quarta-feira, agosto 26, 2020

Genesis II, a igreja acusada de vender falsa cura milagrosa para a Covid-19

 A Igreja Genesis II de Saúde e Cura foi criada para "levar saúde para toda a humanidade". Ao menos, é o que afirmam os seus fundadores.


Os Grenons operavam em um retiro na cidade colombiana de Santa Marta, segundo documentos do caso — Foto: Promotoria da Colômbia via BBC

Os Grenons operavam em um retiro na cidade colombiana de Santa Marta, segundo documentos do caso — Foto: Promotoria da Colômbia via BBC


"Queremos criar um mundo sem doenças", dizia Jim Humble, em seu site pessoal. O homem, um idoso que já foi garimpeiro na América do Sul, é um dos fundadores da igreja.

As autoridades dos Estados Unidos, porém, têm uma visão muito diferente sobre a finalidade dessa "igreja", da qual Humble afirma ter deixado de fazer parte em 2017.


O outro fundador e atual líder, Mark Grenon, de 62 anos, recentemente foi preso na Colômbia junto com um de seus filhos, Joseph, de 32 anos, a pedido da Justiça dos EUA, que os acusa de fabricar, promover e vender um remédio fraudulento contra a Covid-19 e outras doenças.


Dois outros filhos do "arcebispo" Grenon, Jonathan e Jordan, também foram presos nos Estados Unidos e estão em prisão preventiva.


Segundo a acusação de promotores da Flórida, a família Grenon supostamente vendia dezenas de milhares de garrafas de uma "Solução Mineral Milagrosa", ou MMS (na sigla em inglês), como um remédio contra todos os tipos de doenças, incluindo malária e câncer, e até para o autismo.



O MMS é uma solução de cloreto de sódio e água destilada. A instrução é que ele seja misturado com um "ativador", por exemplo, ácido cítrico, para transformá-lo em dióxido de cloro. O produto é considerado tóxico para o consumo humano, segundo especialistas.


Tanto o cloreto de sódio quando o dióxido de cloro são ingredientes ativos de alguns desinfetantes, além de ter outros usos industriais, como na fabricação de papel.


Nenhuma autoridade de saúde reconhece qualquer possível efeito benéfico dessas substâncias para a saúde. A Food And Drug Administration (FDA), equivalente norte-americana à Anvisa, alertou que o MMS pode causar vômitos, diarreia ou reduzir a pressão arterial a níveis perigosos.


Em meio à crise de saúde causada pela pandemia do coronavírus, os Grenons teriam chegado a faturar US$ 120 mil (em torno de R$ 670 mil) por mês com as vendas de MMS, segundo documentos vistos pela BBC.


Os quatro Grenons são acusados de conspiração para cometer fraude nos Estados Unidos, violação da Lei Federal de Alimentos, Medicamentos e Cosméticos, e de não colaborar com investigações das autoridades.


Até o momento, eles são os únicos réus no caso. O Ministério Público se recusou a explicar se há outras investigações em andamento relacionadas ao MMS contra membros da igreja.


A BBC tentou ouvir a versão dos Grenons, mas eles não têm advogado até o momento. Uma pessoa, que disse ser familiar deles, não quis comentar o caso.


"Nossos direitos e liberdades simples estão sob ataque como nunca. Os custos legais estão aumentando e precisamos de sua ajuda", diz um site criado para apoiar os Grenons.

Vínculos latino-americanos


Mark Grenon (de azul, à esquerda) e seu filho Joseph após serem presos na Colômbia — Foto: Fiscalía de Colômbia via BBC
Mark Grenon (de azul, à esquerda) e seu filho Joseph após serem presos na Colômbia — Foto: Fiscalía de Colômbia via BBC


De acordo com a promotoria colombiana — que não quis se manifestar sobre o caso por ser uma apuração aberta nos Estados Unidos —, os Grenons "também venderam a 'poção' na Colômbia e, de Santa Marta, coordenaram os embarques para países africanos".


Em Santa Marta, na Colômbia — onde foram presos —, os Grenons também operavam um "centro de recuperação" focado no MMS, de acordo com os documentos que sustentaram o pedido de prisão.


As relações internacionais da Igreja Genesis II também incluem seguidores em outros países latino-americanos.


A sede foi, por um tempo, na República Dominicana, onde a igreja organizou seminários com inscrições que custavam U$ 1 mil (cerca de R$ 5,6 mil), sem incluir alimentação ou hospedagem.


A Genesis II tem mais de 200 ministros e dois bispos no Chile. Eyre Pacheco, uma integrante da igreja, disse à BBC News Mundo, o serviço em espanhol da BBC, que alcançou o posto de ministra em 2013 e hoje é bispa "encarregada da filial 227 da Gênesis".


Os "médicos" e "ministros" do MMS são treinados em seminários de 10 dias. Cada estudante recebe um certificado em que obtém a permissão para abrir uma missão ou igreja local, explicou Humble, em publicação de 2011.

No "Livro para recuperar a saúde com o MMS", de publicação independente, Humble assegura que a igreja contava, em outubro de 2016, com mais de 1,7 mil ministros de saúde treinados em mais de 120 países.


Ainda em 2016, Humble — que se intitula o "descobridor" da Solução Mineral Milagrosa — foi localizado no México pela rede de televisão ABC.


Em seu site, ele afirma que se retirou da igreja — embora não do "ramo" do MMS — em 2017, para se concentrar nas pesquisas para escrever livros.



'Não era nada religioso'

"Fui treinada por Jim Humble em 2013 para usar o MMS. Queria aprender a usá-lo para ajudar meu sobrinho com câncer no cérebro", diz Eyre Pacheco à BBC News Mundo.


"Você vai entender que é uma experiência pessoal, que marca profundamente uma pessoa. Por isso, me comprometi com a causa de igreja e ajudei milhares de pessoas ao longo do caminho", disse.

A BBC News Mundo contatou pessoas de diferentes países que aparecem associadas à Genesis II, em reportagens ou em páginas de redes sociais. Um deles foi Julián Pérez, que aparece na internet como presidente de um centro de saúde naturista na Espanha, do qual disse estar aposentado.


Na página, é possível ver o certificado dele de "bispo" da Gênesis II, datado de 2013. Apesar disso, ele disse que nunca teve contato próximo com a congregação e que os líderes da igreja ignoraram os e-mails enviados por ele.


"Estava fazendo um estudo sobre a terapia eletrolítica (...) e me deparei, por acaso, com o resultado do que Jim Humble havia encontrado", relatou Pérez.


