quarta-feira, fevereiro 06, 2013

Busca e apreensão comprovam que banda que se apresentava na boate Kiss fazia show pirotécnico, diz polícia


Em entrevista coletiva concedida na tarde desta quarta-feira (6), o delegado Marcelo Arigony, que chefia as investigações sobre o incêndio em Santa Maria (RS), disse que a busca e apreensão feitas pela Polícia Civil do Rio Grande do Sul comprovam que a banda Gurizada Fandangueira fazia show de pirotecnia no local no dia da tragédia que deixou mais de 230 mortos.

Arigony confirmou a execução de sete mandados de busca e apreensão na casa de músicos da banda, além de outras pessoas que tinham relação com o grupo musical. Cinco dos mandados foram executados em Santa Maria.

A principal hipótese investigada pela polícia sobre o começo do fogo na boate é o uso de um sinalizador pelo vocalista da banda. Quando a faísca entrou em contato com a espuma que servia como isolante acústico no local, produziu uma fumaça tóxica que levou cerca de um minuto para tomar a casa noturna. A maioria das pessoas morreu asfixiada.

Em entrevista ao UOL na última segunda-feira (4), o advogado da Gurizada Fandangueira, Omar Obregon, disse que, além da superlotação, a boate Kiss também apresentou problemas de curto circuito anteriores ao incêndio do dia 27.

Obregon afirmou que o local, que já era palco de apresentações da banda há pelo menos um ano, havia apresentado problemas de curto-circuito, na rede de eletricidade, anteriormente à tragédia. "Tanto que, no dia da apresentação, a caixa de som que fazia o retorno [de áudio] aos músicos estava sem funcionar por essa razão", disse o advogado.

A Polícia Civil ouviu hoje seis bombeiros que participaram do resgate e pretende ouvir mais seis. Ao todo, mais de 130 pessoas já foram ouvidas no inquérito.

De acordo com os delegados Arigony e Sandro Meinerz, o homem que foi preso nesta quarta-feira se passou por familiar de uma vítima e roubou um celular, R$ 50 e documentos do homem, que estavam no centro desportivo da cidade, conhecido como Farrezão. 

O pai da vítima procurou a polícia dizendo que os documentos do filho haviam desaparecido e que uma pessoa os devolveu a ele. Esta mesma pessoa teria ajudado a polícia a identificar quem roubou os pertences. O homem preso confirmou o furto e a venda do celular e do relógio sem informar, no entanto, a origem dos objetos para o comprador. O relógio ainda é procurado pela polícia. O pedido de prisão preventiva já foi encaminhado à Justiça.

Prisão de Kiko
Arigony admitiu que a polícia optou por despistar a imprensa quando informou, na noite desta terça-feira (5), que Elissandro Spohr, o Kiko, sócio da boate Kiss, iria para uma penitenciária na cidade de Ijuí, ao invés de ir para Santa Maria, como de fato aconteceu.

"Nós não poderíamos ter uma situação em que a população pudesse ir para a frente da penitenciária e aguardar a chegada dele. Nós precisamos fazer aquela manobra naquele momento para a segurança de todos", explicou.

Arigony disse que não há previsão de Kiko prestar novo depoimento à polícia --ele já depôs no início das investigações--, mas afirmou que podem solicitar esclarecimentos dele sempre que acharem necessário durante o inquérito.

Reprodução Cidade News Itaú

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