Auxílio Emergencial e receber dinheiro de forma indevida. — Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Golpistas usam dados de outras pessoas para solicitar Auxílio Emergencial e receber dinheiro de forma indevida. — Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Também é recomendado conferir se o seu CPF foi utilizado em uma solicitação de Auxílio Emergencial. Você pode fazer isso pelo site do Dataprev, aqui. Mesmo quem não recebeu nenhuma mensagem pode fazer esse procedimento.

Caso você confirme que seu CPF foi usado indevidamente em uma fraude, a Caixa orienta que seja aberta uma denúncia pelo telefone 121.

Confira abaixo a nota enviada pela Caixa ao blog:

A CAIXA orienta que os cidadãos utilizem única e exclusivamente os canais oficiais da CAIXA ou do Governo Federal para buscar informações e acesso aos serviços. Canais oficiais CAIXA para o Auxílio Emergencial: site auxilio.caixa.gov.br; app CAIXA – Auxílio Emergencial; central de atendimento pelo telefone 111.

A CAIXA não envia e-mails, mensagens ou realizam ligações para os cidadãos. Dessa forma, qualquer tentativa de contato com o cidadão pode ser caracterizada como tentativa de fraude e deve ser desconsiderada, bloqueada e reportada aos órgãos fiscalizadores competentes.

O recebimento de código não solicitado é um método de ataque comum para levar o usuário a clicar ou ligar para os agentes fraudulentos. Nessa situação, o melhor a se fazer é ignorar e bloquear o contato. Recomendamos, ainda, que o cidadão consulte seu CPF no site/app da CAIXA ou Dataprev para conferir a situação atual.

Em casos de suspeita de fraude, pode ser aberta uma denúncia pelo telefone 121 ou pessoalmente em qualquer agência da CAIXA.

Site permite consultar situação do cadastro no Auxílio Emergencial. Ferramenta também pode indicar se CPF foi usado de forma indevida. — Foto: Reprodução
Site permite consultar situação do cadastro no Auxílio Emergencial. Ferramenta também pode indicar se CPF foi usado de forma indevida. — Foto: Reprodução

É possível 'clonar um celular' por e-mail?
Se um bandido tiver acesso ao e-mail do smartphone, ele consegue invadir o mesmo? Estou muito preocupada em relação a isso, pois desconfio que meu e-mail possa ter sido acessado por terceiros. – Dayane Silva

A "clonagem" do celular exige a cópia de informações do chip. Por essa razão, o seu e-mail não é suficiente para "clonar" a sua linha de celular.

No entanto, é importante entender algumas coisas. O e-mail pode dar acesso a outros serviços, o que pode permitir que um criminoso realize muitas ações indesejadas.

PIN do WhatsApp. O WhatsApp utiliza um PIN na verificação em duas etapas. Esse PIN pode ser redefinido por e-mail. Se alguém roubar o acesso ao seu e-mail e você fornecer o código de ativação do WhatsApp recebido por SMS aos golpistas, eles podem usar o e-mail para desativar o PIN e acessar usa conta do WhatsApp, driblando a proteção oferecida pela verificação em duas etapas.
Serviços da operadora. A maioria das operadoras permite a contratação de alguns serviços por sistemas on-line. Se a sua conta na operadora estiver associada ao e-mail roubado, os hackers podem usá-lo para redefinir sua senha e acessar esse painel.
Roubar acesso a outras contas. Muitos comunicadores utilizam o e-mail para login. Isso inclui o Skype, o Discord e o Zoom. Tendo acesso ao seu e-mail, os hackers podem redefinir sua senha nesses serviços.
Infelizmente, esses são apenas alguns exemplos. O roubo da conta de e-mail é grave e abre muitas portas para os invasores.

Se o seu e-mail for realmente invadido, você deve tomar as seguintes precauções:

Alterar a senha da sua conta de e-mail e ativar a autenticação em duas etapas. Conheça todos os detalhes da autenticação da sua conta de e-mail; a melhor solução é sempre usar um aplicativo autenticador no celular e imprimir códigos de reserva, se essa opção estiver disponível.
Redefinir as senhas de outros serviços importantes cadastrados na mesma conta de e-mail, inclusive a senha da sua conta na operadora de telefonia móvel.
Confira se canais de acesso ou senhas adicionais foram adicionadas à sua conta. Na Conta Google, você pode fazer isso através da Verificação de Segurança. Confira todos os itens, mesmo aqueles que não estão marcados para exigir sua atenção, e remova os acessos de terceiros, dispositivos e senhas desconhecidas.

Uso de VPN e acesso à 'Deep Web'
Entrei na Deep Web pelo celular com o Tor e o Orbot. Eu ativei o Orbot mas não liguei a VPN. Como posso saber se fui rastreado ou hackeado por alguém? – Gabriel

Antes de responder sua dúvida, Gabriel, preciso fazer uma recomendação. Se você tem esse tipo de incerteza sobre o acesso a redes como Tor, você não deve utilizar esse tipo de rede.