"Em algumas minas, os trabalhadores estavam morrendo e ele deu o produto (MMS) para purificar a água deles (...) e descobriu que poderia até curar a malária", disse Pérez à BBC.

Nem a Organização Mundial da Saúde (OMS) ou qualquer agência de medicamentos reconhece esse tipo de tratamento como capaz de curar qualquer doença.


Segundo Pérez — que disse ter feito sua tese de doutorado por uma universidade "alternativa" —, a Genesis II foi fundada "não com uma visão religiosa, com conhecimentos morais, mas para ensinar as pessoas a viver com saúde e dignidade".


Segundo os promotores dos Estados Unidos, os Grenons vendem MMS "sob o disfarce de Igreja de Saúde e Cura de Genesis II, uma entidade que eles supostamente criaram em uma tentativa de evitar a regulamentação do governo".



O próprio Grenon explicou o raciocínio em uma entrevista, em fevereiro deste ano, citada nos documentos oficiais.


"Eles não podem nos prender por fazer um de nossos sacramentos e eu sabia disso. Por isso, disse para criarmos uma igreja. Poderíamos ter feito um templo. Poderíamos ter feito uma sinagoga. Poderíamos ter feito uma mesquita", disse, na época.


"Então [a criação da Genesis] não foi realmente sobre religião? Foi para, de alguma forma, legalizar o uso do MMS?", questionou o entrevistador.


"Isso mesmo. Não foi por motivos religiosos, de jeito nenhum", respondeu o "arcebispo" da Gênesis II.

O coronavírus

A gravidade da crise do coronavírus trouxe à tona uma série de supostas soluções milagrosas, que não são confirmadas pela ciência, entre elas o MMS.


Catherine Hermsen, comissária assistente do Escritório de Investigações Criminais da FDA, afirmou que "a Igreja de Saúde e Cura Genesis II colocou os consumidores em risco ativa e deliberadamente."


"Continuamos protegendo a população de condutas criminosas que se aproveitam da pandemia de Covid-19", declarou Ariana Fajardo Orshan, advogada da Flórida.

Eyre Pacheco, porém, acredita na inocência dos Grenons e diz que "eles logo serão liberados". "Esta não é uma prisão por crime, porque ninguém foi ferido, mas por 'violar' uma regra imposta sem fundamento. É uma ofensa", declarou.


"O FDA não tem argumentos bem fundamentados para emitir os alertas sobre o MMS (...). Tudo o que eles falam sobre os efeitos colaterais do uso do MMS não tem fundamento", disse a mulher à BBC News Mundo.


As autoridades, no entanto, reforçam a ilegalidade das ações praticadas pela igreja. A batalha legal para conter as vendas do MMS na Genesis II não acontece apenas nos Estados Unidos.


No Peru, a Direção Geral de Medicamentos, Insumos e Drogas emitiu um alerta em novembro de 2019 contra os produtos que contêm dióxido de cloro ou cloreto de sódio, entre eles o MMS. A entidade pediu que esses produtos não devem ser consumidos, porque causam "graves danos à saúde",



Na Austrália, uma área do Ministério da Saúde local multou uma empresa que comercializava MMS em U$ 150 mil por anunciar ilegalmente a substância e abriu um procedimento para apurar possível publicidade ilegal.


"Acredito que se [o dióxido de cloro] for dissolvido, provavelmente o risco será baixo. Mas os consumidores tendem a pensar 'se um pouco é bom, mais deve ser ainda melhor'. E esse é o perigo", disse Keenneth Harvey, especialista australiano em saúde pública e estudioso sobre publicidade enganosa.


Há ainda um perigo maior, conhecido como dano indireto. "Se as pessoas pensam que é uma forma eficaz de tratar uma condição específica, elas podem ignorar outros tratamentos baseados em evidências científicas", assegurou Harvey.


De acordo com o especialista, a crise do coronavírus foi um "alerta" de que as autoridades "não podem deixar essas coisas passarem".

"O dano potencial não é tanto as consequências diretas à saúde. Mas as pessoas que o tomam podem pensar: eu sou imune, não precisamos de distanciamento social, nem de usar máscaras, porque estou protegido por esse produto mágico".


Fonte: BBC News

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IBGE: 65 mil potiguares usam carro ou moto como 'local de trabalho'

 No Rio Grande do Norte, 6,4% dos trabalhadores tem um carro ou uma moto como “local de exercício do trabalho”, segundo dados do IBGE. Isso corresponde a 65 mil pessoas ocupadas no estado. Entre as unidades da federação, Rio de Janeiro e Pernambuco também apresentam essa proporção, a segunda maior do Brasil. O Pará (7,4%) está no topo deste ranking.


Táxi em Natal (arquivo) — Foto: Ediana Miralha/ Inter TV Cabugi
Táxi em Natal (arquivo) — Foto: Ediana Miralha/ Inter TV Cabugi


Este é um dos resultados do módulo Características Adicionais do Mercado de Trabalho, 2019, da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, divulgado nesta quarta-feira (26).


Os dados de pessoas ocupadas que têm um veículo automotor como “local de exercício de trabalho” não incluem empregados do setor público e trabalhadores domésticos, quando esse é seu trabalho principal.


Além de carros e motocicletas, a pesquisa considera qualquer veículo automotor (caminhão, embarcação a motor, avião etc).


RN e Ceará têm maior proporção de pessoas que trabalham em casa

Ainda de acordo com o levantamento, Rio Grande do Norte e Ceará possuem os maiores percentuais do Brasil de pessoas que trabalham em casa: 10%. No estado potiguar, são 102 mil pessoas nesta situação. No Brasil, em média, 6% dos trabalhadores atuam dessa forma.


Segundo o IBGE, o conceito abrange aqueles que trabalham na casa que moram por não ter um estabelecimento e, por isso, reservam pelo menos um cômodo exclusivamente para desenvolver seu trabalho.


Esse dado exclui empregados do setor público e trabalhadores domésticos, quando esse é seu trabalho principal. Também não são levados em conta afazeres domésticos ou produção para consumo próprio em casa.


Fonte: G1

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RN tem 60.442 casos confirmados e 2.215 mortes por Covid-19

O Rio Grande do Norte registra 60.442 casos confirmados de Covid-19, de acordo com o boletim epidemiológico da Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap) divulgado nesta quarta-feira (26). O estado tem 2.215 mortes pela doença e outros 235 óbitos estão sob investigação.


