domingo, março 25, 2018

Tragédia – Pai mãe e filho morrem em trágico acidente em São Francisco do Oeste/RN


Um trágico acidente foi registrado na noite deste domingo 25 de março de 2018 por volta das 18:30hs, as primeiras informações que o Blog do Cobra obteve foi que um veículo tipo Toyota Hilux ano 2015 de cor branca placa QGA – 3836 Pau dos Ferros, conduzido pela pessoa até o momento identificada como Sueldo dono e proprietário do Posto Segundo Melo em Pau dos Ferros.

O acidente segundo informações de populares teria ocorrido quando a pessoa de Sueldo seguia sentido a Pau dos Ferros na BR – 405 quando próximo a Vila Cachimbo Acesso Zona Rural de São Francisco do Oeste teria colidido com uma Traxx que vinha sendo conduzida pela pessoa até então identificada como Junior sobrinho do proprietário do Colégio e Faculdade Evolução Anchieta Raulino.

Após a batida mãe e pai vieram a óbito no local a criança ainda chegou a ser socorrida para o Hospital Regional de Pau dos Ferros, mas devido às gravidades dos ferimentos não resistiu e veio a óbito.
A Polícia Militar se encontra no local fazendo isolamento à espera da equipe técnica do ITEP Mossoró “Médico Legista” para realização de perícia, e também a PRF Polícia Rodoviária Federal para os procedimentos cabíveis.

A polícia militar informou que ainda não contém os nomes das vítimas devido os mesmos reside há pouco tempo no Estado do Rio Grande do Norte os mesmos anteriormente residia nono estado do Acre, os mesmos teriam vindo e estariam fazendo Faculdade na Faculdade e Colégio Evolução, seu filho de 2 aninhos também estudava no Colégio Evolução

Fonte: Blog do Cobra
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Nota de pesar e suspensão das aulas dessa segunda-feira no Evolução

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É com enorme pesar que a Faculdade e o Colégio e Curso Evolução informa a toda sua comunidade estudantil (Faculdade, Colégio e Cursinho Pré-Enem) que todas as aulas desta segunda-feira (26 de março) estarão suspensas.

O medida se deu em decorrência de um sinistro ocorrido com alguns familiares dos mantenedores da instituição. (veja aqui)

As aulas terão seu retorno normal na terça-feira, 27 de março.

Desde já, agradecemos a compreensão de todos neste momento, e que Deus possa confortar os familiares e amigos dos envolvidos.

Assessoria do Evolução
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Nota de Pesar do Prefeito Ciro Bezerra e Vice-prefeito Paulo César



Em nome da Prefeitura Municipal do Itaú, Prefeito Ciro Bezerra, e o Vice-Prefeito Paulo Cesar, se solidarizam com a família e amigos pelo falecimento do nosso amigo Francisco Pinheiro de Morais (Chico de Escolástico) ocorrido neste dia de hoje.

Neste momento de dor, nos solidarizamos com seus familiares ratificando nosso voto de pesar pela grande perda e agradecimentos a dedicação e trabalho deste grande homem ao Município Itaú.

Ciro Bezerra
Paulo Cesar
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Atentado: Homem tenta matar a esposa com golpes de tesoura em Mossoró

ImagemA ocorrência foi registrada na manhã deste domingo 25 de março de 2018 no condomínio, Carlito Lima no bairro Nova Betânia em Mossoró, região Oeste do Rio Grande do Norte.

Segundo informações da polícia militar, populares que moram no condomício, ligaram para o 190, após ouvirem gritos, de socorro.

Quando a guarnição da PM chegou no local a vítima, já havia sido socorrida por meios próprios para o Hospital Tarcísio Maia.

A Pm informou que a pessoa identificada como Genildo Duarte, teria tentado matar sua esposa a golpes de tesoura. O suspeito não foi localizado, uma vez que o mesmo já havia fugido do local. Informações médicas apontam que o estado de saúde da vítima é considerado grave.

Fonte: Fim da Linha
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68° Homicídio em Mossoró 2018: Popular baleado nos Paredões morre no Hospital Tarcísio Maia

ImagemMossoró, cidade localizada na região Oeste do Rio Grande do Norte registra nesta manhã de domingo, 25 de março de 2018, mais uma morte violenta provocada por disparos de arma de fogo.

Adonias Junior Fernandes Pessoa de 25 anos de idade, baleado na noite deste sábado (24) no Bairro Paredões não resistiu a gravidade dos ferimentos e morreu nesta manhã de domingod(25) no Hospital Tarcísio Maia pra onde foi socorrido.

O corpo de Adonias sera encaminhado ao ITEP para ser necropsiado. Mossoró chega aos 68 homicídios em 2018.

Imagem

Fonte: Fim da Linha
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No RN, quatro suspeitos morrem após confronto com a PM


Quatro homens morreram após confronto com a Polícia Militar, na manhã deste domingo (25), em um rancho de São Bento do Norte, região central potiguar. Com eles, foram apreendidas duas armas, drogas e rádios comunicadores, segundo informou a PM. Nenhum policial ficou ferido.

O caso aconteceu no início da manhã, segundo a assessoria de imprensa da corporação. O Grupo Tático Operacional de João Câmara foi acionado pelo Destacamento de Caiçara do Norte para dar um apoio às suas equipes na região. A suspeita era de que criminosos estavam escondidos na propriedade rural.

"Ao chegar no local os policiais foram recebidos a tiros, momento esse em que houve o revide à injusta agressão, vindo a atingir quatro indivíduos", informou a PM.

Ainda segundo a PM, feridos, os homens foram encaminhados a um hospital, mas não resistiram e faleceram.

