“Pingo da Mei-Dia” marcado por reclamações de foliões e artistas

Realizado no último sábado, o “Pingo da Mei-Dia” abriu as comemorações juninas na cidade com público estimado pela Prefeitura Municipal de Mossoró

(PMM) em 150 mil pessoas distribuídas ao longo do Corredor Cultural Professor Gonzaga Chimbinho. No entanto, entre os participantes do evento não havia somente foliões, mas também diversas categorias em greve. Além das reivindicações dos trabalhadores, o Pingo foi ainda palco de reclamações em relação à segurança, iluminação, organização e infraestrutura.

Na noite de sábado, o cantor André Luvi postou um vídeo nas redes sociais afirmando que foi impedido de se apresentar no trio elétrico durante o “Pingo da Mei-Dia” devido à desorganização do evento. Ele conta que sua apresentação estava marcada, inicialmente, para as 17h30, mas teve de ser adiada para as 19h30. Contudo, o show foi adiado ainda para as 20h30 e às 21h30 o cantor e a equipe foram informados que não daria mais tempo, pois o evento acabaria às 22h.

Em nota, a secretária municipal de Cultura, Isolda Dantas, afirmou que não foi possível que todos os oito artistas e bandas previstas se apresentassem nos três trios elétricos por causa do grande volume de pessoas no evento, que fez com que os trios elétricos tivessem que circular mais devagar. Ela critica ainda o posicionamento dos artistas que se declararam descontentes com a organização.

"Com o avançar da hora as equipes de segurança precisavam se dispersar e por isso nem todas as bandas subiram aos trios. Foi possível concluir o evento sem nenhuma ocorrência grave. É isso que importa. Uma cidade inteira não pode ficar submetida a riscos por conta de interesses individuais", declara a secretária.

A falta de banheiros químicos foi uma das grandes reclamações dos foliões. Nas redes sociais, pessoas reclamam de dificuldade em usar banheiros químicos devido às longas filas e falta de finalização indicando os locais onde foram instalados. Sem alternativas, muitos participantes do evento recorreram a banheiros em estabelecimentos privados nas proximidades.

"É um absurdo uma festa deste tamanho não ter banheiros químicos suficiente. Os que tinham próximo aonde eu estava eram alugados às barracas. Tive que ir a um supermercado para poder usar o banheiro de lá e quando cheguei lá tive que enfrentar uma fila enorme", diz a estudante Adriana Dantas. 

"Foi uma verdadeira peregrinação para achar um banheiro. Tinha muita gente na avenida e eram poucos banheiros. Achei uma falha grave não terem tido mais atenção com isso, pois além do grande público esperado, era um evento com duração relativamente longa, logo, os banheiros seriam bastante solicitados", disse a estudante Klésia Yara de França.

Questionada sobre a quantidade de banheiros químicos disponibilizados, a assessoria de comunicação da PMM informou que as estruturas eram de responsabilidade da empresa que organizou o evento. A equipe de reportagem do jornal O Mossoroense tentou ainda entrar em contato com a empresa através de contato cedido pela assessoria da Prefeitura, mas as chamadas telefônicas não foram atendidas.

Casos de violência no “Pingo da Mei-Dia” causam polêmica

Uma polêmica em relação à segurança marcou ainda esta edição do “Pingo da Mei-Dia”. Durante o evento, nas proximidades do Memorial da Resistência, uma jovem de 19 anos foi atingida de raspão na cabeça por uma bala perdida e foi levada ao Hospital Regional Tarcísio Maia (HRTM). Há ainda relatos de pessoas feridas por garrafas quebradas e arma branca. Entretanto, a Polícia Militar e a Prefeitura Municipal de Mossoró (PMM) afirmaram que não houve nenhuma ocorrência grave durante o evento.

"Acho um absurdo a Prefeitura afirmar que não houve tiroteio sendo que uma menina ficou ferida e muitas pessoas presenciaram. Estava lá e me escondi por trás do meu carro com meu marido. Acho que a escuridão que estava em parte da avenida Rio Branco, com postes apagados, favoreceu o ocorrido", diz a dona de casa Ana Cláudia Oliveira.

Fonte: O Mossoroense