segunda-feira, março 23, 2015

Policiais militares e estudantes brigam dentro de escola em GO; veja

 http://cidadenewsitau.blogspot.com.br/Policiais militares aparecem em um vídeo trocando agressões com estudantes dentro do Colégio Estadual Luis Perillo, no Bairro
Goiá, em Goiânia. Segundo alunos da escola, a polícia agiu com violência ao ser acionada pela direção da unidade para conter uma manifestação dos estudantes, que pediam para serem liberados mais cedo da aula, pois temiam uma paralisação do transporte público. A Polícia Militar investiga a conduta dos servidores.
A confusão ocorreu no dia 25 de fevereiro, mas o vídeo só repercutiu nas redes sociais no último final de semana. O fato deixou em pânico alunos e professores da escola. "Eles quebraram pelo menos três celulares de quem filmou a briga. Estava todo mundo chorando, desesperado, todos ficaram em pânico", diz uma aluna do 1º ano do ensino médio, de 15 anos, que prefere não se identificar.
Um professor, que também prefere ter a identidade preservada, diz que os policiais agiram com excesso. “Foi uma ação truculenta, em excesso, totalmente sem necessidade”, disse.
A Secretaria Estadual de Educação de Goiás afirmou que “elaborou um diagnóstico aprofundado do ocorrido”. Além disso, o órgão “trabalha para reestruturar o diálogo e o relacionamento entre alunos, professores, coordenação e direção do colégio”. Em 5 de março, uma nova equipe assumiu a diretoria da unidade, conforme já era previsto antes da confusão acontecer.
A assessoria de comunicação da Polícia Militar informou, em nota, que todas as providências relativas às imagens já foram tomadas pela Corregedoria. O órgão instaurou um procedimento administrativo “para análise dos fatos e apuração de responsabilidades”.

Estudante de 17 anos observa vídeo de agressão e diz estar arrependido, em Goiânia, Goiás (Foto: Paula Resende/ G1)Estudante de 17 anos observa vídeo de agressão e
diz estar arrependidoFoto: Paula Resende/ G1)
Confusão
Os estudantes contam que receberam pelas redes sociais a informação de que os ônibus do transporte coletivo iam parar de rodar às 11 horas do dia 25 de fevereiro por causa de um protesto contra o aumento da passagem. Com medo de terem que ir a pé para casa ou para o trabalho, os alunos iniciaram o ato, pois alguns deles moram em outros municípios da Região Metropolitana de Goiânia e precisam do transporte coletivo para chegar em casa.
De acordo com os alunos, o protesto na escola iniciu após o recreio e ocorria de forma pacífica, pois não quebraram nada, “apenas gritavam e não entravam nas salas”. A polícia foi acionada pela antiga direção do colégio para conter os estudantes.
A briga envolveu diretamente três policiais militares e dois alunos, de 16 e 17 anos, que estudam, respectivamente, no 2º e no 1º ano do ensino médio. O garoto mais velho conta que um policial o abordou e pediu para que o acompanhasse, mas ele negou, porque diz não ter feito nada de errado. "Ele olhou pro outro policial, que já me enforcou, segurou meu braço e ele deu um murro em mim, sangrou minha boca, e eu perdi a cabeça e começamos a brigar", relata o adolescente.
Espancamento
Na sequência, segundo o menor, o amigo dele de 16 anos tentou separar a briga, mas também foi agredido e entrou na confusão. De acordo com o jovem mais velho, meninas conseguiram segurá-lo e o trancaram em uma sala para evitar que ele continuasse participando da confusão.
Já o estudante mais novo foi levado para a sala da coordenação. “Espancaram ele lá dentro e colocaram droga na mochila dele. Eu conheço esse menino há sete anos, é meu amigo de infância, ele nunca mexeu com droga”, disse o amigo.
Outra garota que estuda na escola, de 16 anos, diz que, quando o amigo estava sendo espancado na sala da coordenação, ela abriu a mochila do colega para ver se tinha o telefone da mãe dele e não viu a droga. “Revirei a mochila e não tinha nada lá. Os policiais que colocaram droga dentro”, garante.

Policiais militares e estudantes trocam agressões em colégio de Goiânia, Goiás (Foto: Paula Resende/ G1)Policiais militares e estudantes trocam agressões
(Foto: Reprodução/ TV Anhanguera)
Apreendidos
Os dois menores, que não tinham antecedentes criminais, foram encaminhados para a Delegacia Estadual de Apuração de Atos Infracionais (Depai). O caso foi registrado e, em seguida, eles foram liberados. “Meu amigo pegou sete passagens e eu peguei quatro, por perturbação do trabalho, resistência, agressão e desacato a autoridade”, relata o garoto.
Amedrontado, o estudante de 16 anos pediu para ser transferido de escola. Apesar de também ficar com medo, o garoto mais velho voltou, após duas semanas, a estudar no colégio, pois é a unidade de ensino mais próxima de sua casa.
O adolescente conta que também deixou o emprego porque ficou com receio de sofrer alguma retaliação. Agora, ele trabalha perto de casa. “Como saio tarde do trabalho, meu patrão me leva de carro em casa para eu não correr risco”, conta.
O menino se diz arrependido de ter brigado com os policiais. "Fou um erro meu de ter brigado, foi um momento de ravia, mas eles [policiais] chegaram batendo sem razão", conclui o menor.


Fonte: G1

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