segunda-feira, agosto 07, 2023

Homem em situação de rua é encontrado morto ao lado da Cobal no Centro de Mossoró


Um homem em situação de rua, foi encontrado morto na manhã desta segunda-feira 7 de agosto de 2023, em um pequeno canteiro ao lado do Mercado da Cobal, no Centro de Mossoró na região Oeste do Rio Grande do Norte.


De acordo com a Polícia Civil, a vítima foi identificada como Maasone Soares de Brito, 51 anos, estaria morto desde a noite do domingo (06). Nas primeiras horas da manhã, uma equipe da PM foi acionada até o local para averiguar a ocorrência.


Segundo testemunhas o homem teria sido visto deitado no mesmo local.  As informações preliminares apontam que Maasone pode ter passado mal e não resistido. Uma equipe do Itep recolheu o corpo para realizar uma perícia e apontar as causas da morte.


Fonte: Fim da Linha

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Criminosos invadem casa e executam homem de 59 anos em Areia Branca na Costa Branca Potiguar


Um crime com características de execução foi registrado por volta das 21h30min deste domingo 06 de agosto de 2023, na Praia de Upanema em Areia Branca, na região da Costa Branca do Rio Grande do Norte. A vítima foi José Bernardo da Silva  conhecido como “Dedé dos Cavalos” de 59 anos de idade.


De acordo com a Polícia Militar, que atendeu a ocorrência e isolou o local do crime, os assassinos invadiram a casa, localizada na Rua Santa Amália, na comunidade litorânea e executaram a vítima com tiros de revolver e espingarda calibre 22.


Até o momento não há informações sobre o que teria motivado a execução. Na casa além de Dedé dos Cavalos, que estava deitado em uma rede na sala, estavam também a esposa e uma filha deficiente, que estavam no quarto, mas estas não foram atingidas pelos disparos.


A equipe do ITEP realizou procedimentos de perícia no local do crime e em seguida recolheu o corpo de José Bernanrdo para ser examinado na base do órgão em Mossoró. O delegado de plantão Luiz Antônio acompanhou o trabalho pericial e encaminhará um relatório para o delegado Rafael de Melo de Areia Branca, que vai investigar o caso.


Fonte: Fim da Linha

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Justiça paralisa concurso da Polícia Militar do RN e determina realização de prova de redação em até 90 dias

Curso de formação da PM em 2021. Justiça determinou no novo concurso que Estado não faça matrícula no curso de formação até aplicação da prova de redação — Foto: PM/Divulgação

A Justiça do Rio Grande do Norte paralisou nesta segunda-feira (7) o concurso de praças da Polícia Militar por conta da ausência da prova de redação durante a primeira etapa do certame, o que é determinado por uma lei estadual. A ação civil pública foi movida pelo Ministério Público do RN.


Diante do fato, o juiz Bruno Lacerda Bezerra Fernandes determinou que o governo do RN realize em até 90 dias a prova de redação do concurso público com os aprovados na última etapa, que foi a de Investigação Social.


O Comando Geral da Polícia Militar informou, através da assessoria de comunicação, que não comenta decisões judiciais e que até o fim da manhã desta segunda-feira (7) não havia sido notificado oficialmente da determinação.



Essa é a segunda vez que o concurso da PM é suspenso pelo mesmo motivo. Em maio, a Justiça do RN determinou a suspensão temporária do concurso também em resposta a uma ação do Ministério Público do RN, que atendeu uma denúncia de um candidato.


O juiz determinou, dessa vez, que o Estado "não efetive a matrícula de candidatos no Curso de Formação de Praças da PMRN antes da publicação de resultado final definitivo do concurso público" regido pelo edital "que contemple pontuação obtida em prova de redação a ser aplicada aos candidatos aprovados, definitivamente, na última etapa prevista para o concurso".


Em caso de descumprimento, foi estipulada multa diária no valor de R$ 10 mil limitada a R$ 300 mil.


Decisão

A denúncia aponta que o edital não previu a aplicação de provas de redação "em desacordo com o disposto no art. 10º, parágrafo 2º, inciso XI" e também com o "art. 11, parágrafo 9º, ambos da Lei Estadual nº 4.630/1976, com as modificações introduzidas pela Lei Complementar Estadual nº 613/2018". A banca do concurso é o Instituto Brasileiro de Formação e Capacitação (IBFC).


A decisão aponta que o governo do RN contestou a ação alegando que as modificações na lei estadual "permitem a opção, pela banca organizadora de certames da Polícia Militar do Rio Grande do Norte, alternativamente, entre realizar ou não prova de redação".



O Estado também contestou o fato dos candidatos que comunicaram irregularidades "o fizeram apenas após resultado particular adverso na prova objetiva do certame".


Além disso, cita que a pretensão formulada na ação "desconsidera as consequências negativas práticas à Administração Pública que sua eventual procedência implicaria, em desacordo com o art. 20, da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, notadamente prejuízos ao interesse e à fazenda públicos com a possível remarcação das provas"


O concurso

O concurso, que teve o edital publicado em janeiro deste ano, é para provimento de 1.128 vagas para ingresso no Curso de Formação de Praças (CFP) e 30 vagas para ingresso no Curso de Formação de Praças Músicos (CFP – Mus). Ele é realizado por intermédio do Instituto Brasileiro de Formação e Capacitação (IBFC).