RN ultrapassa 60 mil casos confirmados de Covid-19 — Foto: Pedro Vitorino/Cedida
RN ultrapassa 60 mil casos confirmados de Covid-19 — Foto: Pedro Vitorino/Cedida


O RN tem ainda 25.348 casos suspeitos e outros 108.945 descartados. O número de confirmados recuperados segue em 37.034. Os casos inconclusivos, que agora são tratados como "Síndrome Gripal não especificada", somam 52.849.


Atualmente, 248 pessoas estão internadas por causa da Covid-19 no RN, sendo 199 na rede pública e 49 na rede privada. A taxa de ocupação dos leitos críticos (semi-intensivo e UTIs) é de 47,7% na rede pública e de 9,1% na rede privada.


A Sesap também aponta que 155.810 testes de coronavírus foram realizados no estado, sendo 74.910 RT-PCR (conhecidos também como Swab) e 80.900 sorológicos.


Números do coronavírus no RN

60.442 casos confirmados

2.215 mortes

37.034 confirmados recuperados

25.348 casos suspeitos

108.945 casos descartados


Fonte: G1

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Incêndio se alastra em matagal e destrói imóveis usados para armazenar pneus em Mossoró

Um incêndio que começou em um matagal acabou destruindo três imóveis que armazenavam pneus, na tarde desta quarta-feira (26), no bairro Santo Antônio, em Mossoró. O Corpo de Bombeiros precisou usar cerca de 12 mil litros de água para controlar as chamas, que aumentaram ao atingir os materiais inflamáveis. Ninguém ficou ferido.


Bombeiros combatem incêndio em Mossoró, no Oeste potiguar — Foto: CBM/Divulgação
Bombeiros combatem incêndio em Mossoró, no Oeste potiguar — Foto: CBM/Divulgação


Ainda não se sabe o que teria provocado o fogo, mas, segundo o Corpo de Bombeiro, o incêndio começou em um terreno atrás dos prédios e alastrou pela vegetação seca, até atingir os pneus. "A gente não sabe se for criminoso, se foi provocado por alguém que ateou fogo no terreno atrás, que tinha bastante mato seco", afirmou o sargento Daywison, que estava na operação.


Corpo de Bombeiros precisou usar cerca de 12 mil litros de água para conter incêndio em Mossoró — Foto: Isaiana Santos/Inter TV Costa Branca
Corpo de Bombeiros precisou usar cerca de 12 mil litros de água para conter incêndio em Mossoró — Foto: Isaiana Santos/Inter TV Costa Branca


O sapateiro Francisco de Assis, que mora e trabalha perto do local há 10 anos, tirou boa parte dos móveis de dentro de casa, temendo que o fogo alcançasse seu prédio, mas não teve prejuízos.


As chamas atingiram três imóveis. Em todos, havia muitos pneus guardados. A equipe do Corpo de Bombeiros precisou reabastecer o carro auto bomba tanque para conter as chamas. Foram cerca de três horas de combate, segundo a corporação.


Fonte: G1

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Com jogo sem público por causa da pandemia, torcedores fazem aglomeração sem máscaras ao lado da Arena das Dunas

Mesmo com jogo fechado ao público, por causa da pandemia do novo coronavírus, torcedores do América de Natal fizeram uma aglomeração, sem uso de máscaras, do lado de fora da Arena das Dunas, na tarde desta quarta-feira (26). O caso aconteceu antes da partida do time potiguar com o Juventude, pela Copa do Brasil, que começou às 16h.


Torcedores fazem aglomeração do lado de fora da Arena das Dunas — Foto: Reprodução
Torcedores fazem aglomeração do lado de fora da Arena das Dunas — Foto: Reprodução


Os torcedores ainda soltaram fogos de artifícios e acompanharam a chegada do ônibus do time ao estádio. As cenas foram filmadas, compartilhada nas redes sociais e confirmadas à Inter TV Cabugi por policiais militares que foram acionados ao local e dispersaram o grupo.


Torcedores ao lado da Arena das Dunas em Natal — Foto: Reprodução
Torcedores ao lado da Arena das Dunas em Natal — Foto: Reprodução


Os PMs afirmaram que as viaturas iriam permanecer nas imediações do estádio até o fim do jogo.


Apesar de autorizado o retorno dos jogos profissionais no Rio Grande do Norte, a presença da torcida segue proibida nos estádios. Decretos estaduais também determinam uso de máscara a quem precisa sair de casa e proíbem aglomerações.


Policiais militares foram à Arenas das Dunas após aglomeração — Foto: Sérgio Henrique Santos/Inter TV Cabugi
Policiais militares foram à Arenas das Dunas após aglomeração — Foto: Sérgio Henrique Santos/Inter TV Cabugi


Fonte: G1

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Casos de dengue caem 71% de janeiro a agosto no RN; zika e chikungunya também registram redução

 As notificações de casos de dengue caíram 66,5% em 2020, considerando o período de janeiro até o último dia 19 de agosto, na comparação com 2019. Os dados são do boletim epidemiológico das arboviroses no estado, divulgado nesta quarta-feira (26) pela Secretaria Estadual de Saúde. Quanto aos casos confirmados, o RN registrou 2.425 pessoas doentes, contra 8.587 de janeiro a agosto de 2019 - uma redução de 71%.


Dengue é transmitida pelo mosquito Aedes Aegypti — Foto: Getty Images/BBC
Dengue é transmitida pelo mosquito Aedes Aegypti — Foto: Getty Images/BBC


A queda das notificações - registro feito pela rede de saúde quando o paciente apresenta quadro suspeito para a doença - também foi sentida para zika (-22,7%) e chikungunya (-41%). O número acabou refletindo também no número de casos confirmados e de mortes provocadas por essas doenças.


Para a Secretaria Estadual de Saúde, no entanto, o motivo não é exatamente que menos pessoas tenham adoecido, mas, a pandemia do novo coronavírus pode ter implicado no menor número de notificações por parte das unidades de saúde.


Em 2020, foram notificados 10.181 casos suspeitos de dengue, sendo confirmados 2.425. Em 2019, no mesmo período, foram notificados 30.450 casos, sendo confirmados 8.587. Enquanto as notificações caíram 65%, o número confirmado de casos caiu 71%. Ao todo, foram confirmados 5 óbitos por dengue em 2020. No mesmo período de 2019 as confirmações de óbito eram 15.



