quinta-feira, março 26, 2020

Grupo dos 20 países mais ricos diz que vai injetar US$ 5 trilhões na economia para superar efeitos coronavírus

Líderes das maiores economias do mundo se encontraram numa reunião virtual nesta quinta-feira (26) para coordenar as respostas ao crescimento das incidências de Covid-19.

Rei Salman bin Abdulaziz, Vladimir Putin e Emmanuel Macron participal de conferência virtual do G20, em 26 de março de 2020 — Foto: Bandar Algaloud/Saudi Royal Court/via Reuters; Alexei Druzhinin/Kremlin via Reuters; Benoit Tessier/Pool/Reuters
Rei Salman bin Abdulaziz, Vladimir Putin e Emmanuel Macron participal de conferência virtual do G20, em 26 de março de 2020 — Foto: Bandar Algaloud/Saudi Royal Court/via Reuters; Alexei Druzhinin/Kremlin via Reuters; Benoit Tessier/Pool/Reuters

Eles afirmaram, em uma declaração, que farão o que for preciso para superar a pandemia do Covid-19 e garantir empregos, empregos e renda e para buscar os recursos para isso.
Os líderes disseram que, em conjunto, deve haver uma injeção de US$ 5 trilhões (cerca de R$ 25 trilhões) na economia global. Documento divulgado após a reunião diz o seguinte:

"Estamos adotando medidas imediatas e vigorosas para apoiar nossas economias, proteger trabalhadores e negócios -- especialmente as micro, pequenas e médias empresas– e proteger os vulneráveis por meio de proteção social. Estamos injetando mais de US$ 5 trilhões na economia global, como parte de política fiscal direcionada, medidas econômicas e esquemas de garantia para combater impactos sociais, econômicos e financeiros da pandemia."

A resposta à pandemia precisa ser transparente, robusta, de grande escala e coordenada, segundo a declaração.

"Apoiamos totalmente e nos comprometemos a fortalecer ainda mais o mandato da Organização da Saúde a coordenação da luta internacional contra a pandemia", diz o documento.

Eles se propuseram a compartilhar dados epidemiológicos e de saúde, reforçar os sistemas públicos de saúde e aumentar a capacidade de produção de materiais médicos. No documento, há uma lista das prioridades:

Proteger vidas
Garantir os empregos e as rendas das pessoas
Restaurar a confiança, preservar a estabilidade financeira, reavivar o crescimento
Minimizar as interrupções no comércio internacional
Dar ajuda aos países que precisam de assistência
Coordenar medidas de saúde pública e financeiras
Também disseram que vão aumentar o financiamento para pesquisa que encontre uma vacina e fortaleça a cooperação científica internacional. Eles pediram à Organização Mundial da Saúde (OMS) para fazer uma avaliação das lacunas na preparação para a pandemia nos próximos meses.

"Trabalharemos para garantir o fluxo transfronteiriço de suprimentos médicos vitais, produtos agrícolas essenciais e outros bens e serviços e trabalharemos para solucionar as interrupções nas cadeias globais de suprimentos, para apoiar a saúde e o bem-estar de todas as pessoas", afirma o comunicado do G20.

O grupo de compromete "a continuar trabalhando para facilitar o comércio internacional e coordenar as respostas de maneira a evitar interferências desnecessárias no tráfego e no comércio internacional".

FMI no encontro
O Fundo Monetário Internacional (FMI) pediu aos líderes do G20 para que apoiem um reforço à capacidade de financiamento da instituição. O propósito é reforçar a resposta à pandemia, que deve causar uma recessão global em 2020.

A diretora do FMI, Kristalina Georgieva, disse que a profundidade da contração e a rapidez da recuperação depende na contenção da pandemia, e na força e coordenação das políticas monetárias e fiscais.

Ela disse que é preciso apoiar os países pobres, que serão particularmente atingidos pela crise.

Presidência árabe
A reunião do Grupo das 20 nações foi presidida pelo rei Salman da Arábia Saudita. O reino preside o grupo neste ano.

O rei saudita abriu a reunião falando sobre comércio. Ele pediu uma resposta "eficaz e coordenada" à pandemia e disse que é preciso enviar um sinal de confiança, o que significa retomar o fluxo normal de bens e serviços assim que possível.

Xi Jinping, da China, fez um pedido para diminuir as taxas aduaneiras para atingir esse propósito.

Clientes de uma farmácia aguardam em uma fila com locais marcados no chão, em 26 de março de 2020 — Foto: Sam Panthaky / AFP
Clientes de uma farmácia aguardam em uma fila com locais marcados no chão, em 26 de março de 2020 — Foto: Sam Panthaky / AFP

Salman disse que a responsabilidade dos países mais desenvolvidos é ajudar os mais pobres para superar a crise.

Convocação para coordenar ações
A reunião extraordinária foi convocada para que os esforços globais para combater a pandemia e suas implicações econômicas sejam coordenados.


A Arábia Saudita também foi criticada por abalar os mercados de petróleo ao reduzir os preços para ganhar participação de mercado, depois que a Rússia, outra grande produtora de petróleo do G20, se recusou a estender um acordo de corte de produção que sustentava os preços do petróleo.

Os EUA já pediram à Arábia Saudita que repensasse sua estratégia. Em uma ligação esta semana com o príncipe herdeiro saudita Mohammed bin Salman, o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, enfatizou que a Arábia Saudita, como líder do G20 e importante líder de energia, “tem uma oportunidade real de se aproximar da ocasião e tranquilizar a energia global e mercados financeiros” neste momento de incerteza econômica.

O número global de mortos pelo novo coronavírus ultrapassou os 21 mil, e os infectados são mais de 472 mil, segundo a Universidade Johns Hopkins.

Esta semana houve também discussões entre ministros das Relações Exteriores do Grupo das 7 principais democracias industrializadas sobre a possibilidade de classificar a China como a fonte do coronavírus. Os ministros não concordaram com um esforço dos EUA para identificar o coronavírus como o "vírus Wuhan", em referência à cidade na China onde ele apareceu pela primeira vez. Como resultado, os ministros das Relações Exteriores optaram por não divulgar uma declaração do grupo.

O presidente chinês Xi Jinping e o presidente russo Vladimir Putin estão entre os chefes de Estado que participaram da cúpula. Angela Merkel, das Alemanha, esteve presente de seu apartamento em Berlim, onde está em quarentena depois de um médico que lhe atendeu teve um teste para a Covid-19 positivo.

A cúpula virtual também incluiu líderes da Organização Mundial da Saúde, Nações Unidas, Banco Mundial, Fundo Monetário Internacional, Organização Internacional do Trabalho e outros.

Representantes da Espanha, Jordânia, Cingapura e Suíça também participaram da convocação, além de presidentes de órgãos regionais como a União Africana, a Associação das Nações do Sudeste Asiático e o Conselho de Cooperação do Golfo.

