segunda-feira, agosto 08, 2022

'Quem é democrata não precisa assinar cartinha, não', diz Bolsonaro a banqueiros na Febraban

Em evento com 33 banqueiros em São Paulo, o presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, criticou a carta em defesa da democracia e do processo eleitoral, divulgada pela Faculdade de Direito da USP, que já reúne mais de 800 mil assinaturas.


Presidente Jair Bolsonaro em evento na Febraban, em São Paulo, nesta segunda, 8 de agosto — Foto: TV Globo


A banqueiros, signatários da carta, Bolsonaro disse que quem é "democrata não precisa assinar cartinha".


“Outra coisa, pessoal, quem quer ser democrata, não precisa assinar cartinha, não. Se tiver que assinar que sou honesto, todo mundo vai assinar que é honesto. Democracia tem que sentir o que a pessoa está fazendo. (...) Falar todo mundo fala. Fazer cartinha todo mundo faz.”


Em sua fala, Bolsonaro associou a "Carta às brasileiras e aos brasileiros em defesa do Estado Democrático de Direito!" como uma defesa ao candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A carta, no entanto, não menciona nenhum político.


Diferentemente da maioria dos presidenciáveis, Bolsonaro afirmou que não vai assinar a carta.


"Vou dizer a vocês que vocês têm que olhar na minha cara, ver as minhas ações e me julgar por aí. Assinar cartinha eu não vou assinar. Até pra carta. É mais do que política. Uma carta é um objetivo sério de voltar o país nas mãos daqueles que fizeram isso conosco", disse.


Oito candidatos à Presidência da República assinaram a carta: Lula, Ciro Gomes (PDT), Simone Tebet (MDB), Felipe D’Ávila (Novo), Soraya Thronicke (União Brasil), Sofia Manzano (PCB), Leonardo Péricles (Unidade Popular) e José Maria Eymael (Democracia Cristã).


Carta da USP em defesa da democracia passa de 800 mil assinaturas — Foto: Reprodução


Presidente defendeu crédito consignado

Bolsonaro participou de almoço na sede da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), em São Paulo. No encontro, ele defendeu o crédito consignado para beneficiários do Auxílio Brasil. Os grandes bancos, porém, já decidiram que não vão adotar a modalidade. Avaliam que são famílias vulneráveis e, portanto, não querem estimular o endividamento delas.


A princípio, a regulamentação do crédito consignado feita pelo governo não prevê um teto para os juros a serem cobrados de beneficiários do Auxílio Brasil. Mas uma ala do governo defende que seja fixado um teto, como já acontece hoje com aposentados do INSS. O tema pode ser discutido hoje na reunião da Febraban.


A Febraban foi signatária da carta da Fiesp em apoio à democracia. O texto, intitulado "Em Defesa da Democracia e da Justiça”, afirma que "a estabilidade democrática, o respeito ao Estado de Direito e o desenvolvimento são condições indispensáveis para o Brasil superar os seus principais desafios".


Fonte: g1

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