terça-feira, outubro 04, 2016

Governador da BA e dois ex-ministros são investigados em operação da PF

http://cidadenewsitau.blogspot.com.br/A Polícia Federal realiza uma operação que investiga o financiamento ilegal de campanhas políticas na Bahia e fraudes em licitações e contratos no Ministério das Cidades. O governador da
Bahia, Rui Costa (PT), e os ex-ministros das Cidades Mário Negromonte (PP) e Márcio Fortes são investigados. A operação, intitulada como "Hidra de Lerna", cumpre 16 mandados de busca e apreensão na Bahia, Distrito Federal e no Rio de Janeiro na manhã desta terça-feira (4). 
Segundo a Polícia Federal, a operação investiga um grupo criminoso responsável pela possível prática de financiamento ilegal de campanhas políticas na Bahia e por esquemas de fraudes em licitações e contratos no Ministério das Cidades.
A operação também investiga se o esquema de financiamento foi usado na campanha eleitoral de Rui Costa ao governo do estado. O G1 entrou em contato com a assessoria do governador que informou que não tem informações sobre o assunto.

A PF esteve no prédio onde mora o conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) da Bahia e ex-ministro das Cidades pelo Partido Progressista (PP), Mário Negromonte, em Salvador, na manhã desta terça-feira. O G1 tentou contato com a assessoria do ex-ministro, mas ninguém foi localizado.
Ainda na capital baiana, mandados são cumpridos na agência de publicidade Propeg, no bairro da Barra, e na sede do PT, no Rio Vermelho. Não foi divulgado o número total de mandados no estado. O G1 tentou falar com a Propeg por telefone, mas ninguém foi localizado na agência.
Procurado pelo G1, o presidente do PT na Bahia, Everaldo Anunciação, disse que os funcionários encontraram a sede do partido arrombada pela PF às 8h desta terça-feira.
“Foi uma estranheza a forma da operação. Desde as primeiras horas, as portas foram arrombadas. Os funcionários chegaram às 8h e a sede estava arrombada pela PF, com mandado de busca a apreensão de documentos e foi disponibilizado tudo. Eu me coloquei à disposição e toda direção partidária também. Não temos qualquer relação com a Propeg. Não foi dito qual campanha e qual ilegalidade. Eu desconheço qualquer irregularidade [na campanha do governador Rui Costa]”, afirmou.
Os mandados foram deferidos pela ministra Maria Thereza Rocha de Assis Moura, do Superior Tribunal de Justiça, pois os investigados têm foro privilegiado.

PF cumpriu mandado em prédio de publicitário da Propeg (Foto: Arquivo pessoal)PF cumpriu mandado em prédio de publicitário da Propeg (Foto: Arquivo pessoal)

O contrato da Propeg com o Ministério das Cidades foi por meio de uma licitação no valor de R$ 45 milhões. A polícia trabalha com a suspeita de que os ex-ministros Mário Negromonte e Márcio Fortes teriam recebido propina para beneficiar a Propeg neste contrato.
Por meio de nota, o Ministério das Cidades informou que não recebeu nenhuma notificação sobre operação da Polícia Federal envolvendo recursos da pasta.
O Ministério disse que, em poder das informações, terá condições de avaliar do que se trata e capacidade de instaurar processos administrativos disciplinares para investigar a denúncia.
Márcio Fortes foi indicado pelo PP para assumir as Cidades em 2005, no governo Lula, e ficou no cargo até 2010. Mário Negromonte assumiu o posto no ano seguinte, no governo Dilma, e saiu em fevereiro de 2012, após uma série de denúncias sobre a sua gestão.

Mandado é cumprido na sede do PT no bairro do Rio Vermelho, em Salvador (Foto: Andreia Silva/ TV Bahia)Mandado é cumprido na sede do PT no bairro do Rio Vermelho, em Salvador (Foto: Andreia Silva/ TV Bahia)

Linhas de investigação
A PF informou que uma das linhas de investigação trata da suspeita de que os esquemas investigados realizavam triangulações com o objetivo de financiar ilegalmente campanhas eleitorais.
Para isso, há suspeitas de que uma empreiteira que também é alvo da operação, contratava de maneira fictícia empresas do ramo de comunicação especializadas na realização de campanhas políticas, remunerando serviços prestados a partidos políticos e não a empresa do ramo de construção civil.
A empreiteira OAS é alvo da investigação. O G1 tentou contato com a sede da empresa, em Salvador, mas as ligações não foram atendidas.
Outra linha de investigação pretende investigar a ocorrência de fraudes em licitações e contratos do Ministério das Cidades. 
A Operação Hidra de Lerna, que deriva de três colaborações de investigados na Operação Acrônimo, já homologadas pela Justiça e em contínuo processo de validação pela Polícia Federal, tem como origem dois novos inquéritos em tramitação no STJ e cuja distribuição entre os ministros da corte ocorreu de forma automática.

Polícia Federal esteve na sede do Partido dos Trabalhadores, no bairro do Rio Vermelho, em Salvador (Foto: Divulgação/Polícia Federal)Polícia Federal esteve na sede do Partido dos Trabalhadores, no bairro do Rio Vermelho, em Salvador (Foto: Divulgação/Polícia Federal)

Fonte: G1

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