segunda-feira, agosto 11, 2014

Tragédia nas pistas: morte de piloto abala EUA e tricampeão da Nascar

Tony Stewart, 43, é um dos grandes nomes do automobilismo dos Estados Unidos. No último fim de semana, contudo, ele adicionou uma
marca tão indelével quando negativa a essa trajetória. Campeão da IRL em 1997 e dono de três títulos da Sprint Cup, principal categoria da Nascar, o piloto atropelou e matou Kevin Ward Jr, 20, numa corrida no circuito Canandaigua Motorsports Park, em Nova York.

O atropelamento aconteceu depois de um acidente envolvendo Stewart e Ward Jr, que foi jogado para fora da pista em uma disputa de posição. O piloto novato desceu do carro para reclamar e chegou a fazer um gesto para o veterano antes de ser atingido.

O caso repercutiu de forma intensa nos Estados Unidos. A Polícia de Nova York abriu investigação sobre o episódio, e Stewart já foi interrogado. O piloto pode responder por homicídio.

Entre as discussões sobre o episódio, até a cor da roupa de Ward Jr tem chamado atenção. O piloto estava de preto, e o circuito em que a prova foi realizada não tinha plena visibilidade. "Tony podia vê-lo. Eu sei quanto é possível enxergar nesses carros. Quando Tony chegou perto, pisou no acelerador", disse Tyler Graves, que também disputa provas de Sprint, categoria em que o acidente aconteceu.

"Quando você pisa no acelerador de um carro de Sprint, o carro sai de lado. Foi o que aconteceu com o carro de Tony, que atingiu Kevin com o pneu traseiro direito. Kevin foi sugado para baixo e depois arremessado a 50 metros de distância", completou Graves, amigo do piloto morto, ao site "Sporting Neews".

Kasey Kahne, piloto da Nascar que é proprietário de uma equipe da Sprint, mostrou-se menos incisivo sobre o acidente. "Eu realmente não entendo como isso aconteceu. E nenhum jornalista ou fã poderia entender", comentou à "ESPN".

O que aumentou a proporção do episódio foi justamente a história de Stewart. Ao contrário de Ward Jr, piloto formado em corridas de Sprint, o responsável pela colisão tem nome consolidado em diferentes categorias do automobilismo.

Nascido em Indiana, Stewart começou a carreira como piloto de kart. Em 1987, venceu a disputa da associação mundial da categoria. Teve passagens de sucesso por diferentes disputas, entre monopostos e carros de turismo, e chegou à Nascar em 1996.

Em 1997, Stewart foi campeão da IRL (Indy Racing League). Além disso, liderou por 64 voltas as tradicionais 500 Milhas de Indianápolis.

Stewart chegou em 1999 à Sprint Cup, principal categoria da Nascar, que por sua vez é a maior disputa automobilística dos Estados Unidos. Foi esse título que ele obteve em três oportunidades (2002, 2005 e 2011).

As corridas de Nascar eram apenas parte da atividade de Stewart no automobilismo. O piloto também participou de disputas de uma série de outras categorias, como a Sprint. Aliás, ele já tinha sofrido um grave acidente com esse tipo de carro em 2013, quando se envolveu em batida com uma série de carros em Pocono e quebrou a perna.

O retorno aos carros de Sprint só aconteceu em julho. Questionado sobre o porquê de retomar corridas na categoria em que havia se machucado, Stewart respondeu que amava essa disputa a ponto de não poder deixá-la.

Depois da morte de Ward Jr, o sentimento de Stewart mudou um pouco. "Não há palavras para descrever a tristeza que eu sinto. É um momento emocionalmente complicado para todos os envolvidos", disse o piloto, que cancelou participação em uma corrida no domingo.

Stewart tem desde o início da carreira o apelido "Smoke" ("fumaça", em tradução livre). Ele recebeu essa marca porque não dominava os pneus da IRL e produzia muita fumaça ao derrapar nas saídas.

Quando chegou à Sprint Cup, Stewart assinou um contrato que o impedia de disputar categorias paralelas. Para burlar isso, inscreveu-se em uma prova com o nome Smoke Johnson. Depois de vencer, saiu do bólido e revelou quem era.

Depois disso, Stewart disputou uma série de provas como Smoke Johnson. Foi assim em 2010, por exemplo, em categorias de carros modificados.

Fonte: Uol

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