terça-feira, fevereiro 03, 2015

Jornal publica esboço de ordem feito por promotor para prender Cristina

O chefe de gabinete Capitanich rasga página de 'El Clarín' (Foto: Divulgação/Casa Rosada)Uma nova denúncia tumultua ainda mais a já complicada investigação da morte do procurador Alberto Nisman, responsável por apurar o
caso do ataque terrorista à associação judaica AMIA, em 1994.
O jornal "Clarín" afirmou no domingo (1º) que no apartamento de Nisman foram encontrados no lixo rascunhos de uma ordem de prisão contra a presidente Cristina Kirchner. A promotora encarregada da causa da morte Nisman, Viviana Fein, negou a existência desse material em um comunicado divulgado pelo Ministério Público. O chefe de gabinete da presidência, Jorge Capitanich, foi ainda mais longe e, além de desmentir a reportagem do "Clarín" rasgou páginas do jornal numa coletiva de imprensa nesta segunda-feira, classificando a notícia como "lixo".
Então, nesta terça, o "Clarín" publicou fotocópias do rascunho do pedido de prisão, desmentindo Capitanich e Fein. A procuradora reconheceu que houve "um erro", admitindo que esses papéis existem e que eles são parte de sua investigação. Ela também declarou que não recebe pressão do poder Executivo durante a apuração. "Foi um erro de interpretação", justificou. Fein alegou que ditou a nota desmentindo o "Clarín" por telefone à sua assessoria de imprensa e que houve um "erro de terminologia, de interpretação".
Já Capitanich voltou a dizer publicamente que a denúncia do "Clarín" é "lixo puro e sistemático".
Atentados
Os atentados na Argentina contra a embaixada de Israel - ocorrido em 1992 e que deixou 29 mortos - e a associação judia AMIA - de 1994, com 85 mortos - continuam sem esclarecimento e o caso se complicou com a morte do promotor encarregado, Alberto Nisman.
A morte de Nisman aconteceu no mesmo dia em que ele deveria comparecer ao Congresso para explicar sua denúncia contra a presidente Cristina Kirchner, a quem acusou de acobertar participação do Irã no caso relacionado com a AMIA.
Nesse contexto, o pedido de prisão contra a presidente, achado no lixo, pode ser visto como um indício de que ele estava sob pressão antes de ser assassinado, já que, se realmente entrasse com essa solicitação, deixaria a líder do país vizinho numa situação muito difícil.

Fonte: G1

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