terça-feira, março 03, 2020

CGU impede divulgação de relatórios de redes sociais da gestão Bolsonaro

A Controladoria-Geral da União (CGU) impediu a divulgação de relatórios de monitoramento de redes sociais realizados pela gestão Jair Bolsonaro no ano passado. Em dezembro, o jornal O Estado de S. Paulo mostrou que o Planalto colocou os documentos sob sigilo alegando que sua liberação violaria a lei de direitos autorais, justificativa rechaçada por especialistas em Lei de Acesso à Informação (LAI).

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Créditos: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo

A negativa da CGU, inclusive, contraria opinião técnica produzida por uma auditora fiscal que deu parecer positivo para a liberação dos documentos, alegando que a Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom) falhou em apresentar razões para evitar a divulgação dos relatórios.

O recurso foi solicitado pelo Estado à CGU em dezembro do ano passado e teve resposta na última quinta-feira, 27. Em decisão, o ouvidor-geral adjunto da União Fábio Valgas da Silva determina que os documentos não sejam divulgados, atendendo pedido da Secom. O governo Bolsonaro monitora o "humor" de usuários de quatro redes sociais: Facebook, Twitter, Instagram e Youtube.

A secretaria do Planalto alega que os relatórios são documentos preparatórios que podem subsidiar peças publicitárias que ainda serão produzidas e tomadas de decisões futuras, mas sem especificar quais e quando tais ações seriam realizadas. À CGU, a pasta não mencionou a tentativa anterior de impor sigilo alegando violação à Lei de Direitos Autorais.

A LAI classifica como preparatório qualquer relatório, despacho, ofício ou minuta que contribua para a elaboração de política pública específica do governo. Tais documentos se tornam públicos no momento em que o ato do governo é noticiado pela União.

De acordo com especialistas ouvidos pelo jornal que tiveram acesso aos pareceres da CGU, a argumentação da Secom não aponta quais ações publicitárias ou políticas públicas estão sendo elaboradas a partir dos relatórios e como a divulgação pode prejudicar as decisões do governo.

"Se é um documento preparatório, é para uma decisão específica e ele vai ser divulgado assim que a decisão for tomada. Mas se não existe uma decisão, não há justificativa plausível para que esses documentos fiquem sob sigilo", afirma Joara Marchezini, coordenadora da Artigo 19, ONG voltada para a defesa do acesso à informação.

Segundo Marchezini, a argumentação da Secom não encontra embasamento na LAI visto que impede a divulgação de documentos produzidos por uma empresa paga com dinheiro público. O contrato firmado em 2015 pela ex-presidente Dilma Rousseff e mantida pelo governo Bolsonaro, repassa entre R$ 18 mil a R$ 41 mil à agência de publicidade Isobar pelo serviço.

Análise semelhante foi feita pelo professor Gregory Michener, coordenador do Programa de Transparência Pública da Fundação Getulio Vargas (FGV). Segundo ele, é "problemático" o fato da Secom não ter apresentado uma justificativa clara sobre quais ações específicas o governo utilizaria os relatórios para tomadas de decisões.

"Se eles não têm uma razão para manter os documentos neste estado perpétuo de 'limbo preparatório', devem dar uma resposta clara justificando o que e quando vão ser tomadas essas ações", afirma Michener.

Procurada pela reportagem para comentar o caso, a Secom não respondeu até a publicação deste texto. O espaço segue aberto a manifestações. A Isobar, responsável pela elaboração dos relatórios, não quis comentar.

Decisão contraria parecer
A negativa da CGU para a divulgação dos relatórios de monitoramento contraria parecer opinativo de uma servidora do próprio órgão. Em outro recurso anônimo movido em agosto do ano passado para a liberação dos mesmos documentos, a auditora federal de finanças e controle Liana Cristina da Silva aponta que a Secom não indicou qual ato ou processo de decisão específico seria afetado pela divulgação dos relatórios.

Em seu despacho, a servidora opina à ouvidoria-geral da CGU pela divulgação dos documentos. "Opina-se pelo provimento dos relatórios de análise das redes sociais para o ano de 2019, uma vez que não ficou comprovada a alegação para a negativa apresentada pelo órgão quanto a representarem documentos preparatórios, prevalecendo que se tratam de informações de origem pública, eis que obtidos das redes sociais como produto de contratos públicos", aponta a auditora-fiscal.

A manifestação, no entanto, foi contrariada em despacho do ouvidor-geral adjunto, Fábio Valgas da Silva. Em sua decisão, o ouvidor diz ter feito "nova interlocução" com a Secom e, mesmo recebendo as mesmas justificativas analisadas anteriormente, optou por negar a divulgação dos relatórios.

Segundo ele, o princípio da máxima divulgação deve observar o critério de "expectativas dos administrados, pois, muitas vezes, uma informação incorreta ou incompleta pode causar grandes transtornos" e, por essa razão, é necessário "cautela" para "zelar pela confiança dos administrados", no caso, a Secom.

Não é dito, contudo, quais transtornos poderiam ser ocasionados pela divulgação dos documentos por parte do Planalto.

De acordo com Marchezini, da Artigo 19, o ouvidor-geral adjunto tem o direito de discordar do parecer opinativo, desde que justificado. "Neste caso, a gente vê que o parecer técnico traz argumentos da LAI, mas a decisão do ouvidor não conversa diretamente com isso. Ele fala de outros pontos que não foram levantados pelo parecer técnico e que são mais suposições", afirma.

O parecer técnico é opinativo e não vinculante, ou seja, a ouvidoria-geral não é obrigada a cumprir a manifestação da parecerista. Segundo Bruno Morassuti, mestre em direito e consultor da Fiquem Sabendo, agência de dados independente e especializada na Lei de Acesso à Informação, o cargo de ouvidor, mesmo com todos os requerimentos técnicos, ainda detém um aspecto político maior do que os demais servidores.

"O ouvidor conversa mais diretamente com agentes políticos envolvidos no processo do que os outros servidores. A auditora que fez o parecer e fez as perguntas para a Secom conversa com servidores da Secom", explica Morassuti. "Não é tão comum a auditora conversar com 'agentes de cima'"

Procurada para comentar a divergência de opiniões, a CGU afirma que em nenhum dos dois pareceres mencionados pela reportagem foi ignorada a opinião dos pareceristas e que as decisões explicitam seus fundamentos.

Defesas
A reportagem entrou em contato com a Secretaria Especial de Comunicação e aguarda resposta. O espaço está aberto a manifestações. A Isobar não quis comentar o caso.