A prova objetiva foi aplicada em 16 de abril, com resultado definitivo divulgado no último dia 15 de maio, mesma data em que os candidatos foram convocados para o exame de habilitação musical (aluno músico) e o exame de avaliação de condicionamento físico (aluno músico e aluno soldado). Os exames seriam realizados de domingo (21) até o dia 31.


Fonte: g1

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'Problema crônico', diz secretária de Saúde do RN sobre lotação no Hospital Walfredo Gurgel

Entrada do Pronto-Socorro Clóvis Sarinho, no Hospital Walfredo Gurgel, em Natal. (Arquivo) — Foto: Francielly Medeiros/Inter TV Cabugi

A Secretaria de Saúde do Rio Grande do Norte, Liane Ramalho, classificou como "problema crônico" a lotação do Hospital Walfredo Gurgel, na Zona Leste de Natal.


O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) chegou a registrar 15 macas retidas com pacientes, na unidade, na manhã desta segunda-feira (7), o que deixou a cidade sem operação de ambulâncias de suporte básico.


A titular da pasta afirmou que discute soluções para o problema de sobrecarga da unidade de saúde com os municípios do estado, porque, segundo ela, a alta demanda sobre o hospital ocorre por falta de atendimento de pacientes com casos leves em unidades de saúde dos municípios.



"Realmente são imagens muito cruéis, muito dolorosas e são imagens crônicas. São imagens que nós vemos há muitos anos. Desde o início da gestão passada, a gente vem fazendo uma ampliação nos nossos hospitais regionais, de qualificação dos atendimentos da ortopedia. A gente tem feito uma ampliação em mais 15% e isso reverberou muito positivamente na não vinda desses pacientes aqui para o Walfredo Gurgel. Isso fez com que hoje a gente não tenha uma situação muito pior", afirmou, em entrevista à Inter TV Cabugi.


De acordo com a secretária, o Hospital Walfredo Gurgel passou seis meses sem problema de superlotação, mas voltou a ter o cenário de macas nos corredores ao longo de julho.


De acordo com ela, a pressão ocorre por parte de municípios, principalmente da região metropolitana, que enviam pacientes com casos leves para a unidade, que é voltada originalmente para casos de alta complexidade.


"É um problema realmente crônico e não é um problema só da Secretaria de Saúde Pública, é um problema do estado, dos municípios", afirmou.

"Nós temos na porta do Walfredo Gurgel pacientes com problemas ortopédicos de baixa complexidade que não são do Walfredo Gurgel. Ele tem um perfil de alta complexidade, de politrauma. Então esses pacientes de baixa complexidade eles tem que ir realmente para uma outra porta. Nós estamos trabalhando com os municípios de Parnamirim, de São Gonçalo do Amarante, de Macaíba, de Extremoz para o que nós estamos chamando de barreira sanitária. Vamos começar a fazer esse trabalho que não é um trabalho que a gente consegue fazer em curto prazo. Mas a gente precisa principalmente com Parnamirim, que é realmente a maior pressão do Walfredo Gurgel, e com os municípios da primeira, terceira e da quinta região. Esses municípios precisam dar conta desses pacientes", afirmou.



A secretária ainda afirmou que a Secretaria Estadual está disposta a apoiar os municípios na implantação dos serviços e que vai discutir com as secretarias de saúde sobre o assunto na próxima reunião da Comissão Intergestores Bipartite, marcada para o dia 14 de agosto.


A secretária ainda afirmou que a resposta da pasta ao Judiciário foi sobre a responsabilidade conjunta com os municípios. No dia 1º de julho, a Justiça deu prazo de 72 horas para o estado se pronunciar sobre as medidas adotadas para esvaziamentos dos corredores.


"A gente precisa de forma urgente fazer esse referenciamento desses pacientes de baixa complexidade para que o Walfredo Gurgel possa assumir o seu perfil de alta complexidade do politrauma", disse.


Fonte: g1

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Censo 2022: Nove municípios concentram 80% da população indígena do RN

Encontro entre lideranças do povo Mendonça, chefia do IBGE no RN e equipe de coleta no início do Censo 2022 em áreas indígenas (arquivo) — Foto: André Silva/IBGE

Mesmo sem territórios oficiais, o Rio Grande do Norte conta com uma população de mais de 11 mil indígenas, segundo o Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).


No estado, nove municípios concentram 80% das pessoas que se declararam indígenas aos recenseadores, no ano passado.


Os dados do estudo relacionados à população indígena brasileira foram divulgados nesta segunda-feira (7) pelo órgão.


Segundo o IBGE, foram contadas 11.725 pessoas indígenas distribuídas em 5.539 domicílios particulares permanentes ocupados com pelo menos um morador indígena.


Esse número de moradores indígenas no estado representa 0,36% da população residente no Rio Grande do Norte. Com isso, o estado ficou na 17ª posição entre as unidades federativas com maior proporção de pessoas indígenas na população.