A Organização Internacional do Trabalho diz que quase 40% da população mundial não têm seguro de saúde ou acesso a serviços nacionais de saúde, e 55% -- ou 4 bilhões de pessoas -- não se beneficiam de nenhuma forma de proteção social.

A atual crise da saúde deixa claro que não foram feitos progressos suficientes pelos governos para expandir o acesso a serviços de saúde, benefícios de doença e proteção ao desemprego desde a crise financeira de 2008.

Pedidos anteriores ao encontro
O Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial emitiram um apelo aos países do G20 antes da reunião de quinta-feira, alertando sobre graves consequências econômicas e sociais para os países em desenvolvimento –onde vive um quarto da população mundial e maioria das pessoas mais pobres.

Os credores pediram a suspensão dos pagamentos da dívida desses países e pediram aos líderes do G20 que encarregassem o Banco Mundial e o FMI de fazer as avaliações necessárias sobre quais países têm situações de dívida insustentáveis e requisitos de financiamento imediato.

Em um comunicado conjunto as duas instituições financeiras afirmaram o seguinte: “É imperativo nesse momento ter um senso global de alívio para países em desenvolvimento assim como um sinal forte para os mercados financeiros”.

Kristalina Georgieva, a diretora do FMI, disse que os credores estão prontos para empregar US$ 1 trilhão (R$ 5,05 trilhões). Cerca de 80 países já pediram ajuda ao FMI.

O governo da Etiópia disse aos ministros das Finanças e chefes do Banco Central do G20, em uma ligação antes da cúpula de quinta-feira, que a África precisa de um pacote de financiamento de emergência de US$ 150 bilhões (R$ 755 bilhões) devido ao impacto do vírus.

O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, pediu aos líderes do G20 que adotem um plano de guerra, incluindo um pacote de estímulos "na casa dos trilhões de dólares" para empresas, trabalhadores e famílias de países em desenvolvimento que tentam combater a pandemia de coronavírus.

Fonte: G1
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Sobe para três número de mortes de pacientes com novo coronavírus em Pernambuco

Subiu para três o número de pessoas mortas com Covid-19, doença transmitida pelo novo coronavírus, em Pernambuco, nesta quinta-feira (26), segundo a Secretaria Estadual de Saúde (veja vídeo acima). A morte de um homem de 85 anos, na quarta (25), foi considerada a primeira no estado de um paciente com a doença

As duas mortes mais recentes aconteceram na madrugada desta quinta (26). As vítimas são um morador do Recife, de 69 anos, e o canadense de 79 anos, que chegou a Pernambuco em 12 de março, no navio Silver Shadow.

Turista canadense, socorrido de navio, foi uma das duas mortes de pacientes com novo coronavírus registradas nesta quinta (26) — Foto: Marlon Costa/Pernambuco Press
Turista canadense, socorrido de navio, foi uma das duas mortes de pacientes com novo coronavírus registradas nesta quinta (26) — Foto: Marlon Costa/Pernambuco Press

O turista foi socorrido com sintomas da doença no mesmo dia e foi levado a um hospital particular do Recife, onde houve confirmação de que ele foi infectado pelo novo coronavírus. Ele foi retirado da embarcação junto com a esposa. Num primeiro momento, ela não apresentava sintomas da doença, mas foi diagnosticada com Covid-19 dias depois.

O canadense estava internado em uma unidade privada de saúde e foi mantido em ventilação mecânica e hemodiálise. Ele também estava fazendo uso de medicamentos, de acordo com a SES.

Devido à presença do homem na embarcação, o navio ficou isolado no Porto do Recife com cerca de 600 pessoas, entre passageiros e tripulantes. De acordo com um turista francês que estava a bordo, a temperatura das pessoas do navio era checada todas as noites.

Já o morador do Recife, segundo a secretaria, era hipertenso e tinha histórico de viagem para Portugal e Itália. Ele voltou a Pernambuco no dia 10 de março e, no dia 12 do mesmo mês, ele foi atendido em uma unidade privada de saúde apresentando febre e "alteração na ausculta pulmonar", de acordo com a secretaria. Depois de coleta de material, ele foi liberado para isolamento domiciliar.

Na quinta (19), o paciente buscou outra emergência da rede privada com insuficiência respiratória. Na ocasião, ele foi entubado e levado à Unidade de Terapia Intensiva (UTI). De acordo com a secretaria, a diálise foi iniciada no sábado (21) e, na segunda (23), ele não apresentava febre. Na quarta (25), houve uma piora da função renal.

Pacientes em Pernambuco
Até a tarde da quarta (25), o governo estadual contabilizou 46 pessoas que tiveram resultado positivo para a Covid-19. Desse total, foram contabilizadas cinco curas clínicas. Entre elas, está a da advogada Renata Berenguer, de 30 anos. O número de casos em investigação não foi divulgado na ocasião.

Cruzeiro
Após ficar retido no Porto do Recife por duas semanas, o navio Silver Shadow teve a saída autorizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) nesta quinta-feira (26). A liberação foi comunicada à Capitania dos Portos e ao Porto do Recife para que a embarcação possa seguir viagem.

Ao todo, havia 609 pessoas no navio, entre passageiros e tripulantes. Todos os passageiros foram retirados da embarcação até o domingo (22). Os dois únicos casos da doença na embarcação foram o turista canadense, que faleceu nesta quinta (26), e a esposa dele.

Fonte: G1
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Número de pacientes graves internados em UTI por coronavírus cresce 42% em um dia, diz secretário da Saúde de SP

O secretário estadual da Saúde, José Henrique Germann, disse na tarde desta quinta-feira que os casos de pacientes graves internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) após serem infectados pela Covid-19 aumentaram 42% em 24 horas no estado de São Paulo.

Secretário estadual da Saúde, José Henrique Germann, em coletiva de imprensa nesta quinta (26) — Foto: Reprodução/Governo de São Paulo
Secretário estadual da Saúde, José Henrique Germann, em coletiva de imprensa nesta quinta (26) — Foto: Reprodução/Governo de São Paulo

Segundo o balanço divulgado nesta quarta (25), o estado tinha 84 pacientes em UTIs. "Os pacientes graves internados em UTI são agora 84 e neste último dia teve um acréscimo de 42%. Isso é mais ou menos característico da epidemia, ela tem dias de mais acréscimo e dias de menos acréscimo mais ela vem crescendo, o que mostra talvez para nós nesse cenário que estamos vendo hoje é que as medidas de restrição, de mobilidade estão sendo suficientes ou pelo menos colaborando de forma bastante efetiva para que a gente tenha 862 casos", afirmou Germann.

De acordo com ele, esse crescimento de mortos e pacientes graves é característico de uma epidemia. “Nós éramos praticamente 90% dos casos do Brasil e agora nós somos 30% dos casos do Brasil. O que significa que existe uma expansão da epidemia de forma acelerada. Se nós formos olhar o número de óbitos, nós tivemos no Brasil 57 óbitos, infelizmente, e no estado de São Paulo, 48. No estado de São Paulo ontem eu anunciei 40 óbitos, então, tivemos um acréscimo de 20% no número de óbitos", disse.