Fonte: Tribuna do Norte
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Secretaria de Saúde descarta 1 dos 5 casos suspeitos de coronavírus registrados no RN

Um dos cinco casos suspeitos registrados do novo coronavírus foi descartado no Rio Grande do Norte nesta terça-feira (3), segundo consta no novo boletim da doença divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde Pública do RN (Sesap). Com isso, o estado passa a ter quatro casos registrados como suspeitos, cinco descartados e quatro excluídos.

Hospital Giselda Trigueiro, na Zona Oeste de Natal, é referência em infectologia — Foto: Julianne Barreto/Inter TV Cabugi
Hospital Giselda Trigueiro, na Zona Oeste de Natal, é referência em infectologia — Foto: Julianne Barreto/Inter TV Cabugi

Os casos só são oficialmente reconhecidos como suspeitos após a confirmação do Ministério da Saúde, o que ainda não ocorreu com todos. Os números divulgados pelas secretarias estaduais e o MS não são necessariamente iguais, já que os órgãos têm horários e procedimentos distintos para apresentação de seus boletins diários.

Dos quatro casos que ainda seguem como suspeitos no estado, três pacientes moram em Natal e um em Parnamirim. Segundo a Sesap, eles "seguem em estado geral bom, em isolamento domiciliar, medida recomendada para casos sem complicações clínicas, conforme Protocolo Clínico Estadual e Nacional".

Todos os casos suspeitos aguardam confirmação laboratorial. As amostras coletadas foram enviadas ao Instituto Evandro Chagas (IEC), no Pará, com prazo de até sete dias para liberação dos resultados.

No RN, o Hospital Giselda Trigueiro e o Hospital Pediátrico Maria Alice Fernandes são unidades de referência para os casos que necessitem de internação.

Fonte: G1
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Militar é resgatado após ejetar em avião da FAB que fazia treinamento no litoral do RN

Um militar da Força Aérea Brasileira (FAB) foi resgatado no litoral do Rio Grande do Norte após ejetar de um avião em treinamento na tarde desta terça-feira (3). O caso aconteceu próximo à praia de Santa Rita, na Grande Natal.

Após ejetar e ser retirado da água, militar foi levado por helicóptero da FAB — Foto: Reprodução
Após ejetar e ser retirado da água, militar foi levado por helicóptero da FAB — Foto: Reprodução

Em nota, o Comando da Aeronáutica informou que a ejeção do assento traseiro da aeronave A-29 aconteceu durante uma missão de treinamento. "O militar envolvido na ejeção foi resgatado, passa bem e está sendo submetido à avaliação médica", informou em nota.

Segundo a Aeronáutica, o procedimento aconteceu nos padrões de segurança e "o piloto da aeronave, que ocupava o assento dianteiro, retornou à Ala 10 – Base Aérea de Natal, realizando o pouso normalmente".

A Aeronáutica informou também que iniciou as investigações para apurar o que levou o militar a ejetar, ato que não estava previsto no treinamento.

De acordo com o Corpo de Bombeiros, os guarda-vidas que estavam na praia da Redinha foram até o local, mas o homem já havia sido resgatado. Em seguida, um helicóptero da FAB pousou na praia e levou o militar.

Fonte: G1
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Servidores do Instituto de Previdência do RN entram em greve

Os servidores do Instituto de Previdência do Rio Grande do Norte entraram em greve por tempo indeterminado nesta segunda-feira (02). O movimento grevista exige implantação do auxílio-alimentação, realização de concurso público e se declara contra a reforma da previdência estadual. Um ato foi realizado na frente da sede do órgão.

Servidores do Ipern fazem greve por tempo indeterminado e cobram vale-alimentação. Ato aconteceu na frente da sede do órgão. — Foto: Divulgação
Servidores do Ipern fazem greve por tempo indeterminado e cobram vale-alimentação. Ato aconteceu na frente da sede do órgão. — Foto: Divulgação

De acordo com o Sindicato dos Servidores Públicos da Administração Indireta (Sinai), o objetivo da paralisação é denunciar falta de condições de trabalho dos servidores, que não conseguiriam atender à alta demanda por causa do pequeno número de servidores.

Ainda de acordo com a categoria, o projeto de implantação do auxílio-alimentação dos servidores deveria ter sido enviado para a Assembleia Legislativa no início de fevereiro, mas isso ainda não aconteceu e o Executivo não teria oferecido qualquer explicação.

"Os trabalhadores, assim como o conjunto do funcionalismo do RN, são contra a Reforma da Previdência apresentada pelo Governo. Isso porque, se aprovada, vai aumentar o desconto das alíquotas previdenciárias, diminuindo os salários, bem como a idade para se aposentar, entre outros prejuízos", informou o sindicato, em nota.

Atualmente, de acordo com o sindicato, o quadro do IPERN é composto por 75 servidores ativos, dentre os quais há 51 em abono de permanência, ou seja, em condições de se aposentar. O quadro ainda contém oito servidores cedidos ao Instituto, 25 cargos comissionados e 45 estagiários, num total de 78 pessoas com vínculo apenas temporário. Somando-se a isso, existiriam outros 12 servidores do Ipern à disposição de outros órgãos.

Fonte: G1
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'Roubou, mas fez', diz vereadora sobre atos de corrupção de ex-prefeito em cidade do RN

Presidente da Câmara Municipal de Macau, a vereadora Dyana Lira, afirmou na tribuna do Legislativo que um ex-prefeito da cidade da Costa Branca potiguar "roubava, mas fazia", enquanto a atual gestão não rouba, mas não tem obras. As declarações foram feitas durante a abertura do ano legislativo, na noite desta segunda-feira (2), e ficaram gravadas em vídeo da própria Câmara.

“Vou dizer em alto e bom som para quem goste, para quem não goste: o prefeito Flávio Veras foi condenado pelos erros, mas tem meu respeito, porque no tempo que roubava tinha obra em Macau, no tempo que roubava tinha as coisas em Macau. Hoje não tem roubo, e cadê as obras, cadê o dinheiro, cadê as coisas acontecerem? Ladrão, do jeito que eu digo para Lula, digo também, roubou mas fez”, disse.

Procurada pela Inter TV Cabugi, a vereadora Dyana Lira lamentou que chegou à imprensa "apenas parte da discussão", segundo ela, na tentativa de desviar o foco do debate, que cobrava uma prestação de contas da atual gestão do município.

A parlamentar ainda admitiu que foi "infeliz em algumas palavras", no calor do momento. Ela afirmou que a intenção era comparar a atual gestão, que não tem obras e ações para apresenta à cidade, enquanto ex-gestores teriam trabalhado pelo município e disse que vai continuar agindo com respeito ao dinheiro público.