Crescimento

Em 2010, o IBGE havia contado 2.597 pessoas indígenas no RN, o que correspondia a 0,08% da população residente no estado. Com isso, a população autodeclarada indígena mais que dobrou em 12 anos, com variação positiva de aproximadamente 350%.


No entanto, o órgão considerou que a comparação com o dado de população indígena de 2010 precisa de alguns cuidados metodológicos e a variação de população entre os censos não pode ser explicada exclusivamente pelo crescimento demográfico.


João Câmara

A distribuição da população indígena pelo Rio Grande do Norte, que em 2010 se espalhava por 99 municípios, em 2022 apontou para 121 municípios potiguares com residentes indígenas.


Nove deles concentraram 80% de toda população indígena residente no estado da data de referência do Censo 2022. São eles:


João Câmara (20,6%),

Natal (15,3%),

Macaíba (10,1%),

Ceará-Mirim (9,1%),

Canguaretama (6,3%),

Apodi (6,2%),

Baía Formosa (4,8 %),

Goianinha (4,4%)

São Gonçalo do Amarante (3,5%).

Em valores absolutos, João Câmara é o município com a maior quantidade de população indígena do estado (2.421 pessoas indígenas), o que corresponde a 7,27% da sua população indígena recenseada.


Natal é o município que apresenta o segundo quantitativo mais elevado de população autodeclarada indígena, concentrando 1.798 pessoas, seguido de Macaíba com 1.179 pessoas e de Ceará-Mirim com 1064 pessoas.



Embora não apareçam nas maiores posições no ranking de quantitativos absolutos de população indígena, os municípios de Baía Formosa, Jardim de Angicos e Canguaretama se destacaram como municípios com os maiores percentuais de pessoas indígenas no total de sua população residente, com 6,32%, 4,19% e 2,49% respectivamente, logo após de João Câmara (7,27%).


20 municípios potiguares com mais indígenas no Censo 2022

MunicípioPessoas indígenas (Pessoas)Percentual de pessoas indígenas no total da população residente (%)
João Câmara (RN)24217,27
Natal (RN)17980,24
Macaíba (RN)11791,43
Ceará-Mirim (RN)10641,34
Canguaretama (RN)7392,49
Apodi (RN)7312,03
Baía Formosa (RN)5586,32
Goianinha (RN)5201,94
São Gonçalo do Amarante (RN)4090,35
Parnamirim (RN)3430,14
Mossoró (RN)2960,11
Açu (RN)1350,24
Extremoz (RN)1090,18
Jardim de Angicos (RN)1024,19
São José de Mipibu (RN)690,15
Ouro Branco (RN)681,38
Tibau do Sul (RN)670,4
Rio do Fogo (RN)620,6
Nísia Floresta (RN)600,19


Do universo de 1,1 milhão de domicílios particulares permanentes ocupados recenseados no Rio Grande do Norte, 5.539 têm pelo menos um morador indígena, correspondendo a 0,49% dos domicílios no estado, segundo o IBGE.


A média de moradores em domicílios particulares ocupados onde reside pelo menos uma pessoa indígena é de 3,13 para o RN, um pouco acima da média nacional que foi de 2,67. Este valor também está acima da média de moradores em domicílios particulares ocupados no país, que é de 2,79 pessoas e de 2,88 para o RN.



Ainda segundo o IBGE, são indígenas 66,85% dos moradores em domicílios particulares ocupados no RN onde reside pelo menos uma pessoa indígena, ou seja, a população indígena do RN reside em domicílios com mais heterogeneidade étnica entre os moradores.


Pesquisa

De acordo com o IBGE, os resultados do Censo Demográfico 2022 privilegiam as informações geográficas e estatísticas das pessoas indígenas residentes no país, independentemente do quesito utilizado para afirmar seu pertencimento étnico indígena. Desde 1991, os povos indígenas do país passaram a ser sistematicamente investigados pelo IBGE, nos censos demográficos, com base na identificação dos respondentes que se classificam como “indígena” na pergunta sobre “cor ou raça".



A partir do Censo Demográfico de 2010 a pergunta passou a constar do questionário. Enquanto em 2010 ela era restrita às Terras Indígenas, em 2022 essa pergunta de cobertura foi realizada à população residente do conjunto de localidades indígenas representadas pelo IBGE na cartografia censitária de base para o censo, mantendo-se a regra de abertura: aquelas pessoas que, no quesito cor ou raça, não se declarassem indígenas respondiam à pergunta de cobertura "Você se considera indígena?".


Fonte: g1

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Com macas retidas em hospital público lotado, Samu fica sem ambulâncias disponíveis para atender chamados em Natal

Ambulâncias do Samu retidas no Hospital Walfredo Gurgel, em Natal — Foto: Inter TV Cabugi/Reprodução

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) ficou sem ambulâncias para anteder chamados de emergência, durante a manhã desta segunda-feira (7), em Natal, segundo o coordenador de enfermagem do orgão, Jarbas Morais.


O motivo é que 15 macas ficaram retidas no Hospital Walfredo Gurgel, na Zona Leste de Natal, no início da manhã.


