quarta-feira, outubro 28, 2015

Amante é preso suspeito de mandar matar técnica de enfermagem em MT

Telma foi morta em junho na casa dela (Foto: Reprodução/ Facebook)Um técnico de enfermagem de 44 anos foi preso nesta terça-feira (27), suspeito de ter mandado matar a amante, a também técnica de enfermagem Telma de Siqueira Pacheco, de 35 anos. O crime
ocorreu no dia 21 de junho deste ano, na casa da vítima, no bairro Getúlio Vargas, em Cuiabá. Outros cinco suspeitos de participação no crime foram detidos e mais um mandado de prisão temporária ainda deve ser cumprido.
De acordo com o delegado Antônio Carlos Araújo, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), há indícios suficientes de que o caso se trata de um crime de mando. A prisão foi realizada pela Polícia Civil, durante a operação “Polígamos”. O G1 não conseguiu localizar a família da vítima e nem o advogado do técnico de enfermagem.
As investigações apontam, conforme o delegado, que o relacionamento entre a técnica de enfermagem e o suspeito de ser o mandante do crime existia havia pelo menos oito anos e era público, inclusive no ambiente de trabalho da vítima, uma vez que suas colegas de serviço foram ouvidas pela polícia e confirmaram ter conhecimento do romance.

“Ele mantinha Telma como uma segunda mulher, mas a esposa só foi tomar conhecimento disso em 25 de dezembro de 2014. De lá para cá, a vida de Telma virou um inferno. Tanto é que, quando ela morreu, ele chegou a dizer para a esposa que o problema deles não estava mais vivo, estava acabado”, afirmou Araújo.
De acordo com a polícia, o envolvimento da esposa do suspeito no crime ainda não foi confirmado, apesar de ela também ter sido presa temporariamente. Inicialmente, as investigações a apontavam como a mandante do crime, principalmente após ela e o marido terem fugido para Mirassol D'oeste  (329 km de Cuiabá).
“As investigações apontavam, no início, que ela seria a mandante do crime. Mas o trabalho de inteligência policial mostrou que o suspeito foi quem ligou para a esposa e a convidou para sair da casa imediatamente, procurar um abrigo da família porque estava com medo, dizendo que a família da Telma era perigosa, quando na verdade não havia nada disso”, disse o delegado.
Segundo o delegado, a polícia tem 30 dias para encerrar o inquérito, mas ele não tem dúvidas de que três dos presos nesta terça-feira têm envolvimento direto com o crime: o técnico de enfermagem, que seria o mandante, e a dupla responsável pela execução da técnica de enfermagem.
A participação da esposa no crime ainda está sendo investigada, bem como de uma suspeita de 19 anos – que teria ajudado os executores a reconhecerem a casa da vítima – e de um amigo de confiança do suposto mandante do crime, apontado nas investigações como o  intermediador do crime. A Polícia Civil também deve cumprir mais um mandado de prisão durante os próximos dias, de um homem que seria o responsável por fornecer a arma do crime.
“Pressão” e atentados
De acordo com Araújo, o amante cometeu o crime porque se sentia “pressionado” tanto pela esposa quanto por Telma, desde que o relacionamento extraconjugal veio à tona, no ano passado.
Técnica de enfermagem foi assassinada em Cuiabá (Foto: Divulgação/Polícia Civil-MT)Polícia divulgou imagem de casal
(Foto: Divulgação/Polícia Civil-MT)
A traição foi descoberta, conforme a polícia, após a filha de Telma criar uma conta falsa em uma rede social para tentar descobrir quem era a esposa do suspeito. Após adicionar a esposa, ela teria enviado fotos do relacionamento da mãe com o técnico de enfermagem.
“Ele estava sendo pressionado tanto pela mulher dele, em razão de ter descoberto o relacionamento extraconjugal, quanto pela amante, que teria dito para ele que era apaixonada e que não iria deixá-lo, que ele podia ir até às últimas consequências”, disse.
A polícia descobriu, então, que um mês após esse fato, em 25 de janeiro deste ano, Telma sofreu um atentado: ela foi perseguida e atropelada pelo motorista de um Voyage, perdendo sua motocicleta e passando quatro meses impossibilitada de trabalhar. Nesse período, o amante teria a ajudado a comprar um novo veículo e pedia, constantemente, para que ela não interferisse mais em seu relacionamento com a esposa.
Segundo a delegada Anaíde Barros, a partir do momento que a família da vítima começou a possibilitar que a família do técnico de enfermagem descobrisse o caso, ele começou a ter problemas em casa e passou a agir de forma manipuladora, mantendo o relacionamento com Telma, mas dizendo à esposa que o caso não tinha importância e que a vítima era bipolar e não o deixava.
“Ele orquestrou todas as situações. A Telma passou a ser um problema na vida dele. Ele queria assustá-la de tal forma que ela desistisse do relacionamento. Ele tinha interesse na morte da Telma porque não pretendia deixar a esposa', afirmou.
Para o delegado Antônio Carlos Araújo, o evento que culminou na morte de Telma também deveria ter sido apenas um atentado, mas fugiu ao controle.
“Se fosse um crime de pistolagem, o pistoleiro, ao chegar ao local do crime, teria executado a pessoa com diversos tiros. Nesse caso existe um único tiro, o que significa dizer que ele foi dado para assustar a vítima. Só que o tiro foi fatal”, disse.
O crime
Telma Siqueira Pacheco foi morta na porta de casa com um único tiro que a atingiu do lado esquerdo do tórax. Ela chegou a ser socorrida e encaminhada ao Pronto-Socorro de Cuiabá, mas não resistiu. Uma testemunha afirmou ter visto dois homens se aproximarem da casa da vítima em uma moto e ajudou a polícia na identificação da dupla.
Segundo a DHPP, os homens se aproximaram da casa e começaram a conversar com o filho de Telma, que brincava na frente da residência. Eles questionaram se o imóvel estava à venda e quem era a proprietária, fazendo com que a criança chamasse a mãe. Ao atender os visitantes, Telma foi baleada.
Um dos executores – responsável pelo tiro – foi preso em agosto deste ano, por tráfico de drogas e, entre os bens apreendidos com ele, estava a motocicleta utilizada no crime. Já o rapaz que pilotava a moto também teve o mandado de prisão cumprido. De acordo com o delegado, a dupla morava próximo do local do crime, na região do Coxipó, e não há dúvidas da participação de ambos no crime.
“Não temos qualquer tipo de dúvida de que eles tiveram participação direta. Durante o dia, eles já haviam feito rondas pelo bairro para tentar identificar a casa da Telma, contando, inclusive, com a ajuda de uma jovem de 19 anos, que também foi presa”, afirmou.

Fonte: G1

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