O atual prefeito de Macau, Túlio Lemos, que foi citado pela vereadora, disse que os municípios do país inteiro enfrentam dificuldades financeiras e que isso teria impedido a gestão de realizar obras físicas na cidade. Ele ainda lamentou "a defesa de atos de corrupção" por parte da vereadora.

A Inter TV Cabugi também tentou entrar em contato por telefone com o ex-prefeito Flávio Veras, mas ele não atendeu às ligações. Também foram deixadas mensagens no celular e através das redes sociais, mas ele não respondeu aos questionamentos até a publicação da matéria.

Declaração de vereadora de Macau foi feita na primeira sessão de 2020  — Foto: Reprodução
Declaração de vereadora de Macau foi feita na primeira sessão de 2020 — Foto: Reprodução

Fonte: G1
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Mulheres ganham 15% a menos do que os homens no RN, diz Dieese

Um levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) revelou que as mulheres do Rio Grande do Norte ganham 15% a menos do que os homens. O rendimento médio das potiguares é R$ 1.654, enquanto os homens recebem em média R$ 1.952.

Pesquisa foi divulgada nesta terça-feira (3) — Foto: Governo Federal/Divulgação
Pesquisa foi divulgada nesta terça-feira (3) — Foto: Governo Federal/Divulgação

Ainda de acordo com a pesquisa, o RN tem a segunda maior diferença salarial por questões de gênero considerando todos os estados no Norte-Nordeste. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (3) e são referentes ao 4º trimestre de 2019.

O Dieese também divulgou dados nacionais que mostram a diferença de rendimento por gênero em um mesmo cargo. Segundo a pesquisa, a cada 10 diretores e gerentes, 4 eram mulheres, mas o rendimento delas foi 29% menor. Em média, os homens ganham R$ 40 por hora e elas recebem R$29.

As mulheres também gastam mais tempo em afazeres domésticos do que os homens. As planilhas do instituto apontam que em todo o país, elas passam em média 21h por semana ocupadas com atividades do lar, ou seja, 95% a mais do que eles. O levantamento do Dieese é baseado na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Fonte: G1
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Latrocínios aumentam 333% em fevereiro de 2020 no RN

O Rio Grande do Norte registrou um aumento de 333% no número de latrocínios - mortes de vítimas durante assaltos - no mês de fevereiro de 2020, na comparação com o mesmo mês em 2019. Foram 13 assassinatos deste tipo, praticamente um a cada dois dias - contra três em fevereiro do ano passado. O número também representa crescimento de 160% na comparação com janeiro, quando houve 5 latrocínios.

Guarda municipal foi uma das vítimas de latrocínio em fevereiro de 2020 no RN — Foto: Lucas Cortez/Inter TV Cabugi
Guarda municipal foi uma das vítimas de latrocínio em fevereiro de 2020 no RN — Foto: Lucas Cortez/Inter TV Cabugi

As mortes violentas em geral aumentaram praticamente 40% no mês - foram 144 contra 103 no período anterior. Com exceção de lesão corporal com resultado em morte, que se manteve estável, houve crescimento em todos os tipos de crimes letais intencionais ao longo do mês. O aumento da violência ocorre após constatação de quedas nos números da violência no ano de 2019 e mesmo em janeiro deste ano - acompanhados pelo Monitor da Violência, do G1.

Os dados são oficiais, Divulgados no boletim mensal da Coordenadoria de Informações Estatísticas e Análises Criminais (Coine) da Secretaria Estadual de Segurança e do Observatório da Violência do Rio Grande do Norte (Óbvio). O município com maior número de mortes violentas foi Natal, com 25 assassinatos. Segunda maior cidade do estado, Mossoró teve 16 crimes, e foi seguida por Macaíba, com 13.

Latrocínios são as mortes violentas nos casos em que as vítimas morreram durante ou após assaltos. Alguns desses casos geraram comoção no estado, ao longo do mês. É o caso do sargento aposentado da PM Kerginaldo Moura Barbosa, de 65 anos, que foi assassinado durante um assalto na Zona Norte de Natal. Também houve a morte do guarda municipal Carlos Antonio Pereira de Melo, que estava com a família em uma unidade de saúde do município e foi baleado na cabeça ao reagir a um assalto.

Outra vítima da violência foi o jovem Paulo Victor de Brito, de 20 anos, que assassinado após reagir a um assalto em Macaíba, na região metropolitana. De acordo com a família, ele se recusou a entregar a motocicleta aos bandidos. No Oeste potiguar, durante o carnaval, dois homens que eram concunhados morreram após serem baleados por assaltantes em uma casa de praia onde estavam com a família.

Números
Em fevereiro, os homicídios dolosos tiveram crescimento de 31,17% - passando de 77 para 101. As mortes de suspeitos em intervenções policiais também cresceram de 11 para 15 - representando crescimento de 36,36%. O estado ainda registrou 12 lesões corporais seguidas de mortes - o mesmo número de fevereiro de 2019. Também foram registrados três feminicídios, enquanto o mesmo mês do ano passado não teve nenhum.

A região metropolitana de Natal concentrou praticamente metade das mortes violentas: 71. No restante do estado, ficaram os outros 73. Do total de crimes, 135 (93,75%) vítimas foram homens e 9, mulheres. Em 87% dos casos, armas de fogo foram usadas.

Fonte: G1
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Após cinco dias de chuvas intensas, Açude Dourado transborda no Seridó do RN

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O Açude Dourado em Currais Novos, no Seridó potiguar, transbordou na madrugada desta terça-feira (3). A sangria foi comemorada pelos moradores da cidade, que se aglomeraram nas margens do reservatório. As fortes chuvas que caíram na região encheram o açude em 5 dias. Na segunda-feira (2), o açude estava 81% cheio.

De acordo com o Instituto de Gestão das Águas (Igarn), na quinta-feira (7), o reservatório registrava apenas 1,71% de sua capacidade hídrica. O relatório do órgão classificava o açude como região em "nível de alerta". Segundo moradores da região, a sangria do Açude Dourado não acontecia desde 2011. A capacidade total do Açude Dourado é de 10.321.600 m³.

Segundo o Instituto, outros reservatórios que receberam “recargas consideráveis” foram: Malhada Vermelha, localizado em Severiano Melo, que passou de 4,34% da sua capacidade total para 9,92%; Riacho da Cruz, que passou de 65,68% para 76,91% e Santo Antônio de Caraúbas, que passou de 35,47% para 47,99%.

Fonte: G1
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Temporal na Baixada Santista deixa 18 mortos e 30 desaparecidos, diz Corpo de Bombeiros

O temporal que caiu na Baixada Santista, no litoral de São Paulo, provocou deslizamentos de terra em morros da região na madrugada desta terça-feira (3) e deixou 18 mortos e 30 pessoas desaparecidas, de acordo com o Corpo de Bombeiros. Dentre as vítimas, estão dois bombeiros que trabalhavam nas buscas em Guarujá, segundo a Defesa Civil do Estado de São Paulo.