O maior hospital público do Rio Grande do Norte está lotado e, com a chegada dos pacientes do Samu, as macas das ambulâncias ficaram retidas com eles, na unidade.


"Hoje pela manhã tínhamos 15 macas presas, no momento temos 14, conseguimos recuperar uma. Agora nós não temos uma viatura para atender a população. Nós temos duas viaturas de suporte avançado, para casos mais graves. Mas as viaturas de suporte básico, não temos nenhuma e, no momento, temos na tela 10 ocorrências aguardando atendimento", afirmou o coordenador, por volta das 9h.



O Samu da capital tem 12 ambulâncias, sendo 9 de suporte básico e três de suporte avançado. As de suporte avançado só saem para casos extremos.


Por volta das 10h, o direção do hospital informou à Inter TV Cabugi que estava em reunião sobre o assunto e que o plantão administrativo estava liberando as macas.


Já a Secretaria de Saúde Pública informou por meio de sua assessoria que a pasta está trabalhando para cumprir a decisão da Justiça, que determinou que a pasta esvaziasse os corredores da unidade de saúde.


No sistema do Tribunal de Justiça conta que o foi decorrido o prazo de 72 horas dado à Secretária Estadual de Saúde neste domingo (6), às 11h.


Ação

O Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) acionou a Justiça no dia 26 de julho com um requerimento de cumprimento de sentença em que pedia que a Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) adotasse imediatamente medidas para esvaziar os corredores do Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel.


No dia 11 de julho, o MP havia acionado a Sesap, em audiência extrajudicial, para resolver o problema de superlotação no hospital, dando um prazo de 15 dias para a solução. Caso não houvesse solução, o caso seria judicializado.



Segundo o MP, a o objetivo da ação era "restaurar o respeito à dignidade humana dos pacientes atualmente internados em macas nos corredores do hospital".


"Sendo pública e notória a situação atual do Hospital Walfredo Gurgel, bem como diante da infrutífera tentativa de resolução administrativa intentada pelo Ministério Público e, considerando que há acordo entabulado nos autos, subscrito pela pasta em questão, há de ser determinado, in casu, a intimação pessoal da Secretária Estadual de Saúde, via mandado, para que esclareça a este juízo no prazo de 72 horas, a situação do Hospital Walfredo Gurgel, em face das providências acordadas (...) devendo desde já adotar as medidas necessárias ao seu cumprimento", determinou o juiz Artur Cortez Bonifácio no dia 1º de julho.


Fonte: g1

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Mulher é 'bicho da língua grande' e 'chuta as partes baixas', diz juiz ao ouvir vítimas de abuso sexual no Ceará

Mulher é 'bicho da língua grande' e 'chuta as partes baixas', diz juiz Francisco José Mazza Siqueira ao ouvir vítimas de abuso sexual no Ceará — Foto: Reprodução

Um juiz questionou o depoimento de mulheres que denunciam um médico por violência sexual em Juazeiro do Norte, no interior do Ceará. Enquanto elas relatavam o abuso que haviam sofrido, o juiz responsável por ouvi-las, Francisco José Mazza, rebateu as afirmações das vítimas, alegando que mulheres são "bicho da língua grande" e que "chutam as partes" baixas.


A audiência em que o juiz Francisco José Mazza Siqueira fez as declarações ocorreu em 26 de julho, quando 10 mulheres denunciavam o médico Cícero Valdizébio Pereira Agra por abusos que haviam ocorrido em 2021, durante atendimentos.



Ao ouvir o relato de uma das vítimas do médico que dizia ter sido tocada nas partes íntimas sem consentimento, o juiz pôs o depoimento em xeque, dizendo que era assediado por mulheres quando era professor.


"Tinha aluna que chegava se esfregando em mim – aqui não tem nenhuma criança, todo mundo é adulto –, e dizia: 'professor, não sei o quê, não sei o quê...', eu dizia: 'minha filha, é o seguinte, quando eu deixar de ser seu professor, você faça isso comigo'."


"Quem acha que mulher é boazinha, estão tudo enganado, viu. Eita bicho... bicho de mão pesada, bicho da língua grande e que chuta as partes baixas é mulher", acrescentou o juiz Francisco José Mazza, em outro trecho do depoimento.



Vítimas foram 'colocadas como culpadas'


Para o advogado que defende as mulheres vítimas do abuso do médico, Aécio Mota, as clientes foram desrespeitadas.


"Entendemos que houve uma clara violação de prerrogativa e também um desrespeito. Quando um juiz faz comentários sobre o comportamento das mulheres na audiência, ele estava fazendo claramente um juízo de favor em desfavor da vítima, colocando uma justificativa para os abusos, colocando a vítima como culpada."

O advogado das mulheres afirma que procurou a OAB para "tomar providências" contra o juiz, "porque nós entendemos que houve uma clara violação de prerrogativas e também um desrespeito, tanto com as partes quanto com os advogados".