No local, foram encontrados dois revólveres calíbre 38, com balas, drogas, dois rádios comunicadores e um simulacro de arma.

Fonte: G1
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Adolescentes são encontrados mortos na Grande Natal

Os corpos de dois adolescentes de 14 e 17 anos foram encontrados com marcas de tiros na noite deste sábado (24), próximo a um rio na zona rural de Monte Alegre, região metropolitana de Natal. O crime foi registrado por volta das 20h30.

Segundo a PM, uma mulher ligou para o número de emergência (190) e afirmou que viu os corpos ao passar pela ponte do rio Trairi. As vítimas estavam ao lado de uma motocicleta.

A suspeita é de eles tenham sido executados, já que os dois morreram com tiros na cabeça. Os criminosos responsáveis pelo crime fugiram. Apesat de fazer buscar na região, a polícia não deteve nenhum suspeito.

Os adolescentes foram identificados como Nelson Lucas Fernandes, de 17 anos, e Ricardo de Macedo Gomes, de 14 anos.

Após a perícia no local, os corpos foram levados pelo Instituto Técnico-Científico de Perícia (Itep).

Fonte: G1
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Acidente com vítima fatal é registrado entre Viçosa e Portalegre

Foi registrado um grave acidente de moto entre a cidade de Viçosa e Portalegre, diversas informações estão chegando na redação do blog, a vítima foi identificada por Arleudo, segundo informações repassadas pela PM.

Com o impacto a vítima veio a óbito no local, o espaço permanece isolado aguardando a chegada do ITEP.


Fonte: Jornal Potiguar
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Natalense é detido após ser flagrado se masturbando dentro de Loja em Tenente Ananias-RN

Um natalense de 22 anos foi flagrado se masturbando dentro de uma Loja no centro de Tenente Ananias-RN. O caso ocorreu por volta das 09h30 deste sábado(23). 

De acordo com informações da proprietária da loja, o natalense que reside em Tenente Ananias, entrou no estabelecimento comercial e pediu para experimentar um short, momento que desceu a roupa e ficou se masturbando em sua frente. 

Os militares comandados pelo subtenente Franky foram informados e de imediato compareceram ao local e realizaram a prisão do tarado. O qual foi encaminhado ao plantão da 8ª DRPC em Alexandria para as providencias cabíveis.

Fonte: Nosso Paraná RN
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Riachuelo confirma que Flavio Rocha deixa companhia para eleição presidencial

A Guararapes, dona da rede de lojas de vestuário Riachuelo, confirmou nesta sexta-feira que o vice-presidente e diretor de relações com investidores da companhia, Flavio Rocha, deixará a companhia para ser candidato à Presidência da República neste ano.

Segundo a empresa, Rocha continuará a exercer suas funções nos cargos que ocupa até o término do mandato, em 26 de abril.

“No entanto em razão do tempo a ser depreendido no exercício das atividades de candidato à Presidência da República, a companhia informa aos seus acionistas e ao mercado em geral que Flavio Rocha não será indicado para reeleição”, diz trecho do comunicado.

A Reuters publicou nesta semana que Rocha, seria candidato à Presidência da República e que conversa com seis partidos para definir a sua filiação.

Fonte: Extra
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Máquinas e caminhões são apreendidos em área desmatada próximo ao município de Várzea


Auto de infração do IDEMA neste sábado, 23. Oito máquinas e 4 caminhões foram apreendidos apreendidos em uma área desmatada que passa dos 300 hectares, distrito de Una, próximo ao município de Várzea.







Fonte: Blog do BG
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Ex presidiário é morto a tiros dentro de casa abandonada no Papagaio em Macau


No inicio da madrugada deste domingo, 25 de março, a polícia miliar foi acionada com a informação de que vários disparos de arma de fogo teriam sido efetuados no local conhecido como Papagaio na cidade de Macau.

Policiais da RP sob o comando do eficiente Cb Moises, ao chegar no local, se depararam com uma pessoa morta dentro de uma residência abandonada.
Segundo informações, a vítima é a pessoa de Kelbson Rodrigues da Silva, vulgor "Pebinha" ex presidiário e a residência era onde o mesmo dormia.

A polícia está no local realizando o isolamento da área aguardando os peritos do ITEP para a remoção do corpo.
Até o momento sem mais informações do autor ou dos autores deste crime.... 



Fonte: Focoelho
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Chuvas: 133 municípios do RN estão ‘secos’ ou ‘muito secos’



As informações técnicas disponíveis aos principais serviços de meteorologia do Nordeste continuam indicando um inverno com chuvas dentro da média para a região este ano. Esses parâmetros indicam que o veranico neste mês de março chega ao fim no próximo final de semana, mas a Emparn admite a possibilidade da previsão não se concretizar e estarmos diante de mais um ano de seca no Rio Grande do Norte. O serviço de meteorologia já expôs ao governo, esta semana, que os gestores já devem considerar essa possibilidade.

Até a primeira semana de março, quando havia registro de chuvas em quase todas as regiões do Estado, valia a previsão feita por especialistas de vários institutos do país quanto ao inverno entre normal e acima do normal entre os meses de março até maio para o semiárido. Uma oscilação, segundo a Emparn, continua atuando em quase todo o Nordeste e ocasionando a falta de chuvas mesmo quando todos os outros parâmetros indicam que deveria estar chovendo na região.

