quinta-feira, abril 16, 2015

Professora flagrada agredindo alunos é exonerada do cargo em Catanduva

Câmera flagra agressões dentro de sala de aula contra crianças (Foto: Reprodução / TV TEM)A professora flagrada por câmeras de segurança agredindo crianças entre três e quatro anos na escola municipal Ângelo Carana, em Catanduva (SP), foi exonerada do
cargo. Ela continuava trabalhando na secretaria de outra escola mesmo depois das denúncias, feitas em agosto do ano passado. A assessoria de imprensa da prefeitura informou que a exoneração chegou ao departamento de recursos humanos nesta quarta-feira (15). “No ato da denúncia, a professora foi afastada da sala de aula e da escola. A demora foi porque ela teve direito a defesa. Ela nunca mais ingressará em nenhuma escola ou emprego público”, diz a secretária de Educação, Vera Lúcia Xavier.

Professora puxa aluno pelo cabelo (Foto: Reprodução / TV TEM)Professora puxa aluno pelo cabelo
(Foto: Reprodução / TV TEM)
Nas imagens registradas por uma câmera dentro da dala de aula, a professora dá tapas e puxa o cabelo dos alunos. Em uma delas, chega a sufocar uma criança. Em outra gravação, a mesma professora bate no braço do aluno, empurra a cabeça dele contra a mesa e deixa o menino sozinho na sala no escuro. O menino se senta no chão e é puxado pelo cabelo e arrastado. (Veja o vídeo acima)
Ao descobrir as agressões, mães registraram o caso na polícia, que comunicou a Secretaria de Educação de Catanduva. A delegada responsável não quis falar sobre o caso, mas confirmou as acusações contra a professora e disse ainda que as imagens solicitadas à Secretaria Municipal de Educação chegaram há poucas semanas e o material está sendo analisado. Sobre a demora em entregar as imagens para a polícia, a Secretaria de Educação informou que, assim que recebeu o ofício, encaminhou o material. De acordo com o delegado seccional de Catanduva Pedro Artuzo, o laudo da perícia irá indicar qual o tipo de crime foi cometido pela professora.
A assessoria Secretaria de Educação de Catanduva disse que assim que recebeu a denúncia afastou das funções a professora que aparece nas imagens. Enquanto as investigações do caso continuam, os pais tentam superar os traumas dos filhos. Segundo a Secretaria de Educação, toda a documentação e o relato da mãe foram anexados num processo administrativo interno e no processo civil, que estão em tramitação. A Secretaria disse ainda que defende a segurança e o bem estar dos alunos.
Crianças contam sobre agressões
"Vendo essas imagens é muito dificil saber que mandei meu filho para escola, para que ele aprendesse, e saber que ele foi humilhado, que apanhou. É muito frustrante para um pai lidar com isso", conta uma mãe que não quis ser identificada.

A mãe diz que percebeu as agressões quando o filho de três anos mudou de comportamento. Ao ser questionado, o menino contou que apanhava na escola. "As queixas eram constantes, todos os dias. Eu falava 'a professora hoje bateu em você?', ele respondia que não nele, mas nos amiguinhos sim. Ele contava que a professora batia na mão, dava tapas, puxava cabelos. Eu questionava em que momentos isso acontecia e ele me dizia que era no momento da pintura", conta a mãe.

Mães contam o que filhos disseram sobre professora  (Foto: Reprodução / TV TEM)Mães contam o que filhos disseram sobre professora
(Foto: Reprodução / TV TEM)
A mulher diz que chegou a conversar com a professora, que negou as acusações. "Ela reclamou da disciplina do meu filho, mas que jamais bateria nele, pois amava ele", explica. Revoltada, a mãe registrou o caso na polícia e comunicou a Secretaria de Educação de Catanduva. Outras mães também identificaram agressões nos filhos.
Outra mãe, que também não quis ser identificada, conta que a filha chegou em casa com a orelha machucada. Ao ser questionada, a menina teria contado. "Ela disse que foi a tia da escolinha que puxou a orelha porque não sabia pintar. Agora ela acorda todo dia e chora porque não quer ir à escola", diz.
Uma terceira mãe diz que o filho começou a ficar recluso e não queria mais ir à escola. Ao perguntar o que estava acontecendo, teve uma surpresa. "Perguntei o que estava acontecendo e ele me disse que a professora batia, dava 'croque' [soco] na cabeça. Ele imitava o que a professora fazia. Isso é muito frustrante, que num ambiente escolar, todos tem que tratar as crianças bem e ela está num ambiente escolar, isso não é algo correto", conta a mãe.


Fonte: G1

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