segunda-feira, agosto 14, 2017

Condição 'instável' de Roger Pinto Molina impede transferência para UTI no Hospital das Forças Armadas

 Avião de pequeno porte pilotado pelo ex-senador boliviano Roger Pinto Molina cai no Aeroclube de Luziânia, em Goiás (Foto: Divulgação/Corpo de Bombeiros)O estado de saúde grave e 'instável' do ex-senador boliviano Roger Pinto Molina, que pilotava um avião que caiu em Luziânia, no Goiás, na tarde de sábado (12), não permite que ele seja transferido para o Hospital das Forças Armadas (HFA). De acordo com a Secretaria de Saúde do Distrito Federal, há um leito reservado para Molina na unidade, mas "até o momento o paciente não apresenta condições para remoção".
O ex-senador está internado na "sala vermelha" do Hospital de Base de Brasília, local para pacientes de trauma em estado gravíssimo. Às 18h30 deste domingo (13), o estado de saúde do ex-senador ainda era grave e a situação do político podia se agravar a qualquer momento. De acordo com o boletim médico, ele recebia suporte clínico e não havia previsão de cirurgia.
Roger Pinto Molina deu entrada em estado grave na unidade de saúde politraumatizado, com traumatismo cranioencefálico. Durante a noite de sábado e na madrugada deste domingo, foram feitas drenagem no tórax, traqueostomia de urgência, tomografias, exames de raio-x e laboratoriais no paciente.

 Avião pilotado por ex-senador boliviano Roger Pinto Molina cai em Luziânia, Goiás (Foto: Divulgação/Corpo de Bombeiros)
Avião pilotado por ex-senador boliviano Roger Pinto Molina cai em Luziânia, Goiás (Foto: Divulgação/Corpo de Bombeiros)

Segundo a secretaria, Molina segue respirando com ajuda de ventilação mecânica. Ao chegar ao Hospital de Base, o ex-senador havia sofrido parada cardiorrespiratória, conforme apontou o Corpo de Bombeiros do DF.
O acidente com o boliviano ocorreu após a decolagem no Aeroclube de Luziânia, cidade do Entorno do Distrito Federal. Os bombeiros prestaram os primeiros atendimentos e informaram que Molina tinha várias lesões pelo corpo, mas estava consciente. Um helicóptero da corporação transportou o ex-senador para Brasília.
O monomotor pertencia ao ex-senador, de acordo com registro na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), tinha capacidade apenas para o piloto e um passageiro e foi fabricado em 2010. A carcaça do avião está em um hangar do Aeroclube de Luziânia. Molina faria apenas um sobrevoo visual pela região e retornaria ao aeroclube.
FAB investiga
A Força Aérea Brasileira (FAB) começou a apurar as causas da queda do avião ainda no sábado (13). De acordo com o órgão, uma equipe do Sexto Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes (Seripa VI) foi ao local do acidente para colher informações para a perícia.
O Centro de Comunicação Social da Aeronáutica informou ao G1, neste domingo (13), que todos os procedimentos iniciais sobre a queda da aeronave foram feitos pelo Seripa, mas que ainda não há detalhes sobre as suspeitas da causa do acidente.
Asilo brasileiro
A história do ex-senador boliviano ficou conhecida em 2013, quando ele buscou asilo político alegando perseguição do então presidente Evo Morales.
Roger Pinto Molina refugiou-se na embaixada brasileira em La Paz no dia 28 de maio de 2012. Em 8 de junho do mesmo ano, o Brasil concedeu asilo ao senador. A decisão foi criticada pela Bolívia, que falou em "equívoco".

Senador bolviano Roger Pinto Molina chega ao Brasil/GNews (Foto: Reprodução Globo News)
Senador bolviano Roger Pinto Molina chega ao Brasil/GNews (Foto: Reprodução Globo News)

Sem conseguir um salvo-conduto do governo boliviano, Roger Pinto Molina viveu mais de um ano no edifício da embaixada brasileira em La Paz. Segundo uma das três filhas, Molina estava em um espaço de 20 m², com cama, escrivaninha, TV, frigobar e mesa, sem banheiro próprio.
A viagem entre a capital boliviana e a cidade de Corumbá (MS) – que durou 22 horas – foi feita em um carro da embaixada do Brasil, com apoio de fuzileiros navais. A vinda dele foi investigada pelo Itamaraty.
Na Bolívia, Roger Pinto Molina foi condenado no mês de junho a um ano de prisão por "abandono do dever" e por "dano econômico ao estado". Segundo a denúncia, ele foi responsável por prejuízo de mais de 1,6 milhão de dólares aos cofres públicos em 2000, acusado de conceder recursos de maneira irregular à Universidade Amazônica de Pando. Ele responde ainda a cerca de 20 processos por desacato, venda de bens do estado e corrupção.
Chapecoense
Roger Pinto Molina é sogro de Miguel Quiroga, piloto do avião que caiu com a delegação da Chapecoense, em novembro do ano passado, na região de Medellín, na Colômbia
Quiroga era casado com Daniela Quiroga, filha de Molina, e tinha três filhos, o mais novo de apenas quatro meses. Ele também era o proprietário da empresa LaMia. Na época, o ex-senador chegou a pedir perdão às famílias das vítimas do acidente.
"Queremos dizer para os milhões de brasileiros, especificamente para os familiares, filhos, pais e irmãos de Chapecó que sentimos muito. A palavra desculpa não resolve nada. Mas, queremos pedir perdão se foi um acidente que poderia ser evitado ou não. A capacidade e a vontade do nosso filho não está em questão, as investigações vão estabelecer o grau de responsabilidade", disse.

Fonte: G1

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