Veja onde ocorreram as mortes:

Guarujá – 15 mortes
Santos – 2 mortes
São Vicente – 1 morte

Bombeiros trabalham em área de deslizamento em Guarujá, na Baixada Santista — Foto: Werther Santana/Estadão Conteúdo
Bombeiros trabalham em área de deslizamento em Guarujá, na Baixada Santista — Foto: Werther Santana/Estadão Conteúdo

A tempestade causou alagamentos em vias públicas, afetou serviços (transporte, educação, fornecimento de água, energia elétrica e telefonia) e fez rodovias serem bloqueadas. A chuva – que continuou ao longo de todo o dia, com alguns períodos de interrupção – prejudicou a operação de buscas, encerrada por volta das 19h30, segundo os bombeiros. Os trabalhos devem ser retomados na manhã desta quarta-feira (4).

De acordo com o capitão e porta-voz do Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo, Marcos Palumbo, as equipes trabalham nas buscas em Santos, São Vicente e em Guarujá com 114 bombeiros e 29 viaturas. "Permanecem no local e só sairão após a localização de todas as vítimas e deixar todos os locais em segurança", disse o capitão.

Inicialmente os bombeiros chegaram a falar em até 45 desaparecidos, mas o número posteriormente foi revisto.

"O número de desaparecidos é bastante volátil. (...) Esse número irá mudar no passar do dia", disse o tenente André Elias, que trabalha no Gabinete do Comandante do Corpo de Bombeiros.

O governador do Estado de São Paulo, João Doria (PSDB), foi até Santos após o temporal e anunciou que o programa aluguel social será disponibilizado para as pessoas desalojadas após o temporal que atingiu a região da Baixada Santista.

A Defesa Civil do Estado e o Fundo Social de São Paulo coordenam a remessa de 4,6 toneladas de materiais para vítimas nas cidades de Guarujá, Santos e São Vicente.

Divulgação foi feira por João Doria, governador de São Paulo, durante uma coletiva de imprensa em Santos — Foto: Matheus Tage/A Tribuna
Divulgação foi feira por João Doria, governador de São Paulo, durante uma coletiva de imprensa em Santos — Foto: Matheus Tage/A Tribuna

Desabrigados e desalojados
De acordo com a Defesa Civil do Estado, até a tarde desta terça-feira, havia 200 desabrigados em Guarujá e 7 em São Vicente. Também há 11 desalojados em São Vicente. Em Peruíbe, 65 pessoas deixaram temporariamente suas casas e foram recebidas no Centro Comunitário do Caraminguava.

Chuva
De acordo com a Defesa Civil do Estado de São Paulo, em 24h choveu mais de 100 mm em todas as nove cidades da Baixada Santista. Foram 300 mm no Guarujá, 222 milímetros em Santos e 187 mm em São Vicente. Segundo o Inmet, o normal esperado para o mês de março no Guarujá são 277 mm - ou seja

O temporal começou na noite desta segunda-feira (2) e se estendeu durante toda a madrugada e manhã desta terça-feira (3). Moradores registraram alagamentos e ruas ficaram intransitáveis em toda a Baixada Santista. Passageiros de um ônibus mostraram o rápido aumento do nível da água no interior do veículo. Diversas linhas de ônibus e itinerários foram comprometidos pelo temporal.

Houve quedas de barreira nas rodovias Anchieta, Cônego Domênico Rangoni, Rio-Santos e Guarujá-Bertioga, que fazem a ligação de cidades da Baixada Santista com outras regiões do Estado de São Paulo.

Guarujá

O Município de Guarujá foi um dos mais afetados. A Prefeito Valter Suman sobrevoo as áreas afetadas e decretou estado de calamidade pública e luto de três dias em razão das fortes chuvas que atingiram a Cidade, na noite desta segunda-feira (2). Também foi decretado ponto facultativo na Cidade.

O temporal provocou deslizamentos em sete morros, sendo dois em grandes proporções (Morro do Macaco e Barreira do João Guarda). Nas últimas 24 horas, choveu 282 mm, o que era esperado para todo o mês de março.

“Com o decreto de calamidade pública, a cidade pode ter acesso a recursos federais para ações de socorro, assistência e restabelecimento de serviços essenciais. Estamos unindo todas as formas para amenizar os sofrimentos”, declarou o prefeito de Guarujá, Válter Suman.

A Secretaria de Educação suspendeu as aulas e as escolas estão abertas para receber doações. Já as unidades próximas aos morros atingidos estão acolhendo as famílias desabrigadas, entre elas as escolas Sérgio Pereira (Av. Atlântica, 1516 - Barreira do João Guarda), Creche Conveniada Tio João (Vila Baiana) e Escola Paulo Freire (Av. Tancredo neves, s/nº- Santa Clara). Além disso, o complexo de escolas ao lado do Teatro Procópio Ferreira servirá de alojamento para os desabrigados.

Os serviços de abastecimento de água, energia elétrica e telefonia estão sofrendo oscilações durante todo o dia. O transporte público também teve alteração nos itinerários.

Santos

A Defesa Civil de Santos atendeu mais de 120 chamados nas últimas horas. O morro do São Bento foi o que teve maior número de chamados. Além desse, os morros da Caneleira, Bufo e Fontana, Santa Maria, Pacheco e Morro do Saboó também sofreram com o alto índice pluviométrico da madrugada.

Um vídeo registrado por uma moradora do Morro do Tetéu em Santos flagrou o momento em que um pedaço de terra desaba do morro. Já uma manicure de 35 anos salvou o ex-marido de ser soterrado em um deslizamento de terra, também no Morro do Tetéu. Ela usou uma marreta para quebrar a parede e puxar o homem que estava preso em um dos cômodos da casa.

A Prefeitura de Santos informou que, até o fim da tarde desta terça-feira, não tem um balanço sobre o número total de desabrigados. As famílias estão sendo atendidas pela Secretaria de Assistência Social e pela Defesa Civil, que estão providenciando os devidos encaminhamentos, de acordo a região atingida.

Até o momento, foram encaminhadas 15 pessoas para acolhimento. Elas foram distribuídas nas cinco unidades da Prefeitura, incluindo as instituições conveniadas: Seabrigo, Seacolhe, Albergue Noturno, Casa das Anas e Abrigo de Emergência.