Representantes do comitê estadual de combate ao novo coronavírus em São Paulo afirmam que as medidas de restrição de circulação adotadas nas últimas semanas foram eficazes e ajudaram a conter a curva de crescimento de casos confirmados no estado.

Germann disse que as medidas "estão colaborando de uma forma bastante efetiva." Segundo Helena Sato, médica que coordena o comitê, "muito provavelmente haveria um número muito maior [de casos] se as nossas famílias não estivessem em casa."

O estado de São Paulo adota estratégias de restrição de circulação contra o coronavírus desde 16 de março. Em pronunciamento na terça-feira (24), o presidente Jair Bolsonaro criticou medidas de isolamento adotadas por estados e municípios. Na quarta-feira (25), Bolsonaro discutiu com o governador de São Paulo, João Doria.

Nesta quinta, o secretário de Saúde de São Paulo explicou que as medidas adotadas no estado não são equivalentes à quarentena.

"O que estamos fazendo não é um isolamento, o que nós estamos fazendo é um distanciamento social. O próximo passo, se houver necessidade, seria o isolamento domiciliar ou social. Ou, se houver necessidade de apertar mais ainda o cinto, aí seria o lockdown, com a característica de uso da força policial para manter as pessoas em casa. Não estamos nesta situação ainda", disse José Henrique Germann.
"Se nós mantivermos os idosos em casa, tal qual um lockdown, nós teremos um comportamento da crise que talvez nos favoreça para não colapsar o sistema de saúde. Por isso eu gostaria de enfatizar o fique em casa", completou.

Segundo Helena Sato, diretora do Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE), o aumento o número de casos em São Paulo seria maior sem as medidas de restrição de circulação.

“O que a gente tem observado? Que os casos estão aumentando, agora, muito provavelmente a gente teria um número muito maior se as nossas famílias não estivessem em casa. Uma determinação que a gente já vem tomando há algumas semanas”.

Viaturas coronavírus
Na coletiva, Doria disse ainda que pode orientar as polícias do estado a abordar pessoas com mais de 60 anos circulando pelas cidades.

“Se nós continuarmos vendo em ruas, vendo em áreas de circulação pessoas que visivelmente têm mais de 60 anos, elas poderão ser abordadas por policiais da Polícia Militar do estado de São Paulo, no âmbito de todo estado como poderão ser abordados também por agentes da Guarda Civil Metropolitana recomendando também que sigam para suas casas", disse Doria.
"Já temos um número expressivo de veículos, mais de 70 veículos da Polícia Militar com alto-falantes circulando desde a última sexta-feira pelas áreas mais adensadas da população pedindo que as pessoas com mais de 60 anos fiquem em casa”, completou.

Na capital as medidas de restrição de circulação causaram uma queda de mais de 35% no movimento de passageiros de ônibus da SPTrans.

23 de março - Avenida Paulista, em São Paulo, com movimento baixo na manhã desta segunda-feira (23) — Foto: Marcelo Brandt/G1
23 de março - Avenida Paulista, em São Paulo, com movimento baixo na manhã desta segunda-feira (23) — Foto: Marcelo Brandt/G1

48 mortes em SP
Subiu para 48 o número de mortes pelo novo coronavírus no estado de São Paulo, segundo balanço do Ministério da Saúde divulgado nesta quarta-feira (25). O total de óbitos aumentou 20% de terça (24) para quarta-feira. O estado tem ainda 862 casos confirmados. A letalidade da doença em SP é de cerca de 5,5%.

Em todo o Brasil, são 2.433 casos confirmados e 57 óbitos, de acordo com a pasta.

Pesquisadores analisam amostras do novo coronavírus — Foto: TV Globo/Reprodução
Pesquisadores analisam amostras do novo coronavírus — Foto: TV Globo/Reprodução

De acordo com a secretaria estadual da Saúde, dentre os oito novos óbitos confirmados, há seis homens (75, 82, 72, 98, 80 e 70 anos) e duas mulheres (de 87 e 52 anos). A mulher de 51 tinha comorbidades (doenças prévias). Pessoas com comorbidades e idosos estão no grupo de risco da Covid-19.

Do total de mortes registradas até o momento em SP, 45 ocorreram em hospitais privados e três em hospitais do SUS (Sistema Único de Saúde).

Os 862 casos confirmados estão espalhados por 30 cidades do estado de São Paulo. A capital paulista tem 722 casos, e é seguida por São Caetano do Sul, com 16 casos, e São Bernardo, com 13 casos confirmados. Cotia tem 6 casos confirmados e Guarulhos tem 5. Os outros municípios têm entre 1 e 4 casos cada.

Na terça-feira (24) o estado de São Paulo havia confirmado dez óbitos: seis são homens (71, 75, 79, 80, 89 e 93 anos) e quatro mulheres (48, 65, 84 e 85).

Pela primeira vez foram registradas mortes fora da capital paulista, em cidades da Grande São Paulo. A mulher de 48 anos tinha comorbidades (problemas de saúde prévios) e era de Vargem Grande Paulista. As outras cidades da Grande São Paulo com registro de óbitos foram Guarulhos (mulher, 85 anos), Taboão da Serra (mulher, 84) e Osasco (homem, 79).

O balanço do ministério aponta ainda que o Brasil tem 57 mortes pelo novo coronavírus. As outras mortes ocorreram no estado do Rio de Janeiro, que teve seis óbitos, e em Pernambuco, que registou a primeira morte nesta quarta, além de Rio Grande do Sul e Amazonas, com um óbito cada.

Fonte: G1
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Morte de britânica de 21 anos 'saudável' volta a acender alerta sobre letalidade de coronavírus entre jovens

A morte de uma mulher de 21 anos no Reino Unido, sem doenças pré-existentes, voltou a acender o alerta de que jovens não estão imunes a covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus.

Coronavírus tem infectado e levado a morte cada vez mais jovens.  — Foto: Arquivo pessoal da família/via BBC
Coronavírus tem infectado e levado a morte cada vez mais jovens. — Foto: Arquivo pessoal da família/via BBC

Chloe Middleton morreu na semana passada, mas a notícia só foi divulgada nesta quarta-feira, 25 de março.

Em uma publicação no Facebook, sua tia, Emily Mistry, disse que Middleton "faleceu no Covid-19" e pediu que outras pessoas "façam sua parte" para impedir a propagação da doença.

Segundo dados do governo britânico, a maioria dos pacientes que morreram com coronavírus tinha condições médicas pré-existentes.

Autoridades de saúde demonstram preocupação de que os jovens ignorem os avisos sobre a propagação do vírus, uma vez que acreditam que a doença apenas acomete idosos.

Mas em uma série de postagens no Facebook, a família de Middleton pediu ao público que seguisse as recomendações para "ficar em casa" e levasse o vírus "a sério".

