terça-feira, junho 18, 2013

Polícia Civil detalha operação que libertou o empresário Fabinho Porcino do cativeiro

Delegada Sheila Freitas detalhou operação policial
A delegada Sheila Freitas, titular da Divisão Especializada em Investigação e Combate ao Crime Organizado (Deicor), detalhou ontem (17), durante coletiva de imprensa, os detalhes da ação que libertou o empresário Fábio Porcino Júnior, Fabinho Porcino, ocorrida na última sexta-feira (14), no município de Canindé (CE), após cinco dias de sequestro. A vítima foi resgatada após um trabalho conjunto das polícias civil, federal e dos setores de inteligência dos estados do Rio Grande do Norte e Ceará. 
Na ocasião da libertação, Fábio estava numa cabana de lona preta montada dentro de um matagal na Fazenda Garrote, na zona rural de Canindé. Dois homens foram presos José Carlos Anastácio Leitão, o "Carlinhos", e Rivelino Raquel Filho, que estavam vigiando a vítima.
"Fabinho estava acorrentado pela perna e um pouco debilitado, pois não havia se alimentado direito durante o período", explicou a delegada da Deicor.

"Câmeras de segurança da loja e testemunhas foram fundamentais nas investigações", diz delegada

De acordo com a delegada Sheila Freitas, os presos não foram os mesmos que raptaram Fábio Porcino, pois segundo ela, a quadrilha seria bastante organizada. No mínimo 13 pessoas teriam envolvimento no crime. Na coletiva, a delegada preferiu não divulgar os detalhes de como a Polícia Civil chegou ao paradeiro da vítima e a quantia exigida pelos sequestradores, mas destacou que testemunhas e as imagens das câmeras do estabelecimento de onde o empresário foi levado foram extremamente importantes nas investigações.
Duas pistolas e um revólver, além de um capuz preto e um rádio comunicador foram apreendidos pela equipe da Deicor. Um dos veículos utilizados pelos bandidos também foi encontrado escondido perto do local do cativeiro, um carro Cross Fox, de cor preta, com placas frias, que teria sido roubado em Fortaleza. Esse foi o mesmo carro em que o empresário foi levado pelos bandidos no dia do sequestro.

Polícia identifica líder da quadrilha de sequestradores

Entre os homens que estão sendo procurados pela polícia acusados de envolvimento no sequestro está José Wilson Trajano de Freitas, considerado líder da quadrilha. Ele já havia participado do bando de assaltantes de banco, Valdetário Carneiro e Ezequiel Serafim Leitão, proprietário da Fazenda Garrote. Quem tiver quaisquer informações sobre o paradeiro dos acusados pode ligar para o disque-denúncia através do número 181 (não é necessário identificação).
"Temos muito trabalho ainda a fazer e nós estamos na fase investigatória do crime e agora tentamos identificar e prender o restante dos sequestradores", frisou a titular da Deicor.

Líder da quadrilha já havia sido preso por sequestro

José Wilson Trajano, apontado como líder da quadrilha, já foi preso em setembro do ano de 2006, no estado do Ceará, acusado de fazer parte de uma quadrilha que sequestrou o empresário gaúcho Dagoberto Antônio Faedo, que permaneceu 57 dias em cativeiro. Considerado pela polícia bandido de alta periculosidade, Trajano também já respondeu por homicídio e tentativa de assassinato no município de Tabuleiro do Norte (CE), ocorrido no dia 3 de junho de 1998. Ele também é apontado por ter sido um dos participantes da quadrilha de Valdetário Carneiro.

Sequestradores obrigaram Fabinho Porcino escrever carta implorando resgate

Segundo a delegada Sheila Freitas, não houve contato por parte dos sequestradores com a família. No entanto, Fábio Porcino havia sido obrigado a escrever uma carta, escrita de próprio punho, implorando o resgate. "Essa carta foi datada do dia 16 de junho, provavelmente o dia que seria entregue à família dele, na qual ele relata as condições do cativeiro e as exigências do resgate, Fábio escreveu e a entregou ao líder do bando", detalhou.

ENTENDA
Fábio Porcino havia sido sequestrado na segunda-feira (10), em Mossoró, quando estava numa concessionária de veículo na avenida Lauro Monte, bairro Santo Antônio. Cerca de oito homens armados divididos em dois veículos chegaram por volta das 15h30 ao local, sete deles usando capuz e outro sem, se dizendo policiais federais que tinham vindo cumprir um mandado de prisão contra a vítima. Eles chegaram ao local do cativeiro por volta da meia-noite. 
A demora para a chegada, segundo a delegada Sheila, se deu porque eles preferiram ir por estradas de barro, evitando as fiscalizações nas estradas rodoviárias.
No local de cativeiro, Fábio Porcino não sofreu agressões físicas, apenas psicológicas. Os bandidos o ameaçavam de morte caso a polícia chegasse ao local. "Ele tinha muito medo de morrer", disse Sheila. Para ela, ainda é muito cedo para dizer se esse grupo tem alguma ligação com o sequestro do primo de Fábio, Popó Porcino, ocorrido há um ano.

Reprodução Cidade News Itaú

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