Em 2020 da semana epidemiológica 01 a 30 foram notificados 5.871 casos suspeitos de Chikungunya, sendo confirmados 1.888, e com 1 óbito confirmado. Em 2019, no mesmo período, foram notificados 10.063 casos, sendo confirmados 4.292 e com 15 óbitos confirmados pela doença.


Até o último dia 19, com um total de 984 casos suspeitos de Zika, o estado confirmou 50. Em 2019, no mesmo período, foram notificados 1.274 casos, sendo confirmados 66 casos.


"O cenário epidemiológico causado pela pandemia da Covid-19 provavelmente implicou no menor número de notificações. Nesse contexto, a população e os profissionais de saúde devem estar atentos aos seguintes sintomas: febre alta (39º a 40ºC) de início abrupto e com duração de 2 a 7 dias, associada à dor de cabeça, perda ou diminuição da força física, dor muscular, dor nas articulações, e dor ao redor dos olhos. Manchas vermelhas no rosto, tronco e membros além de anorexia, náuseas, vômitos e diarreia", afirmou a secretaria.


Até o início deste mês de agosto, segundo a pasta, foram realizadas operações com carro-fumacê em 23 municípios, incluindo a capital, Natal, nos bairros do Planalto, Pitimbu, Neópolis e Pajuçara. Ainda de acordo com o estado, devido à pandemia, com a suspensão temporária do Levantamento Rápido de Índices (LIRAa e LIA) - que mede o índice de infestação vetorial do Aedes aegypti - a indicação para aplicação do fumacê foi baseada no aumento da incidência dos casos humanos e na confirmação laboratorial de sorologias para dengue, zika e chikungunya, ou seja, onde existe alto índice de pessoas doentes ou suspeitas e confirmação de transmissão das arboviroses urbanas.


Casos em gestantes

Ainda de acordo com a Sesap, a quantidade de casos de Zika em mulheres em idade fértil é fator de preocupação, principalmente nas gestantes, devido à capacidade do Zika Vírus de provocar microcefalia ou alterações no sistema nervoso central no feto gestado.



Em 2020 os municípios que mais notificaram caso de Zika em gestantes foram Açu (3), Parnamirim (3) e Mossoró, com 12 casos de zika em gestantes. Os municípios com crianças nascidas com microcefalia em 2020 são oito.


Já em 2019 os municípios que mais notificaram casos de Zika em gestantes foram São Paulo do Potengi (7), Pau dos Ferros (8), Lagoa Nova (11), Parnamirim (53) e Natal (163). Neste mesmo ano, 25 municípios apresentaram casos confirmados de crianças nascidas com microcefalia, sendo 05 confirmações em Touros, duas em Santa Cruz e 1 confirmação para cada outro município da lista citada.


Prevenção

Segundo a Secretaria, a melhor forma de prevenir as arboviroses é a intensificação das ações de controle vetorial do mosquito Aedes aegypti e a população deve sempre auxiliar no controle vetor. As recomendações são:


Manter quintais livres de possíveis criadouros do mosquito;

Esfregar com bucha as vasilhas ou reservatórios de água de animais;

Não colocar lixo em terrenos baldios;

Manter as caixas d´água sempre tampadas;

Observar vasos e pratinhos de plantas que acumulam água parada;

Observar locais que possam acumular água parada como: bandeja de bebedouros e de geladeiras, ralos, pias e vasos sanitários sem uso;

Receber a visita do agente de endemias, aproveitando a oportunidade para tirar possíveis dúvidas;

Manter em local coberto, pneus inservíveis e outros objetos que possam acumular água.


Fonte: G1

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Mossoró ultrapassa marca de 6 mil casos confirmados da Covid-19

A segunda maior cidade do estado, Mossoró, na região Oeste, ultrapassou nesta semana os 6 mil casos confirmados do novo coronavírus. O primeiro caso de Covid-19 em Mossoró foi confirmado pela Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) no dia 22 de março. Até agora a cidade contabiliza 212 mortes pela doença.


Mossoró ultrapassa marca de 6 mil casos confirmados da Covid-19 — Foto: Dado Ruvic/Reuters/Arquivo
Mossoró ultrapassa marca de 6 mil casos confirmados da Covid-19 — Foto: Dado Ruvic/Reuters/Arquivo


Viaviane Melo é consultora de vendas e entrou para as estatísticas como caso confirmado da Covid-19. Ela contraiu a doença em maio e ainda hoje tem sequelas. “Não sinto cheiro, não sinto gosto de nada. E 25% do meu pulmão ficou comprometido. Ainda estou com problemas respiratórios, mas eu já fiz um novo teste e não estou mais com Covid. Eu não consigo fazer as coisas de casa ainda. Quando começo a fazer, fico cansada, aí eu paro. Sem falar o psicológico da pessoa, né? Porque eu passei um mês isolada”, conta.


Após cinco meses do primeiro caso confirmado da doença no município, as estatísticas indicam uma queda no número de novos casos. Isso tem se refletido também no número de leitos ocupados por pacientes infectados pela Covid-19.


Nesta quarta-feira (26), dos 48 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) disponibilizados para o tratamento de pacientes com a doença em Mossoró, 23 estão ocupados. Desse total, só seis pacientes residem na cidade. A taxa de transmissão também caiu e está abaixo de um, em 0,98.



“A gente pode considerar que apesar da gente ter chegado nos 6 mil casos, nós temos um número maior de pessoas testadas no município e nós também conseguimos reduzir a taxa de transmissibilidade. Tanto que o Hospital Regional Tarcísio Maia fez uma inversão nos leitos de UTI. Onde a gente tinha 20 leitos de UTI Covid, passaram a ser UTI geral e os 9 leitos de UTI geral, passaram a ser Covid”, destaca a Secretaria Municipal de Sáude, Saudade Azevedo.


Apesar dos números que indicam a redução na quantidade de pessoas infectadas, as autoridades ainda pedem cautela e que a população respeite as normas estabelecidas pra conter o novo coronavírus


“Nós estamos vivendo um momento de mais tranquilidade, vamos chamar assim. Mas nós continuamos em alerta, continuamos em pandemia. O vírus continua circulando na nossa cidade, no nosso país. E os cuidados ainda devem ser mantidos, como uso das máscaras, higienização das mãos e o distanciamento”, reforça a secretária de saúde.


