segunda-feira, março 23, 2015

Afegã linchada por queimar o Alcorão era inocente, diz investigador

Imagem de Farkhunda é carregada em cartaz durante seu funeral em Cabul, neste domingo (22) (Foto: Mohammad Ismail/Reuters)Uma mulher morta por uma multidão enfurecida na capital afegã na semana passada por supostamente queimar uma cópia
do Alcorão era inocente, disse no domingo (22) um dos principais investigadores criminais do país, segundo a agência de notícias Reuters.

Imagens feitas por celular que circulam nas mídias sociais mostram que a polícia que estava no local não salvou Farkhunda, de 27 anos, que apanhou de paus e foi queimada por uma multidão de homens no centro de Cabul em plena luz do dia na última quinta-feira.
"Ontem a noite eu olhei todos os documentos e evidências novamente, mas não consegui achar nada que prove que Farkhunda queimou o Alcorão", disse a repórteres o general Mohammad Zahir durante o funeral da afegã. "Farkhunda era totalmente inocente."

Afegãos do partido Hmbastagi usam mascaras para condenar o linchamento de Farkhunda, neste domingo (22) (Foto: Omar Sobhani/Reuters)Afegãos do partido Hmbastagi usam mascaras para condenar o linchamento de Farkhunda, neste domingo (22) (Foto: Omar Sobhani/Reuters)

O investigador prometeu punir todos os envolvidos no linchamento e disse que 13 pessoas, incluindo oito policiais, já foram presos. A morte foi condenada pelo presidente afegão e por outras autoridades, mas também foi elogiada em outras esferas, incluindo um proeminente clérigo, que disse que os homens tinham direito de defender sua fé a qualquer custo.
Farkhunda era uma professora de estudos islâmicos, segundo seu irmão, que negou informações de que ela sofria de distúrbios mentais. Ele disse que seu pai falou isso para proteger a família após a polícia dizer para eles deixarem a cidade para sua própria segurança. "Meu pai estava assustado e fez esse falso pronunciamento para acalmar as pessoas", disse Najibullah, que mudará seu segundo nome para Farkhunda em homenagem à irmã.
Centenas de pessoas foram ao funeral da afegã no domingo cantando "quero justiça". Seu caixão foi carrregado por mulheres.

Fonte: G1

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Sua opinião é muito importante para nós, comente essa matéria!