A Santa Casa de Santos recebeu 4 vítimas das chuvas na Cidade. Uma criança de 7 anos segue internada na UTI Pediátrica, em estado grave. Um adulto, de 43 anos, com politraumatismos, foi internado em enfermaria, e seu estado de saúde é regular. Por volta das 16h, deu entrada uma criança de 2 anos, do São Bento, com politraumatismos, que está sendo avaliada pela equipe multiprofissional, e seu estado é considerado regular.

As escolas tiveram as aulas suspensas nesta terça-feira e o VLT parou de operar.

São Vicente

São Vicente registrou deslizamentos nos morros do Itararé, Barbosas, Ilha Porchat e Parque Prainha. O desabamento ocorreu por volta da meia-noite. As equipes do Corpo de Bombeiros, Guarda Civil e Defesa Civil trabalham no local em busca de desaparecidos. O prefeito Pedro Gouvêa decretou estado de calamidade pública no Município.

Na Vila Valença, em uma clínica de repouso, o chão de um cômodo cedeu e um homem foi encontrado morto. O local foi interditado. Sete moradias foram interditadas na Avenida Saturnino de Brito, no Parque Prainha. Onze pessoas foram atendidas pela Assistência Social. Houve escorregamento de pedras na Avenida Newton Prado mas ninguém ficou ferido. No Morro dos Barbosas houve escorregamento na região próxima ao hotel Chácara do Mosteiro. Os resíduos obstruíram a rua.

A Ontrantur, empresa que opera o sistema de transporte municipal, informa que as linhas 106 e 107 do bairro Tancredo Neves estão com um trajeto especial para atender a passarela que liga ao bairro Náutica III. O Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) também teve a operação suspensa, devido a deslizamento de terra próximo ao túnel que faz a ligação entre as cidades de Santos e São Vicente.

O Centro de Atendimento de Traumatologia e Ortopedia (Cato) e o Reabilitar I, na Cidade Náutica, e as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) Sambaiatuba, Pompeba e Vila Margarida tiveram as atividades suspensas devidos aos alagamentos.

O acumulado de chuvas nas últimas 72 horas é de 351mm. O total de chuvas registrado no mês de março é de 330,4 mm.O nível vigente é de alerta. O esperado para o mês é 400 mm. A cidade registrou o mês de fevereiro mais chuvoso dos últimos 67 anos. O índice pluviométrico alcançou a marca histórica de 915,2 mm.

Praia Grande

Praia Grande não registrou ocorrências graves em decorrência das fortes chuvas desta madrugada. Pontos de alagamentos foram registrados, mas não há desabrigados ou desalojados na Cidade. O índice pluviométrico acumulado nas últimas 72h foi de 235 milímetros.

Mongaguá

A Prefeitura de Mongaguá informa que, em caso de necessidade, todos os prédios públicos estarão à disposição para receberem as pessoas. As famílias estão sendo encaminhadas e acolhidas no Clube da Melhor Idade do Centro. As equipes da Assistência Social do Município registraram 68 pessoas desabrigadas, divididas entre adultos e crianças. Equipes da Administração estão percorrendo a cidade e monitorando as vias, justamente visando a cobertura deste serviço.

Peruíbe

Em Peruíbe, 65 pessoas deixaram temporariamente suas casas e foram recebidas no Centro Comunitário do Caraminguava. Não houve ocorrências e não há áreas de risco. Algumas ruas ficaram alagadas, mas com as águas já estão escoando.

Doações
As cidades da Baixada Santista, no litoral de São Paulo, estão recebendo doações para as famílias que foram prejudicadas pelo forte temporal. Veja como ajudar.

fonte: G1
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Alcolumbre: acordo prevê manter vetos e aprovar projeto com regras para orçamento impositivo

Resultado de imagem para Alcolumbre: acordo prevê manter vetos e aprovar projeto com regras para orçamento impositivoO presidente do Congresso Nacional, Davi Alcolumbre (DEM-AP), disse nesta terça-feira (3) que líderes partidários chegaram a um entendimento para manter os vetos do presidente Jair Bolsonaro à Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e analisar os projetos enviados ao Congresso pelo governo que regulamentam o chamado orçamento impositivo.

A expressão "orçamento impositivo" se refere à parte do Orçamento-Geral da União definida pelos parlamentares e que não pode ser alterada pelo Poder Executivo. Se a previsão estiver no orçamento, o governo federal terá a obrigação de executar a despesa – ou seja, liberar o dinheiro.

“Vamos manter o veto presidencial, que foi acordado, e vamos agora votar a regulamentação do orçamento impositivo”, disse Alcolumbre ao chegar ao Congresso após uma reunião com o presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ).

Segundo Alcolumbre, os líderes recolherão assinaturas para que os projetos que regulamentam o Orçamento impositivo sejam analisados ainda nesta terça.

“[O objetivo é] votar os PLNs [projetos de lei do Congresso Nacional] de regulamentação do orçamento impositivo e votar a pauta das cédulas da manutenção do veto presidencial”, afirmou Alcolumbre.

O governo encaminhou nesta terça-feira ao Congresso três projetos com o objetivo de criar regras para o pagamento das emendas parlamentares deste ano e de regulamentar o orçamento impositivo, aquele de execução obrigatória.


A LDO, aprovada pelo Congresso, ampliou o poder dos parlamentares na hora de indicar gastos públicos. As emendas de relator e de comissões da Câmara e Senado passaram a ser obrigatórias, assim como as individuais e as de bancada.

O deputado responsável pela relatoria do Orçamento poderia, segundo a lei, indicar a aplicação de R$ 30 bilhões em emendas. O presidente Jair Bolsonaro vetou, ou seja, rejeitou esta possibilidade.

Na tentativa de acordo, o Executivo encaminhou os projetos, que disciplinam como serão aplicadas as emendas de relator e de comissões e diminui a quantidade de recursos reservadas para essas indicações.

Os textos preveem que, dos R$ 30 bilhões do relator, pelo menos R$ 9,6 bilhões retornarão ao governo federal.

Emendas parlamentares
A cada ano, deputados e senadores fazem indicações de emendas, para que o recurso federal seja aplicado nos redutos eleitorais deles em todo o país.

São as chamadas "emendas parlamentares". Essas sugestões são incluídas na proposta de orçamento enviada pelo Palácio do Planalto e, depois, votadas e aprovadas pelo Congresso.

Há quatro tipos de emendas:

Emendas individuais, feitas por deputado ou senador com mandato vigente;
Emendas de bancada, que reúnem os parlamentares do mesmo estado ou do Distrito Federal, ainda que sejam de partidos diferentes;
Emendas de comissões, propostas pelas comissões permanentes ou técnicas da Câmara e do Senado;
Emendas do relator do Orçamento, incluídas pelo relator a partir das demandas feitas por outros políticos.
Antes da criação do orçamento impositivo, o Palácio do Planalto, em tese, não era obrigado a cumprir essas emendas – mesmo com o orçamento em vigor.