“Vamos nos reunir na próxima terça-feira, em Recife-PE, para tentar entender o que está havendo. Mas a condição, hoje, é semelhante ao que ocorreu nos últimos cinco anos”, disse Gilmar Bristot, que coordena o serviço de meteorologia da Emparn.
 Segundo ele, os modelos mostram que o veranico iniciado com a chegada do mês de março deve chegar ao fim já no próximo sábado, dia 31. Mas admite que o otimismo já não o mesmo de quando chegaram à conclusão que 2018 iria interromper uma sequência de seis anos de seca severa para o semiárido do Nordeste. “Pode ter um mês de abril com muita chuva? Pode, mas elas eram esperadas mesmo em março, quando historicamente é o mais chuvoso da quadra”.

Para Bristot, se não chover entre 200 milímetros e 250 milímetros o próximo mês, haverá a certeza de mais uma seca. A condição de estiagem em março, segundo ele, é a mesma para todos os estados do Nordeste, com exceção de algumas poucas áreas onde há registro de precipitações nessas duas últimas semanas.

O momento para o agricultor deve ser de cautela, alerta o meteorologista, que orienta a prioridade a culturas como sorgo e feijão em função dos ciclos de colheita mais curtos. As duas próximas semanas serão decisivas para quem plantou aproveitando as chuvas de fevereiro e contava com um mês de março tradicionalmente bom. A lavoura não se desenvolveu aos mais de 20 dias estiagem.

O efeito prático da estiagem é que apenas três municípios potiguares registraram chuvas dentro da normalidade. Até sexta-feira (23), 113 cidades estavam ‘muito secas’ e outras 20, ‘secas’. Este mês, o Governo publicou um novo decreto — o décimo consecutivo — de situação de emergência pela seca em 153 municípios. Uma das maiores preocupações é quanto à situação dos reservatórios que, de um total de 47 açudes e barragens, 32 estão secos ou em volume morto.

Fonte: Tribuna do Norte
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Emparn prevê fim da estiagem após março de poucas chuvas

O veranico das duas últimas semanas chega ao fim no semiárido do Rio Grande do Norte. O fenômeno significa uma estiagem em meio ao período chuvoso do sertão nordestino e é considerado comum pelos meteorologistas, mas o deste ano teve duração acima do normal — é o maior registrado desde a década de 1980, quando o monitoramento do tempo iniciou no Nordeste.

Caicó: Antônio Limeira, 48, colhe produção na horta cultivada com água das primeiras chuvas

Com o fim, de acordo como o meteorologista Gilmar Bristot, as previsões de inverno regular em 2018 não se alteram — as cuuvas podem variar de normal a acima da média. A expectativa é que no próximo fim de semana as precipitações retornem em grande parte dos municípios localizados na região do semiárido.

“O veranico é uma massa de ar quente que parte do Oeste para o Leste, bloqueando as nuvens formadas no Oceano Atlântico. Pelo que observamos, ela está indo embora. O Ceará já registrou chuvas nos últimos dias e alguns municípios do Rio Grande do Norte também. Nós vemos uma massa se formando no Atlântico. Esperamos que,, durante a Semana Santa, as chuvas retornem”, disse Gilmar Bristot, meteorologista da Empresa de Pesquisa Agropecuária (Emparn).

“Um período de estiagem dentro de uma quadra chuvosa interrompe o fluxo de recarga dos reservatórios, principalmente na situação em que estão”, afirmou Josivan Cardoso, diretor-presidente do Instituto de Gestão de Águas (Igarn). “Mas estamos acompanhando e esperando que se concretizem as previsões climáticas das instituições de meteorologia, que até então informam ainda um inverno dentro da média”.

A situação do maior reservatório do Estado, e um dos maiores do Nordeste, representa o temor do sertanejo — a incerteza quanto ao fim da seca, iniciada em 2011 e persistente desde então. A estiagem, no mês que historicamente é sempre o mais chuvoso da estação para o semiárido do Nordeste, adiou a recuperação do nível d’água no maior reservatório do Estado: a barragem Armando Ribeiro Gonçalves. Nessa sexta-feira, dia 23, a barragem voltou ao volume morto.

Hoje, 99 dos 167 municípios do estado estão afetados pela estiagem. Destes, 15 estão em colapso hídrico e são abastecidos pelos carros-pipa com água para consumo humano. Cada morador das cidades atingidas recebe 20 litros de água por dia, para beber e cozinhar.

Os carros-pipa fazem parte da Operação Vertente, do Governo do Estado. Já na segunda fase, a ação custou R$ 16 milhões e foi possibilitada pela transferência de verbas do Ministério da Integração. O convênio termina em maio e, caso não haja novo aporte federal, a situação pode se agravar.

“Existe um projeto para dar continuidade a operação, mas é preciso de recursos. Se não houver sensibilidade do Governo Federal, vai ficar muito difícil. É preciso que haja para mantermos os carros-pipa e também para que o Estado possa realizar obras maiores, como construção de adutoras”, ressaltou o coronel Elizeu Dantas, responsável da Defesa Civil pelas ações de convivência com a seca.

Ainda sem data para ser atendido pelas águas do rio São Francisco, o Rio Grande do Norte depende das chuvas previstas para conter os danos da seca.  “A cada ano se agrava mais a situação no interior do Estado. Oramos todos os dias para que chova. O homem do campo precisa da água para sobreviver, para plantar e ter uma renda”, completou o coronel Elizeu Dantas.

A expectativa de boas chuvas em março — primeiro mês da quadra chuvosa — foi frustrada e deu lugar ao fantasma da “seca verde”. Quem plantou após as chuvas de fevereiro, vive a incerteza da colheita. Para o agricultor Antônio Limeira, 48 anos, haverá bom inverno e o açude Itans (em Caicó-RN) vai encher para garantir fartura.