Fonte: G1

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Galinha 'adota' oito filhotes de cadela após animal dar à luz em ninho

Uma galinha 'adotou' oito filhotes de cachorro que nasceram em um ninho do quintal de uma casa no município de Ielmo Marinho, na Grande Natal. A ave compartilha a proteção dos cães com uma cadela, que é a mãe biológica deles.


Galinha adotou filhotes após cadela dar à luz em ninho — Foto: Cedida
Galinha adotou filhotes após cadela dar à luz em ninho — Foto: Cedida


Dona dos animais, a aposentada Francisca Teixeira conta que a cadela Joaquina, que tem um ano e oito meses de idade, pariu no dia 16 de agosto desse ano os filhotes no local em que a galinha costuma por ovos. Sem se incomodar com a situação, a ave começou a ajudar na criação dos bichinhos, os aquecendo debaixo das asas e limpando-os com o bico.



Protetora, a galinha ameaça bicar qualquer pessoa que se aproximar para pegar um dos cachorros. “Ela protege mesmo, não deixa ninguém chegar perto”, conta dona Francisa. “Nunca vi algo parecido na minha vida”, finaliza.


O veterinário José Newton explica o curioso relacionamento entre os animais de espécies distintas. “Esse comportamento da galinha é chamado de habilidade materna. É a capacidade que o animal tem de abrigar e proteger seus filhotes, mesmo os adotados, como é esse caso. A gente vê nitidamente o gesto de amor e carinho que ela tem com os filhotes”, explica.


Dona Francisca conta que a relação entre os animais foi tranquila desde o início. “A cachorra não mexeu com os ovos da galinha, nem a galinha mexeu com os filhos da cachorra, elas se tornaram amigas. Quando a cachorra sai para comer fora, a galinha fica cuidando dos bichinhos, diz.


Cadela e galinha ficaram amigas  e cuidam juntas dos filhotes — Foto: Cedida
Cadela e galinha ficaram amigas e cuidam juntas dos filhotes — Foto: Cedida


Fonte: G1

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Brasil registra total de 117.756 mortes pelo novo coronavírus; média de óbitos é de 950 por dia

O consórcio de veículos de imprensa divulgou novo levantamento da situação da pandemia de coronavírus no Brasil a partir de dados das secretarias estaduais de Saúde, consolidados às 20h desta quarta-feira (26).


Números do novo coronavírus no Brasil e no Paraná | Saúde Debate


O país registrou 1.090 mortes pela Covid-19 confirmadas nas últimas 24 horas, chegando ao total de 117.756 óbitos. Com isso, a média móvel de novas mortes no Brasil nos últimos 7 dias foi de 938 óbitos, uma variação de -5% em relação aos dados registrados em 14 dias.


Em casos confirmados, já são 3.722.004 brasileiros com o novo coronavírus desde o começo da pandemia, 47.828 desses confirmados no último dia. A média móvel de casos foi de 37.370 por dia, uma variação de -16% em relação aos casos registrados em 14 dias. Nesta quarta-feira, completam seis meses desde o registro do primeiro infectado no Brasil.


Brasil, 26 de agosto

Total de mortes: 117.756

Registro de mortes em 24 horas: 1.090

Média de novas mortes nos últimos 7 dias: 938 por dia (variação em 14 dias: -5%)

Total de casos confirmados: 3.722.004

Registro de casos confirmados em 24 horas: 47.828

Média de novos casos nos últimos 7 dias: 37.370 por dia (variação em 14 dias: -16%)

(Antes do balanço das 20h, o consórcio divulgou dois boletins parciais, às 8h, com 116.692 mortes e 3.674.721 casos; e às 13h, com 116.964 mortes e 3.683.224 casos confirmados.)


Estados


Subindo: RJ, GO, AP, TO e BA.

Em estabilidade, ou seja, o número de mortes não caiu nem subiu significativamente: RS, MG, SP, DF, MS, PA, RO, PB e RN.

Em queda: PR, SC, ES, MT, AC, AM, RR, AL, CE, MA, PE, PI e SE.


Essa comparação leva em conta a média de mortes nos últimos 7 dias até a publicação deste balanço em relação à média registrada duas semanas atrás (entenda os critérios usados pelo G1 para analisar as tendências da pandemia).


Sul


PR: -18%

RS: 0%

SC: -34%

Sudeste


ES: -22%

MG: -6%

RJ: +67%

SP: -15%

Centro-Oeste


DF: -5%

GO: +33%

MS: +3%

MT: -25%

Norte


AC: -27%

AM: -37%

AP: +67%

PA: +7%

RO: +6%

RR: -70%

TO: +31%

Nordeste


AL: -23%

BA: +22%

CE: -37%

MA: -19%

PB: +1%

PE: -30%

PI: -19%

RN: +9%

SE: - 42%


Fonte: G1

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'Ele é o presidente e é quem decide', diz Guedes sobre crítica de Bolsonaro ao Renda Brasil

Ele é o presidente e é quem decide', diz Guedes sobre crítica de Bolsonaro  ao Renda Brasil | Blog da Cristiana Lôbo | G1


Em meio às críticas do presidente Jair Bolsonaro à proposta da equipe econômica de extinguir programas sociais a fim de compor a receita para o pagamento do auxílio emergencial na transição até a criação do Renda Brasil, o ministro da Economia, Paulo Guedes, demonstrou tranquilidade e disposição para atender às exigências do presidente.


"Está tudo equacionado. Não tem truque e nem fura-teto. Tudo será feito com total transparência", disse ao blog por telefone.


O mercado reagiu mal às declarações do presidente em Minas Gerais, e o efeito foi a queda da bolsa e alta do dólar.


Bolsonaro terá nova rodada de conversas com ministros e assessores para decidir o valor e a composição do programa de ajuda financeira aos mais pobres — o valor a ser fixado nesse período de transição de setembro a dezembro deve ser o mesmo a ser pago pelo Renda Brasil, sucessor do Bolsa Família a partir de 2021.


Há, porém, uma outra questão a ser definida pelo presidente: qual será o público-alvo dos dois períodos. Hoje, o auxílio emergencial de R$ 600 é pago a 64 milhões de brasileiros e o Bolsa Família, a 14 milhões de famílias.


O ministro Paulo Guedes não parece abalado com as críticas públicas do presidente.



"É assim mesmo. Ele é o presidente e é quem decide", disse o ministro, afirmando que caberá à equipe dele apresentar "o cardápio" de programas que podem ser unificados ao atual Bolsa Família.

"As coisas são assim mesmo: a economia é o cara que faz o papel de mau, e a política é o cara que faz o papel do bem", brincou o ministro.