O Tribunal de Justiça do Ceará afirmou que "não tomou ciência, até o momento, de qualquer reclamação disciplinar para apurar os fatos narrados". "Todas as denúncias ou reclamações relacionadas à atuação de juízes, submetidas à Corregedoria-Geral da Justiça, são devidamente apuradas", completou o tribunal, em nota.


Fórum de Justiça de Juazeiro do Norte — Foto: TJCE/Divulgação

Fonte: g1

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Padre Airton: Justiça recebe denúncia e religioso e funcionários viram réus por crimes sexuais

Padre Airton Freire em frente à 'casinha' — Foto: Reprodução/Instagram

A Justiça recebeu duas denúncias de estupro e outros crimes sexuais feitas contra o padre Airton Freire e funcionários, na Fundação Terra. Com isso, eles se tornam réus, e serão julgados. Há ao menos cinco casos investigados pela Polícia Civil. Dois deles foram concluídos e passaram pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE), que ofereceu denúncias.


Um dos casos pelos quais o padre e os funcionários respondem é o da personal stylist Silvia Tavares, que levou o caso a público em maio. Cinco pessoas foram à polícia denunciar abusos que teriam sido praticados pelos homens.


Padre Airton está preso desde julho e internado num hospital após ter um "princípio de AVC". A defesa dele nega as acusações.



A informação sobre o aceite das denúncias pela Justiça foi publicada pelo Jornal do Commercio. O Ministério Público confirmou ao g1 que o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) recebeu as denúncias.


As pessoas denunciadas são as seguintes:


Padre Airton Freire, de 67 anos: teria abusado e ordenado abusos contra vítimas (preso e internado em hospital);

Landelino Rodrigues da Costa Filho, de 34 anos: trabalhava com comunicação e era responsável pela filmagem e gravação das missas e dos eventos (preso em Garanhuns);

Jailson Leonardo da Silva, de 46 anos: motorista suspeito de estuprar a personal stylist Silvia Tavares, que levou o caso a público (foragido);

Motorista indiciado por falso testemunho: segundo a polícia, o nome não foi divulgado porque não há mandado de prisão contra ele.

Defesa

Por meio de nota, a defesa do Padre Airton informou que "existem provas técnicas e testemunhais, no âmbito dos dois inquéritos concluídos, que atestam que o Padre Airton é inocente". Disse que essas provas ainda não podem ser relevadas porque as investigações estão em segredo de Justiça.


Também informou que nem a Polícia Civil nem o Ministério Público se pronunciaram sobre uma tentativa de extorsão que teria sido praticada por uma das pessoas que denunciaram o padre.



Afirmou, por fim, que a prisão preventiva do padre "fere a legislação brasileira e o direito internacional" porque "o religioso, um homem doente de 67 anos, nunca tentou impedir as investigações, não coagiu testemunhas, nunca representou ameaça de cometimento de crimes e se apresentou espontaneamente à Justiça".


A defesa de Jailson Leonardo da Silva disse que ainda não teve acesso à denúncia.


A defesa de Landelino Rodrigues da Costa Filho disse que não tomou ciência nem teve acesso às informações contidas na denúncia.


Fonte: g1

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'Dinheiro esquecido': R$ 7,2 bilhões ainda podem ser resgatados em sistema do BC; veja como fazer


O Banco Central do Brasil (BC) divulgou nesta segunda-feira (7) que aproximadamente R$ 7,2 bilhões ainda podem ser resgatados no Sistema de Valores a Receber (SVR). Os dados são do mês de junho.


O sistema é um serviço do Banco Central no qual é possível consultar se pessoas físicas, inclusive falecidas, e empresas têm algum ‘dinheiro esquecido’ em banco, consórcio ou outra instituição.


VEJA PASSO A PASSO PARA RESGATAR


Segundo o BC, do total que ainda está no sistema:


R$ 5,8 bilhões estão disponíveis para quase 37,1 milhões de CPFs; e

R$ 1,4 bilhão para 2,8 milhões de CNPJs.


Ainda de acordo com a instituição, cerca de 63,1% dos resgastes devem ser de até R$ 10. Veja abaixo:


Entre R$ 0 e R$ 10 - 63,07%

Entre R$ 10,01 e R$ 100 - 24,99%

Entre R$ 100,01 e R$ 1.000 - 10,18%

Acima de R$ 1.000,01 - 1,77%

Número de beneficiários por faixa de valor a receber:


entre R$ 0 e R$ 10: 28.655.390 beneficiários

entre R$ 10,01 e R$ 100: 11.352.859 beneficiários

entre R$ 100,01 e R$ 1.000: 4.623.573 beneficiários

acima de R$ 1.000,01: 802.614 beneficiários

Vale reforçar que, segundo a autarquia, o beneficiário com valores a receber em mais de uma faixa é contado mais de uma vez.


Até a última atualização disponível no BC, aproximadamente R$ 4,4 bilhões já foram devolvidos até o momento.


Fonte: g1

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Dois helicópteros de combate a incêndios se chocam, e três morrem nos EUA

Peritos em local onde os helicópteros caíram na Califórnia, em 7 de agosto de 2023 — Foto: Patrick T. Fallon / AFP

Três pessoas morreram na colisão de dois helicópteros que combatiam um incêndio na Califórnia, informou nesta segunda-feira (07) um funcionário do corpo de bombeiros local.