Hoje
15 municípios estão em colapso hídrico

84 estão em rodízio d'água

Total de municípios afetados pela seca: 99

Antes da quadra chuvosa 16 municípios estavam em colapso hídrico e 83 estavam em rodízio d'água

Total de municípios afetados pela seca: 99

Março de 2017
18 municípios estavam em colapso há um ano

76 estavam em rodízio d'água

Total de municípios afetados pela seca: 94

Fonte: Tribuna do Norte
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Veranico de março compromete inverno


A barragem Armando Ribeiro perdeu 133 bilhões de litros d’água ao longo dos últimos doze meses. Os registros do Igarn mostram que o reservatório tinha 417,9 milhões de m³ em março de 2017 (17,42% da capacidade total), contra 284 milhões (11,86%) no início da última semana. E a situação não é isolada: no mesmo período, o segundo maior reservatório do estado, a barragem Santa Cruz do Apodi, perdeu 54,4 bilhões de litros, e o terceiro, a barragem de Umari, perdeu 9,5 bilhões.

A situação é vista como “natural” pelo Igarn porque os reservatórios entraram no período chuvoso de 2017 com maiores volumes de reservas hídricas do que este ano. “Mesmo que as chuvas tenham ocorrido em maior volume até o momento, é natural que os acumulados estejam pouco melhores ou até abaixo do que se apresentava no ano anterior”, disse o órgão.

Mas até mesmo se comparado com janeiro, antes do período chuvoso, o nível atual desses dois reservatórios é pior. A barragem Santa Cruz do Apodi está com 81,347 milhões de m³ (13,56% da capacidade total), contra 83,691 milhões de janeiro. Já a Umari está com 37,258 milhões m³ (12,72% da capacidade total), 3,4 milhões a menos que no primeiro mês do ano.

“As chuvas ocorridas nestes primeiros meses de inverno ainda não foram capazes de modificar a situação crítica dos 47 maiores reservatórios do Estado, mesmo que timidamente alguns tenham recebido pequeno aporte de água”, ressaltou Josivan Cardoso.

A consequência direta é a quantidade de cidades atingidas. O número saltou de 94 em março de 2017 para 99 este ano. Dentre as atingidas, estão Patu e Messias Targino, próximas a barragem de Santa Cruz do Apodi, em colapso hídrico. 

O último registro do Igarn, na quinta-feira (22), mostrou que 19 reservatórios estão em volume morto e 14 secos, de 47 monitorados. A situação é um pouco melhor que o registrado antes da quadra chuvosa, quando havia 17 em volume morto e 16 secos. Apesar das perdas nos maiores reservatórios, o instituto avaliou as chuvas do início de março positivas. Elas ajudaram a manter o volume existente em alguns mananciais e o tempo de esvaziamento foi reduzido em todos. 

Os maiores ganhos foi no reservatório de Alecrim, em Santana dos Matos. Ele estava seco antes das chuvas. Com o início do período, o reservatório chegou a 14,79% da capacidade total. O manancial Rio de Pedra, também em Santana dos Matos, saiu de 0,08% do volume para 9,53%. E mesmo a barragem Armando Ribeiro se beneficiou, apesar do retorno ao volume morto: ao chover no início do mês, a barragem chegou a 287 milhões de metros cúbicos, representando o maior aumento (27 bilhões de litros) entre os reservatórios.

Fonte: Tribuna do Norte
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O Estado entrou em situação de colapso financeiro e operacional, afirma economista

A Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte (Fiern) deu início ao processo de revisão do Plano de Desenvolvimento Econômico e Promoção de Investimentos do Rio Grande do Norte, mais conhecido como Mais RN. O projeto, que contempla ações nos campos da Infraestrutura, Empreendedorismo, Capital Humano e otimização da prestação dos serviços do Estado, será apresentado aos próximos candidatos ao Governo, que disputarão as eleições no próximo mês de outubro.

Cláudio Porto, Economista e Diretor da Macroplan

O Plano, porém, não é novo. Foi elaborado ao longo de 2013 e apresentado à então governadora Rosalba Ciarlini e aos candidatos ao Poder Executivo à época. Quase quatro anos depois, porém, a sensação do economista responsável pela elaboração do estudo, Claudio Porto, é de frustração. Quase nenhuma das ações elencadas no Mais RN foi posta em prática pelo atual governante, Robinson Faria, de acordo com o próprio Claudio Porto. 

O principal reflexo é a atual situação econômico-financeira do Estado, que sucumbe diante da falta de recursos para investimentos e quitação das folhas de pagamento. “Uma das agendas importantes, desde aquela época, era a necessidade do ajuste fiscal-financeiro, sobretudo para que os Poderes e o Estado firmassem um pacto de solidariedade, e do setor público com os agentes privados para o desenvolvimento do Rio Grande do Norte. Houve agravamento da situação. É necessário ajuste das agendas e inserção da visão empresarial de propostas para os candidatos ao Governo do Rio Grande do Norte”, afirma o economista. 

Na entrevista a seguir, Claudio Porto analisa o atual cenário e aponta saídas para a crise. 

O que mudou, no Estado do Rio Grande do Norte, quando da edição do primeiro Mais RN para a revisão em curso?
Houve, infelizmente, um agravamento muito significativo não só na situação socioeconômica, mas também na situação fiscal e financeira do Estado do Rio Grande do Norte. Infelizmente, o que está acontecendo nesses quatro anos é o que estava previsto para o pior cenário quando nós trabalhamos a concepção do Mais RN. Havia quatro cenários e, o pior deles, é o 'Derrubando o Elefante'. Se você fizer uma leitura, há muitas semelhanças do que está ocorrendo. Nós prevíamos essas possibilidades. Nós desenvolvemos o projeto visando o melhor cenário. Mas, para isso, era preciso que algumas medidas de ajustes fiscais fossem tomadas. Nós tínhamos consciência, já em 2013, que aquela situação difícil já era evidente não só por um questão local, mas também pela deterioração da conjuntura econômica brasileira. 