Na reunião desta terça-feira, no Palácio do Planalto, quando Bolsonaro decidiu suspender as discussões sobre a composição do Renda Brasil, o ministro Onyx Lorenzoni apresentou uma proposta de reunir 27 programas sociais e mais o abono salarial e o seguro-defeso como alternativa de receita para alcançar o benefício de R$ 300 mensais desejados pelo presidente para o novo programa.


Bolsonaro rechaçou a ideia de incluir o seguro-desemprego entre os programas que iriam compor o Renda Brasil.


"Seria tirar dos pobres para dar aos mais pobres", disse Bolsonaro na reunião, rejeitando a proposta — frase que ele repetiu nesta quarta-feira na visita a Minas Gerais.


Nas próximas conversas, o presidente terá de decidir qual o público-alvo do programa de transição, que atualmente beneficia 64 milhões de pessoas, e qual será o público-alvo do Renda Brasil — se serão mantidas as 14 milhões de famílias ou se vai ampliar para mais brasileiros. A ideia inicial é incorporar pelo menos mais 10 milhões de pessoas.


Bolsonaro já teria compreendido que há diferenças na lógica dos dois programas.


O auxílio emergencial foi pago aos brasileiros penalizados pela pandemia e que perderam o emprego ou que não constavam dos cadastros do governo, os chamados "invisíveis ao Estado".


O Bolsa Família, que vai ser tornar Renda Brasil, é um programa de assistência social e que busca a erradicação da pobreza.


Para Guedes, o presidente "é um animal político, muito intuitivo" e, por isso, vê as consequências e dificuldades em ter um programa que paga R$ 600 para 64 milhões de pessoas e depois ter de reduzir esse valor para R$ 250. "É natural que ele diga que a solução está errada", afirmou.


"O fato é que nossa proposta será de um programa sustentável", disse o ministro.


Fonte: G1

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Mulheres têm resposta imune mais eficiente ao coronavírus do que os homens, sugere estudo liderado por brasileiros

 Uma pesquisa publicada nesta quarta-feira (26) na revista científica "Nature", uma das mais importantes do mundo, sugere que as mulheres têm uma resposta imune mais eficiente ao novo coronavírus (Sars-CoV-2) do que os homens. O estudo é liderado por pesquisadores de vários países, inclusive brasileiros, na Universidade de Yale.


Agente de saúde guia pacientes para testagem de Covid-19 em Seoul, na Coreia do Sul, nesta quarta-feira (26). — Foto: Ahn Young-joon/AP
Agente de saúde guia pacientes para testagem de Covid-19 em Seoul, na Coreia do Sul, nesta quarta-feira (26). — Foto: Ahn Young-joon/AP


Os cientistas analisaram 98 pacientes (47 homens e 51 mulheres) e concluíram que as mulheres desenvolveram uma resposta mais eficiente das células T, um tipo de célula de defesa do corpo, do que os homens, o que contribuiu para que desenvolvessem menos casos graves.


Além disso, elas tiveram menos respostas inflamatórias à doença do que os homens.


"Existe uma diferença na resposta contra o vírus, com os homens desenvolvendo uma resposta inflamatória acentuada e as mulheres, uma resposta de células T mais eficiente", explica Carolina Lucas, pesquisadora brasileira de pós-doutorado em imunobiologia em Yale e uma das líderes do estudo.


Carolina Lucas, pesquisadora brasileira em Yale — Foto: Divulgação/Yale
Carolina Lucas, pesquisadora brasileira em Yale — Foto: Divulgação/Yale


A resposta inflamatória à Covid-19 é uma reação "exagerada" do sistema imune, que causa a chamada "tempestade de citocinas" no corpo e pode levar à morte.


Em um estudo anterior, o grupo de pesquisa da brasileira em Yale mostrou que essa reação exagerada no início da doença pode prever se a pessoa terá complicações pela infecção.


Como já era esperado, os cientistas perceberam, nesta pesquisa, que essas citocinas estavam elevadas em todos os pacientes com Covid-19 quando comparados ao grupo controle (que não tinha a doença). Mas os homens tiveram mais citocinas do que as mulheres, explica Lucas.


29 de junho: Mulher ajusta máscara contra Covid-19 em Los Angeles, na Califórnia, enquanto homem segura uma máscara ao andar na rua. — Foto: Frederic J. Brown / AFP
29 de junho: Mulher ajusta máscara contra Covid-19 em Los Angeles, na Califórnia, enquanto homem segura uma máscara ao andar na rua. — Foto: Frederic J. Brown / AFP


"Por outro lado, as mulheres não têm essa inflamação acentuada e têm uma resposta de células T mais robusta", afirma Carolina Lucas.

As células T fazem parte da resposta imune do corpo e têm, entre outras funções, destruir células infectadas com qualquer tipo de vírus (inclusive o Sars-CoV-2).


Resposta se manteve mesmo nas mais velhas

Os cientistas também perceberam que as mulheres mantiveram essa eficiência na resposta imune mesmo em idades avançadas, o que não ocorreu com os homens. A idade é um fator de risco para a Covid-19: quanto mais velha for a pessoa, maior é a chance de que ela desenvolva um quadro grave da doença e venha a morrer.


"As mulheres, mesmo de 90 anos, estão mantendo uma resposta de mulheres mais novas, mas a gente não vê isso em homens. Com o passar da idade, os homens têm um declínio na resposta imune", destaca a cientista brasileira.


Desde o início da pandemia, os cientistas já vinham percebendo que os homens tinham uma tendência a quadros mais graves da Covid-19, mas ainda não está totalmente esclarecido por que isso acontece. A pesquisa do grupo tentou contribuir nesse sentido.


Lucas alerta que desenvolver um quadro grave da doença não depende apenas do sistema de defesa do corpo.


"O que a gente tentou fazer foi caracterizar a resposta imune. Mas é muito mais complexo: existem diferenças hormonais, comportamentais, que podem ser associadas com um quadro mais grave. Por exemplo, na China, os homens são mais fumantes do que as mulheres, e isso pode ter tido uma contribuição para o desenvolvimento de quadros mais graves", lembra.


Por outro lado, ressalva a pesquisadora, "apesar da boa notícia quanto à resposta imunológica, é importante lembrar que mulheres estão mais vulneráveis economicamente e socialmente nesta pandemia, com maior desemprego, queda de renda, menor produção, maiores taxas de violência doméstica e feminicídio", destaca.


