quarta-feira, outubro 01, 2014

EUA pagarão US$ 300 milhões por fim de disputa do algodão com Brasil

As regiões Noroeste e Nordeste de MT encerraram a colheita no início de setembro. (Foto: Reprodução/TV Morena)Brasil e Estados Unidos fecharam nesta quarta-feira (1) em Washington um acordo para colocar fim a uma disputa de quase uma década em torno dos subsídios
americanos à produção de algodão.
Pelo acordo, os EUA vão pagar US$ 300 milhões (cerca de R$ 735 milhões) ao Brasil, que, em troca, se comprometeu a não apresentar novas queixas.
"Existia a compreensão de que brigar não seria o ideal. Ganhamos o litígio na OMC (...) e agora conseguimos um acordo entre os dois países que resolve a questão", disse em Washington o ministro das Relações Exteriores brasileiro, Luiz Alberto Figueiredo.
O governo americano comemorou a "solução permanente", que encerra "um assunto que colocou em risco milhões de dólares de exportações agrícolas americanas'.
"Com esta solução negociada, os Estados Unidos e o Brasil podem finalmente deixar essa disputa para trás", disse o Secretário da Agricultura dos Estados Unidos, Tom Vilsack, no comunicado oficial dos EUA.
A disputa
Em 2004, o Brasil venceu na Organização Mundial do Comércio (OMC) uma disputa contra os subsídios recebidos por produtores de algodão dos EUA, ficando com o direito de impor sanções contra produtos norte-americanos no valor de US$ 830 milhões. O Brasil concordou em suspender a punição caso os EUA depositassem dinheiro em um fundo de assistência para produtores brasileiros de algodão.
Os EUA pararam de pagar a compensação mensal em outubro do ano passado, devido a divergências no Congresso norte-americano sobre o orçamento federal, o que levou o governo brasileiro a ameaçar impor tarifas mais altas para produtos dos EUA.
A retaliação poderia aumentar as tensões diplomáticas entre os dois países, disseram na época autoridades e especialistas.
Histórico das relações entre Brasil e EUA
As relações entre Brasil e Estados Unidos foram estremecidas no ano passado por revelações de que a Agência Nacional de Segurança dos EUA (NSA, na sigla em inglês) espionou a presidente Dilma Rousseff com programas de vigilância digital, segundo documentos vazados pelo ex-analista da NSA Edward Snowden.
Negociações diplomáticas em diversos setores — desde dupla tributação até regras para emissão de vistos — foram congeladas.
Dilma cancelou uma visita de Estado a Washington e exigiu um pedido de desculpas do presidente Barack Obama. Os Estados Unidos disseram publicamente que lamentavam o incidente, mas não emitiram um pedido formal de desculpas.
O acordo para a questão do algodão seria assinado poucos dias antes da eleição presidencial em que os dois principais oponentes de Dilma, Aécio Neves e Marina Silva, prometeram reconstituir os laços com Washington para abrir mercados para exportadores brasileiros.
O vice-presidente dos EUA, Joe Biden, viajou ao Brasil e encontrou-se com Dilma em junho, na esperança de virar a página do episódio de espionagem. Ele assegurou à presidente brasileira que Washington mudou a maneira que realiza vigilância eletrônica.

Fonte: G1

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