Em que fase está a atualização do projeto?
Estamos em fase de conversações. Mas a ideia principal é a seguinte: fazendo uma avaliação da agenda do Mais RN, ela permanece válida em todas as suas direções e conceitos principais. O que muda, é que será preciso, independente de quem seja o governador, ter um esforço concentrado em resgatar a capacidade do poder público em servir a população do Rio Grande do Norte. Infelizmente, o Poder Executivo entrou em situação de colapso financeiro e operacional. Não é o primeiro estado a entrar. O Rio de Janeiro está numa situação pior, mas o Rio Grande do Norte está no mesmo caminho. Então, infelizmente, o mais urgente nos próximos quatros é resgatar essa capacidade de atuação do Governo do Estado. Mas, também, em solidariedade com os outros Poderes. Eles tem que entrar num jogo de cooperação para que a gente possa reconquistar a capacidade dessa recuperação e que o Governo do Estado consiga funcionar de uma maneira minimamente normal. 

Por quais motivos os governos Rosalba Ciarlini e Robinson Faria não conseguiram executar o Mais RN?
Numa visão a meia distância, pois eu não acompanho diariamente, seguramente o conjunto de propostas do Mais RN restou subutilizado. Ele não foi levado em conta, não foi considerado com a atenção que seria desejada e mesmo necessária. Desde 2013, se destacava a importância e a urgência de um ajuste fiscal no caso do Estado do Rio Grande do Norte, que já estava numa situação de dificuldade. Essa era um dos pontos que se destacavam. O objetivo     era melhorar as contas do Estado e aumentar a produtividade e capacidade de entrega do Estado e dos Municípios. Eu penso que não só aqui no RN, mas boa parte dos governantes eleitos em 2014 subestimou o tamanho da crise na qual o País já estava mergulhado e estourou em 2015. O ajuste aqui só aconteceu quando já era muito tarde e causando prejuízos à população.

Por que as presidências dos demais Poderes ainda resistem  em atuar em prol do bem público, reduzindo folhas de pagamento, por exemplo?
Essa questão relacionada ao funcionalismo público e ao custo dele é muito difícil de ser tratada, embora não seja impossível. Ela está se tornando cada vez mais necessária no caso do Brasil. Afeta não só o Rio Grande do Norte, mas vários Estados e Prefeituras. O Governo Federal, também. É uma questão importante, mas é difícil politicamente aqui e em outros países. O que estamos vendo é que ou os ajustes se dão a partir de uma medida organizada, planejada entre os governantes, ou a situação se complicará. 

Quais medidas precisam ser adotadas para que se reencontre o equilíbrio econômico/financeiro no estado?
Na minha opinião, levando em conta a situação do RN, são três pontos fundamentais. O primeiro, é que deve haver um pacto para garantir a entrega dos serviços públicos essenciais à população. O mínimo que nós podemos esperar de um governo ou de um poder público é de que as escolas funcionem, os alunos tenham aula; que os postos de saúde e os hospitais, a rede de assistência à saúde funcione; que as polícias estejam nas ruas fazendo seus trabalhos; que se garante o acesso à Justiça. Ao invés de se pensar em obras mirabolantes, é preciso fazer o feijão com arroz primeiro. Nós, cidadãos, pagamos impostos para, em primeiro lugar, o poder público nos restituir com serviços com um nível de qualidade razoável. Isso é o mínimo. O segundo ponto: eu penso que todos nós, enquanto pessoa física, passamos por apertos nesses últimos anos. Mas, a gente foi cuidando das nossas finanças, cortando aqui e acolá. Tá na hora do setor público fazer o dever de casa em termos de ser mais eficiente, mais produtivo e entregar mais com o recurso que já se tem. Inclusive porque, no Brasil, não há mais espaço para aumentar imposto para custear essas questões. É muito importante, inclusive para manter a coesão social, que o poder público em geral faça uma contenção de privilégios e regalias, segure custos e aumente a produtividade para poderem se manter como poderes legítimos dentro da sociedade. Em terceiro lugar, eu acho que um ponto muito importante é o de criar um ambiente mais amigável para os negócios. Quem faz o crescimento não é governo, é o investimento privado. São as empresas, são os empreendedores. São pequenos, médios e grandes negócios que movem a economia. Nós precisamos ter instituições públicas que elas façam cumprir a lei, mas que sejam mais amigáveis com os negócios. Eu fiquei muito assustado com o que aconteceu em relação à questão das facções têxteis. Isso, em outros estados, gerou excitação por causa do risco dessas facções serem transferidas. É um ambiente hostil à criação de empregos, é uma coisa muito estranha. Nós temos que ter mudança de mentalidade no sentido de que o Rio Grande do Norte seja também um estado amigo dos negócios. Negócios privados são bem vindos para gerar riquezas, empregos, produtos de boa qualidade e prosperidade.

O senhor considera que o Rio Grande do Norte é um ambiente que não é atrativo às empresas?
Comparando com outros estados, seguramente, não é dos mais atrativos. Por conta de dificuldades de licenciamento ambiental, questões ligadas a entraves relacionados a contratos de trabalho e os níveis de segurança estão deteriorando muito. O Rio Grande do Norte é uma pérola do ponto de vista de atração turística, é um estado que tem projeção internacional do ponto de vista turístico, mas está perdendo atratividade porque os níveis de insegurança estão aumentando muito. Ou seja, o Rio Grande do Norte está perdendo atratividade em relação a outros estados da região e do País, em relação à atração de negócios, oportunidades de crescimento por causa desse colapso da área pública.

