domingo, fevereiro 05, 2023

Blocos são formados no Senado, MDB fica de fora do grupo do PT e alega quebra de acordo


A definição dos blocos partidários no Senado gerou insatisfação no MDB, que ficou de fora do bloco do PT e afirmou que os petistas não cumpriram um acordo com a sigla.


O PT do presidente Lula se reuniu ao PSD do atual presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (MG), e ao PSB, mesmo partido do vice-presidente da República, Geraldo Alckmin.


Com isso, os três partidos formarão o segundo maior bloco da Casa (28 dos 81 senadores), enquanto o PL, do ex-presidente Jair Bolsonaro, se manterá sozinho (12 senadores).


Na noite desta sexta-feira (3), em uma rede social, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) escreveu que o acordo verbal feito com os partidos PT, PSB e PSD foi quebrado, sem que o MDB soubesse o que estava acontecendo.


"MDB e UB foram furados pelo Diário do Congresso com o bloco PT/PSB e PSD, que iria pra liderança da maioria. As negociações envolviam um único bloco. A alternativa ao fogo amigo foi criar outro bloco com 31 senadores(MDB, UB, Podemos, PDT, PSDB e Rede), já publicado", escreveu Renan.


O g1 apurou que o bloco a que Renan se refere seria formado por 43 senadores e reuniria PT, PSD, PSB, MDB e União Brasil – a base que reelegeu Pacheco.


Logo em seguida, a senado Eliziane Gama (PSD-MA), que se mudou nesta semana para o partido de Pacheco, respondeu dizendo que o acordo teria sido desfeito porque o MDB buscou apoio de Sergio Moro (União-PR), ex-juiz federal que determinou a prisão de Lula.


"Furo foi do MDB que fez acordo com a presença do líder [do MDB] Eduardo Braga e não cumpriu, foi pedir ajuda a Sérgio Moro para garantir a maioria", disse a senadora.


O líder do MDB no Senado, Eduardo Braga (MDB-AM), respondeu Eliziane afirmando que é preciso "verdades" e "convergências" para se formar um bloco partidário.


O PP e o Republicanos, que se juntaram para tentar eleger como presidente da casa o senador Rogério Marinho (PL-RN), mantiveram a aliança para a formação de um bloco que com 10 senadores.


Após negociações e desentendimentos, os blocos ficaram assim:


Bloco Democracia (31 senadores)


MDB (10)

União (9)

Podemos (5)

PSDB (3)

PDT (3)

Rede (1)

Resistência Democrática (28 senadores)


PSD (15)

PT (9)

PSB (4)

Progressistas/Republicanos (10 senadores)


PP (6)

Republicanos (4)

Sem bloco


PL (12)

Comissões

Enquanto o tamanho das bancadas influencia a formação da Mesa Diretora, a composição dos blocos partidários pode influenciar a escolha dos presidentes das comissões temáticas.


Geralmente, as mais disputadas são:


Constituição e Justiça (considerada a mais importante da Casa por analisar a constitucionalidade de todos os projetos e sabatinar o indicado para procurador-geral da República);

Assuntos Econômicos (consideradas umas das mais importantes porque analisa os projetos que impactam na economia e é responsável por sabatinar o indicado para presidência do Banco Central);

Relações Exteriores (sabatina os indicados pelo governo para cargos no exterior);

Conselho de Ética (define quais processos sobre parlamentares serão analisados).

Nas últimas semanas, em meio à articulação de Rodrigo Pacheco (PSD-MG) para se reeleger presidente do Senado, o comando das comissões temáticas foi incluído nas negociações.


Como é dado como certa no Senado a indicação de Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) para a CCJ, o g1 apurou que outras comissões passaram a ser disputadas, como a de Relações Exteriores. Isso porque senadores de PSD, PT e MDB passaram a dizer nos bastidores que queriam indicar o presidente da comissão.


Integrantes do PT também disseram nos bastidores que se, o partido não comandar a CRE, pode ficar com a Comissão de Assuntos Econômicos - o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já disse que a "prioridade total" do governo Lula neste primeiro semestre será aprovar a reforma tributária no Congresso.


Além disso, o PL, que chegou a anunciar um candidato para a segunda vice-presidência do Senado, desistiu da candidatura. Na ocasião, o líder do partido, Flávio Bolsonaro, argumentou que o partido iria retirar a candidatura visando as conversas sobre a definição das comissões.


Fonte: g1

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Sua opinião é muito importante para nós, comente essa matéria!