O acidente aconteceu na noite de domingo. Os helicópteros sobrevoavam a região de Cabazon, a cerca de 130 quilômetros a leste de Los Angeles.


O chefe dos bombeiros da região, David Fulcher, disse que um dos helicópteros conseguiu pousar com segurança nas imediações. "Infelizmente, o segundo helicóptero caiu e os três passageiros morreram", disse.


O helicóptero que aterrissou era um Sikorsky Skycrane, que transportava líquido, água e um produto químico retardador de fogo para sufocar as chamas.

O que caiu era um Bell que realizava atividades de observação e coordenação para combater o incêndio.


Entre as vítimas estão dois bombeiros - um chefe de departamento e um capitão - e o piloto contratado.


Incêndio

Segundo as autoridades, o incêndio que os helicópteros combatiam começou em um edifício e se espalhou. Foi empregada uma frota de seis aeronaves, incluindo as duas envolvidas na colisão.


As autoridades responsáveis pela segurança do transporte nos Estados Unidos iniciaram uma investigação sobre o acidente.


A colisão aconteceu 11 meses depois da queda de outro helicóptero de bombeiros, que deixou três feridos a poucos quilômetros de Cabazon.


Assolado pela seca por mais de duas décadas, o oeste dos Estados Unidos é especialmente vulnerável a incêndios, que se intensificaram nos últimos anos. O aumento da frequência e da intensidade das queimadas aumentaram por causa do aquecimento global.


Os bombeiros da Califórnia combatem milhares de incêndios todos os anos. Alguns são muito grandes, como o que ocorreu perto da cidade de Fresno, que já destruiu mais de 2 mil hectares de vegetação, segundo o Departamento de Bombeiros da Califórnia.


Fonte: France Presse

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'Pais de adolescentes estão tão solitários e depressivos quanto filhos, mas são ignorados'

'Deixei de ter um filho presente e carinhoso para ter um que se isola e se rebela', lamenta mãe; pesquisa de Harvard mostra elo entre saúde mental de pais e adolescentes. — Foto: Getty Images via BBC

Ana é professora de ensino médio, mas a proximidade que ela tem com os alunos adolescentes foi de pouca serventia para quando seu próprio filho entrou nessa fase da vida. O uso intenso de telas e os questionamentos comuns a essa faixa etária têm tornado muito difícil a convivência de mãe e filho, hoje com 14 anos.


“Vejo ele muito apegado a jogos e pouco sociável, e isso me incomoda demais”, diz ela (que preferiu omitir seu sobrenome) à BBC News Brasil. Diagnosticada com depressão anos antes, Ana viu a saúde mental dela e do garoto — assim como o relacionamento entre eles — piorarem desde que ele virou adolescente.


“Deixei de ter o papel da mãe que brinca. Deixei de ter um filho presente e carinhoso para ter um que se isola e se rebela. Ter os limites testados o tempo todo é algo que esgota muito”, diz ela, que é divorciada.

Ana afirma que não tem com quem compartilhar ou desabafar as angústias. O difícil, diz, é sentir que “você deixa de ser alguém que tenha alguma prioridade na vida dele (filho) para ficar escanteada, só servir para pagar contas”.


As mudanças sociais e hormonais típicas da adolescência, somadas ao isolamento da pandemia de covid-19 e aos efeitos das redes sociais, ampliaram as discussões sobre depressão e ansiedade nos adolescentes nos últimos anos.


Mas o debate costuma deixar de lado um ponto crucial: os problemas de saúde mental que afetam também pais e mães desses jovens. E mais: como a saúde mental das duas faixas etárias — pais e adolescentes — está interconectada.


'História ignorada'


Mães e pais sofrem de depressão e ansiedade em níveis semelhantes aos de adolescentes, mas problema costuma ser ignorado. — Foto: Getty Images via BBC


Em dezembro de 2022, duas pesquisas feitas nos EUA pela Universidade Harvard — uma com jovens e outra com pais e cuidadores — identificaram que os pais e os adolescentes sofrem com índices parecidos de problemas de saúde mental.


Enquanto 18% dos adolescentes diziam sofrer de ansiedade, o mesmo valia para 20% das mães e 15% dos pais.


Já a depressão afetava 15% dos adolescentes e, ao mesmo tempo, 16% das mães e 10% dos pais.


Isso não quer dizer que eles experimentavam momentos de tristeza, que é um sentimento normal. Mas sim que tinham “pouco interesse ou prazer nas suas atividades” e se sentiam “mal, deprimidos ou desesperançosos” mais da metade do tempo — ou seja, em níveis considerados alarmantes pelos especialistas.


Outro dado preocupante: a pesquisa estima que um terço dos adolescentes americanos tenha ao menos um dos pais sofrendo de ansiedade ou depressão. E 40% desses jovens se diziam preocupados com o estado mental de seus pais.


