Suspeito agora diz que morta após tortura roubou dinheiro, diz delegado

O delegado Itagiba Franco, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), disse nesta segunda-feira (12) que um dos suspeitos de torturar e matar a

manicure Ane Kelly Santos, de 26 anos, mudou sua versão sobre o motivo do crime.

Segundo o delegado, ele alega agora que a vítima roubou R$ 27 mil que ele acumulou durante roubos e outros crimes. Inicialmente, a Polícia Civil disse ter ouvido relato dos suspeitos que alegavam que a razão do assassinato tinha sido o roubo de pacotes de biscoito.

Três pessoas foram presas pelo assassinato após denúncia anônima. O crime aconteceu no fim de semana, em Osasco, na Grande São Palo. De acordo com a polícia, o grupo gravou o homicídio, e o vídeo levou à prisão dos criminosos. Um adolescente suspeito de participar do crime é procurado.

Segundo Itagiba Franco, Jackson Nunes Pereira, Valmir Lima de Oliveira e Renata Fonseca da Silva foram indiciados por homicídio, tortura e ocultação de cadáver. O delegado pediu a prisão preventiva deles por 30 dias. O G1 tenta contato com os advogados dos presos.

De acordo com o depoimento informado pela polícia, o dinheiro havia sido obtido pelo homem a partir do roubo e furto de veículos e de fraude em caça-níqueis. Ele guardava as notas em um cofre improvisado com a intenção de comprar uma van. A mulher que foi torturada e morta tinha acesso à casa do homem porque era sua vizinha e de vez em quando fazia faxina para ele, de acordo com o delegado.

Desconfiado do desaparecimento do dinheiro ao mesmo tempo em que a vizinha adquiria bens incompatíveis com sua renda, o homem esperou que ela fosse à padaria próxima e ofereceu carona.

Ainda de acordo com o delegado, a vítima, desaparecida desde 24 de abril, foi levada para um cativeiro na favela do Assucará e torturada entre 9h e 12h. O cativeiro era um barraco abandonado usado para consumo de drogas.

Segundo o delegado, as cenas do vídeo são fortes. O homem que havia sido furtado disse ao delegado que o fato de a mulher não chorar durante a tortura aumentou sua raiva.

A vítima sofreu pancadas na cabeça, enforcamento, tiro no pé, teve um dos olhos perfurados por garfo de cozinha e levou um golpe de martelo no dedão do pé.

Os suspeitos jogaram sal sobre os ferimentos para aumentar a dor da vítima. Ela foi levada de carro até um local próximo e obrigada a entrar na cova, onde foi morta a golpe de enxada.  A polícia ainda procura um adolescente suspeito de torturar a vítima com garfo quente.

Reprodução Cidade News Itaú via G1