'De coração partido'
Sua mãe, Diane Middleton, escreveu: "Por favor, pense novamente".

"Falando de uma experiência pessoal, esse vírus tirou a vida da minha filha de 21 anos."

Mistry acrescentou: "Minha linda sobrinha de 21 anos faleceu de Covid-19".

"Ela não tinha doenças pré-existentes."

Mistry disse que a família ficou "arrasada além da conta".

"A realidade deste vírus está apenas se desenrolando diante de nossos olhos", acrescentou. "Por favor, sigam as diretrizes do governo".

"Faça a sua parte. Proteja-se e proteja os outros. O vírus não está se espalhando, as pessoas estão espalhando o vírus."

Os jovens devem se preocupar com o coronavírus?
A irmã de Middleton, Amy Louise, acrescentou que já era "hora de as pessoas levarem isso a sério, antes que muitas outras terminem na mesma situação devastadora".

Na semana passada, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, fez um duro alerta aos jovens.

"Tenho uma mensagem para os mais jovens: vocês não são invencíveis; o vírus pode colocá-los no hospital por semanas ou até matá-los. Mesmo se vocês não ficarem doentes, as escolhas que vocês fazem sobre aonde vão podem significar a diferença entre a vida e a morte para outra pessoa", disse ele.

Idosos e pessoas com doenças pré-existentes, como diabetes, pressão alta ou problemas cardíacos ou respiratórios, estão mais propensos a morrer se contraírem coronavírus.

Mas, apesar de o risco de morte por covid-19 entre aqueles abaixo de 50 anos, especialmente os mais jovens, de até 30 anos, ser extremamente raro, isso não quer dizer que eles estão livres de apresentar os sintomas mais graves da doença, ainda que, de fato, a probabilidade disso acontecer nessa faixa etária seja pequena.

Em entrevista recente à BBC News Brasil, Willem van Schaik, professor do Instituto de Microbiologia e Infecção da Universidade de Birmingham, no Reino Unido, disse "ser muito errado pensar que aqueles abaixo de 50 anos sempre vão ter sintomas leves: haverá indivíduos mais jovens e muito doentes também e eles vão precisar de tratamento".

Uma das razões para a baixa mortalidade entre os mais jovens é que seu sistema imunológico é mais forte, o que ajuda a combater o vírus e a recuperar-se da doença.

"Nos idosos, o sistema imunológico já envelheceu e não produz o mesmo nível de resposta, por isso, eles têm mais risco de desenvolver os sintomas mais graves", disse à BBC News Brasil infectologista Alberto Chebabo, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia e diretor-médico do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, no Rio de Janeiro, também em entrevista recente.

Nos Estados Unidos, um relatório divulgado na quarta-feira passada (18 de março) pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês) mostrou que, dos 508 pacientes hospitalizados no país por covid-19, cerca de 40% tinham abaixo de 54 anos. Desse total, 20% tinham entre 20 e 44 anos e 18%, entre 45 e 54 anos.

Contudo, adultos acima de 65 anos eram a maioria dos mortos (80%). Menos de 1% dos óbitos era de pacientes entre 20 e 54 anos, e não houve mortes entre aqueles abaixo de 19 anos, acrescentou o órgão.

No Brasil, já são cerca de 2,4 mil infectados e 57 mortos, a maioria com mais de 60 anos.

Fonte: Bem Estar
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Alexandre de Moraes suspende trecho de MP que alterou regras da Lei de Acesso à Informação

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu nesta quinta-feira (26) o trecho da medida provisória que alterou, em razão da pandemia do novo coronavírus, regras da Lei de Acesso à Informação.

A suspensão determinada pelo ministro vale até decisão definitiva do plenário, o que não tem prazo para ocorrer. Ele atendeu pedido enviado à Corte pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, durante sessão na Corte em outubro de 2019 — Foto: Gabriela Biló/Estadão Conteúdo
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, durante sessão na Corte em outubro de 2019 — Foto: Gabriela Biló/Estadão Conteúdo

A Lei de Acesso à Informação, aprovada em 2011, regulamenta o trecho da Constituição que estabelece que é direito de qualquer cidadão receber, do poder público, informações de interesse da sociedade.

Segundo o texto da MP, assinada pelo presidente Jair Bolsonaro, a suspensão dos prazos da Lei de Acesso à Informação valeria para demandas feitas a órgãos ou entidades da administração pública cujos servidores estejam sujeitos a regime de quarentena, teletrabalho ou equivalentes e que, necessariamente, dependam de:

acesso presencial de agentes públicos encarregados da resposta; ou
agente público ou setor prioritariamente envolvido com as medidas de enfrentamento da pandemia do novo coronavírus
Com a suspensão da MP, a lei volta a funcionar sem alterações.

Para o ministro Alexandre de Moraes, não se pode ferir o princípio da publicidade e da transparência da administração pública.

“Na hipótese em análise, ao menos em sede de cognição sumária, fundada em juízo de probabilidade, entendo presentes os requisitos para a concessão da medida cautelar pleiteada, pois o artigo impugnado pretende transformar as exceções – sigilo de informações – em regra, afastando a plena incidência dos princípios da publicidade e da transparência”, decidiu.

Ainda na decisão, o ministro do Supremo afirmou que a Constituição assegura que a sociedade esteja informada corretamente sobre ações do poder público.

“A participação política dos cidadãos em uma Democracia representativa somente se fortalece em um ambiente de total visibilidade e possibilidade de exposição crítica das diversas opiniões sobre as políticas públicas adotadas pelos governantes”, frisou o ministro.

Fonte: G1
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Bolsonaro inclui atividades religiosas em lista de serviços essenciais em meio ao coronavírus

Resultado de imagem para Líderes religiosos criticam decreto de Bolsonaro que torna atividades religiosas essenciais em meio ao coronavírusO presidente Jair Bolsonaro editou um decreto que torna as atividades religiosas parte da lista de atividades e serviços considerados essenciais em meio ao combate ao novo coronavírus.

Ao ser considerado essencial, o serviço ou atividade fica autorizado a funcionar mesmo durante restrição ou quarentena em razão do vírus. Segundo o texto, no entanto, o funcionamento da "atividade religiosa de qualquer natureza" deverá obedecer as "determinações do Ministério da Saúde".

Líderes religiosos criticaram o decreto e informaram que as atividades devem permanecer ocorrendo somente de forma virtual.

De acordo com a colunista Andreia Sadi, auxiliares do presidente Jair Bolsonaro informaram que ele atendeu a um pedido de religiosos de diferentes igrejas — como a católica e evangélica — ao autorizar o decreto.

O decreto foi publicado no Diário Oficial da União desta quinta-feira (26) e tem validade imediata, sem a necessidade de aprovação pelo Congresso, por se tratar de um decreto.