Implicações para vacina

No estudo, os cientistas também levantam a possibilidade de que uma eventual vacina para a Covid-19 pode beneficiar os homens se estimular, de alguma forma, a atuação das células T.


"Se uma vacina puder aumentar as respostas de células T masculinas melhor do que o vírus, isso beneficiará os homens", afirmou a pesquisadora Akiko Iwasaki, autora sênior do estudo, ao G1.

"Por outro lado, em algumas mulheres com citocinas inflamatórias elevadas, direcioná-las com terapia anti-inflamatória pode ser benéfico", ponderou Iwasaki.


Em sua conta no Twitter, ao comentar a pesquisa, a pesquisadora lembrou que "sexo importa quando estamos falando de prevenção e tratamento da Covid-19".


Men who developed poor T cell activation at baseline went on to develop worse disease, while women who developed proinflammatory cytokines/chemokines at baseline went onto develop more severe disease. Sex matters in how we should think about #COVID19 therapy and prevention. (8/n) pic.twitter.com/MK1PAkgzKm


— June 11, 2020

Carolina Lucas afirma que o fato de ser homem já significa um fator de risco para o paciente.


"Obviamente, qualquer vacina que tente entender melhor os grupos de risco seria seria mais interessante, porque são os grupos mais afetados. Tudo isso teria que ser levado em conta para gerar uma vacina funcional, sabendo que essas pessoas têm essas limitações", avalia.


"Isso não vai causar nenhum dano para uma mulher. Ela, pelo simples fato de ser mulher, já tem uma resposta um pouco diferente, já tem um benefício por ter essa resposta diferente, mas essa vacina não vai ser prejudicial", diz Lucas.


"Então, se a gente conseguir olhar para coisas que não estão funcionando tão bem em grupos de risco, vai conseguir gerar uma vacina eficiente para todo mundo. E o objetivo da imunização em massa, mesmo o conceito de imunidade de rebanho, é que você consiga proteger, principalmente, o grupo de risco", lembra.


Fonte: G1

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Bolsonaro diz que a proposta atual do Renda Brasil está suspensa

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido), disse nesta quarta-feira (26), em evento na Usiminas em Minas Gerais, que a atual proposta do Renda Brasil está suspensa. O programa é aposta do governo para turbinar a popularidade do presidente, mas enfrenta resistência da equipe econômica. Guedes sugere pagamento de até R$ 250, mas Bolsonaro quer valor maior.


"Ontem discutimos a possível proposta do Renda Brasil ,e falei está suspenso. A proposta como apareceu para mim não será enviada ao parlamento. Não posso tirar de pobre para dar a paupérrimos", disse.

Com essa afirmação, Bolsonaro garantiu que não pretende tirar os recursos de outros programas para custear o Renda Brasil - que deve surgir como substituto do Bolsa Família.


"Não podemos fazer isso aí, como por exemplo, a questão do abono para quem ganha até 2 salários mínimos , que seria um 14º salário, não podemos tirar isso de 12 milhões de pessoas para dar ao Bolsa Família, ao Renda Brasil ou como for chamar esse novo programa", concluiu.


As declarações repercutiram nos mercados, em meio às incertezas sobre a agenda do governo para as contas públicas e as preocupações com as divergências entre a equipe de Guedes e Bolsonaro. Por volta de 13h15, o dólar subia 1,18%, negociado a R$ 5,59 e o Ibovespa caía 1,54%, aos 100.546 pontos.


Queda de braço

Com a crítica pública à proposta, o presidente frisou a insatisfação nos rumos da discussão com a equipe de Guedes sobre o novo programa. No governo se instalou um impasse para criação do benefício.


De um lado, o presidente resiste sinalizando que quer manter todos os programas sociais já existentes, enquanto o ministro Paulo Guedes debate nos bastidores eliminar benefícios não tão distributivos para 'vitaminar' o Renda Brasil. (veja a análise abaixo)


Auxílio emergencial

Bolsonaro reafirmou ainda que vai manter o auxílio emergencial até dezembro - ainda sem valor definido -, mas destacou que o país precisa voltar a produzir.


"Ou o Brasil começa a produzir, fazer o plano que interessa a todos nós, que é o emprego, o melhor plano social que existe, ou estamos fadados ao insucesso", afirmou.


Bolsonaro participou de enento de religamento de forno na Usiminas — Foto: Joana Teles/Inter TV dos Vales
Bolsonaro participou de enento de religamento de forno na Usiminas — Foto: Joana Teles/Inter TV dos Vales


Religamento de forno

O presidente está em Ipatinga, onde participou da retomada das operações do forno 1 da siderúrgica Usiminas. O equipamento é um dos 3 operados pela gigante siderúrgica na cidade e estava parado desde abril, por causa da pandemia do coronavírus.


No evento, acompanhado por mais de 300 trabalhadores e pelos ministros Braga Neto e General Heleno, o presidente destacou a necessidade da participação do povo na retomada econômica do país.


"Não posso fazer milagre e conto com cada um dos brasileiros para que possam fazer o melhor de si para tirar o Brasil da situação difícil que se encontra, que não é de hoje. Precisamos gerar emprego, trabalhar, e que cada um, na medida do possível, busque seu sustento com o suor do próprio rosto", afirmou.


Agenda na cidade

Bolsonaro chegou à cidade por volta de 10h e esteve com apoiadores que o aguardavam. O presidente não usou máscara de proteção contra a Covid-19, que éobrigatória no estado , e provocou aglomeração.


Após a visita às instalações da empresa, que terminou por volta das 13h, o presidente seguiu para um almoço e depois é aguardado em evento pró-governo com simpatizantes.


Fonte: G1

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Morte de Marielle: STJ mantém decisão que obriga Google a entregar dados para investigação

Por 8 votos a 1, a Terceira Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ) rejeitou um recurso e manteve a ordem para que o Google entregue dados para embasar a investigação dos assassinatos da vereadora do Rio Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes.


Esse material, dizem os investigadores, é essencial para se chegar aos mandantes do crime. O Google argumenta que a medida fere o direito à privacidade dos usuários e que pode transformar um serviço de pesquisa na internet em ferramenta para vigilância indiscriminada dos cidadãos.


A maioria dos ministros votou para manter a decisão da Justiça do Rio, para que a empresa entregue ao Ministério Público do Rio informações relacionadas a números IP – que significa "protocolo da internet", em português - e a Device ID, que é a identificação de computadores e celulares e que está atrelada às pessoas.