Fonte: Tribuna do Norte
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Frei Betto: Quero Temer candidato para ele se dar conta de seu real lugar

O religioso e escritor Frei Betto, 73, nascido Carlos Alberto Libânio Christo

A militância de Frei Betto começou bem cedo, aos 15 anos, em 1959, na cidade onde nasceu, Belo Horizonte. Era tempo da Juventude Estudantil Católica, braço da combativa Ação Católica. O esposamento formal da vida religiosa se deu em 1965, junto dos dominicanos, contrariando o desejo do pai.

Depois viria o engajamento na luta contra a ditadura militar pós-1964, o auxílio solidário a perseguidos de então, como Carlos Marighella, da ALN (Aliança Libertadora Nacional), defensor da luta armada e apontado como "inimigo número 1" daquele regime de exceção.

Por sua atuação social, acabou preso em duas ocasiões, a segunda, por quatro anos. "Todo verdadeiro cristão é um comunista sem o saber; todo verdadeiro comunista é um cristão sem o crer", assim justificou seu socialismo, outras vezes.

O frade privou da intimidade de grandes nomes da história até mundial, como Fidel Castro, líder da Revolução Cubana. Com depoimentos de Castro escreveu o livro "Fidel e a Religião", publicado primeiro em Cuba, em novembro de 1985. Sucesso editorial no mundo.

Esteve também junto de Luiz Inácio Lula da Silva desde os primeiros atos do movimento grevista dos metalúrgicos do ABC paulista e trabalhou no primeiro governo presidencial de Lula, do qual se desligou por discordâncias.

Entretanto, nunca mudou de lado: o dos mais pobres. "Ninguém escolhe ser pobre. Todo pobre é, de fato, um empobrecido", e assim afasta Deus, lembrando a raiz histórica da pobreza, não divina, na entrevista a seguir. Ele vive há anos num quarto de 5 m² num convento de São Paulo.

Ao UOL, por email, Frei Betto fala do assassinato da vereadora do PSOL Marielle Franco, no Rio, e afirma que as bandeiras que ela defendia, como os direitos dos mais pobres, dos negros e das mulheres, "terão, de cara, grande peso nas eleições deste ano".

Para as eleições de outubro, o religioso, hoje aos 73 anos e 60 livros publicados, gostaria de ver este desejo realizado: "Quero muito que Temer seja candidato. Para se dar conta de seu real lugar na história política do Brasil. E, sendo candidato, ele ajudará a dividir ainda mais os votos da direita, o que favorecerá a oposição".

UOL - O senhor é um religioso da ordem dominicana e tem apreço especial por parábolas bíblicas, sobretudo as do Cristo. Que parábola, antiga ou criada, poderia servir para dar conta do nosso momento atual no Brasil, com vistas a um encaminhamento para o diálogo?

Frei Betto - Sim, no ano passado publiquei, pela editora Vozes, "Parábolas de Jesus - Ética e Valores Universais". A parábola do Bom Samaritano, narrada no Evangelho de Lucas, capítulo 10, versículos 25-37, bem se aplica ao Brasil atual. Narra a história de vítima de assalto, caída à beira da estrada, ferida, diante da qual passam indiferentes dois religiosos: um sacerdote e um levita. Porém, um samaritano, que era segregado pelos judeus, socorre e cuida do homem.

O principal problema brasileiro é a desigualdade social. Nossas ruas estão repletas de pessoas que mais parecem trapos humanos deitados à porta de prédios suntuosos e ao lado de produtos de ostentação, como carros de alto luxo. 

O diálogo deve ter como tema prioritário o combate à desigualdade. Como abraçar o exemplo do samaritano diante de tantos caídos à beira da estrada.

O senhor foi um dos perseguidos pela ditadura militar de 1964, tendo inclusive sido preso político [em dois períodos: em junho de 1964 e de 1969 a 1973, dois dos quais entre presos comuns]. Como o senhor observa a convocação das Forças Armadas para cuidar da segurança pública do Rio de Janeiro e, talvez, como já indicaram, em outros lugares? É correto dizer que vivemos uma militarização da política?

Recorrer aos militares é admitir o fracasso dos políticos e querer atribuir a eles uma tarefa para a qual não são preparados.

O Rio precisa é de intervenção civil

Frei Betto

Os governantes deveriam renunciar, e eleições antecipadas serem convocadas. Enquanto não houver ações sociais nas favelas (educação, cursos profissionalizantes, esporte etc.) e combate à banda podre da polícia, nada haverá de mudar, infelizmente.

"Marielle é, hoje, uma mulher insepulta." É uma afirmação do senhor em artigo recente. Ela seguirá viva, diz.

Marielle se soma a tantos mártires da luta por direitos humanos, como Chico Mendes [líder seringueiro assassinado em 22 de dezembro de 1988, em Xapuri (AC)], Dorothy Stang [missionária que veio dos Estados Unidos, assassinada em 12 de fevereiro de 2005, em Anapu (PA)] e frei Tito de Alencar Lima [religioso brasileiro preso e torturado pelo governo instaurado com o golpe de Estado de 1964; foi encontrado enforcado em Éveux (França), em 10 de agosto de 1974]. Ela é, sim, uma mulher insepulta, como [Mahatma] Gandhi [líder da independência da Índia, assassinado em 30 de janeiro de 1948, em Nova Déli] e [Martin] Luther King [ativista dos direitos humanos e da causa negra, assassinado em 4 de abril de 1968, em Memphis (EUA)], são homens insepultos. Estarão sempre vivos na memória de quem abraça os valores pelos quais deram a vida.

