quinta-feira, março 10, 2016

Papa muda regras de canonização buscando melhorar transparência

O Papa Francisco durante a cerimônia de canonização de seis novos santos neste domingo (23) no Vaticano (Foto: Alessandro Bianchi/Reuters)O papa Francisco aprovou novas normas para o financiamento das causas de beatificação e canonização de maneira a garantir maior transparência depois do
escândalo que ficou conhecido como Vatileaks2, informou o Vaticano.
Dois livros lançados em novembro de 2015, com documentos proporcionados pelo padre espanhol Lucio Ángel Vallejo Balda e a laica italiana Francesca Chaouqui, atualmente julgados no Vaticano por vazamento de textos confidenciais, denunciaram as finanças obscuras da Cúria Romana, entre elas as omas elevadas que algumas congregações religiosas gastaram para conseguir a beatificação e canonização de seus protetores.
Segundo o livro do jornalista Gianluigi Nuzzi, "Via Crúcis", o escritório do Vaticano encarregado das canonizações chegava a pedir até 50 mil euros para abrir uma causa.
A canonização do padre e filósofo italiano Antonio Rosmini (1797-1855) teria custado mais de 750 mil euros, afirma Nuzzi.
Com a medida, Francisco modifica as normas fixadas em 1983 por João Paulo II e introduz a figura do "administrador" de causas, encarregado de "respeitar escrupulosamente o dinheiro obtido ou doado para cada causa e de elaborar um orçamento e um balanço anual".
As novas normas entram em vigor imediatamente e serão experimentadas em um prazo de três anos.
Em caso de abuso, a Congregação para a Causa dos Santos pode intervir com medidas disciplinares.
'Fábrica de santos'
O custo de uma causa é difícil de estabelecer, já que varia segundo a figura do candidato, a quantidade de trabalho que implica e a duração.
A chamada "fábrica de santos" é uma máquina burocrática complexa que estuda a vida e literalmente os milagres dos candidatos para alcançar a glória dos altares.
Em 27 anos de pontificado, João Paulo II proclamou 480 santos. Em três anos, Francisco realizou 23 canonizações, entre elas a de dois papas, João Paulo XXIII e João Paulo II em 2014.

Fonte: G1

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