“Um relato amplamente ignorado é o das pessoas centrais na vida dos adolescentes: seus pais e cuidadores. A saúde emocional de pais e de adolescentes é profundamente interconectada (...). Tão importante quanto soar o alarme sobre a saúde mental dos adolescentes é fazê-lo com a saúde mental dos pais”, diz o estudo, parte do projeto Making Caring Common (MCC, ou “popularizando o cuidado”, em tradução livre), da Faculdade de Educação de Harvard.



“Pais e adolescentes depressivos ou ansiosos podem inflamar e ferir uns aos outros de muitas formas. E nossos dados indicam que adolescentes deprimidos têm cinco vezes mais chance de ter um pai ou mãe deprimido”, agrega o relatório.

‘Você é tão feliz quanto seu filho menos feliz’

Mas qual é o ponto de partida desses problemas de saúde mental que retroalimentam duas gerações?


A depressão pode começar tanto nos pais como no adolescente, diz à BBC News Brasil Richard Weissbourd, diretor do MCC em Harvard e coautor da pesquisa.


“Ocorre em ambos os sentidos. Existe aquela expressão que diz ‘você é tão feliz quanto seu filho menos feliz’. E ter um adolescente deprimido ou muito ansioso costuma ser desgastante e contribuir para que você próprio tenha ansiedade e depressão”, ele explica.


“Mas se você é um adolescente que convive com um pai depressivo, retraído, crítico e raivoso — há pais que gerenciam bem sua depressão, mas há aqueles que não conseguem —, pode sentir que seus pais não te amam e estão decepcionados com você. E isso realmente afeta a autoestima, porque você acha que os humores dos pais são culpa sua.”

Além disso, em uma idade em que naturalmente adolescentes buscam seu próprio espaço e autonomia, desafiando limites, estes últimos costumam naturalmente se sentir mais desconectados — e preocupados — com os filhos, mas sem saber a quem recorrer. É um dos motivos por que pais dessa faixa etária estão entre os mais vulneráveis a problemas de saúde mental.



“Muitos pais sofrem porque estão solitários. Eles receberam muito pouca atenção (das políticas públicas). Realmente acho que eles estão sendo negligenciados”, diz Weissbourd, apontando que esses pais vinham deprimindo em mais intensidade mesmo antes da pandemia de covid-19.


Brasil: 'saúde mental frágil'

No Brasil, levantamento recente do Panorama da Saúde Mental aponta que jovens entre 16 e 24 anos estão entre os mais afetados por problemas como baixa autoestima, desinteresse pelas atividades cotidianas e conflitos familiares.


Em 2021, pesquisa da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) já havia identificado que 36% dos jovens apresentavam sinais de depressão ou ansiedade.


Embora fosse o retrato de um período particularmente difícil de estresse e isolamento durante a pandemia, corroborava a existência de um problema mais amplo: “a saúde mental da população em geral está muito frágil”, diz à BBC News Brasil Guilherme Polanczyk, do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da FMUSP.


Os motivos por trás desse quadro são complexos, mas incluem, no Brasil, um contexto de mais sensação de solidão e violência na vida urbana e também uma vulnerabilidade socioeconômica em grande parte da população.


“No Instituto de Psiquiatria, a gente atende pessoas de baixa renda e vê situações em que a família não sabe se vai haver comida para a próxima refeição. Então nesse contexto de estresse enorme, de violência, é muito difícil falar ‘senta com seu filho e conversa com ele, isso vai melhorar sua saúde mental’”, aponta Polanczyk.


Mesmo em circunstâncias menos extremas, adolescentes costumam se distanciar dos pais nessa etapa — com o agravante, nos tempos atuais, da ligação dos jovens com eletrônicos e redes sociais.


É esse o principal desafio da professora Ana, cujo depoimento abriu esta reportagem.


“Sei que a adolescência é uma fase natural, todos passamos por nossas divergências com nossos pais e tentamos construir nossos espaços. Essa parte eu até entendo. Mas a parte da tecnologia tem sido muito difícil de controlar”, diz.


“A nossa geração não tinha essa necessidade de estar em constante contato com jogos, computadores. Se peço para o meu filho lavar a louça, ele logo diz que se cansa e que quer conversar com os amigos no celular. Qualquer atividade só interessa se tiver o estímulo constante de um vídeo de TikTok”, lamenta.


Depoimentos parecidos abundam entre as mais de 10 mil participantes do grupo de Facebook “Mães de Adolescentes e Pré-adolescentes”. Muitas se queixam da sensação de terem perdido a conexão com filhos que, até pouco anos antes, eram crianças próximas e carinhosas.


Rosângela Casseano, que é mãe e psicóloga, criou o grupo no Facebook quando o próprio filho virou pré-adolescente. Ela sentia que havia poucos espaços para mães desabafarem e pedirem conselhos sem se sentirem julgadas e culpabilizadas.



“É muito verdade que existe essa sensação de isolamento. As mães têm medo de contar o que estão passando com seus filhos adolescentes porque não querem ouvir críticas de que ‘não souberam educar’”, diz Casseano.

Mas a psicóloga acha que, no que diz respeito à relação entre mães e filhos, as tensões de hoje são parecidas às de gerações anteriores.