Lei da quarentena, MP e decretos do presidente
Em fevereiro, Bolsonaro sancionou a lei que trata de quarentena durante a epidemia de coronavírus no Brasil. O texto foi enviado pelo presidente ao Congresso para "regulamentar o atual quadro de emergência de saúde pública".

Na última sexta-feira (20), o presidente alterou o texto da lei por meio de uma media provisória. A MP concentrou no governo federal o poder para estabelecer medidas de restrição de circulação de pessoas e estabeleceu que devem ser resguardados da quarentena "o exercício e o funcionamento de serviços públicos e atividades essenciais".

Por meio da mesma MP, Bolsonaro deu ao presidente da República - ou seja, a si próprio - o poder para definir por meio de decreto o que é serviço público e atividade essencial.

Na mesma sexta-feira, Bolsonaro editou o primeiro decreto que tratava das atividades essenciais. Nesse texto, 35 itens foram incluídos, entre eles, assistência à saúde, segurança pública e transporte intermunicipal, interestadual e internacional de passageiros. Nesta quinta, o presidente alterou esse decreto para incluir mais 12 atividades – entre elas, as religiosas.

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) informou à TV Globo na manhã desta quinta-feira que a tendência é que as igrejas permaneçam sem missa presencial. A Federação Espírita Brasileira informou que sua recomendação é para que os centros espíritas atentem para as orientações dos organismos de saúde e que atividades estão acontecendo de maneira virtual e contínua.

Nesta terça-feira (24), em pronunciamento em rede nacional de televisão no qual contrariou especialistas e recomendações dadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS), Bolsonaro criticou as medidas de distanciamento social tomadas pelos estados e pediu a 'volta à normalidade' e o fim do 'confinamento em massa'.

Atividades religiosas vinham sendo limitadas
O funcionamento de atividades religiosas vinha sendo limitado com as medidas de combate ao coronavírus tomadas pelas autoridades dos estados como forma de evitar aglomerações e reduzir as possibilidades de contágio do vírus.

Nas maiores cidades do país, São Paulo e Rio de Janeiro, cultos religiosos foram autorizados a ocorrer somente após decisões judiciais, mas os processos ainda estão em andamento.

Na Coreia do Sul, uma seita religiosa foi considerada meio de contaminação do novo coronavírus. A filial da Igreja Shincheonji que atua na cidade de Daegu respondia, em meados de fevereiro, por 30 dos 53 novos casos do coronavírus no país à época. Um líder religioso da seita chegou a ser denunciado por obstrução da Justiça após se recusar a informar lista com nome de integrantes do grupo.

Outros serviços essenciais
O decreto de Bolsonaro desta quinta-feira também torna essenciais, entre outros, os seguintes serviços:

lotérica, conforme Bolsonaro havia anunciado na noite desta quarta-feira (25) nas redes sociais
geração, transmissão e distribuição de energia elétrica;
produção, distribuição e comercialização de petróleo
atividades de pesquisa, científicas, laboratoriais ou similares relacionadas com a pandemia do coronavírus
atividades de representação judicial e extrajudicial, assessoria e consultoria jurídicas exercidas pelas advocacias públicas
serviços de pagamento, de crédito e de saque e aporte prestados por instituições supervisionadas pelo Banco Central do Brasil
fiscalização do trabalho
atividades médico-periciais relacionadas com a seguridade social
atividades médico-periciais relacionadas com a caracterização do impedimento físico, mental, intelectual ou sensorial da pessoa com deficiência para reconhecimento de direitos previstos em lei
outras prestações médico-periciais da carreira de Perito Médico Federal indispensáveis
produção e distribuição de numerário à população e manutenção da infraestrutura tecnológica do Sistema Financeiro Nacional e do Sistema de Pagamentos Brasileiro

Fonte: G1
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Líderes religiosos criticam decreto de Bolsonaro que torna atividades religiosas essenciais em meio ao coronavírus

Resultado de imagem para Líderes religiosos criticam decreto de Bolsonaro que torna atividades religiosas essenciais em meio ao coronavírusLíderes religiosos comentaram nesta quinta-feira (26) o decreto do presidente Jair Bolsonaro que inclui na lista de atividades e serviços essenciais durante a pandemia do novo coronavírus as que são de fim religioso. Na prática, a medida pode viabilizar que ocorram, por exemplo, missas e cultos.

O texto estabelece, no entanto, que a permanência dessas atividades deverá obedecer as "determinações do Ministério da Saúde".

Veja o que disseram os líderes religiosos:

Pastor Henrique Vieira, da Igreja Batista do Caminho no Rio de Janeiro
“Como pastor, sei que os cultos fazem falta, sinto saudade nesse momento. Cada religião tem seu espaço de encontro, que é muito precioso para a vida das pessoas. Contudo, a fé precisa ser zelosa, responsável e mediada pelo amor. É uma atitude de bom senso e de amor evitar encontros coletivos nesse momento, pois isso pode salvar vidas. O essencial é preservar a vida das pessoas. Portanto, considero esta medida do presidente irresponsável e inconsequente, marcada por certa hipocrisia. No contexto do livro do Êxodo [Bíblia], diante das pragas que acometiam o povo, Deus pediu que as pessoas ficassem em casa. No Novo Testamento, José e Maria tiveram que se esconder para preservar o menino Jesus da violência do Estado. E na carta de Paulo aos Coríntios se fala na importância da fé, da esperança e do amor. O texto bíblico, no entanto, afirma categoricamente que o mais importante é o amor. Enfim, amar é cuidar da vida e do próximo. Evitar aglomerações, encontros coletivos é uma atitude de amor, de fé consciente. O presidente do Brasil, ao longo de toda sua vida política, demonstra nenhuma compaixão e sensibilidade. Sinto falta de estar com minha Igreja, mas é uma atitude de amor orar por meus irmãos em minha casa e é bom saber que estão orando por mim. O presidente demonstra uma religiosidade vazia, hipócrita e sem amor, além de não ter noção de Democracia e Estado laico. Lamentável. Esse decreto tem mais a ver com interesses de poder do que com religião.”

Michel Schlesinger, rabino da Congregação Israelita Paulista e representante da Confederação Israelita do Brasil para o diálogo inter-religioso
“Nossa decisão é de seguir o que foi orientado pelo governo do estado [de São Paulo] e pela prefeitura [de São Paulo] desde que pediram para interromper os serviços. [...] A partir das decisões, interrompemos os nossos serviços presenciais. Hoje, não tem nenhum culto aberto, por questão de segurança, e compreendemos que é o que deve ser feito. Descobrimos que a plataforma digital pode ser uma ferramenta muito poderosa. A gente já tinha a experiência de transmitir aulas e cursos [online], mas nunca tínhamos feito uma oração virtual. Em função da necessidade, da pandemia do coronavírus, migramos os nossos serviços religiosos para o virtual. A resposta tem sido incrivelmente positiva. Estamos atingindo pessoas que não atingíamos presencialmente porque moram longe, não podiam sair de casa, não tinha uma sinagoga perto para ir. Então estamos conseguindo um alcance extraordinário. Não significa que não temos saudade do contato pessoal. Faz falta o beijo, o abraço, o aperto de mão. Mas o momento é de resguardo, e vamos permanecer seguindo as orientações do governo municipal e estadual de suspender os serviços presenciais. Entendemos que estamos em quarentena e nos unimos aos demais cidadãos, que estão pagando um preço altíssimo de não poder realizar suas atividades econômicas, culturais. Sentimos que temos que estar conectados. E estar conectado significa se resguardar e abrir mão temporariamente de um serviço presencial e, ao mesmo tempo, fortalecer a presença digital.”

