sexta-feira, dezembro 04, 2015

Seca: Migração no RN está superestimada, avalia especialiasta

Interior seria abandonado (Alberto Leandro/PortalNoarA migração estimada pelo governo em virtude dos efeitos da seca no Rio Grande do Norte não deverá ocorrer, se ocorrer, na proporção em que foi estimada no plano
emergencial de segurança hídrica.

O documento, que servirá de base para o Estado pleitear recursos em Brasília para obras estruturantes de combate a seca, fala no exôdo de mais de um milhão de pessoas. Para um especialista na matéria, esse cenário é improvável.

“Eu não creio num exôdo de quase um milhão de pessoas. Se 100 mil já é um numero marcante, imagine um milhão. Isso não acontece do dia para a noite. Esses números estão superestimados”, avaliou Elias Nunes, do Departamento de Geografia da UFRN.

As implicações de uma migração em massa, prosseguiu Nunes, seriam catastróficas. “Teríamos o inchaço da máquina urbana. Isso geraria um impacto social enorme. As pessoas viriam em busca do elementar, moradia, comida, crescimento. Como conseguir isso para tanta gente?”, pontuou o geógrafo.

Instado a citar um movimento populacional semelhante, com migração em massa na cada do milhão de habitantes, Elias Nunes disse desconhecer um exemplo como esses. “Não conheço na história um movimento populacional como esse”, cravou o professor, para quem os dados são políticos.

“Não há pesquisa passando nas cidades. Isso é coisa futurista, política. É uma questão política para angariar recursos”, avaliou Nunes, que não deixou ainda de criticar a política contra a seca que o Estado adota.

“Seca para nós não é novidade. Estamos falando de um assunto velho, mas a cada governo é como se fosse uma coisa nova. Ela é um fato, uma coisa corriqueira. Todos os anos se fala sobre seca. Israel convive com a seca e tem tecnologia para enfrentar isso, com água do mar Mediterrâneo. Se o problema é água tem que buscar processos contra isso”, pontuou o geógrafo.

Fonte: Portal Noar

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