quarta-feira, novembro 04, 2015

Satélites dos EUA detectam calor em avião russo antes de queda no Sinai

 http://cidadenewsitau.blogspot.com.br/Os sistemas de satélites dos EUA detectaram calor ao redor do Airbus A321 da companhia Metrojet antes de ele cair na península do Sinai, no Egito, no sábado (31),
informaram duas autoridades norte-americanos.

Um dos oficiais disse que foi descartada a hipótese de um ataque de míssil contra o avião russo, refutando uma das teses iniciais sobre o acidente.

A atividade infravermelha detectada pode significar diversas coisas, incluindo uma bomba ou a explosão de um motor do avião.

Entre as possibilidades mencionadas pelos especialistas, em entrevista à emissora americana CNN, estão problema no motor, incêndio causado por problema estrutural na aeronave e pela colisão com o solo.

O analista de aviação Paul Beaver disse que o calor captado pelo satélite "indica que houve uma explosão catastrófica ou desintegração da aeronave", mas não revela o que teria acontecido. "Isso não nos diz se era uma bomba, ou se alguém brigou no avião portando uma arma –há uma série de coisas que podem ter acontecido nesse sentido", diz.

Beaver afirma que o calor detectado também poderia indicar explosão do tanque de combustível ou de um motor, embora "motores sejam desenhados para que, caso algo esteja danificado ou se quebre, pode ser contido dentro da peça".

As duas autoridades norte-americanos falaram em condição de anonimato por não estarem autorizados a discutir a informação publicamente.

Alguns especialistas em aviação haviam sugerido anteriormente que a causa mais provável do acidente de sábado é a explosão de uma bomba a bordo do avião. Outros apontam que o jato pode ter sofrido danos severos em 2001, quando danificou sua cauda durante pouso no Cairo.

No Egito, uma equipe internacional de especialistas começou a analisar os dados de voo e as caixas-pretas do avião.

A investigação conjunta inclui técnicos egípcios e russos, além de representantes da Irlanda, onde a aeronave foi registrada,,

O Ministro da Aviação Civil do Egito, Hossam Kamal, diz que a equipe "levará algum tempo" para produzir o relatório final e que o comitê "tem todas as ferramentas e técnicos para lidar com a investigação".

O ministro dos Transportes, Maxim Sokolov, disse, em comentários na televisão, que especialistas russos já haviam conduzido uma inspeção preliminar das duas caixas-pretas e visto informações dos radares de controle aéreo egípcio, mas que não daria mais detalhes.

O voo da Metrojet seguia a rota do resort egípcio de Sharm-el-Sheik, no Mar Vermelho, a São Petersburgo, na Rússia, quando caiu na Península do Sinai 23 minutos após a decolagem, se despedaçando já em altitude de cruzeiro, dizem autoridades de aviação russas. Todas as vítimas, exceto por quatro ucranianos e um bielorrusso, eram turistas russos a caminho de casa.

Militantes da facção radical Estado Islâmico (EI) afirmaram, logo após a queda, que eles haviam "derrubado" o avião russo por conta da recente campanha de bombardeios da Rússia contra posições de extremistas na Síria. A milícia não ofereceu nenhum tipo de evidência que sustentasse sua reivindicação.

O presidente egípcio, Abdel-Fattah al-Sisi, disse que a situação de segurança da Península do Sinal está "sob completo controle" e que as reivindicações do EI sobre a queda do avião são "propaganda" com a intenção de prejudicar a imagem do país.

Em uma entrevista transmitida nesta terça-feira pela emissora britânica BBC, al-Sisi reiterou sua declaração de que a causa do acidente pode não ser conhecida por alguns meses e que, até lá, especulações devem ser evitadas.

Alexei Smirnov, do Ministério de Situações de Emergência da Rússia, disse que 140 corpos e mais de 100 fragmentos de corpos foram levados a São Petersburgo entre segunda e terça em aviões do governo. Famílias identificaram nesta terça-feira as primeiras dez vítimas.

Pessoas em luto continuam a chegar no aeroporto de Pulkovo, em São Petersburgo, para deixar flores, brinquedos e outros tributos aos mortos.

Alexander Agafonov, chefe da missão de resgate russa no Egito, afirmou, em uma entrevista coletiva com outras autoridades, que não foi encontrado nenhum outro corpo após buscas em uma área de 28 quilômetros quadrados. O ministro de Situações de Emergência, Vladimir Puchkov, disse que "a área deverá ser estudada centímetro por centímetro. Se for preciso peneirar a área onde restos ou pedaços da fuselagem podem estar, façam isso".

Fonte: Folha de São Paulo

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