Os parlamentares reclamavam que, em muitos casos, a verba só era liberada na véspera de uma votação importante, como instrumento de negociação.

Por outro lado, deputados e senadores passavam a condicionar a aprovação de temas de interesse do governo ao pagamento das emendas.

Em 2015, o Congresso promulgou uma mudança na Constituição para tornar impositivas (de execução obrigatória) as emendas individuais. Essa regra entrou em vigor no mesmo ano, e segue valendo.

As mudanças aprovadas
Em 2019, os parlamentares voltaram a mexer na Constituição para tratar do tema. Dessa vez, tornaram obrigatória a execução das emendas de bancada.

Por ser uma emenda à Constituição, o texto foi promulgado e entrou em vigor sem passar pelo aval da Presidência da República.

Em seguida, ao aprovarem a Lei de Diretrizes Orçamentárias – o texto que orienta a elaboração do Orçamento anual –, os parlamentares decidiram equiparar as outras duas emendas (de comissões e de relator) às anteriores.

A medida ampliaria ainda mais o controle do Legislativo sobre o Orçamento, reduzindo a liberdade do Executivo para decidir o destino dos recursos.

Os vetos de Bolsonaro
Ao sancionar a Lei de Diretrizes Orçamentárias, em dezembro do ano passado, o presidente Jair Bolsonaro vetou dez dispositivos. Desses, quatro diziam respeito ao orçamento impositivo.

Esses vetos serão analisados pelo Congresso Nacional, e podem ser mantidos ou derrubados. Se forem derrubados, as regras entram em vigor, e o governo pode entrar na Justiça para tentar reverter a situação.

Os itens vetados dizem que:

a execução das emendas deve seguir a ordem de prioridade definida por deputados ou senadores.
o governo tem 90 dias para empenhar (reservar e garantir pagamento) os recursos previstos nas emendas do relator do Orçamento.
em caso de limitação de empenho e pagamento, os critérios aplicados a todas as emendas devem ser iguais – é o chamado "contingenciamento linear".
o descumprimento dessas novas regras deverá ser penalizado nos termos da lei.
Para que os vetos sejam derrubados, é preciso que a maioria absoluta (257) dos 513 deputados e maioria absoluta (41) dos 81 senadores votem contra o governo. Basta o aval de uma das casas para um veto ser mantido.

Fonte: G1
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Balanço preliminar aponta que 20 menores foram assassinados durante motim de policiais militares no Ceará

Um balanço preliminar aponta que, nos nove primeiros dias do motim de parte dos policiais militares do Ceará, 20 menores de idade morreram — entre eles, uma bebê de 1 ano e 11 meses e um adolescente de 12 anos.

A paralisação durou 13 dias – de 18 de fevereiro a 1º de março. A Secretaria de Segurança Pública do Ceará divulgou dados contabilizados até o 26 de fevereiro. Nesse período, ocorreram 225 assassinatos em 54 dos 184 municípios do Ceará. As mortes de menores de idade representam 9% desse total.

No domingo (1º), os policiais militares amotinados votaram por encerrar a paralisação mesmo sem anistia. A desocupação dos batalhões aconteceu nesta segunda-feira (2).

Desde o início do motim, o crescimento nas mortes violentas foi de 138% na comparação com os primeiros 25 dias de fevereiro de 2019.

A média de homicídios entre 1º de janeiro e 17 de fevereiro — dia anterior à paralisação dos PMs — era de oito por dia. Já entre 18 e 26 de fevereiro, a média diária saltou para 24,5.

Conforme o sociólogo e coordenador da equipe técnica do Comitê Cearense pela Prevenção de Homicídios na Adolescência Thiago de Holanda, é preciso haver uma apuração rigorosa de cada uma destas mortes. O comitê levantou que, se comparados iguais períodos de 2019 e 2020, houve aumento de 435% nos assassinatos de adolescentes.

"Como a dinâmica destas mortes aconteceu? O que colocamos enquanto comitê é que quando essas mortes acontecem, elas recaem nos territórios mais vulneráveis, costuma ser na periferia, onde os jovens vivem neste contexto de mais vulnerabilidade. Até o momento, temos poucas informações sobre estas mortes. É preciso uma investigação rigorosa", afirmou o sociólogo.

Ainda segundo o comitê, considerando critérios da Organização Mundial da Saúde (OMS) – que estabelece a adolescência até os 19 anos – foram 55 crianças e adolescentes assassinados em um período de nove dos 13 dias de motim.

Entre as vítimas estão as irmãs Adrine da Silva Mendes, 17, e Andreza da Silva Mendes, de 18 anos, mortas a tiros em 21 de fevereiro, na cidade de Pacatuba. Elas conversavam na calçada de casa quando foram perseguidas e baleadas por homens armados. As duas foram atingidas quando já estavam no quintal. Nenhuma delas tinha passagem pelo Sistema Socioeducativo ou antecedentes criminais.

Borracheiro enche pneus de viaturas danificadas durante paralisação da polícia em Fortaleza — Foto: Fabiane de Paula/SVM
Borracheiro enche pneus de viaturas danificadas durante paralisação da polícia em Fortaleza — Foto: Fabiane de Paula/SVM

Fonte: G1
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Fed faz corte extraordinário dos juros em 0,5 ponto em resposta ao coronavírus

O Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos) promoveu nesta terça-feira (3) um corte extraordinário, antes da próxima reunião, de 0,5 ponto percentual nas taxas de juros do país, em resposta aos possíveis impactos do coronavírus na economia.

Com a redução, as taxas de juros norte-americanas passaram para a faixa de 1% a 1,25%.

O BC dos EUA não fazia um corte de emergência desde 2008, quando o mundo sofria os efeitos da crise financeira internacional. O próximo encontro do Fomc (Comitê Federal de Mercado Aberto, na sigla em inglês) está agendado para 17 e 18 de março. O último ocorreu em janeiro.

Segurança passa em frente a uma imagem do Fed após reunião do Fomc em Washington — Foto: Reuters/Kevin Lamarque
Segurança passa em frente a uma imagem do Fed após reunião do Fomc em Washington — Foto: Reuters/Kevin Lamarque

No comunicado, após a decisão, o Fomc afirmou que a economia dos EUA segue forte, mas que o avanço do coronavírus traz riscos para a atividade econômica do país.

"O Comitê está monitorando de perto os desenvolvimentos e as implicações para as perspectivas econômicas e usará suas ferramentas e atuará conforme apropriado para apoiar a economia", escreveu Fomc no comunicado.