“Isso de os jovens buscarem seu espaço sempre aconteceu. A novidade de agora é o instrumento (a internet e as telas). Faz parte do desenvolvimento do adolescente esse afastamento. Só que os pais ficam muito assustados em ver os filhos no computador, sem interagir com a família.”


Um ajuda o outro

Apesar de tudo isso, os especialistas dizem que há muito o que pais e filhos podem fazer para se ajudar mutuamente a sair do ciclo nocivo à saúde mental.


E o primeiro passo, diz Weissbourd, é conversar — algo crucial, embora nem sempre fácil.


Mas talvez surpreenda os pais saber que os próprios adolescentes desejam serem ouvidos.


Dos jovens entrevistados na pesquisa de Harvard, 40% diziam ansiar por seus pais “perguntarem mais como eles estão — e realmente escutarem”.


Mesmo que os pais estejam passando por depressão e ansiedade, “ajuda muito quando eles conseguem compartilhar esses sentimentos com seus filhos e dizer 'não é culpa sua'", explica o pesquisador de Harvard.



“E os adolescentes de hoje estão muito mais conscientes, têm um vocabulário psicológico mais amplo do que em qualquer outra época da história e não sentem tanto o estigma que cercava a saúde mental”.


“Há estudos que mostram que fazer uma refeição por dia em família já melhora os sintomas depressivos. (Mas) uma refeição sem eletrônicos, em que os pais possam conversar com os filhos”, aponta Guilherme Polanczyk, da USP.

“Gosto de propor às mães que tenham um tempo com seus filhos. E isso não precisa ser uma viagem à Disney e nem mesmo um fim de semana inteiro. Pode ser uma caminhada, uma ida à padaria, algo que dê um tempo de qualidade, sendo ouvinte, com afeto”, diz Rosângela Casseano.


Outras questões cruciais são, segundo especialistas, cuidar do sono — cujo déficit é fortemente associado a problemas de saúde mental, especialmente entre adolescentes — e cultivar hábitos em família.


“Pais podem ajudar na ansiedade e depressão dos filhos ao engajá-los em atividades focadas neles mesmos ou em outras pessoas, atreladas a princípios e objetivos maiores que eles próprios — algo que é uma fonte rica de significado e propósito”, diz o relatório de Harvard.

E, é claro, a ajuda médica pode ser fundamental se sinais de depressão e ansiedade persistirem.



“Muitas vezes isso se resolve com aconselhamento (profissional), uma psicoterapia em grupo, e eventualmente com tratamento medicamentoso pontual. Quando (o transtorno) é identificado precocemente, é absolutamente tratável, e as pessoas vivem muito bem”, afirma Polanczyk.


Especialista recomendam medidas como cuidado com sono e cultivar hábitos em família. — Foto: Getty Images via BBC


Componente genético e infância respeitosa

Há também outros dois fatores importantes a se prestar atenção, segundo os especialistas.


O primeiro é que existe um componente genético nos transtornos mentais. Esse é um dos mecanismos pelos quais ansiedade e depressão afetam pais e filhos ao mesmo tempo, aponta o psiquiatra da USP.


Esse fator genético, aliás, fez a fotógrafa paulista Andreia tremer quando o filho mais velho, então com 15 anos, disse a ela que “não estava com vontade de viver, não estava feliz e não queria decepcioná-la”.



O motivo que mais a preocupou é que, uma década antes, o pai do menino havia se afundado na depressão e se suicidado.


“Tive muito medo de perder o meu filho da mesma forma”, ela conta.

Ao mesmo tempo em que marcou todos profundamente, a experiência traumática fez a família ter consciência da importância em prestar atenção a sinais de depressão uns nos outros. O filho de Andreia passou por terapia — pela segunda vez, já que havia sido tratado depois da morte do pai — e hoje está bem.


Em segundo lugar, outro fator importante destacado por especialistas é manter uma relação respeitosa e não violenta com as crianças desde a infância. Tudo o que ela vive em seus primeiros anos de vida servirá como base para a saúde mental futura, tanto na adolescência quanto na vida adulta.


“As experiências na infância marcam — elas influenciam como o cérebro se desenvolve e como, do ponto de vista emocional, aquele indivíduo vai se desenvolver”, afirma Polanczyk. “Situações de abuso físico e emocional geram um estresse grande, que de fato leva a transtornos mentais”.

Por fim, Weissbourd, de Harvard, lembra que a adolescência é uma fase turbulenta, mas também enriquecedora.



“Aqui nos EUA, as pessoas tendem a ter medo, a serem tão negativas com adolescentes, como se fossem criaturas de outra tribo — mas acho que há tantas coisas interessantes neles”, afirma o pesquisador.

“Muito da raiva, da frustração e da tristeza que eles expressam é uma resposta apropriada a coisas difíceis na vida e no mundo. E os adolescentes estão hoje muito conscientes sobre o que acontece no mundo, e muitos são bastante comprometidos moralmente, incorporam causas com muita paixão. Eles nos questionam e nos criticam, o que é muito difícil, mas também é algo bom de muitas formas. Então também há muitas coisas empolgantes em se criar um adolescente.”


Fonte: BBC

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