O cruzamento das informações do IP com o Device ID permite a localização de alguém.


Essa decisão da Justiça do Rio atendeu a pedido feito em agosto de 2018 pela Polícia Civil e pelo Ministério Público do Rio, e determina ao Google a entrega da lista dos IPs e Device IDs de usuários que pesquisaram as combinações de palavras "Marielle Franco", "Vereadora Marielle", "Agenda vereadora Marielle", "Casa das Pretas", "Agenda vereadora Marielle", e "Rua dos Inválidos", entre os dias 7 de 14 de março de 2018 - quando Marielle e Anderson foram assassinados.



Momentos antes do crime, Marielle participou de um debate na Casa das Pretas, um espaço cultural localizado na Rua dos Inválidos, no Centro do Rio.


Os dois acusados de serem os executores — o sargento reformado da Polícia Militar Ronnie Lessa e o ex-soldado da corporação Élcio Queiroz — estão presos desde março do ano passado.


Votos

A maioria do colegiado seguiu o voto do relator, Rogerio Schietti, que não viu ilegalidade na requisição e na entrega dos dados.


Segundo Schietti, a ordem judicial para a quebra do sigilo delimitada por parâmetros de pesquisa em determinada região e em período de tempo específico não se mostra medida desproporcional, sendo que não impõe risco à privacidade e intimidade dos usuários atingidos.


O ministro disse que a medida é essencial para ajudar na elucidação do crime e criticou a resistência da empresa.


“Essas mesmas estruturas tecnológicas que nos invadem com fornecimento de nossos dados para empresas, fornecerem serviços de venda de produtos, essas mesmas empresas que deveriam se preocupar com nossa invasão de privacidade agora se colocam de maneira ferrenha contra uma simples investigação de dois assassinatos”, disse Schietti.


Manifestantes protestam por investigação sobre quem mandou matar Marielle no Centro do Rio — Foto: Raoni Alves/G1
Manifestantes protestam por investigação sobre quem mandou matar Marielle no Centro do Rio — Foto: Raoni Alves/G1


O relator elogiou as investigações, que não se limitaram a métodos tradicionais, como depoimentos e acareações. Ele citou ainda que a morte tem relação com agentes estatais.


“São assassinatos que dizem respeito a uma reação de agentes estatais contra a atuação de uma mulher negra, da favela, que dedicou a sua vida em defesa dos direitos humanos e de minorias que são oprimidas por setores podres do Estado brasileiro que invadem residências na periferia, que cometem violência contra, sobretudo, negros, pessoas pobres, vilipendiam os mais comezinhos direitos humanos”.


O voto do relator foi seguido por Antonio Saldanha, Reynaldo Fonseca, Ribeiro Dantas, Joel Paciornick, Felix Fischer, Laurita Vaz e Jorge Mussi.


Saldanha também reforçou a crítica à conduta da empresa.


“A política da Google não pode estar acima de um Estado. Uma barbárie que teve repercussões internacionais, e no momento que precisa de suporte de um órgão tecnológico, que supostamente presta serviço à comunidade, recebe a negativa para dificultar. Qual o fundamento? A base? Tanto tempo se perdeu para se valer de uma política de privacidade, que não prevalece na hora de disponibilizar nossos dados para propaganda e coisas do gênero, que invadem nossa esfera de individualidade cotidianamente”, afirmou.


O ministro Reynaldo Fonseca defendeu que a empresa precisa cumprir ordens judiciais.


“Informação é poder. As empresas devem entender que há também lei neste país e que há juízes nesse país, com cometimento, proporcionalidade, fundamentalidade, tudo isso que são garantias dadas pela Constituição que não autorizam que a macrocriminalidade... que fiquemos à margem desses acontecimentos da sociedade, sem qualquer chavão ou discurso ideológico. Estamos diante de investigação específica onde se pede dados geográficos que foram sopesados por duas instâncias”.


O ministro Sebastião Reis foi o único a votar a favor do recurso do Google, por considerar que a requisição e a ordem judicial para a entrega dos dados foram genéricas.



“Há uma generalidade aqui, não sei a dimensão dessas informações. Se a informação é poder na mão do Google também é na do Ministério Público. Acho pelo menos que a decisão que determinou a entrega das informações deveria apresentar explicação cabível da amplitude”, disse.


Google x MP

Advogado do Google, Eduardo Mendonça afirmou que a empresa não se recusou a auxiliar as investigações do caso, sendo que foram entregues dados de mais de 400 pessoas e informações de quebras de conteúdo de 30 pessoas.


A defesa da empresa afirmou que o recurso tinha o objetivo de esclarecer os limites dessa cooperação e que a ordem da Justiça do Rio foi genérica, com potencial para atingir milhares de pessoas. Segundo a empresa, a lei não contempla esse tipo de medida.


“A questão é saber se há limites e se os limites são os que a lei determina ou os limites da boa intenção, do bom senso. A atividade deve se conter no que a lei determina e não nessa ideia de boas intenções. Muitas ordens específicas foram cumpridas. O que se questiona são ordens absolutamente genéricas. Elas se destinam a pessoas aleatórias”, disse Mendonça.


Segundo o advogado, “uma ordem normal se identifica um alvo e aqui se pede uma engenharia reversa em que a empresa tem que acessar a plataforma e buscar quem possa se incluir nesse padrão genérico".


"Nós entendemos que nenhuma norma jurídica no Brasil autoriza esse tipo de medida”, disse.


O procurador do Estado do Rio, Orlando Neves Belém, afirmou que o acesso aos dados não fere o direito à privacidade dos usuários. Ele afirmou que, no mundo atual, é impossível e inviável a subsistência de qualquer tarefa investigativa que não permita a atuação ampla e negou que a ordem para entrega da informações seja genérica.


“Nós buscávamos dados a partir de base de pontos geográficos e com limite temporal. Não é situação ampla, definida em tempo e espaço. Não há possibilidade de nós termos afrontado o direito à privacidade”, afirmou.



Segundo o procurador, as informações vão contribuir para se chegar aos mandantes do crime, e a requisição do material foi feita com base na lei do Marco Civil.


“Não iriamos fazer nenhum pedido que não fosse respaldado em lei. Temos empenhado esforços em obter todos os elementos para alcançar os mandantes, para poder conseguir chegar aos mandantes. Temos a definição dos executores, mas precisamos continuar. Isso é possível e o reitor ou o juiz não pode ser a Google, que não pode se opor às ordens”.


Fonte: G1

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