Nota da Federação Espírita Brasileira (FEB) a respeito da publicação do Diário Oficial:
"A recomendação da Federação Espírita Brasileira é de que os centros espíritas atentem para as orientações dos organismos de saúde. As atividades não estão paralisadas, estão acontecendo de maneira virtual e contínua. O movimento espírita continua atendendo às necessidades de esclarecimento, consolo e iluminação das pessoas, neste momento em que precisamos tanto de otimismo, de esperança e de mais caridade."

Monja Coen, missionária oficial da tradição Zen Budista Soto Shu
"Serviços religiosos, atendimento aos seguidores, é importante. Pode ser feito virtualmente. Não devemos reunir pessoas e não devemos fazer com que as pessoas transitem pelas ruas e venham a aglomerações de fiéis. O próprio Papa Francisco reza a missa sozinho. O mesmo deve ser respeitado aqui no Brasil para todas as tradições religiosas e espirituais: cuidar de seus seguidores, das pessoas que possam estar tendo dificuldades e precisam de consolo espiritual. I isso pode ser feito através dos vários canais de TV, das redes sociais, do rádio, etc. Não devem sair de casa. Não devem estar em grupos. Os religiosos não devem se expor nem expor seus seguidores num momento como este. Esse é o meu parecer."

Babalorixá Adailton Moreira, do terreiro de candomblé Ilê Omijuarô
"É recomendado pelas nossas lideranças religiosas de matriz africana que nós continuemos mantendo o isolamento social. É responsabilidade para com a população que fiquemos em nossas casas. A gente está seguindo a Organização Mundial de Saúde e os técnicos ligados ao Ministério da Saúde e outras organizações, como o Conselho de Medicina e tantos outros. É importante que nós continuemos mantendo o isolamento social. É isso que pode salvar vidas. O decreto, a princípio, não será acatado por nenhuma liderança religiosa de matriz africana que tenha o mínimo de respeito pelas vidas humanas. O que pode salvar milhões de vidas é seguir o isolamento social, é seguir as recomendações da Organização Mundial de Saúde. É isso que nós estamos querendo. Vidas devem ser salvas, vidas nos importam."

Sheikh Rodrigo Rodrigues, do Centro Islâmico do Paraná
"Deus nos ordenou a escutar os sábios e os dotados de conhecimento. Deus nos dotou de discernimento e livre-arbítrio. Temos que ter bom senso. Se cada um fizer a sua parte, isto tudo irá passar. Devemos religiosamente seguir as orientações dos especialistas e médicos. O alcorão diz: 'quem salvar a vida de uma pessoa, é como se tivesse salvo toda a humanidade'. A religiosidade não é algo que se comprova somente dentro do templo, é algo que prova com responsabilidade social. Faz parte da religiosidade se precaver e seguir as orientações dos especialistas e dos médicos. Por isto, orientamos a todos os muçulmanos que permaneçam em seus lares, seguirem as orientações. As mesquitas continuarão com as atividades suspensas até que esta pandemia passe ou diminua. Allah está testando nossa paciência, fé e nossa responsabilidade social. Deus nos quer com saúde e não doentes. Concluindo: recomendamos religiosamente a seguirem as orientações dos médicos. Se cada um for responsável, começando pelos líderes religiosos, cada um orientando os fiéis a escutarem os médicos e e especialistas, evitando o máximo aglomeração, tudo isto irá passar. Se com religião não se brinca, com saúde também não."

Sociedade Budista do Brasil
"Seguimos o que preconizam os diversos órgãos de saúde sobre como agir neste momento tão difícil, com responsabilidade e preocupação com a saúde dos praticantes. Nossos encontros presenciais estão suspensos, bem como o recebimento de novos praticantes no mosteiro. Torcemos para que esta tempestade passe o mais rápido possível, com o menor dano às pessoas, e que seja um ponto de partida para mudanças de visão de mundo tão necessárias à sobrevivência da humanidade."

Ali Zoghbi, vice-presidente da Federação das Associações Muçulmanas do Brasil
"O islã tem como premissa absolutamente essencial a preservação da vida. Tudo dentro do islã é nesse sentido. Toda a liturgia, toda a prática não pode prescindir da integridade física e da preservação da vida, porque, aos olhos de Deus, a criatura humana é a criação preferencial. Então nós temos que, acima de tudo, ter todas as iniciativas no sentido de fazer com que o ser humano seja preservado. Portanto, a orientação que temos dado, todas a autoridades religiosas de todos os cantos do mundo, de todos as linhas, elas têm sido categóricas no sentido de aconselhar, e não só aconselhar, no caso de alguns governos, de proibir as manifestações, os cultos religiosos, as orações em congregação justamente para que não se coloque em risco a vida humana de nenhum dos seus adeptos. Portanto, a gente vê com preocupação essa medida e, do ponto de vista do islã, dos muçulmanos e das entidades islâmicas no Brasil, todas elas já adotaram a prática de fazer com que as pessoas possam fazer sua adoração a Deus, que são as orações, que é um dos pilares do islã também, em sua casa, de maneira a preservar a integridade física sua e de outras pessoas também. Porque há de se pensar também no outro, e também isso é o que preconiza o islã, essa empatia, a ideia de que eu não posso prejudicar o outro. Portanto, de maneira clara, categórica, as coisas já estão postas perante a nossa comunidade muçulmana aqui no brasil, inclusive no mundo. Nós temos, em breve, a peregrinação do hajj e, nessas condições, também um dos pilares importantíssimos do islã, ela teve atitudes claras no sentido de proibir que essa pratica pudesse acontecer no seu período. Então, o nosso entendimento é que a ciência não é incompatível com a fé. A ciência apenas respalda aquilo que nós acreditamos do ponto de vista da fé. E a ciência hoje, também como uma criação de Deus para a humanidade, o conhecimento, ela não deixa dúvidas sobre a decisão de aconselhar, de proibir as reuniões, fundamentalmente, as orações em congregação."

Fonte: G1
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Como ajudar idosos durante a pandemia do coronavírus?

"Cuidem dos idosos". Foi com bastante ênfase que Luiz Henrique Mandetta, Ministro da Saúde, repetiu diversas vezes essa frase em 17 de março, quando foi anunciada a primeira morte por coronavírus no Brasil. Ele também falou sobre a importância de proteger "pai, mãe, avó, tia-avó".

