segunda-feira, março 23, 2015

Nova Zelândia espionou brasileiro Roberto Azevêdo, diz jornal

O diretor-geral da OMC (Organização Mundial do Comércio), Roberto Azevedo O diretor-geral da OMC (Organização Mundial do Comércio), o brasileiro Roberto Azevêdo, foi um dos alvos de espionagem do serviço de inteligência da Nova Zelândia (GCSB) nas semanas que antecederam a escolha para o
cargo, em maio de 2013, segundo o jornal "New Zeland Herald" e o site americano "The Intercept".

Os neozelandeses usaram um programa que monitora e captura e-mails com determinadas palavras, segundo as reportagens publicadas neste domingo (22).

O país tinha interesse nessa eleição porque um dos candidatos era Tim Groser, ministro do Comércio da Nova Zelândia.

A disputa vencida pelo brasileiro envolvia nove candidatos e foi marcada por uma polarização entre países emergentes e desenvolvidos.

Além de Azevêdo, foram espionados os candidatos do México, do Quênia, de Gana, da Costa Rica, da Jordânia, da Coreia do Sul e da Indonésia, segundo as publicações.

Numa segunda etapa, os neozelandeses focaram as buscas em informações sobre o candidato indonésio, o que poderia indicar uma preocupação com a possibilidade de que outro representante da mesma região geográfica tivesse vantagem na disputa.

Ao site "The Intercept", um porta-voz da OMC disse que desconhecia as informações e apenas nesta segunda (23) poderia fazer comentários.

A Folha não conseguiu contato com a OMC ou com Roberto Azevedo neste domingo.

REDE RASTREADA

Na época da espionagem, o atual primeiro-ministro da Nova Zelândia, John Key, era o ministro responsável pelo serviço de inteligência da Nova Zelândia.

Um porta-voz do primeiro-ministro se recusou a comentar as informações, dizendo que "as agências de inteligência neozelandesas sempre deram, e continuam dando, uma contribuição importante à segurança nacional e a dos cidadão dos país".

Ao "New Zeland Herald", Groser afirmou que o governo não discutiria os "vazamentos" de informação porque eles "estão geralmente errados e têm a intenção de criar danos políticos".

Questionado sobre se sabia da espionagem, recusou-se a responder. O GCSB também se recusou a comentar o caso e disse que todas as suas ações são "explicitamente autorizadas".

Segundo as publicações, o GCSB usou um programa chamado XKeyscore, que foi criado nos Estados Unidos e franqueado para uma rede de inteligência, que inclui Nova Zelândia, Canadá, Austrália e Reino Unido, conhecida como Five Eyes.

O "New Zeland Herald" diz que o Xkeyscore rastreia e analisa bilhões de e-mails e chats online de mais de 150 locais pelo mundo. 

Fonte: Folha de São Paulo

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