quinta-feira, dezembro 03, 2015

Líder diz que PT defenderá pedido para Congresso não entrar de folga

Líder do PT, Sibá Machado (AC), concede entrevista coletiva na Câmara (Foto: Nathalia Passarinho/G1)O líder do PT na Câmara, Sibá Machado (AC), afirmou nesta quinta-feira (3) que o partido defenderá eventual pedido para que o recesso parlamentar de janeiro seja cancelado para
acelerar o andamento do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. O entendimento do governo é de que é necessário evitar que Dilma "sangre", com uma investigação que se arraste por meses.
"Estamos atrás de dizer que o Brasil precisa andar independentemente de futrica política. Esse assunto tem que ser encerrado o mais rápido possível. Queremos que a comissão seja formada logo, para decidir e derrubar [processo de impeachment]. Se isso [derrubada do recesso] for solicitado, a nossa bancada vai apoiar", disse Sibá.

O G1 entrou em contato com Palácio do Planalto para saber se a proposta de Sibá tem aval do governo, mas a assessoria de imprensa informou que não vai se pronunciar sobre o assunto.

Nesta quarta, o líder do PSDB, Carlos Sampaio (SP), já havia defendido que não houvesse recesso para acelerar a tramitação do impeachment.
O recesso tem início em 22 de dezembro e termina em fevereiro. Cabe ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-RJ), e ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a decisão de convocar senadoras e deputados neste período, para garantir o funcionamento de comissões ou sessões extraordinárias de votação. A convocação é feita por ato conjunto e precisa especificar o motivo. O ato é submetido a votação na Câmara e, depois, no Senado. O recesso só pode ser cancelado com a aprovação das duas Casas.
Ordem é não obstruir
Em reunião nesta quinta-feira (3) no Palácio do Planalto, líderes da base aliada também ouviram do ministro da Secretaria de Governo, Ricardo Berzoini, que a orientação é enfrentar o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff sem manobras para postergar as investigações.
Segundo deputados ouvidos pelo G1, a avaliação é de que é melhor para o governo “resolver logo” o processo, para que Dilma não fique em situação de “suspeição”.

A abertura de processo que pede o afastamento da petista foi anunciada nesta quarta (2) pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Na tarde desta quinta (3), ele anunciou aos líderes como será a divisão por partido das vagas na comissão especial que será criada para elaborar parecer sobre a continuidade ou não das investigações de Dilma.
“Não vai ter orientação para protelar. A questão é enfrentar o processo sem obstrução. A não ser, claro, que haja violação das regras. O governo acha que isso precisa ser enfrentado. E eu também acho que precisa ser enfrentado para que o Brasil siga, independente da decisão soberana da Câmara”, disse ao G1 o líder do PR, deputado Maurício Quintella Lessa (AL).
Segundo ele, Berzoini pediu que a base aliada haja de forma coordenada, refletindo sobre cada “passo”. “Ele pediu que tivéssemos uma estratégia conjunta, que pensássemos em cada passo a ser dado”, afirmou. O ministro da Secretaria de Governo foi escolhido para articular a defesa junto às bancadas no Congresso.
O deputado Orlando Silva (PCdoB-RJ), ex-ministro do governo Dilma, também disse que a ideia é acelerar o processo para pôr fim aos questionamentos a cerca do futuro da presidente. A intenção é trabalhar pela derrubada do processo na comissão especial. "Queremos montar e votar logo, para resolver logo", afirmou.

O líder do DEM na Câmara, Mendonça Filho (PE), disse que o seu apoio ao cancelamento do recesso vai depender se ficar claro que não há uma tentativa do governo de seguir com o processo em janeiro para evitar que seja acompanhado pela sociedade.

"Janeiro é um mês que muita gente sai de férias. Há uma intenção de acelerar a avaliação do impeachment justamente no mês de férias e pegar a sociedade desmobilizada. Pode estar havendo uma manobra governista", afirmou.

Para o líder do PPS, Rubens Bueno (PR), é preciso saber antes a estratégia do governo. "Quando o governo vem com a ideia de que temos que votar rapidamente, a gente começa a desconfiar", disse.
Senado
O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PT-PE), afirmou ao G1 que concorda com a avaliação do deputado Sibá Machado que o processo de impeachment em desfavor da presidente Dilma Rousseff deve transcorrer "da maneira mais rápida possível", mas disse que a bancada ainda não avaliou se o recesso de janeiro no Senado deve, ou não, ser cancelado.
"A gente quer de toda forma que essa questão [o processo de impeachment de Dilma] transcorra da maneira mais rápida possível, porque o Brasil não pode ficar submetido a uma situação de desestabilização política como esta", considerou o petista. "A bancada ainda não avaliou [se o recesso deve ser cancelado], até porque o processo corre de imediato na Câmara e, em sendo arquivado, nem chegará ao Senado", explicou Humberto Costa.

Fonte: G1

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