Quanto ao uso de um serviço de VPN (rede privada virtual, em português) para acessar a Deep Web, isso não é necessário. Sempre que você utiliza um novo intermediário na conexão (a VPN, o Tor), você apenas dissolve ou transfere a responsabilidade pela segurança da sua conexão para outra entidade.

Quando você usa o Tor, a responsabilidade pela sua conexão depende, principalmente, do próprio Tor. Se você utiliza mais uma VPN para acessar o Tor em si, sua segurança vai depender desse provedor de VPN – o que pode ou não ser confiável.
Como o blog já explicou anteriormente, a maioria das pessoas não precisa de um serviço de VPN.

Dúvidas sobre segurança digital? Envie um e-mail para g1seguranca@globomail.com.

Fonte: G1
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Eduardo Bolsonaro critica imprensa: 'Merecem o futuro que se avizinha'

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) voltou a falar sobre a operação da Polícia Federal que cumpriu mandados de busca e apreensão no inquérito das fake news. Em publicação nesta quinta-feira, 28, o deputado falou em censura e criticou a imprensa por não se opor às buscas nas dependências do site 'Terça Livre', um dos investigados no inquérito.

"A imprensa que aplaude as buscas no Terça Livre o faz por pensar que a censura só chegará aos conservadores. Ledo engano. Se não defendem a liberdade por princípios deveriam ao menos fazê-lo por interesse próprio. Se nem isso enxergam é porque merecem o futuro que se avizinha", escreveu Eduardo.

Assim como o pai e aliados do governo, o deputado criticou o Supremo Tribunal Federal (STF) e a condução do inquérito que levou à operação de quarta-feira, 27. O deputado participou ontem em uma live com Allan dos Santos, organizador do site, e afirmou não ter dúvida de que será alvo de uma investigação em breve e disse que participa de reuniões em que se discute "quando" acontecerá "momento de ruptura" no Brasil.

Após criticar os ministro Alexandre de Moraes e Celso de Mello, Eduardo começa uma linha de raciocínio sobre por que pode haver uma ruptura institucional. Segundo ele, após a saída do ex-ministro Sérgio Moro do governo, o Supremo divulgou o vídeo de "uma reunião secreta" - a gravação foi citada por Moro como possível prova de que Bolsonaro interferiu na PF - e depois solicitou o "celular do presidente da República". Ao contrário do que disse Eduardo, o Supremo não pediu o celular de Bolsonaro. PDT, PSB e PV pediram ao Supremo a apreensão dos aparelhos dentro das investigações sobre interferência política na PF. Mello, então, encaminhou a Aras os pedidos dos partidos para que a Procuradoria-Geral da República (PGR) emita um parecer. O PGR deve, inclusive, se posicionar contra a apreensão dos celulares do presidente.

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP)
© Dida Sampaio / Estadão O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP)

"Não tenho nem dúvida que amanhã vai ser na minha casa (que cumprirão mandado de busca), que se nós tivermos uma posição colaborativa (com o Supremo), vão entrar na nossa casa, dando risada. Até entendo quem tem uma postura moderada, vamos dizer, para não tentar chegar a momento de ruptura, a momento de cisão ainda maior, conflito ainda maior. Entendo essa pessoas que querem evitar esse momento de caos. Mas falando bem abertamente, opinião de Eduardo Bolsonaro, não é mais uma opção de se, mas, sim, de quando isso vai ocorrer", afirmou o parlamentar, que emendou:

"E não se enganem, as pessoas discutem isso. Essas reuniões entre altas autoridades, até a própria reunião de dentro de setores políticos, eu, Bia, etc, a gente discute esse tipo de coisa porque a gente estuda história. A gente sabe que a história vai apenas se repetindo. Não foi de uma hora para outra que começou a ditadura na Venezuela, foi aos poucos."

Fonte: Estadão
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"Não haverá outro dia como ontem, acabou!", diz Bolsonaro sobre inquérito das fake news

O presidente Jair Bolsonaro disse nesta quinta-feira que "não haverá mais outro dia como ontem" e que "acabou", numa referência à operação da Polícia Federal que cumpriu mandados de busca e apreensão na quarta contra pessoas aliadas a ele e acusadas de envolvimento na produção e distribuição e fake news.

Presidente Jair Bolsonaro em Brasília
© Reuters Presidente Jair Bolsonaro em Brasília

Visivelmente irritado, Bolsonaro, ao sair do Palácio da Alvorada, fez um pronunciamento aos jornalistas e afirmou que não se pode mais aceitar que pessoas tomem decisões individuais em nome de todos e que se está armando mais uma crise para "atrapalhar o Brasil".

Segundo o presidente, "ordens absurdas" não devem ser cumpridas pela Polícia Federal. Ele disse que a operação da véspera teve o objetivo de atingir a única mídia favorável a ele e que alguns pretendem tirá-lo da Presidência para "voltar a roubar".

"Não farão que eu transgrida, me transforme em pseudo-ditador de direita", disse o presidente, afirmando ainda ser o chefe supremo das Forças Armadas e garantindo que está com "as armas da democracia na mão".

