Quatro pessoas são intimadas para depor sobre morte de europeus no RN

A Polícia Civil deve ouvir, ainda nesta semana, testemunhas que podem ajudar a elucidar os assassinatos do croata Ante Stanic, de 57 anos, e do sueco Faik Mekic,

de 78 anos, mortos no último sábado (8) dentro de um condomínio residencial na praia de Jenipabu, litoral Norte potiguar. Segundo o delegado Daniel Freire de Lucena, titular da Delegacia Especializada no Atendimento ao Turista, quatro pessoas foram intimadas para prestar depoimentos.

Ao G1, o delegado ressaltou que prefere não informar quem são os inqueridos, pois a investigação é sigilosa. “Não vamos adiantar nada para não atrapalhar o andamento das apurações”, afirmou.

Os corpos dos estrangeiros, segundo a polícia, foram encontrados com mãos e pés amarrados e sacos plásticos nas cabeças. O croata também tinha um lençol envolto no pescoço e uma bola de meia na boca. De acordo com o Instituto Técnico-Científico de Polícia (Itep), os dois morreram sufocados, possivelmente vítimas de asfixia. Os laudos, no entanto, ainda não foram concluídos.

A Polícia Civil acredita que o crime tenha sido planejado e trabalha com a hipótese de latrocínio (roubo seguido de morte). Um carro alugado e pertences das vítimas foram roubados. O veículo, segundo a Polícia Militar, é um Palio prata alugado de uma locadora e ainda não foi encontrado.

Embaixadas

O G1 procurou as duas embaixadas dos europeus. A embaixada da Suécia no Brasil informou que até a manhã desta segunda-feira não havia sido informada oficialmente da morte de Faik Mekic. Mas, segundo a própria embaixada, a família do sueco já foi avisada da morte. A diplomacia sueca informou ainda que irá acompanhar as investigações com as autoridades policiais.

A embaixada da Croácia no Brasil também informou não ter sido comunicada oficialmente pelas autoridades brasileiras. Segundo a diplomacia croata no país, a família de Ante Stanic não foi informada da morte dele.

Corpos de croata e sueco sendo retirados pelo Itep
(Foto: Reprodução/Inter TV Cabugi)

'Muito torturados'

De acordo com o delegado Everaldo Lemos, que no dia do crime esteve no imóvel onde os corpos foram encontrados (a casa pertencia ao croata Ante Stanic) , "os criminosos usaram de muita violência" e os estrangeiros "foram muito torturados". O delegado também deu detalhes de como os corpos foram achados pelo caseiro: "amarraram os braços bem forte e os amordaçaram. Chegaram a usar dois sacos para sufocar os homens e ainda os espancaram para agilizar a asfixia. Sufocaram por falta de ar e pelo sangue que acumulou”.

Situação legal

No início da semana,   a Polícia Federal do Rio Grande do Norte confirmou ao G1 que os estrangeiros entraram no Brasil de forma legal. "Eles entraram no país pela cidade do Recife em 14 de janeiro passado, com vistos de turistas. Stanic tem várias passagens pelo Brasil, sempre como turista, e Mekic veio pela primeira vez no ano passado. Nunca houve qualquer queixa contra nenhum dos dois", informou a assessoria de imprensa da PF.

Destaque internacional

As mortes do croata e do sueco repercutiram na imprensa internacional. Pelo menos cinco sites da Croácia, além do Fox News Latino, deram destaque aos assassinatos.

Reprodução Cidade News Itaú