O jornal "The Washington Post" estampou em manchete de primeira página a foto dela, dizendo que se tornou um "símbolo global". Milhares foram às ruas no Brasil para protestar conta a morte dela. De que se constitui esse símbolo, na sua visão? Tem gente que critica, vendo uso político da morte. O senhor concorda?
Nada mais imbecil do que afirmar que há uso político da morte dela. O mito da neutralidade foi há tempos sepultado, inclusive nas ciências. Em tudo há política. Marielle encarnava temas priorizados nas pautas políticas atuais: mulher, negra, homossexual e de esquerda, ousava denunciar os abusos da polícia nas favelas. Bastava um item destes para torná-la referência histórica após seu bárbaro assassinato.

Quem matou Marielle, na sua opinião? Com que objetivos?

Aqueles que se sentem incomodados com as bandeiras que ela encarnava e defendia. Nunca prestaram atenção nestas palavras de Jesus: "Se calarem as suas vozes, as pedras gritarão" (Evangelho de Lucas, 19, 38-40). Agora somos todos(as) Marielle!

Marielle coloca a defesa da dignidade humana, do respeito à vida, como grande questão. Uma articulação entre cidadãos se abre como possibilidade de novas conexões, com vistas a melhorar a cidadania e a participação política das pessoas, a partir de sua morte?

Até o assassinato de Chico Mendes não se dava a devida importância à questão ecológica no Brasil. O sangue derramado por ele fez brotar o tema. O mesmo ocorrerá com as bandeiras defendidas por Marielle. Elas terão, de cara, grande peso nas eleições deste ano.


O senhor é um dos petistas históricos, de primeira hora, dos movimentos sociais que deram base para o partido. Participou, inclusive, do primeiro governo de Lula, em 2003 e 2004 [como assessor especial do presidente da República e coordenador de mobilização social do programa Fome Zero]. Olhando de hoje, o senhor acredita que poderia ter ajudado mais ficando no governo? Quais foram, com os olhos de agora, os piores erros do partido?

Jamais fui filiado a qualquer partido político. A mim são atribuídas atividades que nunca desempenhei. Toda a minha análise crítica dos 13 anos do governo do PT --que considero os melhores de nossa história republicana-- está contida em meus livros "A Mosca Azul - Reflexões sobre o Poder" e "Calendário do Poder", ambos editados pela Rocco.

Embora os governos do PT tenham inibido a inflação, aumentado a renda dos mais pobres, criado fatores de inclusão, como o ProUni [programa de bolsas universitárias] e o sistema de cotas [raciais e econômicas], instalado o Mais Médicos [programa para aumentar a capilarização do atendimento médico, alcançando municípios do interior], apurado os crimes da ditadura com as Comissões da Verdade, facilitado o crédito aos mais pobres etc., eles falharam ao não promover reformas estruturais, como a política (da qual hoje o PT é vítima), e priorizar o acesso da população aos bens pessoais (celular, carro, linha branca etc.), quando deveria ter priorizado o acesso aos bens sociais (educação, saúde, saneamento, transporte etc.).

O PT formou mais uma nação de consumistas que de protagonistas políticos e sociais. Não se fez a alfabetização política de nosso povo

Frei Betto

Não me arrependo de ter deixado o governo. Hoje sou um feliz "ING": "Indivíduo Não Governamental".
Buscando talvez a autocrítica, não se esperava demais do PT e de Lula no poder? Não havia ali, com os governos petistas, certos ideários salvacionistas, da chegada de um salvador para redimir o Brasil? Não foi demais esperar que a classe operária nos levasse ao paraíso?

Se houve esse sentimento religioso, dele não partilhei. Desde os primeiros dias de governo, escrevi em artigos para jornais que havíamos chegado ao governo, mas não ao poder. O poder nem sempre quer ser governo. Ele reside nos bancos, nas grandes empresas, nas multinacionais.

Porém, eu esperava que o PT fosse coerente com as três bandeiras emblemáticas de sua fundação: ser o partido de organização da classe trabalhadora, ser o partido da ética e ser o partido de reformas estruturais.

O senhor escreveu a respeito do deslumbre com o poder, do "picado" pela mosca azul, no livro de 2006 que o senhor citou, "A Mosca Azul". Qual teria sido o antídoto para a picada de tão arguto inseto, no caso de Lula e do PT? A propósito, a nova picada da mosca azul seria uma nova candidatura de Lula?

O antídoto teria sido o PT procurar assegurar a governabilidade "por baixo", com os movimentos sociais que estão na sua origem e são os responsáveis pelas quatro eleições vitoriosas do PT à Presidência.

A nova candidatura de Lula é um direito dele e do partido

Frei Betto

Quem deixa a Presidência, após dois mandatos, com 87% de aprovação, não tem o direito de ficar de pijama em casa vendo TV frente à situação caótica na qual se encontra o Brasil.

O senhor é um religioso da vida modesta, da pregação, do sacrifício. Por que Lula não foi esse exemplo de austeridade e simplicidade? Lembro aqui a figura hoje lendária de Pepe Mujica [presidente do Uruguai de 2010 a 2015] e seu Fusca, como exemplo de nosso continente.

Essa é uma pergunta que só Lula pode responder.

A possibilidade de Lula ser preso tem quais significados, do ponto de vista do senhor? O PT trata o caso como perseguição e Justiça seletiva. O que o senhor pensa?