Bolsonaro não aceitou perguntas dos repórteres e encerrou a fala quando um dos jornalistas tentou questioná-lo.

Fonte: Reuters
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Neymar consegue liminar para suspender cobrança de R$ 88 milhões

Neymar obteve uma liminar na Justiça Federal para suspender a cobrança de R$ 88.887.265,00 por parte da União. O valor é referente a uma multa aplicada pela Receita Federal por conta de impostos devidos pelo jogador no Brasil. 

Neymar voltou a jogar 90 minutos na última terça-feira contra o Borussia Dortmund (Foto: TOBIAS SCHWARZ / AFP)
© Fornecido por LANCE! Neymar voltou a jogar 90 minutos na última terça-feira contra o Borussia Dortmund (Foto: TOBIAS SCHWARZ / AFP)

A União já tenta cassar a decisão, mas não há prazo para resultado do processo. A reportagem do 'Estadão' procurou a assessoria do jogador, que disse que não irá se manifestar.

Na mesma decisão, o juiz determinou que a União não inclua o nome de Neymar no Cadastro Informativo de Créditos Não-quitados (Cadin), um banco de dados com nome de pessoas devedoras de órgãos federais.

A briga na justiça é por causa de impostos relacionados à transferência de Neymar do Santos para o Barcelona, em 2013. De acordo com a Receita Federal, houve irregularidades na transação.

Por causa disso, o Fisco aplicou multa de R$ 188 milhões ao jogador em 2015. Na época, a Receita avaliava que teriam sido sonegados até R$ 60 milhões. Depois de obter algumas vitórias, o atacante ainda deve, na visão da Receita Federal, R$ 69 milhões, que atualizados com juros chegam a R$ 88 milhões.

A defesa do jogador alega que esses impostos já foram pagos na Espanha. Desta forma, o valor deveria ser abatido no Fisco.

Fonte: Lance
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Em conversas com a Amazon, Flamengo anuncia fim da parceria com o BS2

O que estava na iminência, nesta quinta, ocorreu. Oficialmente, o Flamengo anunciou o fim da parceria com o banco BS2, que "optou por descontinuar o acordo depois de pouco mais de um ano como patrocinador master do futebol", conforme destacou o clube, em 30 de junho. Além disso, a empresa também deixará de patrocinar o time feminino e as categorias de base.

O mais recente uniforme do Flamengo foi apresentado em fevereiro deste ano (Foto: Reprodução / Twitter Flamengo)
© Fornecido por LANCE! O mais recente uniforme do Flamengo foi apresentado em fevereiro deste ano (Foto: Reprodução / Twitter Flamengo)

- O Banco BS2 continua na torcida pelo Rubro-Negro e deseja muitos sucessos e títulos futuros ao clube e à Nação e o Flamengo agradece a confiança depositada pelo BS2 em todo este período. Juntos fizemos a parceria mais vitoriosa do futebol brasileiro, com a tríplice coroa (Campeonato Carioca, bicampeonato da Libertadores e heptacampeonato brasileiro), em 2019, e a Recopa e a Supercopa, em 2020 - escreveu o Fla, em comunicado oficial. 

A parceria iria até dezembro deste ano e previa mais duas parcelas de R$ 5 milhões a serem depositadas este ano. Um aporte de mais R$ 10 milhões anuais para estampar o banco em outras modalidades do Flamengo, antes encaminhado, não ocorrerá mais, naturalmente.

O pagamento da multa rescisória de R$ 2 milhões, prevista em contrato, vinha sendo alinhavado entre as partes, nos últimos dias. O Rubro-Negro não citou os valores do novo acordo.

Além dos naturais contratempos ocasionados pela COVID-19, para o BS2 chegar a tal decisão pesou o fato de o Fla estar em negociação, que veio a público, com a Amazon para o espaço master - confirmada, inclusive, pelo vice-presidente de marketing e comunicação do clube, Gustavo Oliveira.

CONFIRA O COMUNICADO DO FLAMENGO NA ÍNTEGRA

"O próximo dia 30 de junho irá marcar o final da parceria entre Flamengo e BS2. Devido a uma decisão estratégica, o banco digital optou por descontinuar o acordo depois de pouco mais de um ano como patrocinador master do futebol do Clube. O BS2 também deixará de patrocinar o time feminino e as categorias de base.

Os clientes da conta BS2 Flamengo poderão continuar a usufruir dos serviços do Banco nos mesmos termos do contrato já assinado e utilizando o mesmo cartão da conta.

O Banco BS2 continua na torcida pelo Rubro-Negro e deseja muitos sucessos e títulos futuros ao clube e à Nação e o Flamengo agradece a confiança depositada pelo BS2 em todo este período. Juntos fizemos a parceria mais vitoriosa do futebol brasileiro, com a tríplice coroa (Campeonato Carioca, bicampeonato da Libertadores e heptacampeonato brasileiro), em 2019, e a Recopa e a Supercopa, em 2020."

Fonte: Lance
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