Senhora observa a sala de recreação em asilo, em Grevenbroich, na Alemanha, que assim como Brasil, restringiu a visitação de familiares durante pandemia   — Foto: Reuters/Thilo Schmuelgen
Senhora observa a sala de recreação em asilo, em Grevenbroich, na Alemanha, que assim como Brasil, restringiu a visitação de familiares durante pandemia — Foto: Reuters/Thilo Schmuelgen

Desde então, existe a recomendação de se manter os idosos em isolamento social. Com isso, as instituições de longa permanência para idosos (ILPIs) suspenderam a visitação dos familiares e proibiram passeios diários.

"É importante reduzir o número de visitas para evitar contágio. Em algumas instituições a visita é aberta apenas em casos excepcionais", explica Eva Bettine, Presidente da Associação Brasileira de Gerontologia (ABG).

Para diminuir a solidão, a sugestão é a videochamada. "São utilizadas para diminuir a ansiedade e os idosos saberem como estão seus familiares", diz Marcella dos Santos, enfermeira chefe do Grupo DG Sênior.

Como posso ajudar?

Nos tempos de isolamento e pandemia, o voluntariado passou a ser ainda mais importante para ajudar essas instituições.

Há muitos relatos de ações de vizinhos que se propõem a fazer compras para os moradores idosos da região, assim eles não precisam sair de casa. Há histórias de solidariedade no Paraná, São Paulo, Fortaleza, entre outros estados.

A prática de atividades voluntárias diretas foi suspensa nos asilos. Uma das ações mais procuradas para voluntariado é a visitação para rodas de conversa. Com o isolamento, essa tarefa sofre mudanças: mas é possível interagir com os idosos por meio de aplicativos.
"O vínculo pode existir mesmo sendo remoto e, nesse sentido, podemos tirar vantagem da internet", afirma a psicóloga Lecy Alves Zwarg. "Conversar, jogar, brincar, cantar, ensinar ou aprender algo podem ser alternativas para minimizar o impacto emocional do isolamento."

"Incluir o idoso no processo demonstrando importância da sua colaboração é fundamental para que ele se sinta parte do coletivo e sinta que é peça fundamental para evitar contágio para a sociedade como um todo. Crises podem ser oportunidades de mudanças."

Doações são importantes
O voluntário também pode, é claro, fazer doações de dinheiro e de mantimentos, explica Marianna Barbosa Yamaguchi, da Casa de Idosos Ondina Lobo:

"Uma das grandes demandas, principalmente das instituições públicas e beneficentes, é a questão financeira, principalmente neste momento, pois diminuirão as doações e as visitas, mas as instituições continuarão funcionando. Há o custo com os profissionais e tudo o que é necessário para a sobrevivência da instituição."

Qualquer que seja a escolha do voluntariado, é preciso entrar em contato direto com as instituições de longa permanência para idosos (ILPIs) de sua região ou preferência. ONGs e locais públicos costumam ter uma carência maior.

Fonte: G1
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Quarentena termina em província onde surto de coronavírus começou, mas o medo da pandemia persiste

A vida começa a voltar à normalidade aos poucos na província chinesa de Hubei, berço da pandemia de Covid-19, porém os moradores acreditam que o novo coronavírus continua sendo um perigo.

Agente de segurança com máscara verifica a temperatura das pessoas que entram em um shopping em Huanggang, na província central de Hubei, na China, nesta quinta-feira (26)  — Foto: Noel Celis / AFP
Agente de segurança com máscara verifica a temperatura das pessoas que entram em um shopping em Huanggang, na província central de Hubei, na China, nesta quinta-feira (26) — Foto: Noel Celis / AFP

É o caso da cidade de Huanggang, uma mais afetadas pela pandemia, onde os 7,5 milhões de habitantes estão novamente autorizados a fazer deslocamentos.

O município fica 75 km ao sudeste de Wuhan, a capital da província, que tem o maior número de mortes provocadas pelo novo coronavírus no país (mais de 2.500).

Desde o surgimento do vírus em dezembro em Hubei, quase 3 mil pessoas foram contaminadas em Huanggang e 125 morreram, de acordo com as autoridades locais.

Em uma rua comercial decorada com lanternas vermelhas, um grupo de entregadores aguarda os pedidos na frente de um restaurante. Mas há poucos clientes e, de todas as maneiras, não é permitido comer dentro do estabelecimento.

Uma vendedora de panquecas contou à AFP que voltou a trabalhar depois de dois meses de confinamento.

"Me sinto mais livre por poder sair de casa", afirmou a mulher, que não quis revelar seu nome. A vendedora lamentou que os negócios "não vão tão bem como antes".

Chen Wenjun, uma farmacêutica de 22 anos, comemora a possibilidade de sair de casa, mas continua atenta e usa uma máscara.

"Muitos lugares reabriram, mas temos que continuar muito atentos", explica a mulher, acompanhada por dois amigos ao lado de uma barraca de comida.

Atividade demora a ser retomada
Muitos hotéis estão fechados e apenas alguns deles registram poucos hóspedes. Nas ruas, muitos cartazes oficiais alertam que a epidemia não chegou ao fim.

"Uma reunião para jogar cartas é um suicídio", afirma uma das faixas vermelhas pendurada em uma rua, em referência a uma das atividades preferidas dos aposentados chineses.

"Se você não usa máscara, o vírus pode se apaixonar por você", afirma outra mensagem oficial.

Aproveitando o fim das restrições de viagens, muitos moradores tentam sair da cidade ou da província. Os habitantes de Wuhan terão que esperar até 8 de abril pelo fim da quarentena.

Na estação de Huanggang, vários agentes trabalham para evitar que os passageiros se aproximem uns dos outros. Mas algumas áreas de espera estavam lotadas.

Correspondentes da AFP conseguiram sair da estação, mas apenas depois que colocaram a segunda máscara cirúrgica sobre a primeira, obedecendo as ordens da polícia ferroviária.

Apesar de melhor, a situação em Huanggang "ainda é perigosa", afirma um agente.

Fonte: G1
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Quanto tempo o coronavírus sobrevive nas superfícies? Estudo aponta que plástico e aço ampliam a sobrevida

Ilustração feita pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), dos EUA, mostra a morfologia do novo coronavírus, conhecido cientificamente como 2019-nCoV — Foto: Alissa Eckert, MS; Dan Higgins, MAM/CDC/Handout via ReutersUm estudo publicado na terça-feira (17) na revista científica "New England Journal of Medicine" afirma que o coronavírus responsável pela doença Covid-19 consegue sobreviver até 3 dias em algumas superfícies, como plástico ou aço.

O estudo foi realizado por cientistas dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), da Universidade da Califórnia, de Los Angeles e de Princeton. O trabalho avalia a resistência do vírus em cinco materiais diferentes, e mostra que o novo coronavírus fica "mais estável" em plástico e aço inoxidável, que são materiais bastante utilizados no dia a dia da população.