No comunicado, após a decisão, o Fomc afirmou que a economia dos EUA segue forte, mas que o avanço do coronavírus traz riscos para a atividade econômica do país.

"O Comitê está monitorando de perto os desenvolvimentos e as implicações para as perspectivas econômicas e usará suas ferramentas e atuará conforme apropriado para apoiar a economia", escreveu Fomc no comunicado.

O avanço da epidemia do novo coronavírus pelo mundo tem provocado abalos nos mercados globais e elevado as preocupações de investidores e governos sobre o impacto da propagação do vírus nas cadeias globais de suprimentos, nos lucros das empresas e na desaceleração do crescimento da economia global.

Fonte: G1
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Brasil tem 488 casos suspeitos de novo coronavírus

Resultado de imagem para Brasil tem 488 casos suspeitos de novo coronavírusBalanço do Ministério da Saúde divulgado nesta terça-feira (3) aponta que o Brasil tem 488 casos suspeitos de novo coronavírus. Desde o início do monitoramento, 240 casos foram descartados e dois, confirmados.

O secretário-executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo dos Reis, lembrou que os Estados Unidos está na lista de países com transmissão local, mas ainda não tinha sido incluído na lista de alerta para viajantes.

A partir desta terça-feira, de acordo com Reis, ele será incluído e os brasileiros que voltarem dos EUA e relatarem sintomas devem ser avaliados sobre se enquadram entre os possíveis casos suspeitos.

Apesar disso, o secretário-executivo ressaltou que a busca por atendimento médico não deve ocorrer em todos os casos em que houver sintomas leves ou somente para investigar uma possível contaminação no exterior.

"Mesmo que tenham vindo desses países, (quem têm) sintomas leves ou (são) assintomáticos, não devem buscar o posto de saúde. Se nós fizermos isso, vamos encher nossas unidades de saúde com casos leves e assintomáticos. Nós gradativamente temos que desmobilizar esse movimento." - João Gabbardo dos Reis, secretário-executivo do Ministério da Saúde
"Nesses casos, é muito melhor que ligue para o 136 e peça uma orientação. O critério é o mesmo de anteriormente. As pessoas quando ficavam gripadas iam todas ao posto de saúde? Não. Nós não precisamos impor que as pessoas com sintomas leves vão a uma unidade de saúde", afirmou Reis.

Fonte: G1
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Para blindar reformas, Congresso cobra gesto de Bolsonaro desautorizando Heleno

Resultado de imagem para Para blindar reformas, Congresso cobra gesto de Bolsonaro desautorizando Heleno
A negociação para um entendimento sobre o chamado orçamento impositivo elevou a temperatura no Palácio do Planalto nesta segunda-feira (2).

No início da tarde, o presidente Jair Bolsonaro recebeu no Planalto o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), o líder do governo na Casa, Fernando Bezerra (MDB-PE), e os ministros Paulo Guedes (Economia) e Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo).

Na reunião, Bolsonaro ouviu cobranças de que faça um “gesto” ao Congresso desautorizando a declaração do ministro Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) de que parlamentares chantageiam o Executivo.

A cobrança ao presidente da República seria uma forma de tentar blindar no Congresso as reformas administrativa e tributária.

O presidente, segundo o blog apurou, não sinalizou que fará qualquer movimento contra o seu “guru”. E, para parlamentares, desta forma, Bolsonaro “chancelou” a fala de Heleno.

Na avaliação da cúpula do Congresso, o presidente “usa” os parlamentares para aprovar a agenda econômica, mas não “joga junto”.

A preocupação de assessores de Bolsonaro, tanto na área política como na área econômica, é a de que, se a relação com os congressistas não for azeitada agora, em meio à discussão sobre o orçamento impositivo, o debate das reformas será contaminado.

No Senado, não preocupa o governo a manutenção do veto do presidente no orçamento impositivo. Mas, sim, a discussão sobre as reformas.

Davi Alcolumbre surpreendeu o Planalto nesta segunda quando não apareceu para uma reunião pela manhã. Estava com senadores. Depois, à tarde, cobrou o presidente a respeito de declarações sobre o Congresso.

A quem pergunta se general Heleno seria demitido, auxiliares do presidente respondem a parlamentares: “mais fácil o Papa ser demitido do que Heleno, guru e amigo de Bolsonaro”.

Fonte: G1
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'Não tem comida em casa': o drama das mães de crianças vítimas do zika na fila do INSS

Faz meses que o peso da pequena Brenda, de 1 ano e 5 meses, não passa dos 7,3 kg. Da última vez que levou a filha ao médico, no dia 12 de fevereiro, recebeu o alerta de que, se a menina não ganhasse peso até a próxima consulta, pode precisar de uma sonda gástrica.

"Não tem comida em casa, o que tinha já acabou", conta, emocionada, a mãe Jéssica Paula Lima, 26 anos.

Quando ela conversou por telefone com a repórter da BBC News Brasil estava na casa de outra mãe para almoçar com as crianças.

Já vai fazer um ano que Jéssica pediu pela primeira vez o Benefício de Prestação Continuada (BPC), para idosos e pessoas com deficiência de baixa renda, em uma agência do instituto Nacional do Seguro Social de Recife, em Pernambuco. Até hoje, não passou sequer pela perícia.

De acordo com o INSS, existem atualmente no país 420 mil pedidos de BPC como os de Jéssica, que aguardam mais de 45 dias para serem analisados. Os atrasos atingem justamente a parcela mais vulnerável da população, que em geral não tem outra alternativa de renda, nem condições de trabalhar.

No caso de Jéssica, como nos da grande maioria das mães de crianças com a síndrome congênita, conciliar outras atividades é impossível: os cuidados com as crianças, que têm pouca ou nenhuma autonomia para atividades cotidianas, exigem dedicação em tempo integral, na qual a mãe quase sempre é sobrecarregada.

Jéssica cuida sozinha dos dois filhos com os R$ 171 do Bolsa Família e espera benefício para a filha com microcefalia há um ano, mas não passou nem pela perícia — Foto: Arquivo pessoal
Jéssica cuida sozinha dos dois filhos com os R$ 171 do Bolsa Família e espera benefício para a filha com microcefalia há um ano, mas não passou nem pela perícia — Foto: Arquivo pessoal

Brenda tem microcefalia e outras alterações causadas pela síndrome congênita do zika, registrada em bebês expostos ao vírus ainda no útero e que causa diversos efeitos neurológicos no recém-nascido, como malformações na cabeça, movimentos involuntários, convulsões, irritabilidade, problemas de deglutição, baixa visão e audição.

