quinta-feira, maio 28, 2020

Dívida de R$ 6 milhões com produtores pode paralisar programa do leite

O Governo do Estado acumula uma dívida de cerca de seis milhões de reais com os produtores de leite que fornecem o produto para o Programa do Leite Potiguar. A reportagem do JORNAL DEFATO conversou com alguns produtores de leite da região do Seridó, principal bacia leiteira do RN, e eles confirmaram que há mais de 75 dias estão sem receber os repasses que deveriam ocorrer quinzenalmente de acordo com um dos decretos do programa.

Produtores ameaçam suspender envio de leite para as indústrias de beneficiamento

“O acumulado chega a cerca de seis milhões de reais, tendo em vista que produtor recebe R$ 1,38, por litro de leite destinado ao programa e o governo complementa os R$ 0,78, para a indústria. Isso vai acabar provocando a paralisação do programa”, disse um dos produtores da região do Seridó em contato com a reportagem.

A promessa feita pelo Governo do Estado é de que até o dia 5 de junho seja feito o pagamento de pelo menos duas quinzenas das que estão em atraso, ou seja, menos de 50% do valor total que deveria ser pago.

Sem receber o repasse pelo fornecimento do leito ao Governo do RN, muitos desses produtores ameaçam suspender o fornecimento.

José Maria Felipe dos Santos, produtor em Cruzeta, e um dos muitos produtores que enfrenta esse problema, afirmou que alguns produtores estão sendo obrigados a destinando 50% da produção para as queijarias, no sentido de evitar o colapso do setor. “Além de pagar um preço menor pelo leito fornecido, o Governo do RN, ainda vem atrasando com frequência o repasse dos recursos, que são assegurados aos produtores diretamente através dos recursos oriundos do Fundo Estadual de Combate à Pobreza (Fecop)”, esclarece.

Ele disse que já procurou a Secretaria do Trabalho, da Habitação e da Assistência Social (SETHAS), e obteve a resposta de que diante das dificuldades, o governo está procurando agilizar o pagamento.

“Procuramos o governo e a justificativa, é sempre a mesma, queda de arrecadação e no consumo diante o período de isolamento social, provocado pela pandemia de Covid-19 no Brasil. Porém, ele afirma que essa desvalorização da cadeia produtiva do leite acontece todos os anos durante os meses março abril maio e junho”, revela o produtor.

Fonte: De Fato

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