Veja o tempo de sobrevivência do novo coronavírus em cada material, de acordo com este estudo.

Aço inoxidável: 72 horas
Plástico: 72 horas
Papelão: 24 horas
Cobre: 4 horas
Aerossolizada/Poeiras: 40 minutos a 2 horas 30 minutos
A pesquisa simulou pessoa tossindo ou espirrando usando um nebulizador, e descobriu que o vírus se tornou uma espécie de poeira - suas partículas ficam suspensas no ar - tornando-o detectável por quase três horas.

Segundo a AFP, um artigo feito por cientistas chineses descobriu que uma forma aerossolizada do novo coronavírus estava presente nos banheiros de pacientes de um hospital de Wuhan. Segundo estudos, o novo coronavírus é eliminado nas fezes.

Ainda segundo a agência, uma forma aerossolizada de SARS foi responsável por infectar centenas de pessoas em um complexo de apartamentos em Hong Kong, em 2003, quando uma rede de esgoto vazou para um ventilador de teto, criando uma fumaça carregada de vírus.

Tecidos
Flavio Fonseca, virologista e integrante do centro de pesquisa em vacinas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), explica que não há estudos sobre a viabilidade deste vírus em diferentes tipos de tecidos. Mas os trabalhos com outros patógenos apontam que, de forma geral, os vírus podem ter sobrevida de 72 a 96 horas nos panos.

“Como os tecidos são poroso, muitas vezes os materiais orgânicos - gotículas de saliva, secreções respiratórias - ficam retidos nos poros e às vezes fica limitada a acessibilidade do sabão e da água. A proteção desses poros aumenta a sobrevida do vírus de 72 a 96 horas” - Flavio Fonseca, virologista e integrante do centro de pesquisa em vacinas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
O professor Júlio Borges, do Instituto de Química da Universidade de São Paulo (USP) de São Carlos, explica que roupas que são suspeitas de estarem infectadas devem ser desinfetadas com água e sabão e, de preferência, lavadas com água quente.

“Quando você coloca uma roupa para lavar, a limpeza depende da ação do sabão, de suas propriedade e da água levar a sujeira embora. O poder desinfetante vai depender da quantidade de sabão, do tempo de molho e, principalmente, do sabão alcançar onde está a sujeira, no caso, o vírus. Para o caso de vírus, a recomendação é que a roupa utilizada para fora da casa, seja única e seja lavada em separado" - Júlio Borges, do Instituto de Química da Universidade de São Paulo (USP) de São Carlos
Borges, explica que se algum dos elementos que efetivam a ação do sabão estiver em falta - pequena quantidade de sabão ou pouco tempo de molho - o vírus pode permanecer na roupa, ou passar para outra, caso não seja lavado em separado.

Plásticos e itens congelados
Fonseca explica que os vírus são estruturas muito simples, que têm mais facilidade em sobreviver do que uma célula, por exemplo. Isso reflete na capacidade que eles, em geral, têm para se manter mesmo em itens congelados, como sobre a superfície de objetos colocados no freezer ou no congelador.

“Normalmente, se você pega uma amostra e congela e depois descongela, o vírus se mantém viável. A gente costuma congelar as amostras de vírus a -20°C, ao descongelar, maior parte dessas partículas continuam viáveis. Com muito pouca perda” - Flavio Fonseca, virologista
Comparativo com a Sars
Por isso, o estudo norte americano, comparou o tempo de sobrevivência do vírus SARS-CoV-2 e do SARS-CoV-1. O primeiro é o coronavírus, responsável pela Covid-19. O segundo, é o vírus que provocou a epidemia da Sars (Síndrome Respiratória Aguda Grave) em 2002 e 2003. Os vírus foram testados por 7 dias em diferentes superfícies a uma temperatura entre 21 e 23ºC, com 40% de umidade.

A comparação entre os dois vírus demonstrou que eles possuem características semelhantes, apesar de, em algumas superfícies, variar o tempo de sobrevivência.

"Isso indica que as diferenças nas características epidemiológicas desses vírus provavelmente surgem de outros fatores, incluindo altas cargas virais no trato respiratório superior e o potencial de pessoas infectadas com SARS-CoV-2 transmitirem o vírus enquanto assintomáticas", aponta o estudo.

Sobre os velhos coronavírus e suas resistências
Em um outro trabalho, realizado por pesquisadores da Universidade de medicina de Greifswald, na Alemanha, foi feita a revisão de estudos já divulgados sobre os outros tipos de coronavírus o SARS-CoV e o MERS-CoV.

Neste estudo, foi verificado que estes vírus sobrevivem da seguinte maneira as superficies:

Aço - a 21°C - 5 dias
Alumínio - a 21°C - 4 a 8 horas
Vidro - a 21°C - 5 dias
Plástico - temperatura ambiente - 2 a 6 dias
PVC - a 21°C - 5 dias
Borracha de silicone - a 21°C - 5 dias
Luva de latex - a 21°C - 8 horas
Cerâmica - a 21°C - 5 dias
Teflon- a 21°C - 5 dias
Segundo o estudo, que ainda não tem os resultados do novo coronavírus, em diferentes tipos de materiais, ele pode permanecer infeccioso por entre 2 horas e até 9 dias. Como o estudo considerou diferentes tipos de coronavírus, observou-se que alguns deles têm menos resistência a temperatura mais alta, como 30°C ou 40 °C.

Entendendo o vírus
Flavio Fonseca, virologista e integrante do centro de pesquisa em vacinas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) explicou ao G1 que o tempo de sobrevida do vírus depende, também, do material orgânico que ele tem contato.

“Uma gotícula de saliva, por exemplo, ela não tem só água, ela tem proteínas da saliva. Uma gotícula de secreção respiratória tem muco, que tem proteína, tem resto de célula. Todo esse material orgânico protege o vírus. Esse material orgânico consegue formar uma capa ao redor do vírus. Quando tem muco, catarro, essas coisas, o vírus fica viável por muito tempo, em qualquer superfície, é claro que se a superfície for porosa ele pode durar muito mais” - Flavio Fonseca, virologista e integrante do centro de pesquisa em vacinas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
O professor Júlio Borges, do Instituto de Química da Universidade de São Paulo (USP) de São Carlos, explica que o tempo de sobrevivência dos vírus é variável e depende do tipo, da superfície e das condições ambientais.

“Quando o vírus é exposto ao ambiente ele sofre desidratação e isto pode ocasionar danos à estrutura das biomoléculas e levá-lo ao desmonte e à sua inviabilidade em infectar as células do hospedeiro” - Júlio Borges, do Grupo de Bioquímica e Biofísica de proteína da Universidade de São Paulo(USP) de São Carlos.
O professor ressalta a importância da constante higienização das superfícies com desinfetantes em geral: álcool em gel 70%, água sanitária, sabão.

Fonte: G1
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