segunda-feira, outubro 30, 2017

Em meio a retaliação após referendo, líder curdo no Iraque anuncia intenção de renunciar

Presidente do Curdistão iraquiano, Massoud Barzani, discursa à imprensa após referendo pela independência, em setembro (Foto: Azad Lashkari/Reuters)O líder curdo no Iraque, Massoud Barzani, confirmou neste domingo (29) que tem a intenção de renunciar em 1° de novembro, e pediu ao Parlamento que tome medidas para preencher o vácuo de poder presidencial.
O Parlamento da região, que se reúne na capital curda, Erbil, recebeu uma carta de Barzani em que ele diz que não vai prorrogar seu mandato, disse o Partido Democrata do Curdistão.
"Eu me recuso a continuar na posição de presidente da região após 1° de novembro", afirma a carta de Barzani, segundo uma mensagem do partido no Twitter. "Eu vou continuar como um peshmerga [combatente curdo[".
Um oficial curdo havia dito à Reuters no sábado que Barzani decidira entregar a presidência sem esperar pelas eleições, que haviam sido agendadas para novembro, mas agora foram atrasadas em oito meses.
A região, que tem sido amplamente autônoma por anos, está passando por turbulência desde que realizou um referendo de independência, há um mês, o que gerou retaliação militar e econômica do governo central do Iraque, em Bagdá.
Nova rodada de negociações
Neste domingo, forças iraquianas e combatentes curdos iniciaram uma segunda rodada de negociações para resolver um conflito sobre o controle dos cruzamentos de fronteiras na região do Curdistão, segundo a televisão iraquiana.
O primeiro ministro iraquiano, Haider al-Abadi, havia ordenado na sexta-feira uma suspensão de 24 horas sobre as operações militares contra as forças curdas ao norte do Iraque. Ambos os lados realizaram uma primeira rodada de negociações na sexta-feira e no sábado.
Abadi afirmou que as negociações têm o intuito de preparar a implementação pacífica de tropas iraquianas nos cruzamentos de fronteira com Turquia, Irã e Síria na região do Curdistão do Iraque.
Conflitos ocorreram entre ambos os lados após forças iraquianas capturarem a cidade de Kirkuk, um polo petrolífero, dos peshmerga, em uma ofensiva surpresa ordenada por Abadi em retaliação ao referendo.

Kirkuk é parte das chamadas áreas disputadas, reivindicadas tanto pelo governo central iraquiano quanto pelo Governo Regional do Curdistão.
O Curdistão iraquiano propôs na quarta-feira um cessar-fogo imediato, uma suspensão do resultado do referendo e o início de "um diálogo aberto com o governo federal baseado na Constituição iraquiana" - pedido rejeitado por Bagdá.

Fonte: G1

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