A epidemia atingiu principalmente mulheres de baixa renda, em áreas com falta de saneamento básico, mais favoráveis à proliferação do Aedes aegypti, o mosquito transmissor da doença.
Jéssica dedica o tempo todo aos filhos, com quem mora em um quartinho alugado em Recife. Brayan, de 4 anos, em autismo e também precisa de remédios de uso contínuo.

Ela já tentou pedir o benefício do BPC para o filho, mas a solicitação foi negada. O filho mais velho, de 12 anos, mora com o pai, desempregado, de quem Jéssica se separou há um ano.

"A renda que tenho são R$ 171 do Bolsa Família. Pago R$ 100 do aluguel e com os R$ 71 eu me viro". O valor do benefício é o mesmo há três anos, diz, com exceção do período em que estava grávida, quando recebeu R$ 46 até a bebê completar seis meses de idade. "Depois volta ao valor normal".
Brenda precisa de fraldas, leite especial e suplemento alimentar, que Jéssica já não tem dinheiro para comprar. A medicação contra convulsões também acabou e não está disponível pelo Sistema Único de Saúde. A perda de peso da filha tem deixado a mãe cada vez mais apreensiva e triste.

"Às vezes quando tem verdura ou qualquer outra coisa eu cozinho e bato no liquidificador e dou para ela. Verdura, suco, qualquer coisa que tem ela toma, só na mamadeira. Porque ela está com [disfagia dificuldade de engolir], e não está aceitando nada na colherzinha, nem papinha mais grossa, ela engasga e vomita", conta.

"A médica disse que na próxima consulta se não aumentar o peso um pouquinho vai ter que ir para a sonda."

Espera na agência do INSS em um bairro no centro de São Paulo; promessa do governo de reforço no atendimento ainda não saiu do papel — Foto: BBC Brasil
Espera na agência do INSS em um bairro no centro de São Paulo; promessa do governo de reforço no atendimento ainda não saiu do papel — Foto: BBC Brasil

Incerteza e novas exigências
Desde que agendou pela primeira vez a ida ao INSS, em 19 de março, Jéssica conta que levou logo todos os documentos dela e dos filhos, inclusive o laudo atestando que Brenda tem a síndrome da Zika.

Seu pedido ficou em análise e, de lá para cá, as exigências só aumentaram. Ela já levou, a pedido do INSS, uma atualização do Cadastro Único obtida no Centro de Referência em Assistência Social (Cras). Em novembro, oito meses depois da primeira solicitação, o INSS pediu que ela levasse a folha resumo do Cras, documento que identifica e caracteriza as famílias de baixa renda.

Em dezembro, mais um aviso. "Disseram que estava faltando o CPF do meu filho, o que não faz sentido, porque eu já tinha mandado e estava tudo certo. Levei de novo. De lá para cá, está em análise."

A BBC News Brasil pediu ao INSS, por meio da assessoria de imprensa, informações sobre os casos das mães entrevistadas. O contato com as seccionais do INSS tanto em Pernambuco quanto do Nordeste, tampouco resultou em previsão ou resposta sobre o andamento dos casos.

Na segunda-feira (02/03), Jéssica disse ter recebido uma resposta agendando a perícia para o dia 12 de março, após um ano de espera. "Nem acredito", comemorou ela.

Situação parecida enfrenta Rosigleide Santos da Silva, a Kel, que aos 22 anos é mãe de John, um menino de quatro anos com microcefalia. Sem renda, no mês passado, ela e a mãe pediram dinheiro emprestado para a vizinha para comprar Keppra, um medicamento antiepilético cuja caixa com 60 comprimidos custa cerca de R$ 135.

"É um remédio que ele toma duas vezes ao dia, não pode faltar", conta. "Está bem difícil. Meu companheiro trabalha, mas é insuficiente para os gastos, especialmente com o meu filho, que toma remédios controlados", diz.

Rosigleide e o filho, John; no mês passado, ela precisou pegar dinheiro emprestado para comprar remédio da criança — Foto: Arquivo pessoal
Rosigleide e o filho, John; no mês passado, ela precisou pegar dinheiro emprestado para comprar remédio da criança — Foto: Arquivo pessoal

Kel afirma que recebeu o benefício do BPC foi cortado no ano passado, após três anos. Ela deu nova entrada no pedido em 24 de setembro do ano passado, e desde então checa todo dia o aplicativo Meu INSS em busca de uma boa notícia. Sem a renda mensal, reduziu a compra de lanchinhos para o filho, que já perdeu cerca de 3 kg.

"Ele estava com 17 kg, indo para 18kg. Hoje ele deve estar com uns 15 kg", lamenta. "Parei de comprar lanche, tipo um iogurte, uma fruta. Como perdi o benefício tive que diminuir, comecei a dar mais gogó (leite), que sai mais em conta do que comprar outras coisas."

John não se senta, não fala, não tem muita firmeza no pescoço e só come comida pastosa ou líquida, porque tem dificuldades para engolir. "Parece um bebê de seis meses". Tinha melhorado, mas teve uma convulsão muito forte no Natal, e, desde então, a mãe notou que ele regrediu um pouco.

Ela diz gastar cerca de R$ 400 por mês só nos cuidados com o filho. John faz fisioterapia quatro vezes por semana, e é Kel quem leva o filho de ônibus, empurrando a cadeira de rodas que quase não serve mais. "Por enquanto está dando para andar, mas já está bem pequena".

Kel afirma que recebeu o benefício do BPC foi cortado no ano passado, após três anos. Ela deu nova entrada no pedido em 24 de setembro do ano passado, e desde então checa todo dia o aplicativo Meu INSS em busca de uma boa notícia. Sem a renda mensal, reduziu a compra de lanchinhos para o filho, que já perdeu cerca de 3 kg.

"Ele estava com 17 kg, indo para 18kg. Hoje ele deve estar com uns 15 kg", lamenta. "Parei de comprar lanche, tipo um iogurte, uma fruta. Como perdi o benefício tive que diminuir, comecei a dar mais gogó (leite), que sai mais em conta do que comprar outras coisas."

John não se senta, não fala, não tem muita firmeza no pescoço e só come comida pastosa ou líquida, porque tem dificuldades para engolir. "Parece um bebê de seis meses". Tinha melhorado, mas teve uma convulsão muito forte no Natal, e, desde então, a mãe notou que ele regrediu um pouco.

Ela diz gastar cerca de R$ 400 por mês só nos cuidados com o filho. John faz fisioterapia quatro vezes por semana, e é Kel quem leva o filho de ônibus, empurrando a cadeira de rodas que quase não serve mais. "Por enquanto está dando para andar, mas já está bem pequena".

Fonte: G1
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