quinta-feira, fevereiro 13, 2014

Criança morta em hospital de Natal foi vítima de dengue, diz laudo técnico

Familiares de William Gabriel pediam justiça em protesto nesta segunda em frente ao Hospital Papi em Natal (Foto: Victor Lyra/Inter TV Cabugi)Uma dengue hemorrágica provocou a morte de William Gabriel Ferreira da Silva Gomes, de 9 anos, que faleceu em 21 de novembro no hospital Papi, na zona Leste de Natal. O resultado está no laudo necroscópico entregue pelo
Instituto Técnico-Científico de Polícia (Itep) na última sexta-feira (7) à delegada Rossana Pinheiro, titular da 1ª Delegacia de Polícia Civil, que investiga se a criança morreu por causa de uma superdosagem de medicamentos, como acredita a família da vítima.

Mesmo com o diagnóstico, a delegada pretende ouvir mais pessoas antes de concluir o inquérito. "Está previsto o depoimento do médico legista que nos ajudará a entender a linguagem técnica contida no laudo", afirma. De acordo com Rossana Pinheiro, o resultado foi obtido após o envio de amostras do sangue e de órgãos da vítima para o Instituto Evandro Chagas, em Belém, no Pará. Isso porque o Itep não realiza o exame em questão. "Também vou convocar o Conselho Regional de Medicina (CRM) para se pronunciar através de uma junta médica. Quero uma avaliação dos prontuários de atendimento em comparação com o laudo necroscópico", explica a delegada.

A morte de William Gabriel causou polêmica depois que a família acusou o hospital de ter complicado o quadro da criança com uma superdosagem de medicamentos. "O agravamento no quadro se deu pelas medicações que ele estava tomando", afirmou à época o pai da vítima, José Gomes, em entrevista à Inter TV Cabugi. A família, que é de Pendências, na região Oeste do estado, chegou a promover um protesto em frente à unidade hospitalar.

Suspeita de superdosagem

O pai de William Gabriel relatou que o menino deu entrada no hospital no dia 29 de outubro e foi diagnosticado inicialmente com uma asma alérgica. O menino foi liberado no dia 11 de novembro, no entanto, quando voltou para Pendências, a criança teve novas crises respiratórias. "Ele teve três crises e a médica da cidade achou melhor mandá-lo para Natal novamente. Desta vez pedimos um infectologista e ele nos disse que Gabriel estava com coqueluche e que o recomendado era suspender os medicamentos, mas não foram suspensos", detalha.

Protesto foi realizado na tarde desta segunda em frente ao Hospital Papi, em Natal (Foto: Victor Lyra/Inter TV Cabugi)Protesto foi realizado em novembro no hospital
(Foto: Victor Lyra/Inter TV Cabugi)
De acordo com José Gomes, depois da piora do garoto foi pedido mais uma vez que os medicamentos fossem suspensos. Dias antes do falecimento, William Gabriel começou a sentir fortes dores no corpo. "Ninguém sabia o porquê. Quem estava no hospital escutava os gritos do meu filho. O infectologista nos disse que era preciso fazer uma ressonância, mas não foi possível no dia", acrescentou.

Ainda no quarto, a mãe de William Gabriel notou que a visão do menino foi para um lado só. "Ele não enxergava, ficou sem visão. Perguntava onde a mãe estava no quarto", diz José Gomes. No mesmo dia a criança começou a cuspir sangue e foi levada para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), onde teve uma hemorragia e faleceu.

Na época da morte, o hospital Papi também informou que abriria um procedimento administrativo para apurar o caso pela Comissão de Revisão de Prontuário e Óbitos. "Em seus 44 anos de existência, o Papi sempre manteve o compromisso com a transparência e a ética no cuidado dos seus pacientes, e não medirá esforços para esclarecer este fato à opinião pública e trazer à tona toda a verdade", dizia a nota enviada pelo hospital.

Reprodução Cidade News Itaú

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