Até agora não vi nenhuma prova convincente apresentada contra Lula. Como confessou um promotor da Lava Jato, "não temos provas, apenas convicções"...

Estranho que líderes de outros partidos, comprovadamente criminosos, com gravações e documentos, continuem tranquilamente exercendo seus mandatos políticos.

A Lava Jato, ao se partidarizar, perdeu sua credibilidade jurídica e ética

Frei Betto

O senhor é a favor da revisão da prisão em segunda instância? Sua revisão não alimenta a percepção histórica de que a Justiça só vale para o pobre, que rico nunca vai preso?

Sou a favor de uma reforma completa em nosso Código Penal, de modo que a lei impeça detenções provisórias por mais de cinco dias (valendo para todos os presos, inclusive comuns), ponha em liberdade todos os presos detidos há mais de seis meses sem julgamento em primeira instância, mantenha em reclusão domiciliar os condenados em segunda instância e em cárcere os condenados com recursos esgotados em todas as instâncias.

Qual é o futuro político de Lula e do PT? Há perda de protagonismo? Não seria positiva a projeção de outras forças à esquerda?

Há, sim, alternativas na esquerda, como o PSOL e a candidatura a presidente do Brasil de Guilherme Boulos [um dos líderes do MTST, Movimento dos Trabalhadores Sem Teto]. Só o resultado das urnas mostrará qual o futuro político do PT. Lamento que ele tenha abandonado o trabalho de base, o que reduziu consideravelmente aquela militância aguerrida que varava a noite em campanhas políticas.

O governo Temer, cuja legitimidade é contestada desde o impeachment, tem algo a ser destacado, negativo ou positivo? Temer tem alguma chance de se reeleger? Lembro aqui que o poder da caneta e da influência de um presidente é quase ilimitado no Brasil.

Quero muito que Temer seja candidato. Para se dar conta de seu real lugar na história política do Brasil.
E, sendo candidato, Temer ajudará a dividir ainda mais os votos da direita, o que favorecerá a oposição

Frei Betto 

Nesta eleição de outubro, todos os candidatos são de direita, exceto Lula, Boulos e Manuela D'Ávila [pré-candidata do PCdoB].

Há um clamor em parte da sociedade por soluções fortes, imediatas. É um viés autoritário explícito, alimentado em grande parte pelo sentimento de que todos os políticos são corruptos. O capitão reformado Jair Bolsonaro (PSL-RJ), por exemplo, está em segundo nas pesquisas. Defende projetos considerados ultraconservadores. Como o senhor observa esse sentimento latente se tornando explícito?

A direita saiu do armário e a esquerda entrou... Bolsonaro é um avatar sem futuro. Não tem apoio da grande mídia, do sistema financeiro e das Forças Armadas. Não sobrevive ao primeiro debate presidencial.

A crescente participação de denominações religiosas nas eleições mostra que a religião representa um projeto político. Como o senhor analisa esse avanço da religião sobre a política, de um ponto de vista histórico? Não é de hoje que a Igreja Católica também busca dominar a pauta geral do país.
As igrejas sempre procuraram interferir na política brasileira. Os mais espertos são os neopentecostais, que estabeleceram uma estratégia de ocupação do Poder Legislativo e, agora, do Executivo. Breve chegarão ao Judiciário.

Sou pela laicidade do Estado e contra a confessionalização da política, o que a Igreja Católica fez na Idade Média e resultou em tragédia. O trabalho de base, que os partidos progressistas deixaram de fazer nas últimas duas décadas, abriu o espaço ocupado agora pelos evangélicos conservadores.

Hoje, talvez mais do que nunca, circulam informações que não são checadas, outras deliberadamente falsas. Todos falam, mas quase ninguém escuta ou se entende. Como podemos contemplar esse cenário, essa confusão e trazê-la para um universo mais legítimo? Como acertar o discurso de modo a contemplar quem se considera fora do jogo? Como dar essa escuta?

É preciso promover a alfabetização política de nossa população. Esclarecer os jovens a respeito do que significaram 21 anos de ditadura militar no Brasil [1964-85]. Abrir a mente dos oprimidos para que reconheçam as causas da opressão, como propôs Paulo Freire [educador, defensor do ensino da autonomia como base da transformação do país; morreu em 1997, aos 75 anos]. E, sobretudo, organizar em movimentos sociais os marginalizados e excluídos.


Sobre as eleições de 2018, o que o senhor espera? O processo volta a dar uma legitimidade que muitos julgam perdida desde o impeachment de Dilma Rousseff? O senhor prevê renovação? Deveria haver renovação?

Prevejo que o Congresso eleito será tão conservador quanto o atual, embora de caras novas. E, considerando a multiplicidade de candidatos de direita, e a enorme abstenção desde já sinalizada, acredito que será eleito um candidato progressista, de oposição ao governo Temer e de tudo de negativo que ele representa. E fico com o lema que me guia: Guardar o pessimismo para dias melhores!

O que o senhor gostaria de ver realizado no Brasil? Aquele sonho que te movimenta?

Meu sonho é ver um Brasil com menos desigualdade social, sem miséria, e pleno respeito aos direitos humanos. Ninguém escolhe ser pobre. Todo pobre é, de fato, um empobrecido. Fruto da loteria biológica, porque nenhum de nós escolheu a família e a classe social nas quais nasceu. Você e eu poderíamos ser filhos de uma faxineira do Complexo do Alemão e de um pai desempregado e alcoólatra. Sem recursos para ter acesso à educação. Nesse caso, talvez estaríamos hoje com um fuzil nas mãos protegendo uma boca de fumo. É preciso acabar de vez com a loteria biológica.

Fonte: Uol
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